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sábado, 16 de abril de 2011

Sumiço Relâmpago - Eugella Gastric - Brooding Frog

SUMIÇO RELÂMPAGO - Eungella Gastric-Brooding Frog



Logo após a descoberta da rã Rheobatrachus vitellinus, em janeiro de 1984, no Parque Nacional de Eungella, região centro-leste do Estado de Queensland, na Austrália, foi criado um programa de monitoramento dessa espécie. O objetivo era avaliar até que ponto esse anfíbio corria risco de extinção. Isso porque, três anos antes, um parente próximo, Rheobatrachus silus, havia desaparecido da face da Terra, e os cientistas queriam evitar que a espécie recém-identificada tivesse o mesmo destino. Mas não houve tempo de fazer muita coisa. Pouco mais de um ano depois, em março de 1985, o R. vitellinus deu seu último sinal de vida.
Conhecido pelos nomes populares eungella gastric-brooding frog ou então northern gastric-brooding frog (em português, seria algo como "rã incubadora gástrica do norte"), o R. vitellinus tinha um curioso processo de reprodução, similar ao do R. silus. Ambas as espécies engoliam seus ovos fertilizados, interrompiam o funcionamento do sistema digestivo e chocavam os ovos no estômago. A barriga da rã ficava tão cheia de girinos que mal conseguia inflar os pulmões de ar. Após seis a sete semanas de incubação, a rã regurgitava os filhotes pela boca. Nessa hora, permanecia com a boca bem aberta para facilitar a saída dos rebentos. Na única vez que o espetáculo do nascimento foi testemunhado, durou 34 horas.
O R. vitellinus tinha hábitos noturnos e, por isso, raramente era visto durante o dia. Gostava de ficar submerso na água somente com os olhos para fora. Sua coloração era marrom opaca, com manchas escuras ao longo do corpo. Pareciam pequenos pontos flutuantes, por causa de seu tamanho: a fêmea media de 42 a 58 milímetros e o macho, de 47 a 83 milímetros. Circulava entre as rochas dentro da água. Dali tirava seu alimento, capturando pequenos insetos e larvas.
As causas de sua extinção não são conhecidas. A teoria mais recente aponta o fungo Chytridiomycota como responsável pelo sumiço da rã. O fungo pode ter sido introduzido no habitat por meio de peixes migratórios, pássaros e insetos aquáticos. Alguns cientistas acreditam que a resistência do anfíbio foi sendo minada por mudanças climáticas provocadas pelo efeito estufa e pela contaminação das águas pela atividade da mineração.

Eungella Gastric-Brooding Frog
Nome científico: Rheobatrachus vitellinus
Ano da extinção: 1985
Habitat: centro-leste de Queensland, Austrália

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Estômago que chocava - Gastric Brooding Frog

O ESTÔMAGO QUE CHOCAVA - Gastric Brooding Frog



Clima tropical, rochas e águas rasas formavam o habitat perfeito para a Rheobatrachus silus, descoberta em 1973 e encontrada somente na Floresta Tropical Australiana, na Cordilheira de Blackall e no Parque Nacional de Conondale, no sudeste do Estado de Queensland. Conhecido pelo nome popular gastric-brooding frog (em português seria algo como "rã de incubação gástrica"), esse anfíbio tinha mais hábitos aquáticos do que terrestres. Como passava a maior parte do tempo dentro d’água e era um excelente nadador, suas patas traseiras eram palmadas, ou seja, possuíam membranas natatórias. Mas a rã gostava também de ficar nas fendas das rochas, escondendo-se da enguia, um de seus principais predadores.
A fêmea atingia a idade reprodutiva com cerca de dois anos. Ela botava em torno de 40 ovos e, depois de fertilizados pelo macho, engolia-os de volta. Os girinos se desenvolviam dentro do estômago da mãe por seis a sete semanas. Depois, eram expelidos, um a um, pela boca, completamente formados. Nasciam cerca de 25 rãzinhas. Os cientistas não sabem se a fêmea engolia todos os ovos e se alimentava de alguns deles ou se ela não engolia todos. De qualquer modo, era intrigante essa capacidade da fêmea de interromper a produção do suco digestivo enquanto os girinos estavam em seu organismo. Infelizmente, o segredo de como ela conseguia fazer isso desapareceu juntamente com a espécie, em 1981. Essa informação poderia ser útil, por exemplo, para pesquisas sobre tratamentos de gastrite e úlceras gástricas.
Há muitas teorias sobre as razões do desaparecimento das gastric-brooding frogs. O efeito estufa (elevação da temperatura na Terra em conseqüência do aumento da emissão de gases na atmosfera) é citado freqüentemente como uma das causas da extinção de vários anfíbios. Especula-se também que as rãs teriam sido dizimadas por um microrganismo, Phylum chytridiomycota. Outra hipótese plausível é a destruição do habitat pelo homem. Acredita-se que as três causas sejam interdependentes.

Gastric- Brooding Frog
Nome científico: Rheobatrachus silus
Ano da extinção: 1981
Habitat: Queensland, Austrália

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