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sábado, 4 de novembro de 2023

Tumba de escriba real contendo feitiços é encontrada no Egito

Tumba de escriba real contendo feitiços é encontrada no Egito

No local, foi encontrado um grande sarcófago de pedra, além de representações de deuses.

sábado, 15 de abril de 2023

3 mitos nórdicos que continuam a influenciar a sociedade

3 mitos nórdicos que continuam a influenciar a sociedade

Os antigos vikings, repletos de histórias de deuses e heróis, deixaram alguns mitos que ainda perduram atualmente.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Espanha devolve valiosos artefatos arqueológicos para o Egito

Espanha devolve valiosos artefatos arqueológicos para o Egito

Entre as peças está uma escultura que representa a deusa guerreira Sekhmet.

sábado, 7 de novembro de 2020

Templo viking de 1200 anos dedicado aos deuses Thor e Odin é descoberto na Noruega

Templo viking de 1200 anos dedicado aos deuses Thor e Odin é descoberto na Noruega

Arqueólogos encontraram as ruínas de um antigo templo dedicado aos deuses nórdicos Odin e Thor na Noruega. 

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Muitas estátuas do Antigo Egito ficaram sem nariz por um motivo curioso

Muitas estátuas do Antigo Egito ficaram sem nariz por um motivo curioso



Várias estátuas do Antigo Egito sobreviveram à passagem do tempo e continuam praticamente intactas depois de milênios. 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Ascensão e queda do homem mais poderosos do mundo


Ascensão e queda do homem mais poderosos do mundo


Ele se considerava um filho direto dos deuses, mas acabou esquecendo de que não era imortal...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Você conhece os seus deuses ? A esquecida mitologia brasileira


Você conhece os seus deuses ?  A esquecida mitologia brasileira


Thor, Zeus, Hórus, Júpiter... Você provavelmente já ouviu falar em todos eles. Mas alguma vez na vida você já parou pra pensar sobre os deuses das culturas nativas do Brasil? Ao que parece, nossa herança cultural nativa é sempre sub-julgada pelas culturas estrangeiras...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Como surgiram os nomes dos dias da semana


Como surgiram os nomes dos dias da semana


Na língua portuguesa, a origem dos nomes dos dias da semana vem da Idade Média. O domingo, derivado do latim "dies Dominica", dia do Senhor, é considerado o último da semana para os cristãos. Ou seja, o sétimo, quando Deus descansou da criação do mundo.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Os Martelos dos Deuses


Os Martelos dos Deuses


Um curioso objeto descoberto no século 19 intrigou muitos pesquisadores. Trata-se de um martelo rudimentar, encontrado pelo renomado cientista David Brewster, na cidade de Kingoodie, na Escócia. Até os dias de hoje ninguém conseguiu explicar todas as perguntas levantadas a seu respeito. Brewster estava estudando fósseis no ano de 1844, quando descobriu o objeto dentro de um bloco de arenito, imediatamente o levou para análise. De acordo com as datações iniciais, que eram muito imprecisas na época, eles concluíram que a ferramenta havia sido produzida na Idade de Pedra.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um Touro Seduziu Europa - Mitologia


UM TOURO SEDUZIU EUROPA - Mitologia



Segundo a lenda, a paixão de Zeus por uma mulher povoou a Ilha de Creta. Assim começou aquela que seria a primeira civilização genuinamente européia.

