quarta-feira, 28 de maio de 2014

O dia D das Tartarugas - Biologia


O DIA D DAS TARTARUGAS - Biologia


Como as tropas aliadas, que há 50 anos invadiram as praias da França para derrotar os nazistas e dar um fim à Segunda Guerra Mundial, milhares de tartarugas olivares tomam de assalto quatro praias do mundo (três na América e uma na Índia). Elas estão retornando ao local onde nasceram dez anos antes. É a misteriosa arribada.



Um distraído banhista que estivesse aproveitando o início de verão na praia de Oastional (na Costa Rica), à beira do Pacífico, certamente ficaria assustado. Dezenas de milhares de tartarugas, num movimento sincronizado, começam a invadir a praia para a desova. É a arribada, fenômeno que dura no máximo seis dias por ano e que ainda não encontrou explicação. "Por que tantas ao mesmo tempo?", perguntaria o surpreso cidadão, repetindo a mesma dúvida de diversos cientistas.
Um deles, Jorgue Ballestero, da Universidade da Costa Rica, está analisando o DNA das tartarugas olivares para saber se esta espécie produz feromônio, uma substância que alguns insetos liberam como mecanismo de comunicação. Mas o cientista não descarta a possibilidade de elas se guiarem por um tipo de sonar ou até mesmo pelo olfato para chegarem ao mesmo tempo no local de desova. O mais impressionante, é que pesquisas com espécimes marcados indicam que, após percorrerem até 4500 quilômetros, elas regressam, uma década mais tarde, exatamente à praia em que nasceram.
Enquanto milhares de fêmeas desovam, os machos concentram-se na orla aguardando o retorno. Assim que as fêmeas entram na água, são agarradas para uma exaustiva cópula, que pode durar até três horas. Os espermatozóides desta espécie são dotados de extraordinária vitalidade, conservando-se vivos dentro da fêmea durante meses. Eles fecundarão os óvulos da próxima arribada.

O mistério de quatro praias

As tartarugas olivares distribuem-se ao longo da faixa equatorial e também desovam na costa brasileira. Mas por aqui não se observa o movimento coletivo conhecido como arribada, que ocorre na Costa Rica, Nicarágua, México e Índia. No Brasil, elas chegam em pequenos grupos ou mesmo sozinhas

A menor das marinhas

A Lepidochelys olivacea é a menor das tartarugas marinhas. Atinge, no máximo, 70 centímetros. Segundo Guy Marcovaldi, do Projeto Tamar (organização que defende as tartarugas marinhas), seu ciclo de vida é semelhante ao do homem: o período reprodutivo vai dos 15 aos 50 anos e ela vive até 80 anos. Bem alimentada, faz uma desova por ano. A incubação demora de 45 a 60 dias.


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