terça-feira, 23 de junho de 2009

Brasil terá supercomputador de R$ 20 milhões

31/03/09 - 14h41 - Atualizado em 01/04/09 - 12h12

Brasil terá supercomputador de R$ 20 milhões para explorar petróleo
Em dois meses, UFRJ deve receber primeira remessa desse sistema.
Estrutura computacional será distribuída por cinco centros universitários.

Em dois meses, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) espera receber a primeira remessa de um sistema computacional de alto desempenho que será utilizado para resolver desafios encontrados pela indústria petrolífera, principalmente no modelo de exploração em águas profundas. A capacidade máxima de 80 teraflops na UFRJ (cada teraflop representa um trilhão de cálculos por segundo) pode colocar esse sistema na lista das 500 máquinas mais potentes.

A supermáquina, que deve estar completa no final de outubro, faz parte da infraestrutura computacional da Rede Galileu de computação científica e visualização. Estão incluídas nessa divisão chamada Grade-BR cinco instituições de ensino: Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe- UFRJ), Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). No total, são 160 teraflops.

A maior capacidade de cálculos (80 teraflops) será destinada à UFRJ. Segundo José Luis Drummond Alves, professor associado do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) do Coppe, os outros centros de pesquisa terão capacidade máxima de 20 teraflops cada. Ainda de acordo com ele, o investimento total na montagem dessa infraestrutura computacional foi de R$ 20 milhões, sendo R$ 12 milhões destinados à UFRJ.

Esse recurso financeiro, voltado ao sistema de computação e também à estrutura física para abrigá-lo, vem da parceria das parcerias estabelecidas entre Petrobras e Rede Galigeu. A Agência Nacional de Petróleo entra como órgão que estabelece as regras e fiscaliza cada empresa do setor petrolífero na aplicação dos recursos do Fundo de Participação Especial.

“O modelo exploratório de petróleo em águas profundas apresenta grandes riscos. É necessário considerar as lâminas d’água, altas pressões, tensões e muitos outros desafios que fazem nossos olhos brilharem, pois nosso papel é resolvê-los”, afirmou Alves nesta terça-feira (31). “Para resolvermos essas questões precisamos de uma imensa capacidade de cálculo, que será oferecida por esse novo sistema. Ele atenderá a uma demanda existente há muito tempo”, continuou.

Capacidade


Foto: Reuters Intel apresentou processadores da linha Xeon 5500 nesta semana. (Foto:Reuters) O professor falou sobre o projeto em um evento de tecnologia realizado em São Paulo, no qual a fabricante Intel apresentou sua nova linha de processadores para o mercado empresarial – o anúncio dos Xeon Série 5500 foi feito nesta segunda (30) nos Estados Unidos.

O sistema computacional da Rede Galileu na Coppe utiliza 1.792 desses processadores (modelo 5560), cada um deles com quatro núcleos.Segundo Alves, esse é um dos motivos para o alto desempenho na realização de cálculos do supercomputador com infra-estrutura da Sun Microsystems, que usará software livre.

Ainda de acordo com Alves, as tecnologias adotadas na supermáquina permitiram que o objetivo inicial do projeto -- uma máquina que chegasse aos 60 teraflops -- fosse superado. Antes, a estrutura do Coppe permitia capacidade de processamento de megaflops e gigaflops, mas não de teraflops.

Os principais focos dos novos processadores são os data centers e centros de pesquisa. Eles também poderão chegar ao consumidor final pelas chamadas workstations: máquinas de configuração robusta usadas por profissionais que trabalham com vídeos digitais e animação 3D, por exemplo. O preço de referência da Intel (repassado para os distribuidores) vai de US$ 188 a US$ 1,6 mil cada processador, em lotes de 1 mil unidades.

Além de prometer melhor performance do que a geração anterior -- mais que o dobro de

desempenho em relação aos modelos Xeon 5400 --, a fabricante divulga que a nova linha reduz o consumo de energia e apresenta flexibilidade para adaptar seu desempenho de acordo com o ambiente e a carga de trabalho do usuário.


PUBLICADOS BRASIL NO ORKUT

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