sexta-feira, 19 de junho de 2015

DNA mostra que esqueleto milenar tem ligação com índios americanos


DNA mostra que esqueleto milenar tem ligação com índios americanos

Imagem de 1997 mostra uma reprodução de plástico do crânio do homem de Kenniwick. O esqueleto antigo achado há 20 anos mostra proximidade com indígenas da América do Norte, de acordo com a análise de DNA feita por cientistas.

Ossada do 'homem de Kennewick' era alvo de disputa nos Estados Unidos.
Mapeamento do genoma do homem pré-histórico foi divulgado na 'Nature'.

"O homem de Kennewick", do alto de seus 8.500 anos, objeto de disputa entre entre indígenas, antropólogos e adeptos do culto de Odin, é geneticamente ligado aos índios da América - revelou um estudo publicado nesta quinta-feira (18) pela revista "Nature".


"Nós constatamos que o 'homem de Kennewick' é mais ligado aos índios americanos nativos do que a qualquer outra população do mundo", anunciaram os coautores do estudo, após terem conseguido mapear o genoma do homem pré-histórico.

Uma proeza científica que também importância legal: por quase 18 anos, todo mundo parece querer reivindicar o esqueleto.

Em 28 de julho de 1996 dois espectadores de uma corrida de hidroaviões sobre o rio Columbia, na cidade norte-americana de Kennewick, tropeçaram em um crânio. Assim, desenterraram o "homem de Kennewick" e fizeram a importante descoberta arqueológica. Com idade entre 45 e 50 anos, ele morreu de morte natural, mas aos 8.500 anos faz parte de uma verdadeira guerra jurídica.
Cinco tribos indígenas - Umatilla, Yakama, Colville, Nez Perce e Wanapum - apresentaram uma queixa conjunta, 

convencidos de que trata-se dos restos mortais de um dos seus antepassados. "Nossa religião nos ensina que sempre vivemos aqui, que fomos criados aqui", disseram. Para eles, trata-se do "Antigo" e ele tem direito a um enterro à altura.

Oito cientistas também levaram a questão aos tribunais para ser autorizados a examinar o "homem de Kennewick". 

Antropólogos e arqueólogos têm debatido há muito tempo as origens dos primeiros habitantes das Américas. Seus ossos são raros e o "homem de Kennewick" é precioso. Somente a análise de seu DNA vai revelar dados sobre seus descendentes.

A questão se complicou ainda mais quando a Assembleia de pessoas do povo Asatru, um culto da Califórnia cujos deuses são chamados de Odin e Thor, também recorreu à justiça federal para impedir que os restos contestados sejam entregues aos índios. Para os fãs dos Vikings não resta dúvidas: o "homem de Kennewick" é seu antepassado e não deve ser enterrado por um povo estrangeiro.


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