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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Primeiro fóssil completo de um Tiranossauro Rex é revelado por pesquisadores

Primeiro fóssil completo de um Tiranossauro Rex é revelado por pesquisadores

Há 67 milhões de anos, dois dinossauros morreram durante uma batalha sangrenta na região onde hoje fica Montana, nos Estados Unidos. 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Veja detalhes de réptil pré-histórico mais que estranho


Veja detalhes de réptil pré-histórico mais que estranho

Estudo de fósseis pode ajudar a compreender período de extinção em massa na Terra (Foto: IVPP/ BBC)

Estudo do mais antigo réptil herbívoro marinho já conhecido pode ajudar a compreender melhor a extinção em massa ocorrida na Terra.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

5 das cobras mais venenosas que existem no planeta


5 das cobras mais venenosas que existem no planeta



 Hoje trazemos para você cinco das mais letais do planeta, selecionadas a partir de um post do pessoal do site ListVerse. Confira:

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Filipino se surpreende ao encontrar cobra com par de pés


Filipino se surpreende ao encontrar cobra com par de pés


Família se surpreender ao flagrar 'cobra com pés' (Foto: Reprodução/YouTube/ABS-CBN News )

Caso ocorreu em Mallig, na província de Isabela.
Homem limpava casa quando se deparou com o réptil

Moradores de Mallig, nas Filipinas, ficaram espantados após uma família capturar uma cobra que tinha o que parecia ser um par de pés. Assista ao vídeo.


Norberto contou que estava limpando a casa, quando flagrou a cobra no chão. Ele disse que ficou surpreso ao ver que o réptil tinha pés como se fosse um lagarto.
Depois de matar a cobra, ele a colocou em uma garrafa com formol para preservá-la.


terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Hora do pulo do Sapo - Natureza

A HORA DO PULO DO SAPO - Natureza


Os chamados bichos anuros - sapos, rãs e pererecas - passam por um momento crucial: os desmatamentos e a poluição do mundo moderno são obstáculos à sua sobrevivência.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Os últimos Dragões - Zoologia


OS ÚLTIMOS DRAGÕES - Zoologia


Confinados em algumas ilhas da Indonésia, os maiores lagartos do mundo representam uma exceção como principais predadores de um nicho ecológico, titulo que quase sempre cabe aos mamíferos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Camaleões, Mestres do Disfarce - Natureza




CAMALEÕES, MESTRES DO DISFARCE - Natureza



Inofensivos, apesar da aparência assustadora, fazem bem mais que mudar de cor: seu comportamento inteligente intriga a ciência.

Quando minha mulher mostrou a nosso vizinho a foto de um camaleão, dizendo que ele nos pertencia e havia escapado, o homem arregalou os olhos para aquela estranha criatura verde, de olhos saltados e três chifres, com garras pontudas e recurvadas para dentro, mas não pareceu reconhecê-lo. "Poderia procurá-lo na copa de seus arbustos?", implorou minha mulher. "Ele é muito lerdo e difícil de enxergar." O homem devolveu a foto, claramente convencido de que estava lidando com uma lunática. "Não se preocupe. Os camaleões não podem lhe fazer mal",  disse ela. O homem, sem uma palavra, voltou-se, fechou a porta e trancou-a por dentro. Apesar da aparência assustadora de monstros pré-históricos, os verdadeiros camaleões  deveriam inspirar riso e não medo - e sua conhecida habilidade de mudar de cor e aspecto é apenas uma de suas menores extravagâncias. Com um andar desengonçado e indolente, ridículas atitudes intimidadoras, globos oculares de rotação independentemente (como torretas de um bombardeio B-17), cauda preênsil (que adere e apanha coisas), dedos assimétricos, língua comprida e elástica, além de todo um arsenal grotesco de cristas, rugas e babados, o camaleão é um dos animais mais inofensivos ao homem. Enquanto quase todos os camaleões vivem na África ou em Madagascar, o camaleão comum, ou mediterrâneo, pode ser encontrado do norte da África ao sudeste da Espanha, passando pelo Oriente Médio e as ilhas do Mar Egeu.

Algumas subespécies ocorrem na Península Arábica, na Índia e em Sri Lanka. Outras habitam as selvas da bacia do Rio Congo, as ressecadas vastidões do Deserto da Namíbia e as sebes de arbustos em Nairóbi, no Quênia. Há as que sobrevivem às raras nevadas nas montanhas da África Equatorial. A maioria pertence ao gêneroChamaeleo, mas uma parte é enquadrada em outro gênero-ou em diversos, dependendo do especialista.

Os camaleões são em larga medida arborícolas e raramente descem à terra, a não ser para o acasalamento e para a postura de ovos. Quase todas as espécies passam a maior parte do dia imitando a tonalidade da casca das árvores ou as folhagens, um efeito ampliado pela forma achatada de seu corpo. Nos ramos, esperam o balanço provocado pelo vento para se deslocar, bamboleando-se de um lado para outro, como as folhas agitadas pela brisa, com a cauda estendida para se equilibrar. Utilizam-na também para se prender ao galho durante uma manobra ou na hora das refeições. Quando estão tranqüilos, costumam enrolar a cauda numa espiral bem apertada.

As patas têm os dedos alinhados em lados opostos, para maior estabilidade e firmeza, na forma de um V invertido. As patas dianteiras têm dois dedos para o lado de fora e três para o lado de dentro, enquanto as traseiras têm três dedos alinhados para fora e dois para dentro. Perturbados durante o sono, animais de algumas espécies caem ao chão por reflexo, talvez para evitar a captura por uma cobra ou lêmure. Aterrissam com a elegância de uma sacola de compras. Andam sobre a ponta das unhas, as patas estendidas. Se esse caminhar efetivamente mascara sua presença numa árvore, torna-os ridículos e visíveis em terra. São lentos: mesmo quando fogem em pânico, mal cobrem 6 metros em 1 minuto. Desprotegidos ou acuados, sua melhor defesa é assumir uma aparência ameaçadora, que adquirem ao inflar-se e expelir o ar com um som sibilante.

Nosso fugitivo era um macho da espécie Jackson, natural das florestas do Quênia e da Tanzânia. Pavoneando-se com um andar arrastado e solene, ornado com três chifres na carapaça da cabeça, assemelha-se a um tricerátops (um tipo de dinossauro) em miniatura. Nem todos os camaleões, porém, desenvolvem chifres. Alguns portam apenas os vestígios em forma de cotos, enquanto outros exibem até quatro bem desenvolvidos cornos, cuja função parece ser a de impressionar as fêmeas ou intimidar os rivais. Pouco mais de doze anos atrás, minha mulher e eu encontramos nossos primeiros camaleões, um casal da espécie Jackson, confinados num pequeno tanque de vidro numa loja de animais de estimação. Eles ficavam pelos cantos, arranhando o vidro com uma pata, girando os olhos. Pagamos a fiança e os tiramos dali.

Com o tempo, o número de nossos camaleões foi aumentando. Revelavam ao ar livre sua verdadeira personalidade. Já aos primemos raios de sol da manhã, arqueavam-se de lado para captar a luz, achatando o corpo e esticando a garganta para criar a maior superfície possível exposta. A face do corpo voltada para o sol tornava-se quase negra para absorver os raios, enquanto a outra face permanecia verde. Se um mero graveto interpunha-se entre a pele e o sol, a interferência era registrada na pele à sombra, que recuperava, naquele ponto, o verde original. Ao término de alguns minutos, aquecidos e recarregados, recobravam a cor normal e voltavam para a sua faina de caça aos insetos.

De tanto cuidar dos camaleões, acabei aprendendo quanto são vulneráveis essas criaturas de modos grotescos. Por mais que nos esforçássemos, não conseguíamos manter nossos Jacksons vivos além de dois anos. Alguns morriam em um mês ou dois de estresse. Na ausência de sol, desenvolvem raquitismo. Para sobreviver, necessitam de grandes variações de temperatura durante o dia. É essencial que tenham uma dieta variada. Atualmente, há uma razão até mais alarmante para desaconselhar a criação doméstica desses animais: a sua presença nas listas de espécies em perigo. "O maior problema é a destruição do habitat", diz o paleontólogo Richard Leakey, diretor do Departamento de Vida Selvagem do Quênia. "Muitos camaleões têm um habitat exclusivo. Quando destruímos um determinado habitat, podemos eliminar certas espécies. E a última coisa que iríamos querer seria encorajar o comércio de animais de estimação."

