Astrofísico explica por que Einstein pode ter revelado chave para viagens além da velocidade da luz
A teoria da relatividade foi um presente de Einstein para a humanidade, mas ela também trouxe uma notícia um tanto decepcionante: não podemos viajar além da velocidade da luz. Com um universo tão vasto, esse fato complica qualquer plano de uma missão para além do nosso Sistema Solar, mesmo se possuíssemos a tecnologia para atingir a barreira dos 300 mil quilômetros por segundo.
Por exemplo, para chegar à Terra 2.0 localizada pela Nasa, e verificar se existe algum sinal de vida por lá, precisaríamos rodar por 1 400 anos a essa velocidade.
Mas o astrofísico Geraint Lewis, da Universidade de Sydney, Austrália, explicou durante uma palestra nesta semana por que seria possível fazer uma espaçonave exceder a velocidade da luz sem ferir a teoria da relatividade. Com essa tecnologia, poderíamos chegar ao sistema estelar mais próximo em duas semanas, de acordo com estimativas.
“Se olharmos a equação que Einstein nos deu, ela revela a possibilidade de entortar e distorcer o espaço de forma que seria possível viajar a qualquer velocidade no Universo”, disse Lewis em entrevista. Para fazer isso, diz o astrofísico, precisaríamos encontrar o material certo para criar uma cápsula em torno da nave – esta distorceria a própria trama do espaço, deixando o veículo livre para acelerar ao infinito.
Claro que isso exigiria o uso de um composto totalmente novo, capaz de fazer essa distorção, nada parecido com o que conhecemos atualmente. Mais especificamente, segundo Lewis, precisaríamos de um material com densidade negativa.
Apesar de nunca termos encontrado um elemento que se encaixe nessa descrição, o fenômeno já foi detectado no universo. “O próprio espaço vazio possui densidade negativa”, diz Lewis. “A grande questão é que se pudéssemos extraí-la e dar forma a ela, basicamente teríamos a capacidade de ir além da velocidade da luz.”
Todas essas conclusões coincidem com as pesquisas que a Nasa tem realizado sobre viagens ultra-velozes. A Agência Espacial Americana tem um laboratório chamado Eagleworks (algo como “trabalho de águia” em inglês) que produziu esboços de como essa tecnologia funcionaria.
A proposta da Nasa colocaria uma nave no centro de anéis capazes de distorcer o espaço, assim como na ideia de Lewis. Assim, ela não precisaria viajar na velocidade da luz, mas utilizaria um atalho espacial criado artificialmente. Liderada pelo astrofísico Harold “Sonny” White, a equipe da agência ainda está no início das pesquisas, mas já começou a fazer buscas por incidências microscópicas dessas distorções.
“Se observarmos o trabalho de Newton 400 anos atrás, ou as pessoas que trabalhavam com física quântica há 100 anos, [vemos que] essas coisas, que começaram como sonhos, são reais atualmente”, disse Lewis em entrevista a ABC Science.
Ainda estamos distantes da concretização de viagens além da velocidade da luz e da exploração do espaço realmente profundo. Mas essas pesquisas revelam excelentes notícias. E a principal delas é que existe um caminho concreto e com base teórica sólida para que possamos realizar esses velhos sonhos da humanidade.
FONTES: sydney.edu | abc.net | EagleWorks | Nasa
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