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domingo, 13 de outubro de 2019

Estudo indica que imigrantes fazem bem para a economia de um país

Estudo indica que imigrantes fazem bem para a economia de um país


Um estudo feito a partir de dados de fluxos migratórios na Europa nos últimos 30 anos revelou que a imigração traz resultados positivos para a economia. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Colapso da internet poderá derrubar os mercados globais


Colapso da internet poderá derrubar os mercados globais


O vice-presidente da empresa australiana de segurança informática LogRhythm, James Carder, explicou, em uma entrevista concedida à revista financeira Business Insider, que o crescimento dos ataques cibernéticos poderá causar um colapso dos mercados internacionais em 2017.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Todo o Dinheiro do Mundo - História



TODO O DINHEIRO DO MUNDO - Historia



O dinheiro parece tão indispensável que não há quem ache ter demais. Na sua milenar trajetória, vale também como medida das mudanças nas sociedades humanas.

Ao morrer, em 1715, o rei francês Luís XIV deixou o Tesouro Nacional em petição de miséria. Era uma situação sob medida para um astuto economista escocês chamado John Law, cujas propostas de reforma bancária não haviam porém entusiasmado seus compatriotas e cujo currículo incluía o assassínio de um desafeto em duelo e a autoria de um tratado sobre moedas e comércio. Law desembarcou em Paris em 1716 ansioso por oferecer ao regente da Coroa, o duque de Orléans, um remédio infalível para a falência do governo. O esquema era um ovo de Colombo: o regente lhe daria a permissão para abrir um banco e, em troca, o banco assumiria não só a dívida pública mas também os débitos pessoais de Sua Alteza, emitindo títulos pelos quais se comprometia com os credores a pagar o seu valor em ouro e prata.
Os metais preciosos viriam do Novo Mundo, mais precisamente dos vastos territórios franceses na América do Norte, no que hoje são os Estados de Louisiana e Mississípi, onde haveria incalculáveis reservas minerais a serem exploradas por um companhia criada por Law - em regime de monopólio, naturalmente. Mais do que depressa, o duque aceitou. E, enquanto os franceses acreditaram no projeto, tudo correu às mil maravilhas. As ações da companhia do escocês dispararam na Bolsa parisiense, a Coroa livrou-se de suas dívidas e os credores sonharam com fortunas em ouro e prata.
Mas não demorou até que se descobrisse que não havia metal nobre capaz de servir de lastro aos papagaios emitidos pela Banque Royale de Mister Law. O banco quebrou, o banqueiro fugiu da França (para morrer na miséria em Veneza) e os franceses mais desbocados recomendaram que aqueles papéis fossem usados para outro fim. O episódio entrou para a história como uma parábola sobre a confiança dos homens no valor do dinheiro e das promessas que não valem o papel em que são impressas. Tudo começou há bem mais de 2 mil anos, provavelmente no século VII a.C., quando os comerciantes da rica cidade de Lídia, Ásia Menor, começaram a trocar as mercadorias que adquiriam, não por outras mercadorias, como era o costume, mas por pequenos discos feitos de uma rara liga de ouro e prata existente na região, de nome electrum, em latim.
Em pouco tempo, essas plaquetas, cuja marca registrada era a estampa com o símbolo do rei, como um leão ou um escaravelho, espalharam-se pelas cidades gregas do Mediterrâneo e por suas colônias na Sicília e na Itália. Não tardou muito para que a idéia de usar discos semelhantes, feitos de ouro ou prata, se espalhasse pelo mundo. Os romanos chamaram essas placas monetae, tabletes de metal, e delas se originou algo que, mesmo não trazendo felicidade, como costumam dizer os que não o tem tanto quanto gostariam, é com certeza um dos supremos motivos de alegria e de aflição do homem: o dinheiro.
Na realidade, a idéia de trocar bens como alimentos, vestimentas, cabeças de gado, utensílios e mesmo escravos por peças de metal antecede à fundação da cidade de Lídia. De fato, desde que o homem do Período Neolítico, há cerca de 10 mil anos, deixou de perambular atrás de casa e comida, passando a viver em grupos com endereço certo e sabido, e a trabalhar a terra, começou a produzir mais do que era capaz de consumir. Surgiu assim aquilo que os economistas tanto apreciam - o excedente. E a partir daí a vida humana não seria mais a mesma.
Alguns produtos excedentes, mas nem por isso menos valorizados, transformaram-se em mercadoria de troca, inaugurando o toma-lá-dá-cá que se tornaria atividade central das sociedades humanas e assumiria o nome de comércio. Gêneros bem votados nesse primitivo sistema de trocas era o sal, que deu origem à palavra salário, e o gado, do qual derivou o termo pecúnia. Os metais foram uma preferência natural daqueles protocomerciantes, porque não se estragavam, podiam ser partidos em pedacinhos e carregados com facilidade, ao contrário, por exemplo, de uma vaca. Ao que se sabe, os chineses tiveram a primazia de usar peças de bronze de diferentes formatos, para efeito de negócios, cerca de 3 mil anos atrás.