Durante os últimos quatro anos, o número de camaleões levados para os Estados Unidos triplicou, de cerca de 5 000 em 1985, para cerca de 15 000 em 1989. Algumas das espécies maiores são vendidas por 2 000 dólares a unidade. Os especialistas acreditam que as taxas de mortalidade dos camaleões são elevadas. Quando coletados no meio selvagem, são freqüentemente arrancados dos galhos; como eles se agarram firmemente, seus ossos se partem. É comum chegarem à loja de animais de estimação meio mortos de desnutrição e tão estressados, que são incapazes de resistir aos parasitas. Poucas semanas depois, morrem nas mãos de seus novos donos. Por isso, cada vez mais biólogos procuram estudar essas fascinantes e perturbadoras criaturas enquanto há tempo. Pesquisas em andamento cobrem tudo a respeito deles, dos hábitos à psicologia.

Jonathan Losos, da Universidade da Califórnia em Berkeley, e Al Bennett, da Universidade da Califórnia em Irvine, percorreram todo o Quênia. O propósito era estudar o modo como as diversas espécies se desenvolviam ou evoluíam em sua adaptação aos diferentes climas. Os biólogos coletaram camaleões de distintos habitats a variadas altitudes-capturaram-nos em parques de clima temperado em Nairóbi, nas encostas do Monte Quênia, onde as temperaturas podem chegar ao ponto de congelamento, e na região de cerrados, quente e árida, ao longo da fronteira com a Tanzânia. O trabalho apresentou alguns inconvenientes. "Eles nos mordiam o tempo todo", relata Losos. "Felizmente, era raro rasgarem nossa pele." Eles e seus colegas esperam elucidar a fisiologia da adaptação dos camaleões ao clima-um processo que se torna cada vez mais importante de entender, até em função do aumento da temperatura mundial.

Curiosa a respeito dos movimentos dos camaleões ao passarem de um galho a outro, a bióloga Jane Peterson, da Universidade da Califórnia do Sul, filmou e analisou as acrobacias em câmara lenta de seus animais. Concentrada na musculatura e na estrutura óssea dos lagartos, a pesquisadora focalizou-os em especial no ombro. Logo descobriu que alguns deles pareciam ter-se adaptado de maneira semelhante à dos primatas, com juntas rotatórias nos ombros para facilitar os movimentos. Flexíveis, as juntas permitem-lhes estender os membros anteriores em qualquer direção e vencer distâncias de até o dobro do comprimento do corpo. Ela considerou que esses movimentos lentos, metódicos, permitem ao camaleão mover-se discretamente entre as árvores sem chamar a atenção.

Os pesquisadores também se intrigaram diante da habilidade do camaleão em mudar de cor. O animal o faz de acordo com a intensidade de luz, seu estado de saúde ou emocional e temperatura-além do lugar onde se encontra. A teoria de que o camaleão não resiste a se tornar da cor do fundo não, tem base na realidade. Contrariamente ao mito, a maioria das mudanças de cor o torna mais visível. Junto com o aumento da luminosidade, o acasalamento e a defesa do território provocam as mais dramáticas transformações. Quando irados, nossos espécimes Jackson mudavam do verde-claro usual e uniforme para um pintalgado de preto em menos de 1 minuto e ofereciam uma configuração de diamante quando subiam nas cordas do teto. Um macho tornava os lábios amarelos para cortejar uma provável pretendente e outro saiu completamente negro de uma cirurgia. Quando o veterinário o pôs na mão de minha mulher, ele rapidamente tornou ao verde-claro.

Os camaleões possuem distintas camadas de pele, compostas de células especiais que contêm variados pigmentos. Logo abaixo da epiderme exterior fica uma camada com células nas cores verde e amarelo. Mais abaixo, vem a camada que contém as células das cores azul, branco, vermelho, laranja e violeta. A camada mais profunda contém os pigmentos marrom-escuros de melanina, a substância responsável pelo bronzeamento da pele humana. As células de melanina do camaleão têm numerosas ramificações, de modo que podem dispersar o pigmento escuro de seu centro para os "braços" externos, que penetram nas camadas superiores da pele. Estressado, o camaleão adquire uma| tonalidade escura porque, nesse estado emocional, a melanina vai para a superfície, bloqueando a camada de células brancas. Já as células de outras cores podem se expandir ou se contrair: se as células amarelas se alargam sobre as azuis, por exemplo, o animal adquire uma tonalidade verde, característica de quando está calmo.

Os camaleões vivem uma vida solitária. Os machos guardam seu território possessivamente. Qualquer intruso é recebido com extrema hostilidade. Na maioria das vezes, as batalhas territoriais consistem em exibições agressivas, sem contatos físicos. Quando dois rivais se confrontam, viram-se de lado, achatam o corpo, curvam a cauda e esticam o pescoço. Em seguida, inflam-se completamente e trocam de cores e desenhos, numa vibrante seqüência de intimidação. Finalmente, abrem a boca, expondo as cores contrastantes das membranas mucosas. Isso é muitas vezes acompanhado de uma coreografia de bamboleios laterais, entremeados de silvos sussurrados. Na maioria das espécies, tais movimentos e ruídos sinalizam o final do combate, quando um dos adversários normalmente concederá a vitória moral a outro e se afastará. Mas, em variedades maiores, ocorrerá o ataque físico, inflingindo-se danos reais que, às vezes, levam um dos oponentes à morte.

O olho do camaleão é uma maravilha ótica. Apenas a pupila desponta de uma protuberância de pele em formato de abóbada. Cada olho gira 180 graus e opera independentemente do outro. Ainda é um mistério como o cérebro tão pequeno dessas criaturas pode processar informações mutáveis e complexas relativas ao espaço. O camaleão pode localizar seus predadores sem mover a cabeça ou o corpo. Uma pesquisadora demonstrou como o camaleão depende da coordenação entre seus olhos e a língua. Ela equipou suas cobaias com óculos adaptados, distorcendo as imagens com lentes de aumento. Todos eles foram incapazes de capturar os insetos de sua escolha.

Quando o camaleão localiza um provável alimento, ambos os olhos convergem para o alvo, conferindo ao lagarto uma aparência ridiculamente vesga. Depois, ele balança um pouquinho para focalizar sua visão estereoscópica e confirmar a direção-um desvio de centímetros poderá ocasionar uma perda-e sua língua dispara como um raio. Ela pode se estender uma vez e meia o comprimento do corpo, com precisão absoluta e a tal velocidade que se torna invisível. Uma língua de 14 centímetros leva 1/16 de segundo para se estender inteira, o suficiente para capturar uma mosca em pleno vôo. A ponta da língua parece um bastão e é recoberta por uma saliva pegajosa; sua superfície abrasiva prende firmemente o alvo por aderência e então se enrola de volta com o alimento aprisionado. Vermes, lesmas e outras presas úmidas frustram o mecanismo, por não aderirem.

A natureza alcançou o maior aperfeiçoamento em matéria de camaleões em Madagascar, onde se concentram dois terços das espécies do mundo. Ali, acreditam os pesquisadores, devem ter existido os "protocamaleões", antes que a ilha se separasse do continente africano, no período Mesozóico. (Os mais antigos fósseis de camaleões datam do Mioceno, 10 milhões de anos depois.) Em Madagascar, os camaleões embarcaram em diversas viagens evolutivas. Os gêneros Oustalt e Parson podem ultrapassar 60 centímetros de comprimento, alvejando pequenos roedores a outros 60 centímetros de distância com a língua esticada. O camaleão pardalis  muda de cores tão rapidamente, que um observador julgaria ter visto dois animais diferentes; o camaleão jóia lembra uma pintura abstrata.

