quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Como cidades brasileiras podem ser afetadas pelo derretimento das geleiras e aumento no nível do mar


Como cidades brasileiras podem ser afetadas pelo derretimento das geleiras e aumento no nível do mar

Pesquisadores da Nasa descobriram que quanto mais distante uma cidade está de uma massa de gelo, mais ela pode ser afetada por seu derretimento (Foto: Google Earth)


Modelo criado por engenheiros da Nasa mostra que, quanto mais longe estão de uma massa de gelo, mais as cidades portuárias devem se preocupar com sua dissolução; entre as analisadas estão Belém, Recife e Rio.


O derretimento acelerado de algumas das maiores geleiras do planeta - do Ártico à Antártida - aflige cientistas em todo o mundo há alguns anos. Afinal, a previsão é que o aquecimento global continue desintegrando as grandes massas de gelo do mundo, o que deve elevar o nível dos oceanos e transformar a Terra.

Mas antes que as consequências disso sejam sentidas globalmente, algumas cidades estarão na linha de frente das mudanças. Será que a sua precisa se preocupar?

Uma nova ferramenta desenvolvida por engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa tenta prever como 293 cidades portuárias do mundo - entre elas Rio de Janeiro, Recife e Belém - serão afetadas pelo derretimento de porções diferentes de todas as massas de gelo no mundo.

"A maioria dos modelos existentes é feita de um ponto de vista de alguém que está em cima do gelo, tentando entender como seu derretimento vai impactar o nível do mar em outro lugar do mundo", explicou à BBC Brasil o físico e engenheiro mecânico Eric Larour, líder do projeto.

"Mas resolvemos pensar do ponto de vista de alguém que está numa cidade costeira, tentando entender como as áreas geladas ao redor do mundo podem mudar o aumento do nível do mar ali. Por isso tivemos que usar computação reversa."

O estudo reafirmou o que os cientistas vêm dizendo há algum tempo - que o aumento do nível dos oceanos não será exatamente igual em todo o mundo.

Mas trouxe também uma informação surpreendente: não é o derretimento da geleira mais próxima de uma cidade que pode oferecer problemas - é justamente a mais distante.

"Quanto mais longe você está de uma massa de gelo, mais tem que se preocupar com ela. Mas as pessoas acham que é o contrário disso", diz Larour.


"Isso tem consequências muito grandes para o planejamento das estratégias das cidades."


Como o Rio de Janeiro será afetado pelo derretimento do gelo em cada região da Antártida; azul significa que a cidade é pouco sensível ao colapso desse trecho | (Foto: JPL Nasa)



Mapeamento de impressões digitais em gradiente Image caption Belém, apesar de estar mais longe da Antártida, é sensível ao derretimento em todo o continente gelado (Foto: JPL Nasa) 


Como o Brasil seria afetado?
As imagens geradas pelo novo modelo, que se chama mapeamento de impressões digitais em gradiente, mostram o nível sensibilidade das cidades brasileiras ao derretimento que ocorre na Antártida, na Groenlândia e em outras 13 massas de gelo - a maiores do mundo, que incluem o Estado americano do Alaska e a cordilheira dos Andes.

Quanto mais vermelha a área do mapa, mais sensível é a cidade ao derretimento naquela parte da massa de gelo. Quanto mais azul, menos impactada ela será.

No caso da Groenlândia, por exemplo, as três cidades brasileiras serão afetadas pela desintegração de qualquer parte do gelo - principalmente Rio e Recife (veja as imagens abaixo).

Já no caso da Antártida, o Rio, mesmo estando no Sudeste, é pouco afetado pelo derretimento na parte do continente que fica mais próxima da América do Sul - justamente o local que os cientistas dizem estar entrando em colapso mais rapidamente.




A maior preocupação para as cidades brasileiras deve ser justamente a parte da Antártida que fica mais próxima da Austrália e da Nova Zelândia. Essa sim pode causar um aumento no nível do mar nelas.

Larour diz, no entanto, que essa região não parece estar sob risco de derretimento no momento.

"A mensagem é que todos devemos nos importar com as massas de gelo, mesmo as que estão mais distante de nós. Aliás, especialmente as que estão mais distantes", afirma.

