domingo, 22 de agosto de 2010

Técnica induz mosquitos da dengue a espalhar veneno

25/06/09 - 17h12 - Atualizado em 25/06/09 - 17h12

Técnica induz mosquitos da dengue a espalhar veneno contra sua espécie
Teste foi feito por pesquisadores em Iquitos, no Peru.
Mortalidade das larvas chega a 98%, diz estudo.

Controlar o mosquito amplamente responsável por infectar pessoas com o vírus da dengue não é fácil. Isso porque o inseto, o famoso Aedes aegypti, evoluiu em paralelo com os humanos, vivendo nas proximidades e se reproduzindo até mesmo nas menores concentrações de água – água da chuva numa lata jogada, por exemplo, ou o pires embaixo de um vaso de flores.




O mosquito da dengue em ação (Foto: Reprodução)
Com tantos locais possíveis para reprodução, espalhar pesticida pode ser uma atividade meticulosa e cansativa. Porém, Gregor J. Devine, da Rothamsted Research, um instituto especializado em agricultura na Inglaterra, teve uma ideia diferente: por que não deixarmos que os próprios mosquitos façam o trabalho?

Ampliando estudos de laboratório que mostravam a capacidade de os mosquitos adultos apanharem um inseticida e transferi-lo, Gregor e seus colegas conduziram experimentos de campo em Iquitos, no Peru, usando piriproxifeno, um composto capaz de matar larvas sem causar danos a mosquitos adultos (ou a humanos, nas quantidades utilizadas).

Após uma refeição de sangue humano, uma fêmea de A. aegypti gosta de encontrar um local escuro e úmido para descansar enquanto seus ovos se desenvolvem, saindo mais tarde para encontrar água para depositá-los. Devine disse que o trabalho da equipe, descrito na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", se aproveitou dessa rotina.

Ele e sua equipe montaram “estações de disseminação”, compostas por panos úmidos e escuros impregnados com piriproxifeno, em cantos e fendas de túmulos num cemitério. Quando uma fêmea descansava no pano, suas pernas carregavam um pouco do pesticida. Esse, por sua vez, se soltava quando ela pousava numa poça de reprodução. Os pesquisadores descobriram que montar essas estações em 3% dos locais disponíveis no cemitério resultava numa cobertura de quase todos os habitats de reprodução da área imediata, numa mortalidade de até 98% das larvas de mosquito.

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