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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Historiadores revelam 6 curiosidades sobre o grande Nikola Tesla que você, provavelmente, não sabia


Historiadores revelam 6 curiosidades sobre o grande Nikola Tesla que você, provavelmente, não sabia


Bernard Carlson e Marc Seifer, os historiadores e biógrafos de Nikola Tesla, foram consultados a respeito das curiosidades menos conhecidas do grande público sobre a vida e a obra (que, no caso dele, integravam uma só coisa) do brilhante cientista balcânico, considerado por muitos como o grande inventor do século XX.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Teslamania, uma homenagem ao inventor muito à frente de sua época


Teslamania, uma homenagem ao inventor muito à frente de sua época


Costuma-se dizer que o extraordinário inventor Nikola Tesla nasceu na época errada, ou que o século XX não estava preparado para ele. E essas afirmações parecem estar corretas, uma vez que sua figura, fundamental na história do progresso da civilização, foi menosprezada, ou, até mesmo, ocultada durante o século passado, tendo agora uma projeção mundial de grandes proporções.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Como será o fim dos tempos, de acordo com Stephen Hawking


Como será o fim dos tempos, de acordo com Stephen Hawking


Poucos cientistas demonstraram tanta clareza e profundidade em sua visão do futuro do mundo e da humanidade como o extraordinário físico Stephen Hawking. Recentemente, o jornal Huffington Post fez uma lista de previsões do cientista britânico sobre um possível fim dos tempos.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O pulo do gato - Física


O PULO DO GATO - Física


Você acha que o gato desta página está saltando do telhado de cá para o telhado de lá? Pura impressão. É o mesmo gato em dois telhados ao mesmo tempo. Impossível? Não para a Física Quântica. Ela acaba de provar que um átomo é capaz de estar em dois lugares na mesma fração de segundo.

sábado, 31 de agosto de 2013

Gênio entra na universidade aos 11 anos


Gênio entra na universidade aos 11 anos


Carson já lia vorazmente livros aos dois anos de idade e entrou no ensino médio aos cinco.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Picasso usou tinta de parede em quadros


Picasso usou tinta de parede em quadros, afirmam cientistas

Obra de Picasso 'A Poltrona Vermelha', de 1931, carrega tinta de paredeem sua composição; no detalhe, lata de tinta da mesma marca usada por artista em quadro (Foto: Divulgação/Instituto de Arte de Chicago)

Instrumento de raios-X permitiu analisar pinturas de artista espanhol.
Obras têm mesma composição química de tinta comum usada em casas.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Mozart, a Flauta Mágica


MOZART, A FLAUTA MÁGICA



O bicentenário de sua morte, este ano, desencadeou uma onda de homenagens e comemorações que nenhum outro compositor jamais recebeu. Ele fez por merecer todas elas

