segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Homem já vivia em grandes altitudes na Era do Gelo há 12.400 anos


Homem já vivia em grandes altitudes na Era do Gelo há 12.400 anos

Arqueólogos exploram terreno na região da Cordilheira dos Andes, no Peru, onde encontraram vestígios de ancestrais humanos (Foto: Divulgação/David Reid/Science)

Estudo publicado na 'Science' analisou amostras encontradas no Peru.
Data é quase um milênio antes do que se pensava anteriormente.



A população da Idade do Gelo conseguiu sobreviver em grandes altitudes nos Andes peruanos há 12.400 anos, quase um milênio antes do que se pensava, de acordo com estudo publicado nesta sexta-feira (24) na revista "Science".

Caçadores-coletores fizeram suas casas 4.500 metros acima do nível do mar, apesar do pouco oxigênio, do clima glacial e da elevada radiação solar. A descoberta de ferramentas, de um refúgio de pedra e de ossos animais e humanos no enclave arqueológico de Pucuncho sugere que essas pessoas subiram até lá para se estabelecer. "O enclave da bacia de Pucuncho sugere que os humanos do Pleistoceno viveram com sucesso em altitudes extremamente elevadas", acrescentou a investigação.

Os especialistas ainda não sabem se a comunidade chegou à área já bem equipada para lidar com a altitude, ou se desenvolveu as características necessárias para sobreviver. O povo andino mostra hoje algumas adaptações genéticas, como maior capacidade pulmonar e concentrações maiores de hemoglobina, que lhe permite viver mais confortavelmente do que a média em altitudes com pouco oxigênio.

Além disso, há indícios de que as pessoas viveram ali durante todo o ano, em vez de subir apenas para caçar durante alguns dias para depois descer.

Análise sobre hábitos da população
Restos de todo tipo de animais foram encontrados no local, junto a fragmentos de esqueletos humanos e ferramentas de caça. Os pesquisadores esperam saber mais sobre os hábitos dessa população, estudando com mais profundidade o local, de difícil acesso para os escaladores atuais.
"Nossa equipe subiu durante três ou quatro horas para chegar a esses lugares", disse a arqueóloga Sonia Zarrillo, da Universidade de Calgary (Canadá) e coautora do estudo.

"Foi uma escalada, levando todas as nossas ferramentas, equipamento para acampar e comida. E toda noite tem geada. Algumas vezes, neva. Esses lugares são incrivelmente difíceis de acessar", completou.




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