No entanto, a criação de sistemas comerciais à base de moedas de ouro, prata ou cobre, cada qual com a indicação do seu peso, foi mesmo uma idéia dos espertos lídios. Durante o reinado de Alexandre, o Grande da Macedônia, no século IV a.C., adotou-se a praxe, repetida até hoje nas cédulas de papel, de estampar nas moedas a cabeça do soberano. O objetivo era menos usar a real efígie como aval do peso e da qualidade atribuídos ao metal do que promover o culto da personalidade de Suas Majestades - naturalmente, por iniciativa deles próprios. Às vezes, porém, podia se dar o reverso da medalha. Após a morte do imperador romano Calígula, no primeiro século da era cristã, por exemplo, todo o dinheiro por ele patrocinado foi recolhido e fundido para que nem o nome nem as feições do tirano entrassem para a história.
"Que ninguém tenha dúvidas", ensinou o festejado economista americano John Kenneth Galbraith, no magnífico seriado que escreveu para a televisão, A era da incerteza: "Poucas invenções humanas se prestaram tanto aos abusos como o dinheiro". De fato, séculos a fio após o seu aparecimento, ninguém em parte alguma tinha como saber de antemão se as moedas valiam o que diziam. Os mais desconfiados adquiriram o hábito de morder o metal antes de aceitá-lo, para perceber pela consistência se era realmente ouro, prata ou bronze - isso, além de exigir bons dentes, o que não era lá muito comum naqueles tempos, supunha um refinado conhecimento, também algo incomum, para a felicidade geral dos falsários.
Estes, ao longo da História, freqüentemente residiam nos melhores palácios e não precisavam se esconder da polícia: os governantes mais esbanjadores ou premidos pelas necessidades, ou ambas as coisas - e que parecem ter sido a maioria -, descobriram que a quantidade de metal precioso nas moedas podia ser discretamente reduzida e substituída. Os gregos, sobretudo os atenienses, parecem ter resistido à tentação de aguar sua moeda, por entender que essa política, a longo prazo seria desastrosa para os negócios da cidade-estado, algo merecedor dos aplausos mais entusiásticos dos modernos economistas da escola apropriadamente chamada monetarista.
Assim, após a divisão do Império Romano em 395, com a reafirmação de influência grega na fatia oriental, em Constantinopla, o besante, a moeda local, foi reconhecido como símbolo de dinheiro forte. Mas do lado de cá do Mar Egeu, o exemplo grego não pegou bem, sobretudo em Roma, cujos governantes pareciam querer levar vantagem em tudo, sempre. No século II, o denário - moeda de prata que deu origem à palavra dinheiro - de prata possuía, se tanto, uns 5 por cento; os outros 95 eram puro cobre. Seguindo a lição que vinha de cima, os comerciantes ainda raspavam o pouco de prata que restava nas bordas das moedas para aumentar os seus lucros.
A prática era sedutora demais para não se propagar durante a Idade Média, uma época em que qualquer um - reis, sacerdotes, senhores feudais e nobres em geral - podia fazer dinheiro, literalmente, sem controle algum. A tal ponto chegou esse festival de falsidades na Europa que no ocaso dos tempos medievais nem sequer o camponês mais inocente ainda acreditava no valor da face do dinheiro que recebia. Criou-se o hábito de pesá-lo, antes de consumar qualquer transação. E, no final do século XVI, com a Revolução Comercial, quando os mercadores de Amsterdam, nos Países Baixos, se tornaram os maiores negociantes europeus, foi preciso publicar um manual listando toda a parafernália de moedas em curso. Conseguiu-se enumerar 846 dinheiros diferentes, cada qual com variadas porcentagens de ouro e prata.
Adulteradas, cortadas, limadas, as moedas medievais acabaram por se tornar algo que horrorizaria os velhos lídios - um senhor complicador para a boa marcha da economia. E muita gente começou a pensar seriamente em cambiar o sistema. Nicolau Copérnico (1473-1543), o astrônomo polonês que formulou a teoria de que a Terra gira em torno do Sol, e não o contrário, muitas vezes mandou para o espaço os assuntos cósmicos em troca de algo mais palpável, como a idéia da criação de uma moeda unificada em cada país. Atribui-se a ele a ajuizada afirmação de que "entre as desgraças que habitualmente levam à decadência dos reinos, principados e repúblicas, as quatros principais são as lutas, as pestes, a terra estéril e a deterioração do dinheiro".
Copérnico não foi o único homem de gênio interessado em tornar o metal menos vil. Além de projetar helicópteros, submarinos, espingardas e teares, e de pintar sorrisos enigmáticos, o italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) projetou máquinas mais modernas para a fabricação de moedas. Até aquela época, elas eram feitas uma a uma, ensanduichando-se um metal entre duas matrizes. A partir do século XV, graças a Leonardo e outros, elas passaram a ser produzidas em série, com cilindros de lâminas de metal onde se cortavam muitas moedas ao mesmo tempo. Depois disso, ganharam bordas requintadas, que serviam também de proteção contra os raspadores de ouro e prata.
Qualidade e quantidade, no entanto, não dependiam apenas do método de fabricação, mas dos rumos da economia. Durante a interminável Guerra dos Cem Anos na Europa (1339-1453), as despesas públicas dos reinos chegaram a ser quatro vezes maiores que os recursos de que os monarcas dispunham. O remédio foi apelar para a velha prática romana. Cada governante passou a cunhar o dobro de moedas do que recebia de impostos. O dinheiro resultante continuava a se chamar coroa, libra ou franco, conforme o país, mas o valor era obviamente menor. "Era como andar de bicicleta", compara o professor Hilário Franco Júnior, da Universidade de São Paulo, autor de uma história econômica. "Uma vez iniciado o processo, os reis não podiam parar."
