quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Supertempestade Solar - O que acontece se o Sol 'desligar' a tecnologia na Terra

Supertempestade Solar - O que acontece se o Sol 'desligar' a tecnologia na Terra

Exercício inédito testou como a agência reagiria a uma supererupção solar como a de 1859, capaz de deixar o mundo desconectado em minutos.

Imagine um apagão global no espaço e na Terra: satélites sem controle, GPS fora do ar, eletrônicos falhando e redes elétricas entrando em colapso.

Foi esse o cenário extremo simulado por engenheiros da Agência Espacial Europeia (ESA) na Alemanha, em um exercício inédito que colocou à prova a capacidade humana de reagir a uma tempestade solar de grandes proporções.

A experiência, realizada no Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC), em Darmstadt, reuniu dezenas de engenheiros e especialistas em clima espacial para enfrentar, de forma simulada, o pior pesadelo possível para a infraestrutura tecnológica moderna: uma supertempestade solar como a que atingiu a Terra em 1859, conhecida como Evento Carrington, a mais intensa já registrada.

Na época, o planeta ainda vivia a era do telégrafo. Mesmo assim, a tempestade foi capaz de causar incêndios nas linhas de transmissão e iluminar o céu noturno em cores avermelhadas até regiões tropicais. Países como Cuba tiveram até registros de auroras.

Hoje, com o mundo totalmente dependente de satélites, internet e sistemas elétricos, um evento semelhante teria impactos catastróficos, e é exatamente esse tipo de cenário que a ESA quer evitar.


Explosão solar registrada pela sonda Solar Orbiter, da ESA, em 30 de setembro de 2024. O evento durou
cerca de 15 minutos e liberou uma radiação intensa, com potencial de interferir em comunicações na Terra.
— Foto: ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI Team



Uma erupção que veio com tudo

O exercício fez parte da preparação para o lançamento do Sentinel-1D, novo satélite europeu de observação da Terra, previsto para decolar em 4 de novembro.

O teste começou de forma normal, simulando o lançamento e as primeiras operações do satélite, com todos os sistemas funcionando e as comunicações estáveis.

Poucos minutos depois, contudo, os dados começaram a apresentar falhas e o sinal do satélite ficou instável, como se tivesse sido atingido por uma forte erupção solar.

☀️ ENTENDA: uma erupção solar é uma explosão de energia na superfície do Sol causada pelo rompimento de campos magnéticos. Em poucos minutos, ela aquece o plasma a milhões de graus e libera radiação que pode interferir em satélites, GPS e comunicações na Terra.

Segundo a ESA, o objetivo dessa fase era comparar a resposta da equipe a esse cenário extremo, em que uma erupção solar simulada de intensidade semelhante às maiores já registradas atingiria virtualmente o satélite, gerando falhas nos sistemas de comunicação, radares e navegação, exatamente como ocorreria durante uma tempestade solar real.

Por isso, a partir desse ponto, o cenário ficou mais complexo. À medida que o cenário avançava, os sistemas começaram a responder de forma errática, simulando os efeitos de uma tempestade de classe X45, o tipo mais poderoso da escala usada para medir a intensidade dessas explosões.

Em um evento real, uma erupção desse porte poderia provocar apagões generalizados em comunicações e redes elétricas.

Segundo os cientistas, a radiação de um evento assim alcançaria a Terra em cerca de oito minutos, o que praticamente não deixa tempo para reação.




Simulação de tempestade solar no centro de controle da ESA, na Alemanha, testou
como equipes reagiriam a uma erupção extrema capaz de afetar satélites,
comunicações e sistemas de navegação. — Foto: ESA



Assim, essa fase da simulação reproduziu os efeitos de uma ejeção de massa coronal, uma nuvem gigantesca de partículas carregadas lançada pelo Sol.

Quando uma dessas nuvens atinge o campo magnético da Terra, ela pode causar tempestades geomagnéticas: distorções capazes de interferir no funcionamento de satélites, em redes de energia e até gerar auroras visíveis em latitudes incomuns, como já ocorreu no século 19.

“Caso uma tempestade dessas aconteça, o arrasto dos satélites pode aumentar 400%, com picos locais na densidade atmosférica. Isso eleva o risco de colisões e reduz a vida útil das missões por causa do maior consumo de combustível”, afirmou Jorge Amaya, coordenador de modelagem de clima espacial da ESA.

Durante o exercício, as equipes também simularam falhas nos instrumentos de orientação, perda de sinal e erros nos sensores que ajudam os satélites a se manterem na rota correta.

A ideia era testar como as equipes reagiriam a falhas simultâneas, algo que poderia ocorrer em um cenário real de tempestade solar.

“Se um problema assim acontecer de verdade, não há boas soluções. O objetivo seria apenas manter o satélite seguro e limitar os danos tanto quanto possível”, explicou Thomas Ormston, gerente adjunto de operações do Sentinel-1D.

O treinamento também contou com a participação do Escritório de Clima Espacial da ESA, criado em 2022, e do Escritório de Detritos Espaciais, que monitora o risco de colisões em órbita.

Ambos ajudaram a coordenar as respostas e a avaliar os possíveis impactos em outras missões.

“A principal conclusão é que não é uma questão de ‘se’ isso acontecerá, mas de ‘quando’”, reforçou Gustavo Baldo Carvalho, oficial líder de simulação do Sentinel-1D. “A escala e a variedade dos impactos nos levaram ao limite, mas a equipe dominou o desafio.”



Modelo de um satélite Sentinel-1, usado em treinamentos
e testes da ESA. — Foto: ESA/Mlabspace


Risco solar vem aumentando

Essa simulação da ESA faz parte de uma série de exercícios internacionais que vêm sendo realizados para preparar governos e agências espaciais diante do aumento da atividade solar.

Como o Sol passa por ciclos de cerca de 11 anos, o atual, chamado Ciclo 25, está no auge.

Segundo a Nasa, a agência espacial norte-americana, os últimos meses registraram um número de erupções acima do esperado.

Entre 2024 e 2025, mais de dez tempestades solares classificadas como fortes atingiram a Terra: a maior quantidade desde 2003.

Elas provocaram auroras em locais pouco comuns, como França, Alemanha e o norte dos Estados Unidos.

Em alguns momentos, houve falhas temporárias em sinais de GPS e comunicações de rádio, que chegaram até afetar rotas aéreas e marítimas.

Para reduzir riscos, diferentes países vêm reforçando esse monitoramento e a troca de informações. A ESA, por exemplo, antém o programa "Space Weather Readiness", responsável por simulações como a realizada na Alemanha.

A NASA, por sua vez, desenvolve o plano Solar Storm 2030, que reúne cientistas e o setor elétrico dos EUA para definir medidas de proteção de satélites e redes de energia.

Agências dos Estados Unidos, Europa, Japão e Canadá também realizam treinamentos conjuntos de resposta rápida, usando dados de satélites como o Solar Orbiter e o SOHO, que observam o Sol em tempo real.

Esses testes ajudam a definir protocolos de alerta e a melhorar a comunicação entre centros de previsão.

De acordo com especialistas, a meta é simples: não ser pego de surpresa.

As tempestades solares fazem parte do comportamento natural do Sol e, embora a maioria cause apenas pequenas interferências, os órgãos de monitoramento querem garantir que o mundo esteja pronto caso uma erupção mais forte volte a ocorrer.



Erupção solar extrema registrada em 2003 pelo observatório SOHO: a explosão, 28 vezes mais poderosa que uma típica flare de classe X, lançou bilhões de toneladas de plasma a
mais de 8 milhões de km/h no espaço. — Foto: ESA/NASA





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