terça-feira, 26 de maio de 2009

Reino Unido cria 'orçamentos de carbono'

22/04/09 - 17h31 - Atualizado em 22/04/09 - 17h31

Reino Unido cria 'orçamentos de carbono' para reduzir emissões em 34% até 2022
Governo britânico elabora estratégias com base em sugestão de comitê.
Grupo sugere taxas futuras e decrescentes de emissões de gases-estufa.
O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (22) o início de um plano ambicioso para reduzir suas emissões de carbono e levar sua economia para o caminho da energia limpa. Junto ao Orçamento fiscal britânico foram apresentados os primeiros "orçamentos de carbono", que têm por objetivo guiar a redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. Com isso, o país estabeleceu a meta de reduzir em 34% suas emissões até 2022, com relação aos níveis de 1990.
Os orçamentos de carbono são produzidos por um órgão que tem como função agir como uma espécie de Copom da mudança climática -- se aqui no Brasil o tradicional Copom define a taxa de juros da economia, lá o CCC, como é chamado, é um comitê destinado a apontar e guiar a taxa de emissão de carbono por período.
Esses orçamentos são divididos em períodos de quatro anos. Agora, os britânicos apresentaram os próximos três, relativos aos períodos 2008-2012, 2013-2017 e 2018-2022. As metas estão alinhadas com o objetivo de longo prazo, já estabelecido pelo governo britânico, de reduzir em 80% suas emissões até 2050.
Os orçamentos de carbono tornam o esforço do Reino Unido de combater o aquecimento global mais que um exercício de retórica. Agora, o governo é obrigado a prestar contas e gerir suas emissões de carbono da mesma forma que faz com os recursos declarados nos orçamentos anuais. A flexibilidade, naturalmente, é maior. Ainda assim, é um passo importante para tornar a ação contra a mudança climática mais concreta.
Os britânicos também sinalizam com isso que não esperarão acordos globais de novas metas de redução para o chamado período pós-Kyoto (que vai além do protocolo assinado no Japão, quase duas décadas atrás) e pretendem fazer sua parte independentemente -- talvez como forma de estimular outros países a fazerem o mesmo.
Ainda assim, o Reino Unido tem esperança de que surja um novo acordo mundial na próxima reunião mundial do clima, em Copenhague, Dinamarca, em dezembro próximo. Caso isso ocorra, os orçamentos de carbono daquele país serão refinados para refletir a decisão internacional.

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