No século XVI, quando o ouro do Novo Mundo inundou a Europa, trazido pelos galeões espanhóis e portugueses, aconteceu o processo inverso. Já não havia necessidade de adulterar as moedas, pois circulava metal nobre suficiente para dar, vender e emprestar. Em 1580, por exemplo, a Casa da Moeda da Espanha fabricou oito vezes mais dinheiro do que em 1520. Como sempre as pessoas comuns pagavam a conta: se antes o dinheiro perdia valor por falta de lastro, agora perdia poder de compra por excesso de reservas. Ou seja, com tanto metal em circulação, o resultado foi um aumento explosivo nos preços.
O caminho estava aberto para a grande mudança que iria ocorrer com o advento do papel-moeda. A rigor, isso não era novidade na Europa, desde que os primeiros mercadores e prestamistas - os banquerii de Veneza e Gênova - usaram papéis manuscritos como promessas de pagamento aos seus portadores, os ancestrais das promissórias de hoje. Mas à medida que nasciam os bancos estatais, o sistema de títulos entrou em alta por ser mais seguro e fácil de transportar. "Essas notas ainda não podiam ser chamadas de dinheiro, pois apenas em operações determinadas substituíam as moedas", explica Hilário Franco, da USP.
Como no caso das moedas, a teoria de Galbraith de que "poucas invenções humanas se prestaram tanto aos abusos como o dinheiro" se repetiu na história do papel, haja vista, entre tantos outros, o pouco edificante episódio protagonizado por John Law e pelo duque de Orléans na França do século XVIII. "O papel-moeda só funciona quando existe confiança em que haja uma reserva por trás que lhe assegure o valor", explica o economista Flávio Saes, professor de História Econômica, também da USP. Foi o que aconteceu em 1689 nas colônias inglesas da América. Naquele ano, Inglaterra e França iniciaram uma guerra pela posse do Canadá. A colônia de Massachusetts, no nordeste dos atuais Estados Unidos, foi convocada a criar uma milícia para combater do lado dos ingleses. Na falta de moeda para pagar os soldados e comprar suprimentos, o governo autorizou a impressão de papel com valor equivalente. Terminada a guerra, as notas seriam honradas pelos ingleses. Como os cidadãos confiavam que teriam o dinheiro na troca, esses antepassados do dólar entraram rapidamente em circulação. Resultado: por volta da metade do século XVIII, todas as treze colônias americanas usavam papel como dinheiro.
As notas inventadas nas colônias inglesas pagaram a Guerra da Independência americana. Da mesma forma, na França, os assignats - que tinham como garantia as terras pertencentes à Igreja e aos nobres - sustentaram o início da Revolução de 1789. O dinheiro impresso também sustentou a rebelião dos Estados Confederados na Guerra de Secessão americana de 1861 a 1865, lastreado na produção de algodão dos Estados do Sul, e a Revolução Russa em 1917. Em todos esses casos, porém, como foram emitidas em grande quantidade e sem lastro suficiente, as cédulas acabaram provocando um fenômeno com o qual todo brasileiro está hiperfamiliarizado: uma grande inflação. Seja como for, o papel-moeda virou sinônimo de dinheiro.
"As moedas não se tornaram obsoletas", observa Ítalo Gasparini Filho, chefe do Departamento do Meio Circulante do Banco Central, ouvido por Marta San Juan França. "Mas com o tempo passaram a ser utilizadas apenas para fazer o troco ou em pequenas poupanças." O fim das moedas de ouro e prata marcou também o fim da utilização dos metais nobres como lastro da economia. "Atualmente o que fixa o valor das moedas nos mercados internacionais são as relações comerciais entre os países", explica o professor Flávio Saes. As notas se expandiram, ganharam novas cores, vinhetas e desenhos. Os motivos são estéticos, mas também ideológicos. O dólar, assim chamado por causa do táler, moeda alemã do século XV, homenageia heróis americanos. 
Em outros lugares, as notas apresentam o brasão do país, monumentos, lugares, espécimes da fauna e flora, e símbolos dos principais recursos econômicos. "A tendência atual no mundo inteiro é homenagear as figuras das artes, das ciências e da literatura", informa Ítalo Gasparini, do Banco Central. Ele lembra por exemplo o caso do ex-presidente Juscelino Kubitschek, cuja imagem foi vetada em 1984 pelo general-presidente João Batista Figueiredo para a cédula de 10 mil cruzeiros. Gasparini acredita que as cédulas ainda vão durar muito tempo, tanto quanto as moedas. Mas economistas como Flávio Saes acreditam que a tendência é o virtual desaparecimento do dinheiro vivo nas transações cotidianas, substituído pelos cheques e cartões de crédito. "No futuro, em vez de papel, teremos terminais de compra", prevê Saes. "Além das transferências normais entre bancos, os computadores vão se encarregar também dos negócios menores."
O fundamento do processo, porém, continuará a ser o mesmo, ou seja, o contrato social implícito em todo e qualquer ato envolvendo dinheiro. Esse pacto é o que faz com que uma pessoa aceite dinheiro (ou seus equivalentes, como cheque, cartão etc.) de outra; ela sabe que quando chegar a sua vez de fazer um pagamento o recebedor também o aceitará. O dinheiro vale, portanto, porque as pessoas confiam no seu valor. De todas as convenções que tornam possível a vida em sociedade, poucas certamente hão de ser tão fortes de duradouras.