Olhando para meu filho de quase 13 anos, entretido em seu videogame, não posso deixar de pensar que, se ele se chamasse Wolfgang Amadeus, já seria com essa idade o autor de onze sinfonias, duas óperas, 24 sonatas para piano ou violino, missas, oratórios, serenatas e uma infinidade de peças menores. Dá para assustar, não é mesmo? O mundo teve muitos gênios precoces, mas nenhum tão impressionante quanto esse menino austríaco, cujo bicentenário de morte comemora-se este ano, dotado pela natureza de um dom misterioso, que fazia com que fluísse dele, instintivamente, desde a infância, música de qualidade inigualável.
Já é espantoso que, em 1766, aos 10 anos de idade, Wolfgang Amadeus Mozart tenha sido convidado a colaborar com Michael Haydn e Anton Adlgasser, dois compositores adultos e experientes, no oratório Die Schuldigkeir des erstens Gebotes (A obrigação do primeiro mandamento). Como Johann Sebastian Bach antes dele, Mozart não inventou formas novas. Mas levou à perfeição todas as que existiam em seu tempo. Nenhum outro compositor, na história da música, conseguiu, como ele, trabalhar com tanta inventividade todos os gêneros então existentes, da ópera à música de câmara.Mas perfeito domínio de forma não é tudo: outros compositores de seu tempo o tiveram no mesmo alto grau. Genialidade em estado puro é o que explica que suas idéias musicais vejam sempre mais originais do que as de qualquer um de seus contemporâneos. Mozart é o dono de uma das mais marcantes "assinaturas" musicais da história da música: a um amante da música clássica basta ouvir meia dúzia de compassos para saber que é dele a melodia tocada. E não apenas dispunha de uma gama imensa de recursos como sabia instintivamente empregá-los da forma mais adequada; tanto assim que foi capaz de transcender um libreto simplório como o da Flauta Mágica, transformando-a numa das mais sublimes criações da mente humana.
Dos sete filhos que Leopold Mozart-violinista, cantor, compositor e vice-mestre-de- capela do Arcebispado de Salzburgo, na Áustria-teve com sua mulher, Anna Maria Pertl, apenas dois sobreviveram. Uma menina, chamada Maria Anna, cujo apelido era Nannerl, e um menino, nascido a 27 de janeiro de 1756, dia de São João Crisóstomo, a quem foi dado o nome de Joannes Chrysostomus Wolfgang Theophilus (ou Gottlieb, em alemão, que, em 1770, época da viagem para a Itália, ele trocaria pela forma latina Amadeus).Não fosse essa data, 1756 teria sido um ano obscuro na história da humanidade. França e Inglaterra iniciaram mais uma de uma longa série de guerras inúteis. Os ingleses conseguiam, pela primeira vez, produzir veludo a partir do algodão, e um famoso cavalheiro, Giacomo Casanova, fugia da prisão em Veneza para continuar sua vida de aventura.A infância e a adolescência, Wolfgang-cujo talento para a música revelara-se desde os 3 anos de idade-as passou percorrendo as estradas européias com seu pai, que o levava a exibir-se por toda parte, como um macaquinho amestrado. Sem avaliar os danos que podia estar causando ao filho, que não tinha tempo para ser criança, Leopold não hesitava em explorar o talento do geninho, capaz, aos 6 anos, de improvisar sobre qualquer tema, executar as peças mais complexas ou fazer malabarismo tocando com um pano sobre o teclado do cravo.
Enquanto o príncipe-arcebispo de Salzburgo, para quem os Mozart trabalhavam, era o tolerante Sigismund von Schrattenbach, essas viagens constantes não foram um grande problema. Mozart tocou em Viena para o imperador Francisco I e à princesa Maria Antonieta- mais tarde, a infeliz rainha da França-, que o ajudou a levantar-se depois de um escorregão, disse: "Quando crescer, vou-me casar com você".Em Versalhes, foi recepcionado nos aposentos particulares de Madame Pompadour, a amante de Luís XV. Recebeu títulos das academias filarmônicas de Bolonha e Verona e a Ordem da Espora Dourada das mãos do papa Clemente XIV Em Roma outra prova de seu gênio: após ouvi-lo uma única vez, na Capela Sistina, reproduziu de memória o Miserere, a nove vozes, de Allegri, cuja transcrição era proibida. E -um recorde para a época-seu Mitridate alcançou vinte récitas no Scala de Milão.Mas a morte de Schrattenbach, em 1771, mudou essa situação. Seu sucessor, Hieronimus Joseph Franz von Paula, o Conde de Colloredo, era intratável, exigente, desaprovava excursões e o interesse de Mozart pela música profana. Ele ainda conseguiu,entre 1777 e 1778, fazer uma estada em Manaheim, onde entrou em contato com a orquestra- laboratório que Johann Stamitz criara para fazer pesquisas de técnica instrumental. Com Christian Cannabich, o sucessor de Stamitz, Mozart aprofundou seu conhecimento das possibilidades da escrita orquestral.
Foi em Mannheim também que conheceu a família Weber, e apaixonou-se por Aloysia, talentosa soprano, a mais velha das quatro irmãs. Mas Leopold desaprovava esse casamento, que perturbaria a carreira do filho, a quem não queria ver "reduzido a mero acompanhador de uma cantora". Para afastá-lo de Aloysia, mandou-o a Paris com a mãe; mas Anna Maria adoeceu subitamente, e morreu em julho de 1778. Mozart estava com 22 anos, e já testemunhara alguns acontecimentos de grande importância.
As colônias inglesas no remoto continente americano declararam-se independentes. Na Inglaterra, Adam Smith publicou sua Pesquisa sobre a natureza e a causa da riqueza das nações, logo reconhecida como a bíblia do novo modelo econômico que tomava conta da Europa-o capitalismo. Descobertas recentes revelavam que o ar era composto principalmente de oxigênio e nitrogênio. O mundo musical enriquecia-se com a copiosa produção de dois talentos extraordinários: o próprio Mozart e Joseph Haydn (não era parente de Michael Haydn), que já havia chegado à sua 63 a sinfonia. E um outro gênio precoce começava a ser exibido em concertos pelo pai-chamava-se Ludwig van Beethoven.Para Mozart, à dor com a perda da mãe, juntou-se a de saber que Aloysia, agora no elenco da Ópera de Munique já não se interessava mais por ele (e, no ano seguinte, se casaria com Joseph Lange, ator e pintor da corte em Viena). Tudo isso concorreu para tornar insuportáveis as pressões sofridas em Salzburgo. Em maio de 1781, Mozart pediu demissão; e foi dispensado nos termos mais humilhantes. Estava com 25 anos: restavam-lhe só mais dez para viver; mas esse seria o período mais fulgurante de sua produção, desenvolvido em Viena, um dos maiores centros musicais do mundo. Wolfgang Amadeus Mozart estava no limiar da maturidade.Decidindo-se a ficar na capital, Mozart hospedou-se na pensão da senhora Weber e, ali, apesar uma vez mais da oposição paterna, apaixonou-se por Constanze, irmã caçula de Aloysia e com ela se casou em agosto de 1782, em aberto desafio a Leopold. O casal levaria vida atribulada, acima de suas posses e, por isso mesmo, sempre cheio de dívidas; a saúde de Constanze era minada pelas gravidezes freqüentes (de seis filhos em nove anos, apenas dois sobreviveram); e a de Wolfgang-que já sofrera enfermidades graves na infância-, gradualmente solapada pela vida dissipada que levava.
Mas suas relações com Constanze sempre seriam marcadas por intensa atração física, e por uma paixão que se revela, da forma mais explícita, em cartas da mais cândida e tórrida sensualidade. É nessas cartas também que melhor se percebe-como o demonstrou o biógrafo Wolfgang Hildesheimer-o quanto o desenvolvimento psicológico dessa criança, obrigada cedo demais a comportar-se como um adulto, ficou truncado; e quantos traços do caráter desse gênio assombrosamente maduro permaneceram paradoxalmente infantis.
A última década da vida de Mozart assiste a um verdadeiro dilúvio de obras primas dos mais diversos gêneros, que jorravam dele de tal forma acabadas que os seus manuscritos pareciam cópias definitivas. É a fase de seu encontro com o italiano Lorenzo da Ponte (1749-1838), pseudônimo de Emanuele Conegliano, judeu convertido ao catolicismo, estranha mistura de padre, poeta e aventureiro, Casanova de batina, que, tendo sido obrigado a fugir da Europa por suas dívidas e intrigas galantes, seria o fundador, em Nova York, do primeiro teatro de ópera dos Estados Unidos.Esse homem-que fugira de Veneza por causa de seus "pecados de amor" e conseguira tornar-se poeta oficial da corte austríaca-escreveria para Mozart seus três maiores libretos: o das Bodas de Figão, baseado na subversiva comédia de Beaumarchais; o do Don Giovanni, história do legendário libertino sevilhano; e o Così fan tutte, ácida crítica à dissolução dos costumes em seu tempo. Mozart e Da Ponte formariam um dos grandes pares de compositor/libretista da história da ópera, realizando plenamente o ideal da fusão perfeita da música com a palavra.
É em Viena, também, que Mozart- fascinado pelo ideário liberal e humanista posto em moda pela Revolução Francesa-aderirá à Maçonaria. As lições da loja maçônica impregnarão muitas de suas obras, mas nenhuma tão intensamente quanto sua última ópera, A Flauta Mágica, resultado do encontro, nos ambientes maçônicos, com outra estranha figura: o empresário, ator e cantor Emanuel Schikaneder, que dirigia uma sala suburbana de variedades, o Theater auf der Wieden.É para esse palquinho mambembe que será concebido um dos mais sublimes testemunhos do poder criador da mente humana. Fábula ingênua e disparatada, A Flauta Mágica conta a história do príncipe Tamino, encarregado pela Rainha da Noite de libertar sua filha Pamina das garras de um suposto bruxo, Sarastro. Ele, na verdade, é o sumo-sacerdote do templo do Sol. Junto com Papageno, o locador da flauta que encanta os animais, Tamino é admitido no templo. Eles derrotam a rainha, e Tamino se casa com Pamina.Interrompida em julho de 1791 a fim de que, em poucos dias, Mozart compusesse A Clemência de Tito, para a coroação do imperador Leopoldo II, em Praga, como rei da Boêmia, A Flaura Mágica é a maior das muitas obras-primas que ele escreveu em seu último ano de vida. O Concerto para piano K 595, o Quinteto K 614, o Concerto para clarinete K 622, o Ave Verurn CorPus sucedem-se febrilmente, como se Mozart, com a saúde em frangalhos, percebesse ser pouco o tempo que Ihe restava de vida. Nos últimos dias, estava obcecado pela encomenda feita, por um misterioso mensageiro vestido de cinza, de uma Missa de Réquiem. Tratava-se do mordomo de um certo conde Franz von Walsegg, milionário habituado a comprar músicas que apresentava como suas; e que pretendia mandar cantar uma missa dos mortos por sua mulher, recém- falecida. Mas para Mozart, já perturbado pela doença, aquilo parecia um sinal do destino. Era para si mesmo que compunha aquela música fúnebre, que deixaria inacabada (a família escolheu Franz Süssmayr para terminá- la, pois fora quem o ajudara a anotar suas últimas idéias para a Lachrymosa, a 4 de dezembro, antes de entrar em coma).
Chovia torrencialmente sobre Viena, a 6 de dezembro de 1791, dia seguinte ao de sua morte. Os poucos amigos que levaram seu corpo ao cemitério entregaram-no, na porta, aos coveiros. Nunca se soube onde foram colocados seus restos mortais. Não há garantia alguma de que o crânio conservado no Mozarteum de Salzburgo seja realmente o dele. Um dos maiores gênios da humanidade passou pela vida como um fulgurante cometa e desapareceu aparentemente sem deixar rastros. Mas é sintomático que, justamente naquele momento, o jovem Beethoven começava a receber lições do mestre Haydn, na mesma Viena-e a arte da música iniciava uma nova fase de um período universalmente reconhecido como prodigioso. 

