quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Os dois lados das Cruzadas


OS 2 LADOS DAS CRUZADAS








Cruzada. No mundo pós-11 de setembro, a simples menção dessa palavra causa polêmica. Após o ataque às torres gêmeas, o presidente George W. Bush teve de pedir desculpas por usar o termo "cruzada" para nomear sua guerra contra o terrorismo. Osama bin Laden aproveitou a gafe. Em seu pronunciamento, o terrorista classificou a guerra no Afeganistão de "cruzada religiosa contra os muçulmanos". A palavra ressuscitava dos livros de história. Só faltava Hollywood se interessar pelo assunto. Não deu outra.

O enredo do filme Cruzadas, de Ridley Scott, que está chegando aos cinemas, gira em torno de um ferreiro que se torna cruzado. Em tempos de Guerra no Iraque, nada mais natural que um filme com tema tão espinhoso despertasse protestos antes mesmo do lançamento. Em agosto de 2004, o jornal The New York Times entregou o roteiro de Cruzadas para teólogos cristãos e islâmicos. Os cristãos não viram problema, mas os muçulmanos acusaram o filme de estar cheio de erros.
Afinal, o que foram as cruzadas? Um ato de fé e heroísmo? Um massacre covarde? "Não faz sentido buscar hoje bandidos e mocinhos", diz o holandês Peter Demant, historiador da USP. "As batalhas tiveram significados diferentes para o Ocidente e o Oriente". Existem, portanto, duas histórias das Cruzadas. Nada melhor do que narrar essa história dos dois pontos de vista. Como você poderá constatar nos dois textos que correm nas páginas seguintes, as versões não se contradizem. São olhares diferentes que ajudam a entender por que, nove séculos depois, o assunto continua fascinando - e causando polêmica - nos dois lados do mundo.


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