Para algumas espécies de camaleões, a única esperança de sobrevivência talvez seja a criação em cativeiro. Sua propagação bem-sucedida poderia também reduzir a demanda de camaleões importados. Diversos zoológicos e pelo menos um criador têm desenvolvido programas de orientação em cativeiro. Os progressos têm sido lentos: os lagartos não se reproduzem bem nessa condição. A postura dos ovos é uma empresa arriscada e incerta, a que a fêmea se sujeita várias vezes ao ano. Ela desce da árvore e cava fundos buracos no solo; leva quase um dia preparando um espaço apropriado. Depois de pôr os ovos, em geral de trinta a cinqüenta, enche o buraco com terra e alisa a superfície ao redor com as patas. Toda essa atividade ocorre à luz do dia.

Meses mais tarde, os filhotes emergem, começando a caçar desde momento em que saem à superfície, todos os seus sistemas de ataque e defesa operando com eficiência total. Ainda assim, a mortalidade é elevada, pois os filhotes são devorados por aves, cobras e outros lagartos. Alguns camaleões do continente africano, como a espécie Jackson, desenvolveram um atalho reprodutivo, os filhotes nascem de parto. Nós observamos uma fêmea dar à luz a 38 bebês na haste de uma cortina. Os recém-nascidos, envolvidos por uma fina membrana, caíam ao carpete e saíam andando à procura de um lugar seguro. Levamo-lhes filhotes de grilos, que eles capturavam com a língua já na primeira tentativa. Ainda que não parecessem afetados pela queda, na floresta, a mãe os depositaria nos galhos, pressionando-os para que a membrana elástica e pegajosa aderisse.

A Califórnia é a capital do camaleão nos Estados Unidos, e San Diego é sua meca-temperaturas agradáveis e sol quase todos os dias permitem que sejam deixados ao ar livre, onde vicejam. Cheryl DeWitt uma criadora de camaleões altamente respeitada na região, tem conseguido marcantes sucessos no traiçoeiro terreno dessa exótica criação. Quando a visitamos em sua casa, mais de uma centena de répteis alinhavam-se por suas paredes em gaiolas de arame e tanques de vidro. Um camaleão egípcio equilibrava-se num viveiro de plantas para aquecer-se sob uma lâmpada. Gaiolas no terraço continham cada uma um camaleão encarapitado numa planta, tomando sol.

"Os camaleões são animais que cultivam hábitos", disse ela. "Os egípcios nos viveiros de plantas vão para o pé da escada às 10 da manhã e ficam esperando que eu os leve para fora. Mr. Rainbow, meu macho pardalis, desce da haste da cortina, onde costuma dormir para se admirar no espelho todas as manhãs." Quando visitamos Mr. Rainbow, ele estava engajado num combate com seu reflexo no espelho, globo ocular contra globo ocular diante de seu obstinado oponente. Mr. Rainbow (arco-íris em inglês) fazia jus ao nome. Durante o combate, exibiu um amarelo-vivo tingido de ferrugem, com listras verticais e verde-oliva e listras , horizontais que se moviam para cima e para baixo como água. Um vermelhão de raiva flamejava em sua garganta. Depois que DeWitt o transferiu para um arbusto ao sol, suas cores "acalmaram-se" para tons de verde.

Dando seqüência à demonstração, DeWitt apresentou um jovem Jackson na ponta do dedo, com chifres incipientes despontando na testa. "Alguns camaleões se adaptam à perda do habitat, mas a maioria não", comentou ela. "Se não aprendermos a criá-los em cativeiro, logo perderemos muitas variedades. Eu pretendo fazer minha parte." Enquanto várias espécies desses encantadores e bizarros lagartos estão com os dias contados, muitos dos seus mistérios podem continuar sem solução. "Mas a verdadeira tragédia", comenta o biólogo Jonathan Losos, "é que essas espécies podem desaparecer antes mesmo que tenhamos a chance de identificá-las-ou de compreendê-las." 


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A charada dos dinossauros - Extinção

A CHARADA DOS DINOSSAUROS - Extinção



Dominaram a Terra durante 140 milhões de anos e sumiram tão misteriosamente como apareceram. Eram gigantes vegetarianos, mas também podiam ser pequenos carnívoros. Tinham sangue frio como os répteis ou quente como os mamíferos. Continuam um enigma para a ciência.

