quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Os 10 documentos mais antigos


Os 10 documentos mais antigos


Escrever coisas é uma das inovações mais importantes da história humana. Além de ser capaz de espalhar ideias com precisão através do tempo, a escrita também proveu os registros necessários para a lei funcionar.

Documentos literalmente mudaram o mundo, e alguns deles têm sobrevivido por centenas ou mesmo milhares de anos, fornecendo um olhar único sobre o patrimônio comum dos seres humanos. Confira:



10. O mais velho tratado internacional


Os hititas e os egípcios estão entre as primeiras grandes civilizações, e tinham uma relação difícil no passado, ambos com grande poder militar para a época. Um de seus principais pontos de atrito era a cidade de Kadesh, localizada no que hoje é a Síria.

No século 13 aC, os hititas marcharam sobre a cidade, que estava sob controle egípcio, e a tomaram, conquistando boa posição sobre importantes rotas comerciais. O faraó Ramsés II então marchou com 20.000 de seus próprios homens para tomá-la de volta. A batalha que se seguiu foi dura – os dois lados perceberam que nenhum iria ter vitória decisiva, então procuraram outra solução.

O resultado foi um acordo de paz, assinado em torno de 1269 aC, o mais antigo tratado do tipo conhecido. Uma cópia está em exibição na Organização das Nações Unidas. Existe tradução para ambas as versões, hitita e egípcia. O tratado promete paz eterna, a fim de não permitir hostilidades entre as civilizações, para sempre. Há cláusulas concordando que se um egípcio fugir para as terras dos hititas (ou vice-versa), será devolvido à sua terra natal, tornando-se o mais antigo tratado de extradição também. Os países ainda concordam em enviar tropas para ajudar o outro se houver um ataque de uma terceira civilização.



9. O mais velho documento médico


O primeiro registro que temos de orientação médica específica é na forma de um papiro egípcio. Este documento de 4.000 anos é conhecido como “Papiro ginecológico de Kahun”. Foi descoberto em 1889 e contém informação sobre o diagnóstico e tratamento de uma série de doenças. Enquanto o significado de algumas informações pode ter sido perdido ao longo dos milênios, as mulheres egípcias parecem ter sofrido com algumas condições incomuns. Os egípcios gostavam de culpar o útero por um monte de coisas que ele provavelmente não tinha nada a ver. Por exemplo, “uma mulher cujos olhos estão doendo até que ela não possa ver, além de dores no pescoço” é diagnosticada como tendo “descargas de ventre em seus olhos”. O tratamento recomendado é a fumigação do útero (ouch!). Dor de dente? “É dor de dente do ventre” e mais fumigação é necessária. Se seus ouvidos doem tanto que você não pode ouvir as palavras, é também culpa do útero.



8. O mais velho documento religioso



As pirâmides do Egito são estruturas surpreendentes construídas pelos maiores artesãos de sua época (não escravos e definitivamente não aliens). Elas foram feitas para ser um lugar de descanso para os governantes do Egito, e suas paredes são forradas com histórias e feitiços destinados a ajudar a alma em sua jornada para a vida após a morte. A mais antiga dessas inscrições vem das pirâmides de Unas, e forma o mais antigo texto religioso sobrevivente no mundo. Ela traz a descrição mais antiga da divindade Osíris, rei dos mortos do Egito. A inscrição é feita de tal maneira que sugere que as palavras foram projetadas para serem cantadas. A descrição da subida para a vida após a morte é bastante poética, comparando espíritos a garças e gafanhotos pulando no ar.



7. O mais velho poema


A literatura precoce muitas vezes veio em forma de poesia. Antes de escrever, a tradição oral passava histórias através das gerações, e a poesia era uma maneira fácil de aprender e recitar contos. A Epopeia de Gilgamesh é um bom candidato a primeiro poema épico. As primeiras versões escritas sobreviventes são datadas de cerca de 2000 aC. Há, na verdade, um poema mais curto sobrevivente mais velho, da Suméria, que conta a história de um marinheiro que naufragou. O mais antigo poema de amor no mundo é apenas um pouco mais jovem, e foi escrito em um tablete do tamanho de um telefone celular, 4.000 anos atrás.



6. A mais velha descrição sexual


Há uma célebre expressão que diz “cada geração pensa que inventou o sexo”. Se você acha que a sociedade é depravada hoje, claramente não está a par de documentos antigos de todas as épocas que mostram como somos entusiastas do sexo há tempos. Os antigos egípcios deixaram evidências de uma espécie de Kama Sutra na forma do “Papiro Erótico de Turin”. O documento, com mais de 3.000 anos de idade, apresenta diagramas de doze posições sexuais diferentes. Alguns dos objetos vistos com os casais amorosos nas imagens são bastante normais, como cerveja e vinho. Outras coisas, como o chocalho do amor ou um enorme falo apoiado por uma equipe de servas, parecem ter caído em desuso atualmente. As posições retratadas são impressionantemente acrobáticas e irritantemente ambiciosas, com pessoas praticamente de ponta cabeça e charretes no meio de tudo isso (veja alguns detalhes abaixo).