Cronos, o senhor do Universo segundo a fascinante mitologia grega, cultivava o estranho hábito de devorar seus próprios filhos, temendo que um deles o destronasse, ambicionando o poder (havia ainda um acordo com seu irmão mais velho, Titão, que desistiu do trono em favor de Cronos desde que este eliminasse os próprios filhos, a fim de que mais tarde o poder voltasse a um dos seus descendentes). Assim foram devorados Poseidon (Netuno, para os romanos), Hades (Plutão) e Hera (Juno). Grávida pela quarta vez, Réia, a mãe de todos eles, fugiu do céu e escondeu-se num vale profundo onde deu à luz Zeus (Júpiter), o qual foi imediatamente entregue aos cuidados de uma ninfa, enquanto o faminto Cronos devorava uma pedra que Réia envolvera em cueiros, para enganá-lo. A ninfa-babá levou o recém nascido para a ilha de Creta, onde o escondeu em uma gruta velada por cerrada vegetação. Ali Zeus teve uma infância de dar água na boca: foi alimentado com o leite da cabra Amaltéia, mel trazido pelas abelhas, ambrosia oferecida pelas pombas e o néctar, licor da imortalidade, que uma águia colhia diretamente na fonte divina; as ninfas Adrastéia e Ida brincavam com ele; e os sacerdotes de sua mãe, exímios no trabalho com metais, dançavam ao seu redor, batendo espadas, cujo retinir abafava seu choro e evitava sua descoberta pelo desconfiado Cronos.
Quando se tornou adulto, Zeus fez exatamente o que seu pai temia, destronou-o e assumiu o poder .Governando o Olimpo, a alta montanha onde viviam os deuses, ele viveu uma vida cheia de aventuras - e cheia de amores. Mas conservou uma especial afeição por Creta, a ilha onde passara a infância feliz, e que visitava constantemente. Um dia, estando ali assentado no cume do monte Ida, olhando distraído para os lados da distante costa da Ásia Menor, enxergou uma mulher de extraordinária beleza, brincando na praia com algumas amigas. Era Europa, filha de Agenor, rei da Fenícia. Zeus, coração ardente, tomou-se logo de paixão por aquela mortal belíssima, e imediatamente quis possuí-la. Para tanto, tomou a forma de um também belíssimo touro branco, com chifres em meia-lua. Manso e amável, o touro-Zeus brincou na praia com Europa, que confiante se sentou em seu dorso.
Zeus atirou-se ao mar, nadou até a vizinha Creta e às margens de um bucólico regato viveu um ardente romance com Europa. Do qual nasceram, em rápida sucessão, Minos, Radamanto e Sarpedão. Quando o deus enjoou de Europa, deu-a em casamento ao rei de Creta, Austerião. Quando este morreu, Minos, o primogênito de Europa, subiu ao trono - e nesse ponto a lenda começa a encontrar-se com a realidade. Pesquisas arqueológicas realizadas no começo deste século, as primeiras que se ocuparam do passado de Creta, conduzidas pelo cientista inglês Arthur Evans, demonstraram que, deuses à parte, na pequena ilha desenvolveu-se uma civilização extraordinariamente avançada, cujo apogeu aconteceu exatamente sob o comando de um monarca chamado Minos.
Evans conseguiu estabelecer que essa civilização surgiu por volta de 3000 a.C e chegou ao fim em 1400. Quando chegou ao auge do florescimento, entre 2000 e 1700, os povos gregos do continente eram pouco mais que bárbaros, e pelo menos mil anos passariam antes que Atenas se tornasse a sua capital cultural. Supõe-se que os povos responsáveis por ela vieram da África ou, mais provavelmente, da Ásia, para onde olhava Zeus quando se enamorou de Europa. Desde cedo os barcos cretenses dominaram o Mar Mediterrâneo. Eram bons barcos construídos para o que sempre foi um fecundo comércio com os povos do continente ou das ilhas vizinhas. Mas quase imediatamente começou a construção dos barcos de guerra incumbidos de defendê-los. Isso fez de Creta a primeira potência naval de que se tem notícia. Foi assim que os minóicos, como eram chamados, pouco a pouco foram deixando sua marca ao longo da costa européia, influindo decisivamente no desenvolvimento cultural e econômico dos diferentes povos que a habitavam.
