quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Astrofísico explica por que Einstein pode ter revelado chave para viagens além da velocidade da luz


Astrofísico explica por que Einstein pode ter revelado chave para viagens além da velocidade da luz


A teoria da relatividade foi um presente de Einstein para a humanidade, mas ela também trouxe uma notícia um tanto decepcionante: não podemos viajar além da velocidade da luz. Com um universo tão vasto, esse fato complica qualquer plano de uma missão para além do nosso Sistema Solar, mesmo se possuíssemos a tecnologia para atingir a barreira dos 300 mil quilômetros por segundo.


Por exemplo, para chegar à Terra 2.0 localizada pela Nasa, e verificar se existe algum sinal de vida por lá, precisaríamos rodar por 1 400 anos a essa velocidade.

Mas o astrofísico Geraint Lewis, da Universidade de Sydney, Austrália, explicou durante uma palestra nesta semana por que seria possível fazer uma espaçonave exceder a velocidade da luz sem ferir a teoria da relatividade. Com essa tecnologia, poderíamos chegar ao sistema estelar mais próximo em duas semanas, de acordo com estimativas.

“Se olharmos a equação que Einstein nos deu, ela revela a possibilidade de entortar e distorcer o espaço de forma que seria possível viajar a qualquer velocidade no Universo”, disse Lewis em entrevista. Para fazer isso, diz o astrofísico, precisaríamos encontrar o material certo para criar uma cápsula em torno da nave – esta distorceria a própria trama do espaço, deixando o veículo livre para acelerar ao infinito.

Claro que isso exigiria o uso de um composto totalmente novo, capaz de fazer essa distorção, nada parecido com o que conhecemos atualmente. Mais especificamente, segundo Lewis, precisaríamos de um material com densidade negativa.

Apesar de nunca termos encontrado um elemento que se encaixe nessa descrição, o fenômeno já foi detectado no universo. “O próprio espaço vazio possui densidade negativa”, diz Lewis. “A grande questão é que se pudéssemos extraí-la e dar forma a ela, basicamente teríamos a capacidade de ir além da velocidade da luz.”



Todas essas conclusões coincidem com as pesquisas que a Nasa tem realizado sobre viagens ultra-velozes. A Agência Espacial Americana tem um laboratório chamado Eagleworks (algo como “trabalho de águia” em inglês) que produziu esboços de como essa tecnologia funcionaria.

A proposta da Nasa colocaria uma nave no centro de anéis capazes de distorcer o espaço, assim como na ideia de Lewis. Assim, ela não precisaria viajar na velocidade da luz, mas utilizaria um atalho espacial criado artificialmente. Liderada pelo astrofísico Harold “Sonny” White, a equipe da agência ainda está no início das pesquisas, mas já começou a fazer buscas por incidências microscópicas dessas distorções.

“Se observarmos o trabalho de Newton 400 anos atrás, ou as pessoas que trabalhavam com física quântica há 100 anos, [vemos que] essas coisas, que começaram como sonhos, são reais atualmente”, disse Lewis em entrevista a ABC Science.

Ainda estamos distantes da concretização de viagens além da velocidade da luz e da exploração do espaço realmente profundo. Mas essas pesquisas revelam excelentes notícias. E a principal delas é que existe um caminho concreto e com base teórica sólida para que possamos realizar esses velhos sonhos da humanidade.

FONTES: sydney.edu | abc.net | EagleWorks | Nasa






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