O mundo homenageia Mozart

Nenhum outro artista, em toda a história da humanidade mereceu comemorações tão grandiosas. Bonecas, relógios, marcas de bebida e de chocolate, posters, álbuns de fofos -sem mencionar os inúmeros concertos que foram programados durante o ano inteiro desde Paris, a capital da França, a Dunedin, cidade perdida no interior da Nova Zelândia. De todas as formas será celebrado o bicentenário da morte do mais singular entre os gênios que a raça humana já produziu. Basta dizer que a Philips está gravando todas as suas composições catalogadas, numa série de 180 CDs, reunidos em 45 álbuns, num total de 200 horas de música, e que a Polygram já prometeu importar, a partir do segundo semestre deste ano, para distribuição no Brasil. Que também está preparando o seu Ano Mozart: A Flauta Mágica em Campinas, o Così fan tutte em São Paulo, visitas da Camerata de Salzburgo ao país, montagem de Don Giovanni no Rio e execuções em São Paulo do Réquiem e da Grande Missa K 427. A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo organiza um Encontro Mozart, coordenado pelo filósofo Adauto Novaes, com a participação de especialistas do mundo inteiro. E o Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio, tem um dos mais extensos programas comemorativos, com concertos, filmes e a ópera Bodas de Fígaro, dirigida por Ítalo Rossi.


Salieri, o rival inofensivo

Durante muito tempo, o italiano Antônio Salieri (1750-1825) - desde 1788 mestre-de-capela da corte vienense-foi suspeito de, por inveja, ter envenenado Wolfgang Amadeus. Ele próprio foi o responsável pelo surgimento da lenda, pois, no fim da vida, já totalmente insano, tentou suicidar-se, alegando remorsos por ter sido o causador da morte de Mozart. Esse episódio, utilizado pelo poeta russo Aleksandr Púshkin em sua peça Mozart e Salieri (1830)-uma reflexão sobre o conflito entre o gênio e o mero talento, transformada em ópera por Nikolái Rimski-Kórsakov-, serviu de inspiração para a peça do dramaturgo inglês Peter Shaffer, em que se baseou o filme Amadeus, de Milos Forman. Trata-se, entretanto-hoje se tem certeza -, de pura lenda. Por menos que gostasse de Mozart, Salieri era bom músico: modernas reavaliações demonstrem que estava longe de ser medíocre como se quis fazer acreditar. E era generoso e um professor brilhante, como o testemunharam seus alunos: Beethoven, Schubert, Liszt ou Franz Xaver Wolfgang, o filho sobrevivente de Mozart, a quem ele muito ajudou em sua carreira de músico. E as queixas que Mozart fazia, no fim da vida, de que se sentia envenenado, podem atribuir-se à tintura de iodo que ele tomava, para tratamento da sífilis, que provoca intoxicação renal. De que morreu, então, Wolfgang  Amadeus? Estudiosos nunca chegarão, provavelmente, a uma conclusão definitiva. A hipótese mais aceita, hoje, é a de que ele tenha sido vítima de moléstia provocada por problemas renais crônicos. A vida inteira, ele sofrera de doenças graves-escarlatina, varíola, febre reumática, hepatite-, cujas conseqüências foram agravadas pela vida dissipada e de trabalho intenso que levava. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Velório de Niemeyer deve ficar aberto ao público por 4 horas no Planalto



Velório de Niemeyer deve ficar aberto ao público por 4 horas no Planalto


Cerimônia começa às 15h para autoridades e será aberta ao público às 16h.
Corpo do arquiteto será levado ao palácio em carro aberto.

A assessoria da Presidência da República informou na manhã desta quinta-feira (6) que o corpo do arquiteto Oscar Niemeyer será velado no Palácio do Planalto, projetado pelo próprio Niemeyer e sede do governo federal, em Brasília, das 15h às 20h.

Das 15h às 16h, o velório será aberto apenas para autoridades e jornalistas. Depois, das 16h às 20h, a cerimônia será aberta ao público. O corpo subirá a rampa do palácio acompanhado pelos Dragões da Independência, unidade que pertence ao Exército e faz a guarda da presidente.

O corpo deve sair do Rio de Janeiro às 13h e deve chegar às 14h30 na Base Aérea de Brasília, de onde sairá em carro aberto do Corpo dos Bombeiros pelo Eixo Rodoviário, que liga as asas do plano piloto de Brasília, até a Esplanada dos Ministérios. 

Segundo a assessoria do Planalto, a própria presidente Dilma Rousseff telefonou para a família do arquiteto, ofereceu as dependências do palácio, e a oferta foi aceita.

Niemeyer, de 104 anos, morreu no Rio às 21h55 de quarta em decorrência de uma infecção respiratória. Ele estava internado desde 2 de novembro no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul.

O médico Fernando Gjorup, que cuidou do arquiteto por mais de 15 anos, disse que Niemeyer trabalhou durante a internação ao conversar com a equipe dele sobre novos projetos, mesmo aos 104 anos.

Segundo Gjorup, o arquiteto só perdeu a consciência na manhã de quarta-feira (5), após ser sedado. O arquiteto era submetido a hemodiálise e seu estado imunológico já era deficiente. 

"Ele não gostava de falar sobre a saúde dele, mas sabia que já tinha passado da metade da vida. Ele nunca falou sobre morte, só falava em viver. A equipe médica tinha esperança, mas havia a fragilidade de um senhor de 104 anos”, disse Gjorup.

Quando Niemeyer morreu, cerca de 10 parentes estavam na Unidade Coronariana do hospital, entre eles a mulher, Vera, netos e sobrinhos. Reconhecido internacionalmente por suas obras, ele completaria 105 anos em15 de dezembro.

O prédio
O Palácio do Planalto foi inaugurado em 21 de abril de 1960, construído a partir de projeto de Niemeyer. No prédio fica o gabinete da presidente Dilma Rousseff.

A construção começou em 10 de julho de 1958. A inauguração do palácio ocorreu em 21 de abril de 1960, como parte das festividades da inauguração de Brasília.

104 anos
Autor de mais de 600 projetos arquitetônicos, Niemeyer decidiu festejar os seus 104 anos do jeito que mais gostava: trabalhando em seu ateliê de janelas amplas diante da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Em agosto de 2011, ele lançou o livro "As igrejas de Oscar Niemeyer" (Editora Nosso Caminho), na galeria de um shopping da Zona Sul do Rio.

Embora ateu convicto, o arquiteto selecionou fotos e desenhos das 16 obras religiosas, entre capelas e igrejas, que realizou ao longo de sua carreira.

"As pessoas se espantam pelo fato de, mesmo sendo comunista, me interessar pelas igrejas. E a coisa é tão natural. Eu morava com meus avós, que eram religiosos. Tinha até missa na minha casa. E eu fui criado num clima assim. Esse passado junto da família me deixou com a ideia de que os católicos são bons, que querem melhorar a vida e fazer um mundo melhor", explicou Niemeyer, na ocasião.

