quinta-feira, 10 de março de 2011

Invasão de domicilio - Lagarto Gigante de Cabo Verde

INVASÃO DE DOMICÍLIO - Lagarto Gigante de Cabo Verde



O lagarto-gigante-de-cabo-verde é considerado extinto desde 1910 e dele restam apenas alguns exemplares empalhados. A maior coleção, com 26 animais, faz parte do acervo do Museu Regional de Ciência Natural de Turim, na Itália, e foi obtida pelo cientista Mario Giacinto Peracca durante uma expedição ao arquipélago de Cabo Verde, em 1891. Na época, o estudioso retirou cerca de 40 espécimes vivos de Macroscincus coctei de seu habitat e os levou para um cativeiro na cidade de Chivasso, próximo a Turim. Alguns anos depois, em 1898, outro italiano, Leonardo Fea, do Museu de História Natural de Gênova, visitou Cabo Verde. Acredita-se que tenha sido o último cientista que observou um lagarto-gigante ainda vivo.
Pelas anotações deixadas pelos pesquisadores italianos, sabe-se que esse lagarto era encontrado principalmente nos Ilhéus Branco e Raso. O réptil atingia quase 60 centímetros de comprimento, mas só o rabo correspondia a aproximadamente metade do tamanho. Possuía garras poderosas e dentes serrilhados. O dorso de cor cinza apresentava pontos brancos e pretos e era composto de mais de 100 fileiras de pequenas quilhas, contrastando com o ventre liso e esbranquiçado. O bicho se alimentava de sementes e de ovos de pássaros. Comparado aos demais répteis, ele era facilmente domesticado.
O lagarto era caçado implacavelmente pelos habitantes de Cabo Verde, que se deliciavam com a abundante carne e aproveitavam a gordura para fins medicinais. Era uma boa fonte de alimentação para o homem e também para dezenas de animais introduzidos no arquipélago, como cabras, asnos, cachorros e gatos, que, juntamente com várias plantas exóticas, transformaram drasticamente o habitat. Por seu comportamento despreocupado e autoconfiante, típico de um animal que até então vivia sem predadores naturais, o lagarto não demoraria a engrossar a lista de bichos extintos.

Lagarto-Gigante-de-Cabo-Verde
Nome científico: Macroscincus coctei
Ano da extinção: 1910
Habitat: Ilhéus Branco e Raso, no arquipélago de Cabo Verde

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