Mostrando postagens com marcador lobo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador lobo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Descoberta de restos de animais da Era do Gelo na Inglaterra surpreende pesquisadores

Descoberta de restos de animais da Era do Gelo na Inglaterra surpreende pesquisadores

Ossos fossilizados de mamute, rinoceronte, lobo, hiena foram encontrados em caverna.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

A ciência explica por que os cachorros são os “melhores amigos” dos humanos

A ciência explica por que os cachorros são os “melhores amigos” dos humanos


É inegável que cachorros são companheiros para todas as horas. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

NA IDADE MODERNA LOBISOMENS FORAM CAÇADOS COMO BRUXAS

NA IDADE MODERNA LOBISOMENS FORAM CAÇADOS COMO BRUXAS


Durante o período, homens que se transformavam em lobos foram cruelmente perseguidos e executados.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Lobo-cinzento - Tudo em família


LOBO-CINZENTO: TUDO EM FAMÍLIA



Ele está sempre em algum lugar por perto, mas odeia encontro cara a cara. Prefere agir à noite, quando são menores as chances de ser pego em flagrante delito. No escuro, o lobo invade o território dos humanos e mata animais indefesos, como cordeiros e galinhas. Os uivos chorosos são o sinal de que o predador invisível está próximo. Quando o fazendeiro finalmente chega à cena do crime, só encontra penas e sangue. Esse comportamento de caça fez o estigma do lobo-cinzento, o maior e mais numeroso dos lobos: sorrateiro, desleal, quase sobrenatural na capacidade de matar e sumir. Deu origem a lendas de terror e detonou uma perseguição que quase acabou com a espécie.

O oportunismo não passa de uma estratégia de sobrevivência do lobo, animal que, se não tem o porte e a força de um leão, é inteligente o bastante para avaliar custos e benefícios nas caçadas. Mas só vai atrás de frangos quando a coisa realmente aperta - entre eles e um animal maior, como um alce, o lobo geralmente fica com o segundo. É mais vantajoso abater um jantar que dê para toda a família.

E a ajuda dos parentes - a alcatéia - é essencial no momento de encarar presas tamanho família. Um lobo-cinzento dificilmente atinge os 50 quilos - e sozinho nunca teria chances frente a um alce com dez vezes o seu peso e 2 metros de altura. "Na maioria das vezes, apenas um ou dois lobos realmente matam a presa, mas é correto dizer que todos os animais participam da caçada, porque todos ajudam a amedrontar e a cansar a vítima", diz o biólogo Marco Musiani, da Universidade de Roma, Itália.

Tudo na vida lupina gira em torno da alcatéia. Elas são compostas de seis a oito indivíduos, em média. "Mas existem alcatéias de até 20 lobos, e outras de apenas dois", afirma Marco. Independentemente do número de lobos que formam uma alcatéia, uma coisa é certa: em todas elas há uma rigorosa hierarquia. Os pais são os animais dominantes (os "alfa"), e usam linguagem corporal - andar com o rabo levantado, por exemplo - para indicar seu poder. Apenas eles podem se reproduzir dentro da alcatéia. São eles que lideram as caçadas, que demarcam o território e que ficam com os melhores pedaços das presas abatidas. E também são eles que tomam a dianteira em caso de terem de defender uma presa recém-abatida de alguma alcatéia rival.

A caçada em grupo requer planejamento. Primeiro, a alcatéia localiza a presa e se aproxima silenciosamente. Então, quando todos já estão próximos o suficiente e a presa já percebeu o ataque iminente, começa uma frenética perseguição, em que os lobos podem correr a uma velocidade de até 56 km/h. Quando estão prontos para atacar, cravam seus longos e afiados caninos geralmente no traseiro, flanco, ombros, pescoço ou nariz da presa. Depois de abatê-la, é hora de encher o estômago. No lobo, esse órgão pode armazenar cerca de 10 quilos de alimento para ser digerido depois - uma vantagem considerável, já que em ambientes selvagens nunca se sabe quando virá a próxima refeição. "Na natureza, um lobo se alimenta cerca de uma vez por semana," diz Marco Musiani.