Histórico de internações
O arquiteto foi internado várias vezes ao longo dos últimos anos. A última foi em 2 de novembro, quando voltou ao Samaritano, seis dias depois de ter recebido alta. Desta vez, Niemeyer foi submetido a tratamento de hemodiálise e fisioterapia respiratória.

No dia 13 de outubro, o arquiteto deu entrada no Hospital Samaritano após sentir-se mal, apresentando um quadro de desidratação. Ele ficou internado por duas semanas.

Em maio, Niemeyer também esteve internado no mesmo hospital, quando deu entrada com desidratação e pneumonia. Depois de 16 dias, com passagem pela UTI, recebeu alta.

Em abril de 2011, o arquiteto ficou internado por 12 dias por causa de uma infecção urinária. 

Também já foi submetido a cirurgias para a retirada da vesícula e de um tumor no intestino.
Em 2010, Niemeyer também foi internado em abril, devido a uma infecção urinária.
Em 2009, o arquiteto ficou internado por 24 dias no Samaritano, entre setembro e outubro, após dores abdominais. Ele chegou a passar por uma cirurgia para retirar um tumor no intestino grosso, uma semana depois de ter sido operado para a retirada de um cálculo na vesícula.

Em junho do mesmo ano, o arquiteto foi internado no hospital Cardiotrauma de Ipanema, também na Zona Sul, queixando-se de dores lombares. Ele passou por uma bateria de exames e recebeu alta médica algumas horas depois. Na ocasião, exames de sangue e uma tomografia indicaram que Niemeyer estava apenas com uma lombalgia.

Em 2006, o arquiteto chegou a ficar 11 dias internado, após sofrer uma queda e passar por uma cirurgia.
Filha do arquiteto morreu em junho A designer Anna Maria Niemeyer, única filha de Oscar Niemeyer, morreu aos 82 anos, em consequência de um enfisema pulmonar, em 6 de junho.

Segundo o administrador Carlos Oscar Niemeyer, filho de Anna, o avô esteve pela última vez com sua mãe, três dias antes, durante uma visita ao Hospital Samaritano, onde Anna Maria ficou mais de 40 dias internada.

Ainda de acordo com Carlos Oscar, durante o tratamento, Anna chegou a receber alta, mas voltou a ser internada no dia 1º de junho. Ela teve cinco filhos,13 netos e quatro bisnetos.

Carlos Oscar contou que sua mãe e o avô eram muito próximos e costumavam se falar todos os dias. Ele disse que Niemeyer ficou muito abalado ao receber a notícia da morte da única filha.
"O pai receber a notícia da morte de um filho é uma coisa extremamente difícil, imagina para um pai de 104 anos, a situação é ainda mais complicada", comentou Carlos, durante o sepultamento de Anna Maria Niemeyer.

Oscar Niemeyer manifestou vontade de ir ao enterro da filha no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Mas, de acordo com os parentes, ele não compareceu após os médicos avaliarem que as condições de saúde do arquiteto não eram favoráveis. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Leonardo de todos os Instrumentos - Leonardo da Vinci

LEONARDO DE TODOS OS INSTRUMENTOS - Leonardo da Vinci



Ele não falava grego nem latim. Jamais freqüentou uma universidade e por isso era desprezado nas rodas intelectuais de Florença, no Renascimento. Mas suas pinturas e projetos de engenharia o fizeram famoso e cortejado pelos poderosos da época. Muito tempo depois, o mundo viria a conhecer o lado secreto desse gênio superlativo.