Dividida, a princípio, em vários pequenos Estados, que talvez fosse melhor chamar cidades, que guerreavam constantemente entre si, Creta só chegou à unidade por volta de 2000 a.C., sob a monarquia de Minos. A capital foi estabelecida em Cnossos, quando a humanidade vivia a Idade do Bronze, e a pequena ilha era um exemplo de progresso, riqueza e cultura só superado em alguns outros poucos lugares. Os egípcios, por exemplo, já estavam utilizando o papiro e eternizando os corpos de reis, rainhas e princesas na forma de múmias. Os babilônios domesticavam galinhas e produziam o primeiro mapa do país. Os sumerianos tornavam-se os primeiros cervejeiros do mundo. Na América, os incas peruanos mal começavam a cultivar o algodão, enquanto na Ásia, os chineses, donos de uma cultura mais sofisticada, já conseguiam determinar os solstícios e os equinócios, aqueles momentos do ano em que o Sol está mais distante do equador terrestre, no primeiro caso, e corta o equador celeste no segundo.
Aos minóicos não se credita nenhuma descoberta desse porte, mas é certo que eles dispunham de conhecimentos e tecnologia que lhes permitiam viver com conforto, até mesmo com luxo e refinamento. Dominavam os segredos da produção do vinho e do azeite, os principais produtos que serviam ao comércio realizado por sua vasta frota marítima. Esgotos sanitários, utilizando uma rede de fossas e filtros à base de areia para purificação da água, eram exemplos da sofisticação atingida em sua vida cotidiana naquela época tão remota. Nessa sociedade, as mulheres tinham papel muito destacado -as estatuetas descobertas pelos arqueólogos são sempre de deusas não de deuses, e as cerimônias religiosas eram oficiadas por sacerdotisas. Nas pinturas recuperadas, as mulheres aparecem em carruagens, enquanto os homens caminham. As casas eram grandes, de um, dois, três e em alguns casos até quatro pavimentos, com muitas pinturas nas paredes. Uma característica marcante dessas pinturas é que elas não retratam cenas de guerra, substituídas por flores, borboletas, pássaros, até mesmo animais marinhos. Um campo em que os artesãos minóicos se destacaram foi a ourivesaria. Trabalhando o ouro que os navios mercantes traziam da África, suas jóias, até onde é possível garantir isso, ganharam fama em todos os países onde foram conhecidas. Sua arte de gravar em pedra chegou a incluir motivos abstratos de desenhos, como espirais e círculos concêntricos, embora sempre predominassem as figuras de animais, reais ou imaginários, os touros em particular, que desde a lenda original estiveram sempre presentes nos cultos e nas tradições cretenses. A cerimônia que marcava a passagem dos adolescentes masculinos para a condição de adultos, por exemplo, era um perigoso encontro com um desses animais em praça pública, em que os jovens deviam dar demonstração de força, coragem e destreza. Com alguma boa vontade, pode-se até situá-la como ancestral das touradas que ainda hoje encantam várias nações européias. Assim, estudar a civilização minóica que floresceu em Creta há 4 mil anos é navegar entre a história e a lenda. O próprio Arthur Evans, ao iniciar suas escavações, bateu sua picareta num dos mitos mais famosos da Antigüidade. Ao escavar onde se presumia estivesse o palácio de Cnossos, ele descobriu as ruínas do labirinto onde, diz a lenda, vivia o Minotauro. Esse monstro nasceu do romance entre a mulher de Minos, Pasifae e um belo touro que o rei deveria sacrificar ao deus Poseidon, mas preferiu guardar em suas estrebarias. É claro que a paixão de Pasifae pelo touro foi provocada pelo vingativo deus dos oceanos.
Para aproximar-se de seu amado, Pasifae foi ajudada pelo arquiteto Dédalo, que preparou para ela um disfarce de vaca tão perfeito que enganou e seduziu o touro. Nascido o Minotauro, metade touro, metade homem, Minos ordenou ao mesmo Dédalo a construção de um complicado conjunto de salas, quartos e corredores, de onde ele jamais pudesse sair. E lá viveu o pobre monstro, durante muito tempo, recebendo de Minos sete moças e sete rapazes, anualmente, que o rei recebia como tributo dos povos vencidos na guerra. Minos deu-se mal quando cobrou esse tributo de Atenas: entre os condenados estava o herói Teseu, que não apenas destruiu o Minotauro, mas conseguiu escapar do labirinto, graças ao novelo de linha que lhe fora dado pela filha do monarca, Ariadne. Aparentemente, essa espetacular vitória de Teseu é outro momento em que a lenda se encontra com a realidade. Ela deve corresponder ao momento em que outros povos, vindos do continente asiático, empreenderam a conquista de Creta que a já decadente civilização minóica não conseguia sustentar. Há vagas suspeitas de que fenômenos naturais, como terremotos, podem ter ajudado na sua destruição, mas nada é certo. Das escavações e pesquisas realizadas a partir dos trabalhos de Evans ficou a certeza de que os minóicos foram os primeiros europeus civilizados.