Lobos são animais territoriais e estabelecem suas fronteiras com marcas de urina e fezes. Geralmente, eles conhecem muito bem seu pedaço de terra, que pode variar de 40 quilômetros quadrados a mais de 1 000 quilômetros quadrados. De tempos em tempos, percorrem-no para monitorar a oferta de potenciais vítimas. Um animal pode rondar até 50 quilômetros em um único dia. Ele é equipado para viagens longas: tem pernas compridas e patas largas, que o ajudam a se locomover na neve, e coração e pulmão grandes.

Outros órgãos cruciais são o nariz e os olhos. O olfato de um lobo, cerca de 100 vezes mais apurado que o nosso, permite que o animal fareje presas a até 5 quilômetros de distância. Basta um ínfimo traço de odor no ar para que o lobo consiga identificar sua possível vítima e ainda ter noção das condições de saúde dela. Além disso, um lobo enxerga tão bem à noite quanto de dia. "Suas retinas têm uma quantidade maior de células adaptadas à visão noturna", diz o biólogo Marco. Uma camada espelhada na retina reflete toda a luz disponível de volta para o olho. E sua visão periférica é sensível a movimentos repentinos.

Um incrível senso de oportunidade soma-se aos sentidos afiados do lobo. A caçada é facilitada pela escolha minuciosa da vítima, quase sempre vulnerável. A astúcia do lobo o leva aos doentes, aos feridos, aos velhos, aos filhotes. O que é bom até para as vítimas: ao matar os fracos, os lobos contribuem para uma população mais saudável de presas.
É no fim do inverno que os lobos têm mais facilidade para encontrar essas vítimas vulneráveis. A piora nas condições do tempo faz com que elas encontrem menos alimento e fiquem mais fracas - uma vantagem para o predador. A temporada de caça também é boa durante o verão, quando nascem os filhotes das presas preferidas dos lobos - que não são humanos. "A maior parte das pessoas tem muito medo de lobos. Isso é uma atitude irracional", afirma Marco Musiani. Ataques de lobos a pessoas são acontecimentos muito raros - mas ocorrem. Entre abril de 1993 e abril de 1995, eles invadiram repetidamente 63 aldeias no estado de Bihar, na Índia, e arrastaram 80 pessoas da cama para a floresta. Apenas 20 foram resgatadas. Como fazem com outros animais, os lobos preferiram atacar filhotes: 90% das vítimas eram crianças.


Sem caniço nem saburá


Lobos não são exatamente grandes pescadores, mas seu oportunismo não tem limites. Em 2002, observaram-se lobos-cinzentos capturando salmões nas regiões costeiras da Colúmbia Britânica, no oeste do Canadá. O biólogo Chris Darimont, na época um estudante da Universidade de Victoria, passou meses no arquipélago de Bella Bella estudando esse comportamento inusitado. Ele observou como os lobos caçam salmões: posicionam-se à beira da correnteza e, de repente, com um só golpe, agarram o peixe com a boca. Em uma única noite, uma alcatéia capturou nada menos que 200 salmões. O biólogo também observou lobos se alimentando de mexilhões e mariscos.


Fatos selvagens




Nome vulgar

Lobo-cinzento



Nome científico

Canis lupus



Dimensões

Até 2,1 metros de comprimento (do focinho à ponta da cauda) e 1 metro de altura



Peso

Até 50 quilos



Principais armas

Seus longos e afiados dentes caninos, além da caça em grupo



Comportamento social

O lobo costuma viver em grupos compostos geralmente por seis a oito indivíduos



Ataques a humanos

São raros. No entanto, podem acontecer, como os de Bihar, Índia



Quanto come

Cerca de 1 quilo por dia



Expectativa de vida

Em ambientes selvagens, lobos vivem entre 6 e 8 anos. Em cativeiro, esse número aumenta para até 20 anos