Usando imagens do satélite Grace, da Nasa, os engenheiros conseguiram mostrar também quanto as massas de gelo no mundo contribuem para cada milímetro de aumento no nível do mar nas cidades. 
Veja como a ferramenta funciona clicando no link abaixo:


Segundo os dados do Grace, o mar do Rio de Janeiro aumentou aproximadamente 3,03 mm por ano até 2015, por exemplo. O novo modelo consegue mostrar que 30% desse aumento vem do derretimento da neve da Groenlândia.

Em Recife, por sua vez, esse percentual é um pouco menor, e em Belém, menor ainda - mesmo que a capital do Pará esteja, a rigor, mais perto da Groenlândia.



Se derretesse de uma vez e por completo, a Groenlândia aumentaria em mais de 6 metros o nível do mar no mundo, mas a água se distribui de formas diferentes (Foto: Google Earth)



Por que isso acontece?
O derretimento da cobertura de gelo da Groenlândia, por exemplo, poderia aumentar os níveis do mar em 6,09 metros, de maneira geral, caso se liquefizesse por completo e de uma só vez. Mas as regiões da ilha estão derretendo em ritmos diferentes.

Eric Larour explicou à BBC Brasil que há três processos-chave que influem no padrão de mudanças do nível do mar no mundo. O primeiro deles é a gravidade. "Do mesmo jeito que corpos celestes como a Lua e o Sol se atraem, o oceano e o gelo se atraem, porque são massas enormes de água", explica.

"As massas de gelo são tão pesadas que, quando derretem, a gravidade em torno delas se modifica. Por isso, o oceano se afasta, seu nível decresce. O derretimento cria uma espécie de declive no oceano por muitos quilômetros."

Nessa perspectiva, é mais seguro, por exemplo, viver perto de uma grande geleira que esteja derretendo do que mais longe.

O modelo dos cientistas mostra, por exemplo, que cidades como Oslo, na Noruega, e Reykjavík, na Islândia, que estão mais próximas da Groenlândia, terão uma diminuição no nível do mar com o derretimento do gelo, não um aumento.

Além disso, o solo por baixo de uma geleira se comporta, segundo Larour, como um colchão, que se expande depois que seu dono se levanta dele pela manhã.

"O leito de rocha é comprimido pelo gelo, que é bastante pesado. Quando o gelo derrete, ele volta a se expandir verticalmente, ou seja, cresce lentamente. Se você está diante de uma praia, por exemplo, o solo 'sobe' e o mar recua", diz.

Apesar de estar no norte do Brasil, Belém é menos afetada pelo derretimento na Groenlândia do que Recife e Rio  (Foto: JPL Nasa) 


Recife será apenas um pouco menos afetada pelo derretimento da Groenlândia do que o Rio de Janeiro | (Foto: JPL Nasa) 


O nível do mar no Rio seria fortemente modificado pela dissolução das geleiras na Groenlândia (Foto: JPL Nasa) 


O último fator de mudança é a rotação do planeta. O engenheiro compara o planeta Terra a um pião girando em torno de seu eixo. "Assim como a Terra, o pião não só gira, mas ele também bamboleia, não faz uma rotação perfeita", diz.

"Com o gelo de uma parte da Terra está derretendo, a oscilação do planeta também muda (porque a massa em sua superfície fica distribuída de forma diferente). Isso também redistribui a água dos oceanos."

Por que o mar recuará
Como o derretimento das geleiras pode fazer o nível do mar cair.


A novidade do modelo criado pela equipe de Larour é incorporar todos esses elementos no modelo de previsão, para ter mais detalhes sobre como essa redistribuição acontece.

"Outros estudos já haviam mostrado a atuação desses três fatores, mas agora podemos calcular a sensibilidade exata - numa cidade específica - do nível do mar em relação a cada massa de gelo do mundo."

O objetivo principal, diz ele, é ajudar no planejamento das principais cidades do mundo para os próximos cem anos - sabendo quais geleiras apresentam mais risco e em que velocidade elas estão derretendo, governos podem pensar em como diminuir efeitos do aumento do nível do mar.

Larour ressalta que quase todo o gelo da Terra está em algum estado de derretimento. "Algumas áreas específicas estão aumentando, mas são poucas, e também há poucas que estão no meio do caminho. 

A maioria está derretendo ou quebrando, liberando mais icebergs no oceano."



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