Monstros horrorosos, violentos, mas também um tanto estúpidos e desajeitados, que se equilibravam sobre as patas traseiras. Acinzentados, amarronzados ou esverdeados, viviam em meio a lagos, rios e florestas sob um clima sempre agradável e temperatura constante. Assim os dinossauros eram representados, desde que foram descobertos seus primeiros restos fósseis, no início do século XIX. Senhores absolutos do planeta por 140 milhões de anos, não houve até hoje espécie que fascinasse tanto e provocasse tanta curiosidade-a começar por seu tamanho.
A aparência dos dinossauros, o modo como viviam e especialmente seu desaparecimento súbito intrigam cientistas e leigos. Até Walt Disney, por exemplo, mostrou nas telas sua versão para a extinção dos dinossauros. No clássico desenho Fantasia, de 1940, ao som do balé Sagração da Primavera, de Igor Stravinski, eles morrem pateticamente. Há mais de um século e meio, tenta-se explicar a vida e a morte dos dinossauros. Mas o que se sabe é muito pouco - nem sequer é possível afirmar com segurança de que se alimentavam. Existem várias teorias sobre seu desaparecimento.
Também ainda espera resposta definitiva a questão de como se tornaram a espécie dominante na Terra. Afinal reinaram sem concorrentes durante toda a era Mesozóica. Surgiram no período Triássico - há cerca de 200 milhões de anos, quando se supõe que houvesse apenas um imenso supercontinente, a Pangea. Atravessaram todo o Jurássico e o Cretáceo - os outros dois períodos em que se divide a era Mesozóica -, quando foram extintos, há 65 milhões de anos.
Ao aparecerem na face da Terra, o clima era ameno, a água dos oceanos temperada e a paisagem compunha-se de montanhas, pradarias, desertos, pântanos e rios. Nas florestas não existiam plantas com flores - elas vão aparecer no Cretáceo - só samambaias, pinheiros de vários tipos e árvores que se pareciam com as palmeiras. Nesse supercontinente também viviam lagartos, lagartixas, crocodilos, jacarés, tartarugas, salamandras, rãs e sapos. Os mares tinham peixes e até tubarões. No Cretáceo havia pássaros e, no final desse período, mamíferos primitivos, cujos parentes mais próximos e conhecidos seriam os gambás.
Carnívoros, herbívoros, bípedes, quadrúpedes, donos de mandíbulas desdentadas ou com dentes afiados como lâminas, placas recobrindo o dorso, chifres na cabeça e no nariz, cabeças de diversos tamanhos e formas, pescoços mais longos ou mais curtos. Essas eram em geral as características das cerca de oitocentas espécies conhecidas de dinossauros. Ou seja, havia dinossauros para todos os gostos. Com tantas características diferentes e muitas vezes contraditórias, não é de espantar a confusão armada na tentativa de encontrar explicações gerais sobre os costumes desses bichos.
Uma classificação propõe sua divisão em dois grandes grupos: os saurisquianos e os ornitisquianos. De novo, cada grupo representado pelos mais diversificados tipos: uns teriam sido velozes, não muito grandes; outros eram mais lerdos e alguns tornaram-se gigantes. Enquanto um tiranossauro, do grupo dos saurisquianos, media doze metros e pesava seis toneladas, o celurossauro, do mesmo grupo, não ultrapassava os seis quilos, era pouco maior que um frango e comia carne.
Já o gigantesco brontossauro, também do grupo dos saurisquianos, era um pacífico herbívoro com seus 21 metros de comprimento e 30 toneladas de peso. O campeão de tamanho era outro saurisquiano ainda, o superssauro, um gigantesco animal que media 30 metros e pesava mais de 100 toneladas, o equivalente ao peso de dois Boeing 737.
Os dinossauros do grupo dos ornitisquianos eram menores e tinham a bacia semelhante à dos pássaros. Mediam geralmente de sete a nove metros e pesavam de três a seis toneladas. Entre eles estão os anquilossauros, que tinham o dorso recoberto de placas ósseas; os iguanodontes, talvez um dos mais conhecidos, sem placas; os estegossauros, que, além de uma fileira de placas, tinham também espinhos na cauda. E os triceratopos, com dois chifres na testa e um no nariz. À exceção dos iguanodontes, os outros eram quadrúpedes.
As primeiras descobertas de dentes e ossos de dinossauros datam de 1822, quando Mary Ann Mantell, mulher do médico e paleontólogo amador inglês Gideon Mantel, encontrou casualmente, em Sussex, no Sul da Inglaterra, um fragmento de rocha contendo um dente. O achado intrigou Gideon, que não sossegou enquanto não descobriu a que espécie de animal teria pertencido. Depois de muito pesquisar, Mantell concluiu que o dente pertencia a um gigantesco réptil herbívoro, que ele batizou de iguanodonte- porque o dente se assemelhava aos dentes dos iguanas, répteis característicos da América.
Vinte anos depois de Gideon, outro inglês, o anatomista Richard Owen, sustentou que outros dentes e ossos descobertos em várias partes do mundo pertenciam a uma espécie desconhecida de animal a que ele chamou de dinossauria, que em grego quer dizer "répteis terríveis". Para Owen, eles eram os representantes máximos da classe réptil e os mais parecidos com os mamíferos. E foi essa a imagem dos dinossauros aceita até o início dos anos 60 - lagartos superiores, com hábitos e fisiologia de répteis que cresceram demais, inexplicavelmente e, como répteis, tinham sangue frio, dependendo do Sol para se aquecer e da sombra para se refrescar.
Mas, em 1964, uma descoberta do paleontólogo norte-americano John Ostrom veio revolucionar as teorias existentes sobre esses grandes lagartos. Em Montana, no noroeste dos Estados Unidos, ele encontrou um pé de deinonychus, um dinossauro com quatro metros de comprimento. Era carnívoro, bípede e possuia dentes afiados, além de garras em todos os dedos dos quatro membros. Essas peculiaridades revelavam um animal predador, extremamente ágil e ativo, características difíceis de imaginar num animal de sangue frio. Assim, a entrada em cena do deinonychus reabria a questão: os dinossauros tinham sangue quente ou frio? Se fosse quente, então não eram répteis como se imaginava e seu metabolismo seria semelhante ao dos mamíferos e pássaros.
De fato, o que se sabia com certeza é que os dinossauros descendem dos tecodontes - um tipo de réptil sobre o qual, aliás, se sabe muito pouco. Outro paleontólogo norte-americano, Jack Horner, do Museu da Universidade Estadual de Montana, acredita que a estrutura de crescimento dos dinossauros assegura que tinham sangue quente. Horner observou que os ossos dos dinossauros cresceram como os das aves atuais. Já os ossos dos crocodilos, répteis como se achava que fossem os dinossauros, crescem bem mais devagar.
Teorias levantadas por anatomistas com base na dimensão dos ossos dos dinossauros garantem que eles possuíam uma agilidade típica de animais de sangue quente, como os mamíferos, e não sujeitos às variações de temperatura, como os répteis. Quando os raios do Sol incidem sobre as escamas de um lagarto ou de uma serpente, sua agilidade e rapidez aumentam. No frio, ao contrário, são acometidos por uma espécie de torpor.
Mas, no final da era Mesozóica, o supercontinente que existia no início da evolução dos dinossauros -no Triássico - estava se dividindo em outros continentes; isso deve ter influido decisivamente nas temperaturas, estabelecendo-se estações cada vez mais rigorosas. Assim, nasceu mais uma hipótese: a separação dos continentes e a revolução no clima teriam mudado de frio para quente o sangue de alguns mamíferos e aves. O argumento mais convincente nessa polêmica talvez seja o de que os dinossauros, no decorrer da evolução, se transformaram em animais de sangue quente.
Em uma das etapas da rnudança, que foi gradual, agigantaram o corpo conservando a temperatura. O paleontólogo norte-americano Thomas R. Fairchild, que desde 1976 vive no Brasil, onde leciona no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, afirma que "uma das evidências que sugere que os dinossauros tinham sangue quente é o tamanho do corpo, pois não seria possível a um animal de várias toneladas aquecer-se o bastante apenas deitando-se ao Sol; mesmo num dia ensolarado, as horas de luz seriam insuficientes para aquecer aquela massa".
Também defensor da teoria do sangue quente, o paleontólogo Robert Bakker, do Museu da Universidade do Colorado, transformou-a em causa pessoal. Ainda estudante, Bakker tinha tanta certeza de que os dinossauros eram eretos e cheios de energia que passou a calcular sua velocidade. Concluiu do estudo das pegadas desses animais que alguns eram muito rápidos e arriscou-se a afirmar que um brontossauro- que devia pesar 30 toneladas - podia correr a cinco quilômetros por hora..Por essa época, Bakker também começou a desenhar dinossauros completamente diferentes dos usuais. Eram criaturas cheias de energia, de pés leves, que corriam, pulavam. Seus herbívoros eram gregários e os carnívoros, agressivos. Não tinham semelhança com aqueles representados até a década de 60.
Outra descoberta importante a partir de pegadas revelou que os dinossauros tinham um comportamento familiar: viviam em grandes manadas - os adultos andando do lado de fora, de modo a proteger os mais jovens, no centro. Já os répteis têm outro comportamento: limitam-se a proteger as crias até o momento em que rompem a casca do ovo. Há indícios também de que alguns dinossauros chocavam seus ovos e outros não. Estes últimos preferiam cavar ninhos na terra onde os depositavam e depois os cobriam com vegetação para ajudar a incubação. Nascidos os filhotes, os pais traziam-lhes alimentos.
Sempre se supôs que os dinossauros punham ovos, já que enormes quantidades de restos de cascas foram encontradas ao longo do tempo. Mas Robert Bakker arrisca uma nova suposição. Após calcular que as fêmeas de brontossauros tinham uma estrutura pélvica maior que a de outros dinossauros, ele acha possível que dessem à luz filhotes vivos. Embora admita que as evidências sejam mínimas, Bakker tem a seu favor o fato de que jamais se descobriu um ovo de brontossauro. Outra questão que os paleontólogos levantam é que os dinossauros do final do Cretáceo migravam na estação chuvosa em busca de lagares secos e de alimentos. Nessa época, o clima na Terra já estava diferenciado.
Teorias, hipóteses e suposições realmente não faltam, ainda que não se possa comprovar a maioria delas. A rigor, a única certeza absoluta é a de que os dinossauros existiram e reinaram na Terra durante 140 milhões de anos - sinal de que souberam adaptar-se ao ambiente com rara competência na história das espécies.

O ASSASSINO : CLIMA, METEORO OU PARASITA ?

Afinal, onde foram parar os dinossauros ? Que de tão grave aconteceu na Terra para provocar sua completa extinção, 65 milhões de anos atrás? A morte dos dinossauros parece tão misteriosa como eles próprios. Não menos estranhas são muitas das centenas de tentativas de explicar o enigma. Se lembrarmos que os dinossauros não se foram sozinhos, a charada fica então cada vez mais complicada. Com eles desapareceram também plantas aquáticas unicelulares e répteis voadores, marinhos, além de invertebrados semelhantes às lulas e polvos. Sobreviveram alguns grandes grupos de répteis como os crocodilos, jacarés, cobras; mamíferos pequenos, além de aves, tartarugas, rãs, sapos; pinheiros, samambaias e plantas com flores.

Há quem associe a extinção às colossais mudanças ocorridas no planeta no final do Cretáceo, sobretudo a separação dos continentes e oceanos, que teria remexido completamente no clima terrestre. Isso, por sua vez, teria modificado ou mesmo interrompido as cadeias alimentares tradicionais. Nessa bagunça geral, espécies animais e vegetais que não suportavam o frio ou não tiveram como mudar de dieta desapareceram.