Do lado do Sol poente

As origens do nome Europa são obscuras, como obscuros são os motivos pelos quais passou a designar o continente. A hipótese mais razoável leva sua origem a registros de monumentos assírios, onde se contrastava asu - a terra do Sol nascente - e ereb, a terra do Sol poente, da escuridão. Assim, Ásia ficou sendo o nome do continente a leste, Europa o do continente a oeste. Como nome do continente, aparece pela primeira vez no hino homérico ao deus Apolo, do século IX a.C., designando a Grécia continental em oposição ao Peloponeso e às ilhas do mar Egeu. O nome da princesa raptada por Zeus, portanto, teria ligação com o fato de ter ela sido levada para Creta, do lado do sol poente. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Na Montanha dos Deuses - Mitologia



NA MONTANHA DOS DEUSES - Mitologia



Os gregos antigos instalaram suas divindades no pico do Olimpo, a mais alta montanha que conheciam. Ali, os deuses levavam a vida que os homens gostariam de pedir para si.

Uma montanha de exatamente 2917 metros de altura, perdida nos confins do nordeste da Grécia, entre as regiões da Tessália e da Macedônia, influencia desde há perto de 3 mil anos toda a cultura ocidental. E as histórias que se contam dessa montanha são importantes até hoje no cotidiano, no pensamento, nos hábitos e costumes - até na ciência. É o monte Olimpo, que de acordo com a religião dos gregos antigos - seguida do século IX a.C. ao IV d.C., até ser substituída pelo cristianismo - era a morada de seus deuses. Hoje, o Olimpo é a sede de um parque nacional, preservado pelo governo grego. Mas, pelo menos mil anos antes de Cristo, com suas escarpas abruptas, seus altos eternamente cobertos de neves e geralmente encobertos pelas nuvens, o Olimpo, a montanha mais alta conhecida pelos gregos - ou melhor, seu pico então inacessível -, foi conhecido como a casa dos deuses, mais ou menos como os devotos de outras religiões concebem o céu.
Esses deuses, que tinham forma humana, mas eram maiores, mais belos e mais leves que os humanos (sendo capazes até de voar e, acima de tudo, imortais), viviam uma vida cheia de peripécias e aventuras, marcada por intrigas entre eles próprios e entre eles e os seres humanos a que influenciavam. À descrição das vidas dos deuses se dá o nome de mitologia. A palavra mito é grega e quer dizer "palavra final", pois a mitologia era usada como explicação definitiva dos fenômenos da natureza e da sociedade.
A mitologia grega, adotada depois pelos romanos, que deram outros nomes aos mesmos deuses, foi codificada no século IX a.C.  pelo poeta grego Homero, em suas epopéias Ilíada e Odisséia, e um século depois pelo poeta Hesíodo, em sua Genealogia dos deuses. A religião não era hierarquizada nem dogmática. Ou seja, não havia um grupo de sacerdotes encarregado de manter a pureza das verdades doutrinárias. E aquelas codificações variavam enormemente de época para época e de região para região. De qualquer modo, em todas as variantes, os deuses eram comandados por um ser supremo, Zeus (Júpiter para os romanos). Zeus é outra forma da palavra do antigo indo-europeu que deu em português as palavras Deus e justiça. Júpiter é a junção das palavras latinas jus e pater. Jus é o "fazer jus", que deu justo e justiça, e pater quer dizer pai. Ou seja, pai da justiça.
Zeus originariamente era o deus do clima dos antigos gregos. Tratava-se de nômades guerreiros que, chegando do centro da Europa em ondas sucessivas onde hoje é a Grécia, ali encontraram uma civilização agrícola avançada - baseada na metalurgia do bronze e no cultivo de uva, oliva, trigo e cevada - que tinha seus próprios deuses. Ou melhor, deusas, pois os homens primitivos, ao se fixarem à terra, costumavam cultuar divindades femininas que pudessem assegurar aos seus campos a fertilidade, associada às mulheres. Já os povos guerreiros, como os gregos eram inicialmente, adotavam em geral divindades masculinas, por exemplo, Zeus, o deus das tempestades, que enviava raios à Terra.
Sendo guerreiros, os gregos dominaram os pacíficos povos agrícolas que ocupavam o que hoje é a Grécia. Essa dominação foi se dando de 2000 a.C. até por volta de 1000 a.C. , tempo mais que suficiente para o idioma grego se impor aos povos vencidos e para haver uma fusão das culturas entre dominantes e dominados. Assim, quando a religião grega foi codificada por Homero e Hesíodo, Zeus aparece casado com Hera (Juno para os romanos), originalmente uma deusa dos povos anteriores aos gregos - antigos cretenses e micenianos - associada à fertilidade. No Olimpo grego, Hera passou a ser a deusa da maternidade e da vida doméstica, e assim, de deusa rural, ela se tornou urbana.
A mitodologia diz que Zeus teve casos e filhos com várias outras deusas e ainda com mulheres comuns. Contra elas, Hera vivia armando ciumentas intrigas. Mas quem era Zeus? No princípio, segundo Hesíodo, havia o Caos, que em grego quer dizer vazio. Caos, porém, teve dois filhos, Urano, o céu, e Géia, a Terra. Urano e Géia tiveram vários filhos, entre eles Cronos, o tempo, e Réia. Cronos e Réia casaram e tiveram vários filhos. Mas Cronos, que atacou o próprio pai Urano, também devorou cada um dos seus filhos, até que Réia deu à luz Zeus e escondeu o bebê, substituindo-o nas fraldas por uma pedra. Por engano, na ânsia de devorar seus filhos, Cronos engoliu a pedra.