Muitos nomes, pouco valor

São 2,3 bilhões de cédulas e 1,2 bilhão de moedas. Essa foi a produção apenas deste ano da Casa da Moeda do Brasil, a maior fábrica de dinheiro da América Latina, responsável não apenas pelos desvalorizados cruzados novos como também por uma parte das notas em circulação no Equador. Toda a dinheirama brasileira tem um padrão comum: as moedas são muito simples, finas, de aço inoxidável. As notas, que exibem brasileiros ilustres como Machado de Assis, Portinari, Carlos Chagas, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles, têm cinco valores diferentes. O valor, naturalmente, vai depender da economia do país - e essa é outra história.
Desde o período colonial, com efeito, o Brasil teve 37 tipos diferentes de dinheiro, sempre em função da inflação. As oficinas monetárias, que funcionaram em Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Vila Rica, criaram o real, que ficou conhecido no início do século XX como mil-réis. Dobrões, patacas, vinténs, cruzados e tostões são algumas das variações dessa moeda que sempre perdeu a corrida para a alta dos preços. No passado, a emissão sem controle de dinheiro por bancos diferentes muitas vezes inundou o país de moedas sem lastro, causando sérias crises.
Centralizar a emissão de dinheiro foi algo que só ocorreu um 1964, com a criação do Banco Central. Mas, com a economia desorganizada, o cruzeiro, instituído em 1942, deu lugar em 1967 ao cruzeiro novo. Um milhão passou a valer mil e mil passou a valer um. A história se repetiria: com o tempo o cruzeiro deixou de ser novo  e foi adquirindo um número cada vez maior de zeros, até que em fevereiro de 1986 tornou-se cruzado (três zeros a menos) e cruzado novo (menos três) no início deste ano. No andar da carruagem, o Brasil chegará à década de 90 já com outro dinheiro.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Dinheirama - A História do dinheiro

DINHEIRAMA - A História do Dinheiro



Troca - Até 2500 a.C.