No caso dos dinossauros, em especial, a velhice da espécie era uma dificuldade a mais. Diz o professor Thomas Fairchild, da Universidade de São Paulo: "Após 140 milhões de anos de evolução, os dinossauros podem ter perdido sua elasticidade genética; já teriam se ajustado de tal forma que adaptações rápidas a novas condições ecológicas não eram tão fáceis como no início de sua evolução".
A teoria mais difundida nos últimos anos - e também ferozmente combatida pelos partidários da hipósite climática - é a de que um asteróide vindo não se sabe de onde se teria chocado com a terra, provocando uma formidável cratera estimada em 175 km de diâmetro - da qual nunca se achou o menor vestígio - e uma explosão de 100 milhões de megatons, o equivalente a 150 mil guerras nucleares entre os Estados Unidos e a União Soviética com os arsenais de que dispõem.
Em consequência, uma massa de poeira cem vezes superior à do asteróide se teria espalhado na atmosfera, mergulhando o planeta numa longa noite, que durou de dois a três anos. Sem luz solar, as temperaturas caíram e cessou nas plantas a fotossíntese, pela qual elas crescem e oferecem oxigênio aos outros seres. Daí, diminuiu sensivelmente a fonte de alimento dos herbíveros, que acabaram morrendo; portanto, depois de um tempo também os carnívoros ficaram sem ter o que comer. Com base em fósseis descobertos no norte do Alasca em 1985, porém , paleontólogos norte-americanos concluíram que os dinossauros viviam em regiões polares. Ou seja, estavam acostumados à escuridão polar, que dura cerca de três meses por ano e de alguma forme continuavam a se alimentar.

Parente próxima desta teoria do estrago geral é a de que um gigantesco meteorito teria atingido a terra, provocando incêndios que se alastraram por todo o planeta. Assim os dinossauros teriam perecido nas chamas. Uma variante que encontra adeptos respeitáveis é a hipótese de que a terra foi atingida por uma "chuva de cometas"provocada pela passagem de um corpo celeste - estrela ou planeta - pelo sistema solar. Há ainda a teoria das erupções vulcânicas, segundo a qual gases vulcânicos teriam destruído a camada de ozônio que protege a terra dos raios uultravioleta do sol. Inusitada mesmo é a hipótese sugerida pelo palentólogo noirte-americano Robert Bakker. Ele duvida da teoria do asteróide porque no final do Cretácio ocorrera uma grande diminuição das espécies, e os dinossauros já poderiam estar a caminho do desaparecimento.
Segundo ele, nesta época, ainda viviam os triceratopos e os tiranossauros, migradores por excelência.
É provável, imagina Bakker, que tenham trazido consigo doenças e parasitas e acabaram contaminando os outros. Enfraquecidos, os dinossauros morreram - de disenteria, diz o cientista.

A FAMÍLIA

1) Com seis metros de comprimento e duas toneladas de peso, o estegossauro era herbívoro. Não se sabe a função das grandes placas que tinha sobre o dorso.

2) Apesar dos 21 metros e trinta toneladas, o brontossauro também era um pacifico herbívora.

3) 0 maior dos dinossauros conhecidos, o braquiossauro, erguia a cabeça 12,5 metros acima do chão, como um prédio de quatro andares.

4) 0 celidossauro é tido por alguns como o ancestral do estegossauro; por outros, do anquilossauro, esse imenso e pesado dinossauro do Cretáceo.

5) 0 alossauro foi sem dúvida o mais terrível carniceiro de sua época. Com duas toneladas de peso e onze metros de comprimento, não dava chance a suas vítimas.

6) Menor que seu primo alossauro, o ceratossauro era capaz de abater presas muito maiores graças à sua espantosa agilidade.

7) 0 compsognato, pouco maior que uma galinha, era o menor de todos os dinossauros. Alimentava-se de presas pequenas como ele.

8) Parente próximo do compsognato, o celuro media dois metros e atacava presas de porte médio.

9 e 10) 0 pterodáctilo e o ramforinco não eram nem dinossauros nem pássaros. Pertenciam ao grupo de pterossáurios, ou répteis alados, as mais fantásticas máquinas voadoras da história da Terra.

11) 0 arqueoptérix é um enigma não se sabe se era um réptil emplumado ou um pássaro. Em qualquer hipótese, prova que os pássaros descendem dos répteis - e, quem sabe, dos dinossauros. Nutria-se de insetos e lagartixas.

12) Bem pequenos, os mamíferos já existiam no reinado dos dinossauros. Viviam de outros animaizinhos e de restos deixados pelos grandes répteis.


ESTEGOSSAURO DE SOUZA

Há 150 milhões de anos, no que viria a ser o sertão da Paraíba, viveram cerca de seiscentas espécies diferentes de dinossauros. A prova é a impressionante variedade de pegadas fossilizadas, descobertas a partir de 1975 entre os municípios de Sousa e Antenor Navarro, a uns 500 quilômetros de João Pessoa. Na verdade, as primeiras pistas foram encontradas na região em 1924, mas por falta de interesse o material ficou esquecido. Em 1975, o padre Giuseppe Leonardi, paleontólogo do Departamento Nacional de Produção Mineral, retomou as explorações na área. Resultado: a descoberta de inúmeras pistas de fósseis, quase todas de dinossauros, na maioria bípedes e carnívoros.

De todas elas, uma em particular se destaca: a de um quadrúpede de seis a sete metros de comprimento cujas patas dianteiras eram pequenas e arrendondadas, as traseiras muito grandes e providas de uma espécie de almofada, com três dedos em forma de casco. Os pesquisadores têm quase certeza de que o dono era um estegossauro, herbívoro com placas ósseas no dorso e espinhos na cauda. Ele teria circulado pela região de Sousa há 110 milhões de anos.

Preocupado com a preservação desse precioso sítio paleontológico, padre Leonardi propôs que se criasse na região um parque, que começou a ser implantado em 1984. Batizado de Vale dos Dinossauros, o parque é sustentado pelo governo federal. Tem um laboratório permanente de pesquisas. onde uma equipe de técnicos está fazendo réplicas de dinossauros em tamanho natural, de fibra de vidro e resina sintética. Cinco já estão prontas e nove estão em montagem.

Por tudo isso, para os 72 mil habitantes da pacata cidade de Sousa, os dinossauros estão longe de ser bichos do outro mundo. Tanto que já emprestam o nome a uma oficina mecânica, um bar, um restaurante e até a um conjunto musical. Além disso, desenvolveu-se na cidade um peculiar artesanato de souvenirs - estatuetas de dinossauros e camisetas pintadas com os lagartões.

Mas não só na Paraíba foram encontrados restos fósseis. Em cidades do interior de São Paulo, como Araraquara, por exemplo, milhares de pistas foram descobertas, assim como em cidades do Paraná e de Minas Gerais. Em Peirópolis, no Triângulo Mineiro, a 20 quilômetros de Uberaba, localiza-se outro importante sítio paleontológico, onde foram encontrados fósseis de um titanossauro, um enorme quadrúpede herbívoro que media 20 metros.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Crocodilo-do-nilo - Nascido para matar


CROCODILO-DO-NILO: NASCIDO PARA MATAR



Nas águas barrentas do Rio Mara, no Quênia, os crocodilos se preparam para o maior banquete anual. Eles aguardam pacientemente a chegada de milhões de gnus - antílope africano com cabeça e chifre semelhantes aos do búfalo -, que migram todos os anos em busca de pastagens verdes no país. Num turbilhão apressado, os gnus se espremem em uma massa compacta e entram na água. É quase um ato suicida. Em questão de segundos, o crocodilo-do-nilo abocanha uma das pernas de um dos antílopes. Os dois animais travam uma verdadeira batalha, mas, exausto, o gnu se rende.

O crocodilo é um dos predadores mais perfeitos que já passaram pela Terra. Prova disso é que ele existe há mais de 200 milhões de anos - foi contemporâneo do dinossauro, seu parente direto, que acabou extinto 65 milhões de anos atrás. A longevidade do crocodilo se deve, em grande parte, às suas habilidades predatórias. Mas suas virtudes anatômicas e biológicas também permitiram que esses répteis gigantes sobrevivessem e evoluíssem de tal forma que é possível contar nos dedos seus verdadeiros inimigos naturais - nos dedos de uma mão apenas.

O robusto crocodilo-do-nilo (a segunda maior e mais forte das 23 espécies do réptil - a primeira é o crocodilo-marinho) reina soberano nas águas de todo o continente africano. Medindo até 6,2 metros e pesando quase 1 tonelada, ele não escolhe suas presas: ataca qualquer corpo que se mova à sua frente. Tomando seu banho de sol na ribeira, ou navegando pelo Nilo ou outros cursos d’água, ele está sempre atento e disposto a fazer novas vítimas. Mesmo que elas sejam humanas.