"De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que, através de seu espírito e da superioridade de sua inteligência, possamos atingir o Céu." Com estas palavras, Vasari, o célebre biógrafo do século XVI, inicia o seu relato sobre a vida de Leonardo da Vinci. Apenas 30 anos após a morte desse gênio superlativo, sua figura já estava totalmente envolvida pela aura do mito.Nascido na cidadezinha de Vinci, próxima a Florença, no dia 15 de abril de 1452, Leonardo seria considerado, em pouco tempo, o maior pintor de sua época, protegido e adulado em algumas das principais cortes européias. Mas seu enorme prestigio não se restringiu à pintura. Escultor, músico, arquiteto, engenheiro civil e militar e extraordinário inventor, ele foi a versão suprema do homem dos sete instrumentos.Seu talento versátil se expressou até mesmo em atividades mundanas e tipicamente cortesãs, como a organização de festas e diversões para a nobreza: desde a invenção de um palco giratório para apresentações teatrais até o desenho de trajes de luxo; de entretenimentos musicais à arte da conversação e aos jogos de palavras. Vasari diz que ele "foi o melhor improvisador de rimas de seu tempo".Mas, coexistindo com esse Leonardo público, celebrérrimo e celebrado, houve outro, talvez ainda mais assombroso: um Leonardo solitário e secreto, que permaneceria desconhecido durante muito tempo. Numa atividade recolhida, sigilosa, escrevendo da direita para a esquerda para que seu texto não pudesse ser lido - o que Ihe era facilitado pelo fato de ser ambidestro -, encheu páginas e páginas com a mais eclética massa de conhecimentos, produzindo, com anotações e desenhos, uma gigantesca colcha de retalhos do saber universal. Os primeiros manuscritos de que temos noticias datam de 1478, quando Leonardo, então em Florença, contava ainda 26 anos. Os últimos são de 1518, de poucos meses antes de sua morte, ocorrida na França, em 2 de maio de 1519.Em cerca de seis mil páginas que nos restam dessa prodigiosa obsessão há praticamente de tudo: Geometria e Anatomia; Geologia e Botânica Astronomia e Ótica; Mecânica dos Sólidos . Mecânica dos Fluidos; Balística e Hidráulica; magníficos desenhos preparatórios e exaustivos estudos de perspectivas; considerações teóricas sobre a arte e anotações técnicas muito precisas sobre como fundir uma estátua eqüestre em bronze; o plano arquitetônico para a construção da catedral de Milão e um projeto de desvio do curso do rio Arno para ligar Florença ao mar; mapas e planos urbanísticos; projetos de pontes e fortificações.Há, principalmente, a mais fantástica coleção de invenções e soluções de engenharia já imaginadas por um único homem: esboços de helicópteros, submarinos, pará-quedas, veículos e em barcações automotores, máquinas voadoras; projetos minuciosos de tornos máquinas perfuratrizes, turbinas, teares, máquinas hidráulicas para limpeza e dragagem de canais, canhões, metraIhadoras, espingardas, bombas, carro de combate, pontes móveis etc.Mas esse Leonardo, que escrever praticamente sobre tudo, escreveu muito pouco sobre si mesmo. Sabemos que no seu comportamento cotidiano se refletia a mesma ambigüidade presente em sua produção intelectual. Gostava de se cercar de luxo, tratava amigos e criados com opulência e generosidade, mas tinha hábitos frugais: era vegetariano e preferia a água ao vinho. Muitas de suas noites foram consumidas na dissecação de cadáveres, em meio aos odores da morte e da decomposição. O quanto ele era habilidoso nessas técnicas o mostram seus desenhos anatômicos, considerados superiores aos do célebre Andreas Vesalius, o grande anatomista do Renascimento.Sua infância não foi fácil - o que talvez explique o gosto pelo luxo na idade adulta. Filho ilegítimo de um tabelião florentino e uma camponesa, foi criado longe da mãe, na casa do avô paterno, junto do pai e de uma madrasta. Pelo menos até a idade de 20 anos, foi filho único e só teria irmãos no terceiro ou quarto casamento do pai. Depois de afastado do convívio com a mãe, a morte da primeira madrasta, quando Leonardo tinha cerca de 13 anos, parece ter representado para ele uma segunda grande perda afetiva. Logo haveria uma terceira, aos 16 anos, com a morte do avô, a quem era muito ligado.Desse complexo quadro de vida, Freud, o fundador da psicanálise, derivou sua interpretação da trajetória de Leonardo. Ela seria movida por uma repressão da pulsco sexual e por uma inibição afetiva, em que a pulsão do conhecimento acabaria submergindo, pouco a pouco, qualquer outro fator emocional. Peça chave da explicação freudiana é a hipótese, que hoje parece indiscutível, da homossexualidade de Leonardo.Seja como for, aos 17 anos ele já havia dado provas de seu talento excepcional. O pai o inscreveu, então, como aprendiz no grande ateliê de Andrea Verrochio, em Florença. Não se tinha lá uma formação erudita; o ensino era todo voltado para a prática; mas era incrível a massa de conhecimentos que se podia adquirir: cálculo, perspectiva, desenho, pintura, escultura em pedra e metal, arquitetura, construção civil e militar etc. É ao ateliê de Verrochio que Leonardo deve toda a sua formação básica. A partir dai ele será um autodidata. Muitas coisas aprenderá por ouvir dizer, numa época em que grande parte do conhecimento ainda era adquirida de ouvido. Outras, porém, Ihe custam um enorme esforço de leitura e sistematização de que os manuscritos por ele deixados são testemunhos.Aos 40 anos, copia nos cadernos palavras eruditas - retiradas dos livros - que possam enriquecer seu vocabulário rústico. Aos 50, está envolvido ainda com um estudo por conta própria, não só do latim, mas também da geometria de Euclides, que será uma paixão e um modelo até o fim da vida. Ele era, então, o que alguns de seus pedantes contemporâneos classificaram como um uomo senza lettere (homem sem letras), isto é, alguém que não possuía uma formação humanística: de fato jamais freqüentara a universidade e, durante muito tempo, esteve impedido de ter acesso direto à grande cultura pela barreira do idioma, já que não dominava o latim e muito menos o grego. Esse menosprezo dos meios sofisticados, a que Leonardo respondia com afetado desdém, não deixou de magoá-lo, reabrindo feridas mal curadas de sua infância traumática. Os biógrafos são unânimes em apontar como uma das principais causas de sua primeira saída de Florença, por volta dos 30 anos, uma dificuldade de adaptação ao culto e refinado ambiente florentino. A mudança para Milão, em 1482, representou uma virada decisiva em sua trajetória intelectual. Nos dezessete anos que passou a serviço do duque Ludovico Sforza, seu gênio floresceu plenamente. Não só em pinturas soberbas, como A última ceia e a primeira versão de A virgem dos rochedos, mas também na afirmação definitiva de sua vocação para a ciência e a tecnologia. A queda de Ludovico com a ocupação de Milão pelos franceses, em 1499, pôs fim a esse período brilhante e relativamente tranqüilo A partir dai, Leonardo, já uma celebridade, iria trocar de domicilio e patrão ao sabor da instável conjuntura política italiana: novamente Florença, com rápidas passagens por Mântua e Veneza; Urbino, como arquiteto militar e engenheiro chefe de Cesare Borgia, em cuja corte encontrou-se com Maquiavel, fundador da ciência política moderna; outra vez Milão, a convite do governador francês Charles d´Amboise; Roma, na corte papal.Essas mudanças constantes não Ihe bloquearam porém a criatividade. É do segundo período florentino, por exemplo, seu quadro mais famoso - na verdade, o mais famoso de toda a historia da pintura, a Mona Lisa, enigmático retrato da esposa do rico comerciante Francesco del Giocondo. Já a estada em Roma, novamente a serviço dos Medici, seria certamente a fase mais desgostosa de sua vida.Giovanni de Medici, filho de Lourenço, o Magnífico, havia sido eleito papa, com o nome de Leão X, e saudou sua eleição com uma frase que ficou célebre: "Já que Deus nos deu o papado, gozêmo-lo". Amante dos prazeres, da pompa e do luxo, protetor das artes na medida em que satisfizessem sua vaidade, tratou logo de atrair para sua corte os artistas mais brilhantes. Lá se reuniram os três maiores nomes do renascimento italiano: Leonardo, Michelangelo e Raffaello. Deveria ser um momento privilegiado na história da arte. Mas não foi um momento feliz para Leonardo.Contava então 60 anos - era uma geração mais velho do que Michelangelo e