Oculto do pai, Zeus cresceu e desenvolveu-se como um jovem vigoroso, que acabou derrotando Cronos numa luta e o obrigou a vomitar todos os filhos que engolira. Assim, Zeus libertou, entre outros, dois irmãos com os quais partilhou o mundo conhecido dos gregos: Zeus ficou com o céu, Posêidon (Netuno para os romanos) com os oceanos e os rios, e Hades (Plutão) com o mundo subterrâneo, ou inferno. Como morada, Zeus ficou com o Olimpo, não só porque era a montanha mais alta e, portanto, mais próxima do céu como também porque seu pico sobressai entre as nuvens. De modo que se criou a noção de que na morada dos deuses, acima das nuvens, jamais poderia haver tempestades.
Outros irmãos de Zeus foram também vomitados por Cronos, como Hera, com a qual ele se casou, e Deméter, que os romanos conheciam como Ceres, nome de que derivou a palavra cereal. Ela era cultuada como a deusa da agricultura. Por isso não morava no Olimpo e sim no reino vegetal. Deméter teve uma filha com Zeus, Perséfone, raptada por Hades para viver com ele no submundo. Deméter então queixou-se a Zeus e este decidiu que Perséfone passaria um terço de cada ano com Hades e dois terços com a mãe, no reino vegetal. E aqui está uma das funções do mito, a de explicar a natureza: o terço do ano que Perséfone vivia no inferno era identificado com o seco verão grego, no qual a vegetação sobrevivia precariamente. Mas renascia quando Perséfone voltava para a casa da mãe.
Além de Hera, a mulher oficial, Zeus aprontava das suas. Disfarçando-se de cisne, seduziu Leda, mulher do rei de Esparta, e com ela teve os filhos Helena e Dóscuros (os gêmeos protetores da navegação). Com Europa, filha do rei da Fenícia, a quem seduziu disfarçado de touro, Zeus teve os filhos Minos, rei de Creta, e Radamanto, rei das ilhas Cíclades.
Ambos se tornaram juízes dos mortos no submundo. O rapto de Helena, casada com Menelau, rei de Esparta, acabou, segundo Homero, desencadeando a guerra entre gregos e troianos. Páris, o raptor, era da família real de Tróia.
Essa novela poderia se estender indefinidamente, pois a mitologia tem centenas e centenas de histórias com uma multidão de deuses, heróis (filhos de um deus ou deusa com um simples mortal) e seres humanos. Não faltam também guerras e catástrofes, além de episódios de criação das artes e das ciências como o de Prometeu, o deus que, por ter roubado o fogo dos deuses e o entregado aos humanos, foi condenado por Zeus a ficar eternamente acorrentado a um rochedo e a ter seu fígado repetidamente devorado por uma águia. Entre os deuses mais importantes pode-se citar ainda Afrodite (Vênus), a deusa da beleza.
Ela nasceu junto à ilha de Chipre, na espuma criada no mar pelos órgãos genitais de Urano, que haviam sido cortados e lançados ao mar por Cronos. Afrodite casou-se com Hefaistos (Vulcano), o deus das forjas e dos vulcões, ferreiro dos deuses. Hefaistos, que nasceu coxo, era filho de Zeus e Hera. Deusa da beleza e do sexo, Afrodite teve vários casos extraconjugais. O mais célebre foi com Ares (Marte), deus da guerra e também filho de Zeus e Hera. Apolo , filho de Zeus e Leto, era o mais cultuado, pois enviava presságios aos humanos.
Importante também era Atena (Minerva ). A deusa da sabedoria não tinha mãe, pois nascera da cabeça de Zeus. Tornou-se a protetora da cidade de Atenas.
A mitologia grega sobrevive nas palavras que se usam hoje, como Deus, justiça, cereal etc., nos nomes dos planetas, na palavra geografia, a ciência de Géia. Assim, essa distante montanha, que emprestou o nome à cidade de Olimpo, no Sul da Grécia, onde no Século VIII a.C. começaram a ser disputadas as Olimpíadas, é uma presença permanente no cotidiano das pessoas. O teatro, por exemplo, tem origem nos coros entoados pelas sacerdotisas embriagadas por Dioniso, deus do vinho e das orgias, que os romanos chamavam Baco. Daí originou-se a palavra bacanal. Enquanto as artes plásticas descendem das pinturas e das estátuas com imagens dos deuses gregos, a arquitetura ainda usa colunas, pórticos e naves dos antigos templos da Grécia.
E a vida continua povoada de mitos, pois até hoje a ciência se baseia em dois axiomas que - do ponto de vista estritamente lógico - são tão impossíveis de provar como os antigos mitos gregos: o de que o mundo existe fora da mente humana e o de que ele pode ser conhecido pela mente. Isso sem contar os mitos que geraram grandes descobertas científicas, como o da atração secreta entre as coisas, que levou Newton a descobrir a gravitação universal; ou o de que o movimento dos planetas influencia o sangue, graças ao qual o inglês Willian Harvey (1578-1657) descobriu a circulação sanguínea. E, enfim, o mito de que o movimento das marés, que teria ajudado o naturalista também inglês Charles Darwin a se interessar pela anatomia das espécies. Assim, os mitos criados pelos antigos gregos transformaram-se em eternos companheiros do homens. 