O crocodilo-do-nilo é, de longe, a espécie que mais mata homens no mundo. Para as diversas populações africanas que habitam as áreas próximas do Rio Nilo e nele lavam suas roupas, tomam banho ou mesmo brincam em suas águas, a presença dos crocodilos é fatal. O número de pessoas mortas pode ultrapassar o de uma centena todos os anos.

Mas o cardápio do réptil é muito mais amplo. Ao lado do crocodilo-marinho (a maior espécie), ele é o único capaz de caçar grandes mamíferos. Antílopes, zebras e javalis não têm chances contra o rei do Nilo. Até mesmo leões, hipopótamos e girafas podem tornar-se presas fáceis quando invadem seu território. A facilidade na hora de abocanhar suas vítimas é o resultado de 66 dentes afiados e uma força descomunal dos músculos da mandíbula, com potência que chega a até 2 toneladas por centímetro quadrado.

Hábil caçador, o crocodilo sabe muito bem como montar uma cilada. Submerso com apenas seus olhos, ouvidos e focinho fora d’água, é silencioso e paciente. Ele pode ficar mais de uma hora debaixo d’água esperando sua caça. E isso só é possível graças a duas importantes características: um baixo metabolismo e um coração adaptado. "Como é um animal de sangue frio, o crocodilo tem um metabolismo lento. Ele usa o oxigênio em menor quantidade e consegue ‘segurar’ a respiração por muito mais tempo. Além disso, seu coração adaptado tem um vaso sanguíneo que permite que o sangue seja parcialmente desviado dos pulmões enquanto ele está submerso, uma válvula que ajuda nesse mesmo processo, e, finalmente, outros tecidos moles que desviam o fluxo do sangue", afirma Mason Meers, professor de biologia e anatomia evolutiva da Universidade de Tampa, na Flórida, Estados Unidos.

Mas os artifícios de caça do crocodilo não param por aí. Seus ouvidos são interligados e ele consegue manter o equilíbrio quando desliza submerso pelo Nilo - ao contrário de nós, que podemos ficar zonzos quando estamos boiando. Isso quer dizer que ele permanece camuflado como um tronco de madeira e faz manobras debaixo d’água tão suaves que é praticamente impossível percebê-lo. Uma vez perto de sua presa, seu bote é rápido - em menos de uma fração de segundo, o crocodilo tem sua caça na boca. Astuto, sabe que se sua presa for maior e mais pesada que ele, o mais prudente a fazer é trazê-la para água e afogá-la. Se não, ele a desmembra imediatamente em terra firme, segurando-a pela mandíbula e a girando rapidamente na superfície da água, até que ela se despedace.

Com o banquete à mesa, o crocodilo divide sua iguaria com outros animais da mesma espécie: o sistema hierárquico entre eles é bem definido e, se o caçador for menor, ele terá que esperar outros companheiros maiores se juntarem para comer. Mas o crocodilo só é sociável no momento da partilha. Ele raramente caça em bando: prefere sair sozinho, mesmo correndo o risco de encontrar outro indivíduo maior e mais forte - que certamente irá atacá-lo se estiver com fome. Sim, há canibalismo entre eles, principalmente quando um réptil grande e faminto se depara com um menos corpulento.

Uma questão polêmica, que ainda intriga os pesquisadores, é sobre uma velha lenda que dá conta que o crocodilo se alimenta apenas uma vez por ano. Embora não seja totalmente verdadeira, ela também não é completamente falsa. "Essa história não é uma verdade absoluta. O que acontece é que ele pode ficar um ano sem se alimentar, sem problema. Mas o que se observou é que com isso o crocodilo emagrece demais e torna-se presa fácil para outros crocodilos", afirma Adam Britton, pesquisador sênior da Wildlife Management International, instituto de pesquisa sobre crocodilos da Austrália.

Muita gente acredita que, por causa de seu aspecto monstruoso, ele come apenas presas grandes - outro mito. "Uma presa grande pode sustentar um crocodilo por meses, mas a maioria deles, principalmente os maiores, se alimenta de presas pequenas freqüentemente, já que a maior parte de sua dieta é constituída por peixes, aves, serpentes e o que puder ser encontrado no Nilo", diz Adam.

O que se sabe de verdade é que o crocodilo tem um estômago de pedra. Literalmente. Apesar de seus fortes músculos da mandíbula, o réptil não mastiga - por isso, tem ou que desmembrar sua presa e separá-la em partes (como faz com girafas, zebras e hipopótamos) ou engolir ela inteira, caso de filhotes de antílope. Seja como for, sua refeição inclui ossos, chifres e o que mais vier com a caça. Para digerir todo esse cardápio, no estômago do crocodilo existem pequenas pedras para ajudar na trituração dos pedaços mais duros.

Os instintos predatórios do crocodilo caminham lado a lado com seus instintos de preservação da espécie. Basta observar o zelo materno que uma mamãe crocodilo tem com seu ninho e, mais tarde, com seus filhotes - dedicação rara entre os répteis, que geralmente abandonam seus ovos logo após colocá-los. A fêmea crocodilo sabe como ninguém manter suas crias fora de perigo e é extremamente cuidadosa. Pouco antes dos pequenos répteis nascerem, emitem sons como forma de pedir ajuda. A mãe crocodilo auxilia os filhotes a sair dos ovos quebrando-os com sua boca e depois os leva para a água. O cuidado com suas crias vai além: a proteção pode se prolongar até os 3 anos de idade.

Outra característica preservativa do crocodilo é sua noção de perigo e cooperação. Por meio de um avançado sistema de comunicação, ele consegue intimidar animais como elefantes, hipopótamos e até leões com vibrações subsônicas. O mesmo sistema é usado para a comunicação entre eles. "Grandes animais podem ser ouvidos a longas distâncias. O interessante sobre esses sons é que nós, humanos, não somos capazes de ouvir, já que são subsônicos, ou mais conhecidos como ‘infra-som’. Eles, no entanto, se comunicam através desse sistema, que permite, entre outras coisas, que possam debandar das áreas de grande periculosidade", afirma Meers.
Outro importante fator de preservação do crocodilo está em seu sangue. Apesar de lutarem muito entre si - e acabarem com grandes feridas -, os animais quase nunca desenvolvem infecções. As pesquisas levam a crer que existe um antibiótico natural no sangue do réptil que mata bactérias e outros microrganismos. "Estudos indicam que é por causa de uma substância presente no sangue. Mas ninguém demonstrou exatamente a origem dessas propriedades", diz o pesquisador Pablo Siroski, do projeto Yacaré, que estuda crocodilianos na Argentina. Está aí um dos grandes mistérios do animal que segue à risca a teoria de seleção natural de Darwin: apenas os mais fortes sobrevivem.


Derrotando exércitos


Um dos maiores ataques de crocodilos-do-nilo ao homem ocorreu nos tempos de Alexandre, o Grande. Perdiccas, um dos generais de Alexandre, almejando o poder, resolveu invadir as terras de seu inimigo Ptolomeu e tomar Tebas, no Egito, em 321 a.C. Sabendo de suas intenções, Ptolomeu protegeu a região e obrigou o rival a mudar a rota para o delta do Nilo, na época infestada de crocodilos. À medida que cavalos e homens eram atacados pelos répteis, os soldados sobreviventes perceberam a fria na qual tinham entrado. Depois de mais de mil terem sido devorados, as tropas, desesperadas, deram meia-volta. Indignado com a "covardia", Perdiccas ordenou que eles voltassem ao rio e cumprissem sua missão. Os soldados, porém, preferiram enfrentar Perdiccas: fizeram um motim e acabaram, mais tarde, assassinando o general.