duas mais do que Raffaello. Seu contato com Michelangelo foi francamente hostil. Típico produto do ambiente patrocinado pelos Medici, Michelangelo nada tinha em comum com a formação científico-experimental leonardiana. Além do mais, trabaIhava rápido, num ritmo alucinante. enquanto Leonardo, dispersivo e perfeccionista, projetando sua transbordante genialidade em inúmeras direções, mas sem paciência de levar nenhum projeto até o fim, trabalhava devagar e adiava sempre. A preferênciacia dos romanos por Michelangelo e Raffaello e ao ambiente hostil da corte papal, Leonardo respondeu com retraimento e um de seus desenhos mais perturbadores, O Dilúvio, um visão apocalíptica de destruição e aniquilamento.Ele escapou desse tormento graças à subida de Francisco I ao trono da França. Convidado a assumir o cargo de "primeiro pintor, engenheiro e arquiteto do rei", foi instalado no palácio de Cloux, a apenas algumas centenas de metros do palácio real de Amboise, no condado do Loire, França, recebendo tratamento principesco. Lá viveria, de 1516 até o ano de sua marte, em companhia de seus discípula prediletos, entre eles Francesco Melzi e Salai.Ambos haviam-se unido a Leonardo ainda em seu primeiro período milanês. Melzi herdaria praticamente todo os seus bens. Salai, um garoto de apenas 10 anos quando entrou a serviço do mestre, já no segundo dia robou-Ihe algum dinheiro, o que continuaria, a fazer com certa regularidade ao longo dos anos. Leonardo anotou que ele era "ladro, bugiardo, ostinato, ghiotto" (ladrão, mentiroso, obstinado, glutão), mas nem por isso deixou de mi má-lo. Com uma ponta de malícia Vasari o descreve como belíssimo gracioso, com vastos cabelos encaracolados, de que Leonardo "si diletò molto" (se agradou muito) - referência que, evidentemente, não escapou à atenção de Freud.A julgar por seus últimos auto-retratos e pelo testemunho dos visitantes, Leonardo parecia sofrer de alguma doença degenerativa, que Ihe dava uma aparência envelhecida. Sua mão direita estava semiparalisada, talvez em decorrência de um derrame cerebral. Nos aposentos, guardava algumas de suas maiores preciosidades: três magníficas pinturas - Sant´Ana, a Virgem e o Menino, a Mona Lisa e São João Batista - e os manuscritos que carregara consigo em suas muitas viagens e a vida inteira teimou em manter inéditos.Herdados pelo discípulo Mezi, esses, manuscritos acabariam se espalhando da maneira mais tortuosa e só começaram a ser redescobertos a partir do final do século passado. A impressão inicial causada pelas seis mil páginas sobreviventes é de um caos desconcertante. Os assuntos se misturam sem nenhuma ordem aparente: na mesma página, a anotação mais instantânea e trivial da vida cotidiana pode estar lado a lado com o enunciado de um teorema ou com a observação acurada de um fenômeno natural. O método de trabalho de Leonardo talvez explique em parte essa incrível dispersão. Sabemos hoje que ele carregava sempre consigo cadernos de notas em que podia registrar uma frase ou esboçar rapidamente um desenho. Ao lado desses, havia outros cadernos, mais ordenados e homogêneos, preenchidos com calma no silêncio de seus aposentos. Neles. numa escrita elegante e em desenhos de acabamento impecável, procurava dar a suas idéias uma forma definitiva.Mesmo nesses cadernos, porém, os assuntos muitas vezes se atropelam: não é raro que uma demonstração, começada com preciso enunciado de premissas, acabe indo parar bem longe do ponto de partida. Mas o caos é apenas aparente. Como observa Anna Maria Brizio, uma das maiores estudiosas leonardianas da atualidade, pouco a pouco se percebe que "a múltipla disparidade de argumento emana de um único centro e contém uma formidável unidade de processo mental". Arte, ciência e tecnologia se encontram ai de tal modo amalgamadas, que se passa de um domínio a outro praticamente sem perceber.A ciência de Leonardo é toda baseada no primado da visão sobre os demais sentidos e da geometria sobre as demais disciplinas. Em geometria, ele realizou descobertas teóricas importantes, como a determinação dos centros de gravidade dos sólidos geométricos e a transformação de um sólido em outro, com a do volume. Em estática, foi o primeiro a compreender a possibilidade de se decompor uma força segundo duas direções, o que Ihe permitiu resolver um grande número de problemas práticos. Em cinemática. ciência que só seria precisamente formulada quase 150 anos mais tarde, com os trabalhos de Galileu, ele intuiu as leis que regem os choques entre dois sólidos iguais como duas bolas de bilhar.A curiosidade de Leonardo o empurra mesmo a terrenos ainda não desbravados, como a mecânica dos fluidos, disciplina praticamente ignorada pelos gregos, a grande fonte das ciências medieval e renascentista. Uma de suas investigações nessa área - explicada em detalhes pelo estudioso Carlo Zammatio - pode ser considerada um caso exemplar de seu procedimento científico.Ele parte de questões práticas relacionadas com a irrigação e o aproveitamento da forca hidráulica na região do rio Pó. E procura determinar a energia com que chega ao solo cada um de uma série de jatos d´água, que saem de orifício de dimensões idênticas, mas de alturas diferentes, de um recipiente com água em nível constante. Verifica que a velocidade de saída da água é inversamente proporcional à altura do orifício. Isto é, cresce de cima para baixo. E explica isso mostrando que, enquanto cada porção de água que sai do orifício mais alto é posta em movimento apenas pela ação de seu próprio peso, as porções que saem dos orifício inferiores são postas em movimento tanto por seu peso como pelo peso da coluna d´água situada acima delas.A conclusão é que todos os jatos chegam ao solo com a mesma energia, pois, se o jato mais alto é o que sai do recipiente com menor velocidade, ele é também o que tem uma maior distancia a percorrer e, portanto, o que mais ganha velocidade durante a queda. Em outras palavras, onde a energia cinética inicial do jato (que depende da velocidade) é menor, a energia potencial (que depende da altura) é maior e vice-versa. A soma desses dois termos é sempre a mesma.Evidentemente, Leonardo não formula suas idéias desta maneira. A física levaria ainda muito tempo para chegar a esse grau de concisão, rigor conceitual e vocabulário. Leonardo trabalha com as palavras que tem à mão-ou improvisa. O Importante é que, por trás de seu vocabulário tosco, ele de maneira admirável o teorema básico da hidrodinâmica formulado apenas em 1738 pelo físico e matemático suíço Daniel BernouilliMais importante ainda: intuiu uma idéia capital na física, a da interconversão de energia potencial e energia cinética - questão que ficaria perfeitamente esclarecida partir das experiências de Galileu Torricelli sobre a queda dos corpos, realizadas em 1642.Mas foi no domínio da tecnologia que se deram algumas de suas mais espantosas realizações. Uma delas - só descoberta muito recentemente, a partir de um trabalho de restauração num dos cadernos leonardianos - é uma bicicleta muitíssimo superior, em termos solução de engenharia, às primeiras bicicletas que seriam fabricadas por volta de 1817. Na verdade, o sistema proposto por Leonardo - com pedal ligado a uma roda dentada que transmite a força à roda traseira através de correia - só adotado no começo deste século Sua bicicleta jamais foi construída O mesmo se pode dizer, quase com certeza, de todos os seus outros inventos, geralmente avançados demais para as possibilidades técnicas da época.Além disso, a mistura contraditórios de dispersão e perfeccionismo fez com que, também em outros domínios sua criação ficasse incompleta. Em pintura, deixou vários quadros inacabada toda a sua produção não ultrapassa obras. Em ciência, suas geniais antevisões jamais receberiam uma sistematização final, permanecendo secretas em nada influenciando o desenvolvimento científico da humanidade. Leonardo era extremamente suscetível ao julgamento público e essa deve ter sido uma das causas da ocultação dos manuscritos. Porque, para escrever para o mundo culto, era preciso rigor sistematização, refinamento de expressão e, principalmente, um domínio perfeito da língua latina. características dificilmente encontráveis num uomo senza lettere. Ironicamente, esses manuscritos fragmentários - redigidos em língua vulgar - permaneceriam como um dos mais maravilhosos legados de um homem à posteridade.