Um dia no Olimpo

Como era o cotidiano dos deuses no Olimpo? Invejável, sem dúvida. O único trabalhador era Hefaistos, o ferreiro, que produzia os artefatos - ferraduras para o cavalo alado Pégaso, armas para Ares e para os demais. Os outros viviam em festas e banquetes, presididos por Zeus, de onde só saíam para intervir nos destinos humanos e no dos animais, plantas e elementos. Zeus podia abrir o banquete ordenando que a copeira Hebe, sua filha com Hera, servisse a ambrosia, o alimento dos deuses, semelhante ao mel de abelhas, que deu o nome ao famoso doce. Mas a bebida, o néctar, derivado do mel (uma das primeira bebidas alcoólicas usadas pelos seres humanos foi o mel fermentado, ou hidromel), que deu o nome à substância das flores a partir da qual as abelhas produzem o mel, era servida por Ganimedes. Este, um mortal chamado ao Olimpo, filho de Laomedonte, rei de Tróia. Por sua beleza, esse garçon do Olimpo despertava paixões, não entre as deusas, mas entre os deuses, já que os gregos consideravam o homossexualismo normal.
Durante o banquete Ártemis (Diana para os romanos, deusa da caça) podia comunicar quantas mulheres morreriam naquele dia na Terra, pois era ela quem causava a morte das mulheres, enquanto os homens destinados a morrer seriam indicados ou por Apolo, em caso de morte natural, ou por Ares, em caso de morte violenta. Éris, a deusa da discórdia, não tendo sido convidada para um desses banquetes, armou uma intriga: mandou pôr ao centro da mesa um pomo (maçã dourada) com a dedicatória: "À mais bela das presentes". 
Hera, Afrodite e Atena disputaram a preciosa fruta, que deu origem à expressão "o ponto da discórdia", e pediram a arbitragem de Zeus, que atribuiu o julgamento a Páris. Este acabou indicando Helena como a mais bela, iniciando com ela um relacionamento que levaria à guerra de Tróia. Ao fim de um desses banquetes, Zeus anunciou que o herói Héracles (Hércules para os romanos), seu filho com a humana Alcmena, seria imortalizado - para o quê, bastaria ele comer ambrosia e beber néctar - a fim de poder casar com Hebe, a copeira. Mesmo imortalizado, Hércules não poderia morar no Olimpo, por não ser deus: iria para os Campos Elísios ("campos dos abençoados"), o paraíso dos heróis, cujo nome foi dado aos palácios do governo da França e do Estado de São Paulo, embora esses palácios raramente sejam habitados por heróis.