Fatos selvagens




Nome vulgar

Crocodilo-do-nilo



Nome científico

Crocodylus niloticus



Dimensões

6,2 metros, do focinho à cauda



Peso

Até 900 kg



Principais armas

A mandíbula, que pode dar uma mordida de mais de 1 tonelada



Comportamento social

Sociável, vive em grandes grupos. Mas existe canibalismo na espécie



Ataques a humanos

Não há estatísticas oficiais, mas supõe-se que centenas de ataques ocorram anualmente



Quanto come

Em cativeiro, até 65 kg de carne por semana (no inverno, não comem)



Expectativa de vida

45 anos em hábitat natural e 80 em cativeiro



Dieta

Antílopes, zebras, javalis e até leões e girafas



Principais inimigos

Os hipopótamos são os únicos animais que apresentam algum perigo



Se você encontrar um
Se você navegar em um rio cheio deles, não aproxime os braços da superfície. Em terra são lentos, mas bons saltadores. Mantenha uma distância segura


Para saber mais




Na livraria

Snap! A Book About Alligators and Crocodiles - Melvin Berger e Gilda Berger, Scholastic, EUA 2002

Alligators & Crocodiles - John L. Behler e Deborah A. Behler, Voyageur Press, EUA, 1998



Na internet
http://www.flmnh.ufl.edu/natsci/herpetology/crocs.htm - Site de uma organização que estuda os crocodilianos


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terça-feira, 5 de abril de 2011

Rã sem-teto - Rã Pintada de Israel

RÃ SEM-TETO - Rã Pintada de Israel


A rã-pintada-de-israel (Discoglossus nigriventer), também conhecida como rã-pintada-palestina, era um anfíbio de cores ocre e ferrugem, manchado de verde-escuro. A barriga escura contrastava com as pequenas manchas brancas espalhadas pelo corpo sem nenhum padrão. Essa rã era encontrada somente nos pântanos do Vale de Hula, região norte de Israel, e em algumas áreas da Síria próximas à fronteira com Israel. Rã de hábitos noturnos, durante o dia ela costumava permanecer quietinha no alagado, somente com a cabeça para fora.
No início da década de 50, os pântanos do Vale de Hula foram drenados para seu aproveitamento na agricultura e também para erradicar um possível foco do mosquito transmissor da malária. Com isso, a área pantanosa, que antes ocupa-va 6 000 hectares, foi reduzida para apenas 300. Com seu habitat natural praticamente destruído, a rã-pintada-de-israel desapareceu em meados de 1955, juntamente com outras espécies endêmicas de animais e plantas.
O episódio despertou a atenção de movimentos ambientalistas, que pressionaram o governo israelense a criar, em 1964, uma reserva natural nas áreas que haviam sobrado dos pântanos. Mais tarde, em 1971, foi iniciado um programa de restauração do Vale de Hula, numa tentativa de reconstruir o habitat dos animais expulsos da região. O resultado foi a restauração de uma área de 800 hectares fora da reserva, quase o triplo do que havia restado dos pântanos. Parte das águas retiradas pela atividade agrícola foi devolvida ao local, na esperança de recriar um ambiente propício para a reintrodução de algumas espécies. Boa parte da fauna e da flora retiradas do local voltou a preencher a região de Hula - exceto, é claro, as espécies extintas para sempre, como parece ser o caso da rã-pintada-de-israel. Para esse anfíbio, o plano de preservação do ecossistema do Vale de Hula chegou tarde demais. Dele agora restam só dois espécimes conservados para exibição em museus.

Rã-Pintada-de-Israel
Nome cientifico: Discoglossus nigriventer
Ano da extinção: 1955
Habitat: Vale de Hula (Israel)

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C=38951
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quinta-feira, 10 de março de 2011

Beleza é fundamental - Jamaica Giant Galliwasp

BELEZA É FUNDAMENTAL - Jamaica Giant Galliwasp



O Jamaica giant galliwasp ("lagarto-gigante-da-jamaica") recebeu essa denominação do zoólogo e botânico inglês George Shaw, que em 1802 catalogou esse réptil de 30 centímetros de comprimento como o maior representante da família Anguidae até então conhecido. Endêmico da Jamaica (ou seja, só existia lá), esse lagarto era encontrado, até a data do último registro de sua existência, em 1840, nos pântanos espalhados ao longo da ilha caribenha, onde cavava sua toca e se alimentava, quando jovem, de frutas silvestres, plantas e insetos, incluindo mais tarde em sua dieta alguns pequenos peixes.
Seu corpo robusto era formado por uma cabeça larga, membros longos e cauda lisa. Sua cor era parda, apresentando pequenos sinais marrons mais escuros ou alaranjados, que se espalhavam por todo o dorso, composto de microssulcos que lhe conferiam uma aparência medonha. Talvez por causa desse visual nada simpático, os jamaicanos acreditavam que o bicho era venenoso e traiçoeiro. Tanto que o perseguiam e abatiam impiedosamente assim que o viam. Ainda hoje os nativos cultivam uma lenda que ouviram de seus ancestrais: se um lagarto da família Anguidae morde uma pessoa e alcança a água ou se molha antes de sua vítima, esta fatalmente morrerá. Se, ao contrário, a pessoa que levou a mordida se molhar ou chegar à água antes do lagarto, quem vai morrer é o animal.
Imaginação à parte, os cientistas que tiveram a oportunidade de examinar o Celestus occiduus comprovaram que o réptil não era venenoso. Se o lagarto-gigante fosse mesmo peçonhento, como dizia a crença popular, provavelmente teria conseguido se proteger de muitos predadores que foram introduzidos indiscriminadamente na Jamaica, fenômeno apontado como a principal causa de extinção dessa espécie.

Jamaica Giant Galliwasp
Nome científico: Celestus occiduus
Ano da extinção: 1840
Habitat: Jamaica

C=33532

Invasão de domicilio - Lagarto Gigante de Cabo Verde

INVASÃO DE DOMICÍLIO - Lagarto Gigante de Cabo Verde



O lagarto-gigante-de-cabo-verde é considerado extinto desde 1910 e dele restam apenas alguns exemplares empalhados. A maior coleção, com 26 animais, faz parte do acervo do Museu Regional de Ciência Natural de Turim, na Itália, e foi obtida pelo cientista Mario Giacinto Peracca durante uma expedição ao arquipélago de Cabo Verde, em 1891. Na época, o estudioso retirou cerca de 40 espécimes vivos de Macroscincus coctei de seu habitat e os levou para um cativeiro na cidade de Chivasso, próximo a Turim. Alguns anos depois, em 1898, outro italiano, Leonardo Fea, do Museu de História Natural de Gênova, visitou Cabo Verde. Acredita-se que tenha sido o último cientista que observou um lagarto-gigante ainda vivo.
Pelas anotações deixadas pelos pesquisadores italianos, sabe-se que esse lagarto era encontrado principalmente nos Ilhéus Branco e Raso. O réptil atingia quase 60 centímetros de comprimento, mas só o rabo correspondia a aproximadamente metade do tamanho. Possuía garras poderosas e dentes serrilhados. O dorso de cor cinza apresentava pontos brancos e pretos e era composto de mais de 100 fileiras de pequenas quilhas, contrastando com o ventre liso e esbranquiçado. O bicho se alimentava de sementes e de ovos de pássaros. Comparado aos demais répteis, ele era facilmente domesticado.
O lagarto era caçado implacavelmente pelos habitantes de Cabo Verde, que se deliciavam com a abundante carne e aproveitavam a gordura para fins medicinais. Era uma boa fonte de alimentação para o homem e também para dezenas de animais introduzidos no arquipélago, como cabras, asnos, cachorros e gatos, que, juntamente com várias plantas exóticas, transformaram drasticamente o habitat. Por seu comportamento despreocupado e autoconfiante, típico de um animal que até então vivia sem predadores naturais, o lagarto não demoraria a engrossar a lista de bichos extintos.