Para conseguir leite, um artesão que só faz sapatos precisa encontrar um produtor disposto a trocar leite por sapatos. Numa sociedade sem moeda, a saída é a troca de bens, que limita muito o comércio

Primeiras moedas - Até 650 a.C.

Soldados romanos precisam receber algo que valha para trocas. O pagamento é feito com sal (origem do nosso "salário"), conchas, pregos e manteiga

Especialização - A partir de 640 a.C.

Já que é possível trocar produtos por uma moeda, os artesãos não precisam se preocupar em diversificar a produção. Quanto melhores forem seus sapatos, mais moedas você vai ganhar por eles. Assim, vale a pena se especializar em um só serviço

Moeda moderna - 575 a.C.

Ouro, sal e prata valem seu peso, mas nem toda moeda tem valor tão literal. Os gregos fazem a primeira desvalorização: em vez de converter 6 mil dracmas em 1 talento, que seria natural, a cotação passa a ser de 6 300. A diferença vai para os cofres públicos

Inflação - A partir do século 1 a.C.

O excesso de moeda faz com que ela valha menos (é a lei da oferta e da procura). É necessária mais moeda para comprar algo, os preços sobem e surge a inflação

Voltando ao passado - Século 5

A ruína do Império Romano faz nascer pequenos e fracos reinos feudais. Sem um Estado forte, o comércio internacional quase desaparece e deixa de haver interesse na cunhagem de moedas em alta escala. Volta o escambo

Renasce a moeda - Século 12

Para financiar as cruzadas, nobres vendem seus bens. A Igreja, através da Ordem dos Templários, cumpre o papel dos banqueiros e também passa a financiar as expedições

Contra a usura - Século 12

A Igreja proíbe que a dívida do nobre que parte para a Cruzada seja cobrada com juros - alegava que tirar proveito do esforço da evangelização é pecado. No Concílio de Viena, um século e meio depois, manda excomungar governantes que admitirem a usura

Casas bancárias - Século 15

Em Veneza, Florença e Gênova, casas bancárias assumem o papel de financiadoras. Para driblar a Igreja, desenvolvem letras cambiais: o comprador acerta com o banco para que ele emita um papel com determinado valor. A comissão que cabia aos banqueiros era descontada

Tulipas na holanda - Século 17

Primórdio das ondas especulativas: a flor é usada como dote e trocada por empresas. Logo surge o mercado futuro de tulipas: leva-se um vale para ser trocado na época da colheita

Sistema de law - Século 17

Em Paris, em troca de assumir as dívidas da Coroa, John Law obtém permissão de Luís XIV para fundar um banco. Os depósitos são garantidos não pelas reservas de ouro ou prata, mas pela posse de terras

Papel-moeda - Século 17

Na colônia americana, há um erro de cálculo no soldo dos soldados. Como faltava ouro e prata, eles recebem uma promessa de dinheiro na forma de notas promissórias. Essas notas passam a circular de mão em mão exatamente como o nosso papel-moeda

Prisão - O caso Barings

Em 1995, Nicholas Leeson, um simples operador, quebrou o banco de investimentos onde trabalhava, o ING Barings. Leeson comprou contratos futuros apostando na recuperação da Bolsa japonesa, o que não aconteceu

Bancos centrais - A partir do século 17

A Inglaterra funda o primeiro banco central: o Banco da Inglaterra. Os financiadores obtêm o direito de fazer empréstimos. Com o passar do tempo, o banco assume o monopólio de emissão da moeda. Bancos Centrais passam a ser fundados em todos os países

Muita moeda - Século 18

Revolucionários da América do Norte começam a imprimir um papel-moeda chamado continental. Essa emissão indiscriminada provoca desvalorização e estimula a inflação

Padrão-ouro - Século 19

Na Inglaterra, surge o primeiro padrão monetário internacional. A quantidade de moeda dos países passa a ser determinada por suas reservas em ouro

Abalo de ouro - Século 20

Instituído no Brasil a partir de 1870, e na França e EUA na segunda metade do século 20, o padrão ouro sofre seu primeiro grande abalo em 1914, com a 1ª Guerra. Os países envolvidos têm que emitir papel-moeda sem lastro para arcar com os gastos militares