Dieta

Cervos, alces, veados, caribus, bisões, renas, búfalos, castores, coelhos



Principais inimigos

Ursos grizzly



Se você encontrar um
Não o alimente nem tente chegar perto. Se ele se mostrar agressivo ou se aproximar demais de você sem demonstrar medo, levante os braços e os agite no ar, para fazer com que você se pareça maior do que é. Afaste-se lentamente, sem dar as costas ao animal


Para saber mais




Na livraria

The Wolf Almanac - Robert H. Bush, Lyons Press, EUA, 1998

Wolves - Behavior, Ecology and Conservation - L. David Mech e Luigi Boitani, University of Chicago Press, EUA 2003



Nas bancas - DVD
Território Selvagem - Lobo - Documentário produzido pela BBC e lançado no Brasil pela revista Super.



.
.
.
C=67817
.
.
.
.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Lobo Bom - O Lobo das Malvinas

LOBO BOM - Lobo das Malvinas

Dócil e facilmente domesticável, o lobo-das-malvinas, também chamado de warrah, recebeu tranqüilamente os primeiros colonizadores do arquipélago próximo à Argentina, no século 17. Afinal, era o único mamífero terrestre da região, não temia predadores, vivia em harmonia com lobos-marinhos e focas e gostava de brincar. Tanto que recebeu o nome científico Dusicyon australis, que significa "cão bobo do sul". Do que o animal não poderia suspeitar é que essa ingenuidade facilitaria sua extinção, antes do final do século 19. O último exemplar da espécie foi abatido a tiros em 1876. Carcaças e esqueletos de 11 indivíduos viraram peças de museus da Europa e dos Estados Unidos.
Pouco se sabe sobre os hábitos alimentares desse lobo com ares de raposa, mas tudo leva a crer que ele comia pássaros - ovos e filhotes que encontrava em ninhos próximos ao chão -, pingüins, insetos e vegetais. Segundo relatos de marinheiros britânicos que andaram por aquelas terras, o animal chamava a atenção por emitir um som similar ao latido de um cão e tinha cerca de 60 centímetros de altura. Comportamento social e outras características permanecem um mistério. Nem mesmo o pai da teoria da evolução das espécies, o inglês Charles Darwin, que conheceu o warrah em 1833, coletou muitas informações quando esteve nas Malvinas - ou Ilhas Falkland, como preferem os britânicos, donos do território. Mas, já naquela época, ele conseguiu prever que o Dusicyon australis estava com os dias contados.
A perseguição ao lobo-das-malvinas começou quando os espanhóis e os escoceses passaram a criar gado e ovelhas na região. Acreditando que os animais nativos representariam uma ameaça para seus rebanhos, eles decidiram exterminá-los como se fossem pragas. E não era difícil chamar o canídeo para a morte, pois seu instinto mandava que ele se comportasse como o melhor amigo do homem. Os colonizadores atraíam o lobo com alguma comida ou uma simples promessa de afago, seguravam-no com uma mão e o esfaqueavam com a outra. Os criadores de ovelhas preferiam o método de envenenamento, mas não descartavam a caça a tiros em campo aberto. Ironicamente, nunca se comprovou que esses mamíferos realmente atacassem rebanhos.
A partir de 1830, caçadores de peles de empresas americanas começaram a desembarcar na região para transformar o warrah em casacos. O Império Britânico oferecia recompensas a quem exterminasse esses lobos de pêlo castanho-acinzentado. Roupas confeccionadas com a pele densa dessa espécie exótica logo se tornaram um sonho de consumo da burguesia da época. O único exemplar levado vivo para a Europa passou uma temporada no Zoológico de Londres, em 1868, e resistiu pouquíssimos anos. Os esforços de preservação foram feitos tardiamente. O lobo-das-malvinas já tinha pagado um alto preço por ser bonito demais aos olhos humanos.

Lobo-das-Malvinas
Nome científico: Dusicyon australis
Ano da extinção: 1876
Habitat: Ilhas Malvinas