Lagarto-Gigante-de-Cabo-Verde
Nome científico: Macroscincus coctei
Ano da extinção: 1910
Habitat: Ilhéus Branco e Raso, no arquipélago de Cabo Verde

segunda-feira, 7 de março de 2011

Mudança de Habitat - Boa Escavadora de Round Island

MUDANÇA DE HABITAT - Boa Escavadora de Round Island


A boa-escavadora-de-round-island é uma das cobras que fazem parte da indesejada lista vermelha de répteis extintos da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). Desde 1975 não há nenhum registro dessa espécie, que era só encontrada em Round Island, uma pequena ilha vulcânica de 160 hectares pertencente a Maurício, no Oceano Índico. O termo "boa" não se refere exatamente à habilidade da serpente em percorrer o terreno irregular e as cavernas traiçoeiras de Round Island, mas provém de Boidae, nome de uma ampla família de cobras.
Inicialmente considerada uma subfamília desse grupo, a Bolyeria multocarinata se diferenciava por uma projeção ventral da coluna vertebral, presente na vértebra posterior do tronco. Com cerca de 1 metro, tamanho considerado pequeno em relação a outras espécies, a boa-escavadora era uma cobra exclusivamente terrestre, habitando as numerosas cavernas de Round Island. Seu alimento preferido eram pequenos lagartos.
A vida dessa cobra começou a mudar drasticamente por volta de 1840, quando o homem introduziu coelhos e cabras em Round Island. Esses aparentemente inofensivos mamíferos acabaram com boa parte da vegetação nativa, o que contribuiu para a erosão do solo e, conseqüentemente, para a destruição da floresta de palmeiras. O impacto ambiental foi tão devastador que, num certo momento, estima-se que cerca de 90% do solo da ilha havia se perdido com a erosão. A deterioração na qualidade do habitat é considerada a principal razão do desaparecimento da boa-escavadora.
Somente a partir de 1957, quando o governo de Maurício declarou a ilha uma reserva natural, iniciou-se um trabalho de restauração do ecossistema, com a retirada de cabras, coelhos e outros animais exógenos que haviam sido introduzidos sem nenhum critério. Hoje a reserva natural de Round Island abriga, provavelmente, o maior grupo de plantas e animais ameaçados por hectare do planeta.

Boa-Escavadora de Round-Island
Nome científico: Bolyeria multocarinata
Ano da extinção: 1975
Habitat: Round Island, a leste de Madagáscar

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quem vai Chocar ? Ovo de Dinossauro

QUEM VAI CHOCAR? Ovo de Dinossauro



Em 1998, pela primeira vez, foram descobertos ovos fossilizados de dinossauros, com idade estimada entre 71 e 89 milhões de anos, dentro de seus próprios ninhos, com os embriões bem preservados. Alguns tinham até a pele, que se assemelha à dos lagartos atuais. Os ovos foram encontrados na Patagônia argentina por uma equipe de paleontólogos americanos e argentinos. "Os embriões são uma descoberta fantástica e vão levar a conclusões importantes sobre a evolução das espécies", disse na ocasião o paleontólogo Luis Chiappe, do Museu de História Natural de Los Angeles.

Os ovos eram de titanossauros, que viveram em quase todos os continentes, entre 65 e 90 milhões de anos atrás. Alguns dos maiores espécimes chegavam a ter 36 metros de largura e a pesar 100 toneladas, segundo Chiappe.

A descoberta dos embriões lançou luz nas pesquisas sobre o desenvolvimento do crânio e da péle dos titanossauros. Até 1998, os paleontólogos haviam se deparado apenas com fósseis desses grandes dinossauros em mau estado de conservação. E o que é pior: na grande maioria dos casos, sem a cabeça.
Graças aos ovos encontrados na Argentina, os cientistas passaram a um outro estágio no estudo dos dinos: agora, têm ferramentas confiáveis para pesquisar a relação entre as variadas espécies e os animais que se originaram nos milênios seguintes, inclusive no que diz respeito a comportamentos sociais. O local onde foram achados os embriões na Patagônia indica que as mamães dinossauros se reuniam em bando para depositar os ovos em locais seguros - elas acertaram tanto na escolha que seus filhotes foram preservados por milhões de anos. Elas improvisavam ninhos no chão e cobriam com plantas para protegê-los dos predadores. Parecido com o que as aves fazem hoje? É exatamente isso, entre outras coisas, que os cientistas querem descobrir.®

O impacto da descoberta
Os primeiros embriões de dinossauros descobertos pelo homem podem ajudar a esclarecer a anatomia dos seres pré-históricos e conduzir a outros achados na região onde foram encontrados, na Patagônia argentina

Um ninho de dinos
O paleontólogo argentino Luis Chiappe, um dos mais renomados do mundo, descobriu não apenas os embriões de dinossauros, mas também a área onde eles se localizam, que batizou de Auca Mahuevo, um jogo de palavras em espanhol que significa "olhe, mais ovos". O lugar, no norte da Patagônia argentina, era um refúgio natural para a desova dos dinossauros - são tantos os ovos que os cientistas precisam ter muito cuidado para não pisar neles. Durante milhões de anos, as espécies ficaram a salvo dos estragos do tempo graças a camadas de lama que se formavam no local. Em 1999, foi descoberta uma nova espécie de dinossauro em Auca Mahuevo, o Aucasurus garridoi, que era carnívoro. O sítio pode guardar mais surpresas ainda. Equipes de paleontólogos continuam a trabalhar no local, procurando fósseis de todos os tipos. Como se trata de um sítio virgem, que nunca havia sido objetivo de pesquisas científicas antes do final dos anos 90, as possibilidades de se encontrar material novo lá são grandes. Fique de olho!

sábado, 18 de julho de 2009

Cientistas encontram 'carne' em fóssil

01/05/09 - 07h00 - Atualizado em 01/05/09 - 07h00

Cientistas encontram 'carne' em fóssil de dinossauro da América do Norte
Grupo obteve colágeno, proteína importante para músculos e ossos.
Pesquisa busca acabar com dúvidas sobre conservação de moléculas.

Agora não restam mais dúvidas: moléculas orgânicas que compunham o corpo de um dinossauro há dezenas de milhões de anos podem, sim, sobreviver ao ataque do tempo. Num trabalho que chega a ser obsessivo, de tão cuidadoso, pesquisadores dos EUA e do Reino Unido comprovaram a presença de colágeno e osteocalcina, duas proteínas comuns no tecido ósseo e muscular de bichos atuais, num dino herbívoro de quase 80 milhões de anos, o Brachylophosaurus canadensis.




Reconstrução do dino que passou pela análise molecular (Foto: Reprodução)
É provavelmente o mais próximo que vamos chegar de um "bife" dinossauriano -- ou melhor, de uma coxinha, já que o tecido foi obtido a partir do fêmur do animal (ou seja, do osso da coxa). E as proteínas obtidas mostram que a espécie, assim como os demais dinos, é geneticamente mais próxima das aves do que de qualquer outro vertebrado ainda vivo.




Célula óssea de dinossauro em meio a uma matriz fibrosa (Foto: Mary Higby Schweitzer)
A análise, coordenada por Mary Higby Schweitzer, da Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA), e publicada na edição desta semana da revista especializada americana "Science", trouxe à luz uma série de elementos do organismo do finado dinossauro, incluindo vasos sanguíneos, células (possivelmente com núcleos) e a matriz extracelular dos ossos (a "cola" orgânica que mantém as células unidas).

Schweitzer e companhia se dispuseram a vencer uma contravérsia que os atormenta desde 2007, quando eles realizaram o mesmo feito com fósseis de tiranossauro, o supercarnívoro de 12 m da Era dos Dinossauros. Críticos da pesquisa apostavam que as supostas proteínas dinossaurianas na verdade teriam sido produzidas por bactérias que "comeram" o osso original e ficaram alojadas no fóssil.




A pesquisadora Mary Higby Schweitzer trabalha nas amostras em laboratório (Foto: Kelly Gorham/Montana State University)
Para derrubar essa contra-hipótese, os pesquisadores realizaram uma escavação controlada, com sistemas de isolamento impedindo qualquer tipo de contaminação do osso. Depois, usaram todo tipo de teste, incluindo o uso de anticorpos específicos para colágeno de aves no material extraído do osso. Os anticorpos foram capazes de "grudar" nas moléculas obtidas do fóssil de dino, o que só pode indicar, segundo eles, que as proteínas não são de bactérias, mas de dinossauros.

Ao analisar a sequência de aminoácidos ("tijolos" moleculares que compõem as proteínas) do colágeno dinossauriano, os pesquisadores também mostraram que ela indica parentesco com tiranossauros e aves modernas, como seria de esperar.

Agora, resta saber se será possível extrair outras proteínas dos ossos de dinos, além de entender como essa preservação impressionante se deu ao longo de quase 80 milhões de anos.


PUBLICADOS BRASIL NO ORKUT

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