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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Super Humano - Cult Will Eisner


SUPER-HUMANO - Cult Will Eisner



Imperfeição. Esse era o tema preferido do desenhista e roteirista de histórias em quadrinhos Will Eisner, que morreu em janeiro, aos 87 anos. Considerado por muitos como o maior quadrinista da história, Eisner se destacou por criar personagens imperfeitos, sujeitos às fraquezas de que todos somos vítimas, incluindo ele mesmo. Em Fagin, o Judeu, não é diferente. A obra é panfletária - seu objetivo declarado é reabilitar o judeu Fagin, vilão do romance Oliver Twist, de Charles Dickens. Para Eisner, o personagem manchou a imagem dos judeus para sempre. No entanto, o que faz o quadrinista, logo no prefácio? Um mea-culpa em que reconhece ter ajudado a difundir o preconceito de raça (contra os negros), com personagens criados no início da carreira. E o Fagin de Eisner não é lá um encanto de pessoa. Rouba, trapaceia, espanca e explora crianças. Mas, aqui, isso seria resultado das condições de pobreza, azar e preconceito de que foi vítima. É verdade que alguns diálogos são melodramáticos demais, mas ninguém é perfeito, ora.



FAGIN, O JUDEU*

Will Eisner
Companhia das Letras, 128 páginas



OS MELHORES DO MELHOR




Um Contrato com Deus e Outras Histórias de Cortiço (Brasiliense)

Lançada em 1978, revolucionou as HQs e criou um novo gênero, a graphic novel, espécie de romance em quadrinhos. Em quatro histórias de cunho autobiográfico, retrata a vida de imigrantes no bairro nova-iorquino do Bronx.



Spirit

Personagem mais famoso de Eisner, o policial Spirit era um herói sem superpoderes, a não ser seu sex-appeal. Em seu auge, a tira semanal para jornais americanos chegou a ter 5 milhões de leitores. Só no Brasil, foram editadas mais de trinta compilações.



Um Sinal do Espaço (Abril)

Nesta ficção científica com pitadas de guerra fria, um operador de rádio detecta sinais que podem comprovar a existência de vida extraterrestre. É o que basta para os personagens de Eisner destilarem todo tipo de fraqueza, da ganância ao fanatismo religioso.



New York - A Grande Cidade (Martins Fontes)

Nova-iorquino atento, Eisner sacava os cantos da cidade. NY traz suas observações, em relatos sobre elementos banais como metrô, paredes, música de rua. A versão brasileira tem página extra sobre São Paulo, uma das cidades favoritas de Eisner.



O Edifício (Abril)
Sim, Eisner ficou famoso como um grande desenhista, capaz de criar seqüências de beleza cinematográfica. Mas seus roteiros não ficam atrás, a exemplo desta graphic novel, em que ele cruza a história de quatro personagens unidos por um edifício.



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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Entidades lutam para preservar ousado experimento de Nikola Tesla

11/05/09 - 18h49 - Atualizado em 11/05/09 - 18h49

Entidades lutam para preservar ousado experimento de Nikola Tesla
Visionário inventor tentou criar rede wireless com eletricidade gratuita.
Donos do terreno em que experimento foi conduzido querem vendê-lo.

Em 1901, Nikola Tesla começou a trabalhar num sistema global de torres gigantes que deveria transmitir pelo ar não só notícias, relatórios de ações e fotos, mas também – e sem o conhecimento do investidor J. Piermont Morgan - eletricidade gratuita para todos.

Era o maior projeto do inventor, e o mais audacioso.

A primeira torre foi erguida na rural Long Island e, em 1903, tinha mais de 18 andares de altura. Certa noite de verão, ela emitiu um monótono estrondo e começou a atirar raios de eletricidade na direção do céu. Os clarões ofuscantes, segundo relatou o New York Sun, “pareciam se disparar na escuridão em alguma misteriosa viagem”.

Todavia, o sistema fracassou pela necessidade de dinheiro, e, ao menos parcialmente, pela viabilidade científica. Tesla nunca terminou sua torre protótipo e foi forçado a abandonar seu laboratório adjunto.

Hoje, uma batalha está pairando sobre as fantasmagóricas ruínas daquele local, chamado Wardenclyffe – que as autoridades em Tesla chamam de o único local de trabalho sobrevivente do excêntrico gênio, que sonhava enquanto desbravava a comunicação wireless (sem fio) e a corrente alternada. O desacordo começou somente depois que a propriedade foi posta à venda em Shoreham, NY.

Um grupo científico, em Long Island, quer transformar a área de 16 acres em um museu e centro de educação Tesla. Eles esperam conseguir a doação da terra para esse fim. Porém, o proprietário, a Agfa Corp, diz que precisa vender a propriedade para levantar fundos graças à difícil situação da economia. O corretor imobiliário da empresa diz que a terra, registrada por US$1,6 milhão, pode “ser entregue totalmente limpa e nivelada”, afirmação que colocou os preservacionistas em ação.

As ruínas de Wardenclyffe incluem a fundação da torre e o grande laboratório de tijolos, projetado pelo amigo de Tesla, Stanford White, o celebrado arquiteto.

“Proteger esta área é muito importante”, disse Marc J. Seifer, autor de “Wizard”, uma biografia sobre Tesla. “Ele é um ícone. Ele representa o que os humanos deveriam fazer – honrar a natureza e usar a alta tecnologia para explorar seus poderes”.

Apoio do governo
Recentemente, o estado de Nova York fez eco a esse julgamento. O comissário de preservação histórica escreveu para Seifer, em nome do governador David A. Paterson, para apoiar a preservação de Wardenclyffe e catalogá-lo no Registro Nacional de Locais Históricos.

Em Long Island, entusiastas do cientista prometem obter a terra de um jeito ou de outro, dizendo que salvar um símbolo das realizações de Tesla ajudaria a recolocar o visionário em seu local de direito como um arquiteto da era moderna.

“Grande parte de seu trabalho estava muito à frente de seu tempo”, disse Jane Alcorn, presidente do Tesla Science Center, um grupo privado em Shoreham que vem buscando adquirir Wardenclyffe.

Ljubo Vujovic, presidente da Sociedade Memorial Tesla de Nova York, disse que destruir o velho laboratório “seria terrível para os Estados Unidos e para o mundo. Trata-se de um pedaço da história”.

Tesla, que viveu de 1856 a 1943, fez amargos inimigos. Eles consideravam algumas de suas declarações como exageradas, o que ajudou a manchar sua reputação durante a vida. Ele era parte recluso, parte showman. Ele divulgou fotos publicitárias (na verdade, exposições duplas) mostrando a si mesmo enquanto lia calmamente em seu laboratório, em meio a clarões mortais.

Hoje, o trabalho de Tesla tende a ser pouco conhecido entre cientistas, embora alguns o considerem um gênio intuitivo muito à frente de seus colegas.

Socialmente, sua popularidade decolou, elevando-o ao status de “Cult”.

Livros e sites se proliferam. O Wikipédia diz que o inventor obteve pelo menos 700 patentes.

O YouTube tem diversos vídeos do cientista, incluindo um mostrando um arrombamento em Wardenclyffe. Uma banda de rock tem o nome de “Tesla”. Uma companhia de carros elétricos apoiada pelo Google é chamada de Tesla Motors.

Larry Page, co-fundador do Google, vê a vida do criador como um conto infeliz. “É uma história muito triste”, disse Page para a revista Fortune, no ano passado. O inventor “não conseguia comercializar nada. Ele mal conseguia custear suas próprias pesquisas”, disse.

Wardenclyffe resumiu esse tipo de impraticabilidade visionária.

Tesla se agarrou ao colossal projeto aos 44 anos, enquanto morava na cidade de Nova York. Um bon vivant de berço sérvio, impecavelmente vestido, ele era amplamente elogiado por suas invenções de motores e sistemas de distribuição de força que usavam a forma de eletricidade conhecida como corrente alternada. Esta energia foi capaz de superar a corrente direta (e Thomas Edison) para eletrificar o mundo.

Suas patentes fizeram dele um homem rico, pelo menos por um tempo. Ele morou no
Waldorf-Astoria e amava beber socialmente com os famosos no Delmonico’s e no Players Club.


