11/06/09 - 08h05 - Atualizado em 11/06/09 - 08h05
Pesquisador inventa tijolo feito de casca de coco e de castanha
Material é mais resistente do que o tijolo comum.
Blocos não precisam ser cozidos, evitando o uso de lenha.
Um novo tijolo inventado pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) não utiliza barro em sua composição. No lugar da argila, são usados restos de casca de coco, de castanha-do-pará e de tucumã, que costumam ser descartados no processamento dessas frutas.
Segundo o pesquisador Jadir Rocha, da área de recursos florestais do Inpa, o novo tijolo é mais resistente que o original, com a vantagem de oferecer mais proteção contra o calor amazônico. “Como as matérias-primas são de vegetais, proporcionam um ambiente muito agradável, faça chuva ou faça sol”, afirma.
Características do tijolo vegetal Matéria-prima Cascas de coco, “ouriços” de castanha-do-pará, caroços de tucumã e resina.
Durabilidade É resistente a cupim, a chuva e é mais duro do que o tijolo comum.
Aplicação Em edifícios baixos, pois é compacto e tem peso parecido com o tijolo comum.
Vantagens materiais Proporciona mais proteção contra o calor amazônico e não utiliza cimento.
Vantagens ecológicas Recicla restos de frutas que iriam para o lixo e não precisa ser cozido, evitando o consumo de lenha. Além disso, evita a mineração de argila, que é prejudicial ao meio ambiente.
Desvantagens Empresas terão que negociar autorização do Inpa para produzir o novo tijolo. Além disso, a resina utilizada para dar liga aos pedaços vegetais é derivada de petróleo.
Custo Semelhante ao tijolo de barro.
Para conseguir agrupar as cascas duras das frutas e formar um bloco compacto, os restos são triturados, misturados com uma resina e prensados. Além de reciclar esses materiais, o tijolo vegetal tem a vantagem ecológica de não precisar ser cozido, evitando que árvores sejam cortadas para alimentar fornos.
Casca que envolve as castanhas-do-pará, conhecida como ouriço, é um dos principais componentes do tijolo vegetal. Como a invenção ainda não foi patenteada, o Inpe não pode divulgar fotos do novo tijolo. (Foto: Inpa/Divulgação)
Outra vantagem enumerada por Rocha é que o novo tijolo dispensa cimento, pois tem um encaixe que une as peças. Água e cupim, graças à resina utilizada para colagem, também não serão problema. “Utilizamos resina fenólica, uma cola irreversível. Ela é derivada de petróleo. O ideal seria que tivéssemos resinas naturais, mas infelizmente as pesquisas ainda estão começando”, diz o pesquisador do Inpa.
Madeira artificial
Uma outra novidade apresentada pelo laboratório de Rocha é uma chapa resistente fabricada com folhas. Ela serve para fazer móveis e divisórias, substituindo as chapas de aglomerado, feitas de serragem.
Chapa feita de folhas pode substituir o aglomerado, feito de serragem e usado na fabricação de móveis e divisórias. (Foto: Inpa/Divulgação)
“As folhas passam por um processo de trituração e depois são secas e juntadas com resina. Para dar mais sustentação, colocamos mantas de fibras de vidro. Futuramente, vamos substituí-las por um vegetal, mas isso ainda é segredo industrial."
As chapas de folhas e os tijolos vegetais ainda não são produzidos comercialmente, e estão sendo patenteados pelo Inpa. Para que indústrias possam fabricar os produtos, o instituto conta com um setor especializado em vender tecnologias desenvolvidas lá.
Infelizmente o capitalismo ainda impera nesse nosso mundo. Existem milhões de alternativas sustentáveis e muito mais baratas para todos os segmentos da industria, pena que o país ainda não acordou pra essa realidade.
ResponderExcluirTodos estão de parabéns!