O fim do ouro - Século 20

Em 1971, o então presidente dos EUA, Richard Nixon, desvincula o dólar do ouro, motivado pela necessidade de emitir papéis para financiar a Guerra do Vietnã. O dinheiro passa a ter como único lastro a confiança que a sociedade deposita nele

Bolsas de valores - Século 20

Em Amsterdã, as primeiras bolsas - locais onde se negociam papéis e ações - surgem no século 17. A ascensão do mercado nos EUA só ocorre a partir da década de 1920

A crash da bolsa - 1929

Wall Street é o centro do mundo. A festa acaba em 1929, quando uma corrida inexplicável para vender papéis quebra a Bolsa de Nova York e o mercado entra em colapso. A queda da renda e dos níveis de consumo nos Estados Unidos afeta o mundo todo

Sob controle - 1933

Para impedir um colapso do capitalismo, o presidente americano Franklin Roosevelt implanta o New Deal, um programa de investimentos públicos para estimular a economia

Moeda de plástico - A partir da década de 20

Cartões de crédito surgem nos EUA para que usuários do automóvel, que começa a se popularizar, não tenham que transportar grandes quantias em viagens. Nos anos 80, surgem cartões inteligentes, com valores predeterminados, e, mais tarde, cartões de débito

Internet - Anos 90

Disponibilidade de dinheiro + mercado ávido por novidades = investimentos em novas tecnologias. A falta de lucros faz empresas e investidores perderem muito dinheiro

Só na confiança - Anos 90

A hiperinflação, mal das economias latino-americanas, era combatida com a paridade fixa entre a moeda local e o dólar. A medida cria déficit comercial, que é compensado por investimentos estrangeiros. Hoje, o câmbio é flutuante: a confiança externa determina o valor da moeda

O dragão acorda - Hoje

A China é a economia que mais cresce no mundo (10% ao ano). Para manter o ritmo, precisa resolver a escassez de energia elétrica e os problemas do sistema bancário

Adam Smith - *1723 +1790

O escocês era filósofo social e defendia o liberalismo. Para ele, o próprio mercado deveria se auto-regular, sem intervenção do governo

Quebra-quebra

A paridade fixa derrubou muitas economias

1994 - México

1997 - Tailândia

1998 - Rússia

2001 - Argentina

Vivendo de juros

Perseguidos durante a Idade Média, os judeus convertiam riquezas em bens transportáveis: metais preciosos e jóias. A eles era vetada uma série de profissões e a posse de terra. Emprestar a juros era uma das formas de obter dinheiro

A crise brasileira

Em 1994, a paridade fixa permitiu o controle da inflação. O problema é que havia uma percepção geral de que o real não valia tanto quanto o dólar. A inevitável desvalorização, em 1999, forçou o país a adotar o câmbio flutuante

John M. Keynes - *1883 +1946

O mais influente economista do século 20 defendia uma política de intervenção do Estado que, além de garantir a oferta da moeda, também deveria assegurar gastos

Dois lastros

Até a metade do século 20, uma moeda só tinha valor se tivesse um equivalente em ouro. Mas o mundo já conviveu com o sistema bimetálico: ouro e prata eram usados como lastro. O ouro só se tornou padrão no século 19

George Soros

Em 1992, o investidor apostou US$ 10 bilhões na desvalorização da libra. O Banco da Inglaterra tentou proteger a moeda, mas perdeu a batalha. Soros embolsou US$ 1 bilhão

Ninharia

A Bíblia diz que Judas recebeu 30 moedas de prata pela traição a Jesus. A quantia em denários romanos, a moeda da época, não comprava nada além de um escravo, artigo muito barato naquele tempo

Do barulho

Os suprimentos do governo francês sempre chegavam com atraso às colônias. Assim, os soldados recebiam "promessas" de pagamento. A matéria-prima mais à mão eram cartas de baralho, que passaram a ser usadas oficialmente

O truque de Law

Mapas de terras com minas convenciam os interessados em comprar seus papéis. A expectativa de ganhos fez a procura subir, transformando-se em violenta especulação. Nem terras nem ouro apareceram para restituir os papéis

FMI
Em 1944, representantes de 44 nações (entre elas o Brasil) decidiram criar o Fundo Monetário Internacional. Seu papel era auxiliar países na regulamentação do padrão ouro, evitando inflação e desequilíbrios - a qualquer custo