O momento de audácia
Por volta de 1900, enquanto Tesla planejava o que se tornaria Wardenclyffe, inventores de todo o mundo corriam atrás do que era considerada a grande promessa – comunicação sem fio. Seu próprio plano era transformar a corrente alternado em ondas eletromagnéticas piscando de antenas a receptores distantes. Isso é basicamente como funciona a transmissão a rádio. A escala de sua visão era colossal, entretanto, eclipsando a de qualquer rival.

Os investidores, graças às realizações elétricas de Tesla, voltaram-se para ele. O maior desses foi J. Pierpont Morgan, o grande financista. Ele torrou US$150.000 (mais de três milhões de dólares em valores atuais) na iniciativa sem fio global do pesquisador.

O trabalho na torre protótipo teve início em meados de 1901, na região de North Shore, em Long Island, um local que Tesla deu o nome do patrono e dos penhascos (“cliffs” em inglês) vizinhos.

“A planta proposta em Wardenclyffe”, relatou o jornal The New York Times, “será a primeira de muitas propostas pelo eletricista para estabelecer neste país e outros”.

A onda de choque atingiu-o em 12 de dezembro de 1901. Naquele dia, Marconi conseguiu enviar sinais de rádio através do Atlântico, acabando com as esperanças de Tesla em obter a glória do pioneirismo.

Ainda assim, Wardenclyffe cresceu, com guardas que tinham ordens estritas de manter os visitantes longe. A torre de madeira subiu 187 pés sobre um largo poço, que descia 120 pés no chão, para ancorar profundamente a antena. Moradores das vilas próximas disseram ao Times que o solo abaixo da torre estava totalmente “perfurado por passagens subterrâneas”.

O laboratório vizinho, com tijolos vermelhos, janelas arqueadas, e uma alta chaminé,
abrigava ferramentas, geradores, um armazém de máquinas, transformadores elétricos,
equipamentos para soprar vidro, uma biblioteca e um escritório.

Mas Morgan estava desiludido. Ele recusou o pedido de Tesla por mais dinheiro.
Desesperado, o inventor mostrou o que ele considerava seu ás. As torres iriam transmitir não só informação ao redor do mundo, escreveu ele ao financista em julho de 1903, mas também energia elétrica.

“Eu não me sinto disposto”, respondeu Morgan com frieza, “a fazer quaisquer avanços”.
Margaret Cheney, uma biógrafa de Tesla, observou que o cientista havia errado seriamente na avaliação de seu rico patrono, um homem profundamente comprometido com o motivo do lucro. “A possibilidade de emitir eletricidade a pigmeus ou zulus sem um único centavo”, escreveu ela, deve ter deixado o investidor bem menos do que entusiasmado.

Foi então que Tesla, cambaleando financeira e emocionalmente, ligou a torre pela primeira e última vez. Ele acabou vendendo Wardenclyffe para pagar US$20.000 (cerca de 400 mil dólares hoje) de contas no Waldorf. Em 1917, os novos proprietários explodiram a torre e a venderam como sucata.

Hoje, o plano exato de Tesla para o local permanece um mistério, mesmo com os cientistas concordando sobre a impraticabilidade de sua ideia geral: a torre poderia funcionar para transmitir informação, mas não energia.

“Ele era um gênio absoluto”, disse numa entrevista Dennis Papadopoulos, físico da
Universidade de Maryland. “Ele concebeu coisas em 1900 que levamos 50 ou 60 anos para compreender. Mas ele não considerou a dissipação. Não é possível inserir um monte de energia numa antena e esperar que a ela viaje longas distâncias sem diminuição considerável”.

Wardenclyffe passou por muitas mãos, acabando com a Agfa, que está baseada em Ridgefield Park, Nova Jersey. O gigante das imagens usou a área, de 1969 a 1992, e então fechou a propriedade. Prata e cádmio, um forte veneno, haviam contaminado o local, e a empresa diz ter gastado mais de cinco milhões de dólares em estudos e remediação. A limpeza terminou em setembro e o terreno foi colocado à venda no final de fevereiro.

Corretores imobiliários disseram ter mostrado Wardenclyffe a quatro ou cinco possíveis compradores.

No mês passado, a Agfa abriu a propriedade, coberta de árvores, a um repórter. “NÃO
ULTRAPASSAR” avisava uma apagada placa no portão da frente, por sua vez coberto de arame farpado.

O prédio de tijolos de Tesla permanecia intacto, um elegante catavento no topo de sua chaminé. Mas a Agfa havia recentemente coberto as grandes janelas com tábuas de compensado para desanimar vândalos e intrusos, que haviam furtado grande parte da fiação da construção pelo cobre.

O escuro interior do prédio estava cheio de latas de cerveja e garrafas quebradas pelo chão. As lanternas não revelavam nenhum sinal do equipamento original, exceto por uma surpresa no segundo andar. Ali na escuridão agigantavam-se quatro enormes tanques, cada um do tamanho de um carro pequeno. Suas laterais eram feitas de um grosso metal e suas junções eram fortemente rebitadas, assim como as de um velho destróier ou navio de guerra. O consultor da Agfa, que conduzia a visita, chamava-as de baterias gigantes.

“Olhem ali em cima”, disse o consultor, Ralph Passantino, apontando com sua lanterna. “Há uma escotilha ali. Era usada para entrar nos tanques e cuidar deles”.

As autoridades sobre Tesla parecem saber pouco sobre os grandes tanques, tornando-os
possíveis pistas sobre os planos originais do inventor.

Após a visita, Christopher M. Santomassimo, conselheiro geral da Agfa, explicou a posição de sua empresa: nada de doação do local para um museu, e nada de ações que impediriam a destruição do edifício.

“A Agfa está numa difícil posição econômica, dado o que está ocorrendo no mercado mundial”,

disse ele. “Ela precisa maximizar sua potencial recuperação com a venda daquele local”.

Ele acrescentou que a empresa aceitaria “qualquer oferta razoável”, incluindo as de grupos interessados em preservar Wardenclyffe por seu significado histórico. “Nós simplesmente não estamos em condições”, ele enfatizou, “de doar completamente a propriedade”.

Alcorn, do Tesla Science Center, que buscou gerar interesse em Wardenclyffe durante mais de uma década, parecia confiante de que se chegaria numa solução. O Condado de Suffolk pode comprar o local, disse ela, ou uma campanha pode levantear os fundos para sua compra, restauração e conversão num museu científico e centro educacional. Ela disse que a comunidade local apoiava fortemente a ideia da preservação.

“Assim que a oferta foi divulgada, comecei a receber tantas ligações”, afirmou ela. “As pessoas diziam: ‘Eles não vão realmente vender o lugar, vão? Ele tem que ser um museu, certo?’”

Sentada numa mesa de leitura da Biblioteca Pública de North Shore, onde ela trabalha como bibliotecária infantil, Alcorn gesticulava sobre um mapa de Wardenclyffe para mostrar como o local abandonado poderia ser transformado em não só um museu Tesla, mas também num playground, num café e numa livraria.

“Isso é essencial”, disse ela. Alcorn disse que a investigação e restauração da velha propriedade era uma promessa de solução para um dos grandes mistérios: a extensão e natureza dos túneis que, segundo se dizia, perfuravam a área ao redor da torre.

“Eu adoraria ver se eles realmente existiram”, disse ela. “As histórias são muitas, mas não as provas”.