5. A mais velha mensagem na garrafa


A mensagem na garrafa tem um lugar firme em nossa consciência cultural. Uma história que rodou a internet fala sobre uma mensagem escrita por Chunosuke Matsuyama em 1784, pedindo socorro depois que se tornou um náufrago. Ela chegou a uma praia em 1935, um pouco tarde demais. No entanto, não há imagens ou indicação quanto ao local onde a garrafa se encontra agora. É provável que esta história não seja autêntica. O Livro dos Recordes Guinness, pelo menos, pensa assim, já que dá o título de garrafa mais velha do mundo a outra. A mais antiga mensagem confirmada em uma garrafa é de 1914. Ela passou 35.736 dias no mar, quando foi encontrada pelo pescador escocês Andrew Leaper em 12 de abril de 2012. A mensagem tinha sido lançada pelo Conselho da Escócia como parte de uma experiência científica para mapear as correntes marítimas.



4. A mais velha correspondência


A correspondência mais antiga já enviada de que temos registro são cartas diplomáticas entre os faraós do Egito e estadistas vizinhos. Estas tábuas de argila, conhecidas como “Cartas de Amarna”, foram enviadas no século 14 aC. De Jerusalém, o rei cananeu Abdi-Heba usou uma carta para pedir ao faraó Aquenáton assistência militar contra outras cidades-estado da região. As cartas foram desenterradas em 1887 e agora estão alojadas em vários museus da Europa. Um exemplo que fica no Museu Britânico é do rei de Mitanni, uma cidade-estado na atual Síria, que dirige-se ao faraó Amen-hotep III e deseja-lhe e à sua família bem, antes de dizer que uma estátua da deusa Ishtar está a caminho. A própria deusa aparentemente tinha aprovado o presente.



3. O mais antigo livro impresso com data


Os textos em algumas religiões orientais, como o budismo e o hinduísmo, são conhecidos como sutras. O mais conhecido deles no Ocidente é o Kama Sutra, mas está longe de ser o único. O mais antigo livro impresso datado e completo é um texto budista conhecido como “Sutra do Diamante”, um nome aparentemente sugerido pelo próprio Buda, já que o texto é projetado para “cortar como uma lâmina de diamante através da ilusão mundana para iluminar o que é real e eterno”. Ele foi encontrado em uma caverna em 1907 por um explorador britânico, um dos 40 mil documentos que tinham ficado presos ali por cerca de 900 anos. A caverna no deserto, com o seu ar seco, ajudou a preservar os itens. O texto trata da identidade e critica a ideia de que as pessoas têm um núcleo imutável. O livro em si se considera muito importante, citando o Buda dizendo: “se um bom filho ou uma boa filha dedica tantas vidas quanto as areias do rio Ganges para atos de caridade, e outra pessoa memoriza tanto quanto um verso de quatro linhas desta escritura e o ensina a outros, o mérito deste último seria, de longe, bem maior”.



2. A mais antiga certidão de casamento


Papiros de Elefantina ou Papiros Elefantinos são uma coleção de documentos datados do século 5 a. C. encontrados na ilha de Elefantina no Rio Nilo. Na época, um assentamento judaico chamado Yeb ficava lá. Entre as várias cartas e contratos estão três certidões de casamento, as mais antigas conhecidas. Os contratos parecem ter sido elaborados em situações inusitadas. As noivas eram uma escrava, uma ex-escrava, e uma divorciada. O propósito dos documentos era registrar a economia do casamento, incluindo o dote. Se o casamento fosse dissolvido depois, a mulher poderia levar junto os bens que trouxe com ela. Um noivo nomeado Ananias ben Azarias tinha uma noiva serva chamada Tamut. Seu certificado contém seções que foram apagadas ou adicionadas, sugerindo negociações de última hora.



1. O mais antigo conjunto de leis


Os códigos de Ur-Nammu são as leis mais antigas que conhecemos, uma criação do rei sumério de mesmo nome. Os códigos foram escritos em torno de 2050 aC e cobriam uma vasta gama de crimes. As punições previstas incluem uma multa de 15 siclos (ou shekel, moeda hebraica) por perjúrio, em comparação a uma multa de 5 siclos por estuprar um escravo. Cortar o pé de um homem cai exatamente entre estes dois crimes: custa 10 siclos. O Código de Ur-Nammu também incluía regras sobre impostos, procedimentos de tribunal e leis cerimoniais. O período em que as leis foram escritas foi chamado de “Ano Que Ur-Nammu Fez Justiça na Terra”. A implementação de leis parece ter funcionado muito bem, já que o império prosperou sob as regras de Ur-Nammu. Elas eram imperfeitas, claro: falar com insolência era digno de punição (ter a boca lavada com sal), uma lei que se aplicava apenas a mulheres escravas. No entanto, a ideia de um conjunto codificado de leis foi um passo importante no progresso da humanidade.



Bônus: jornal mais antigo


O primeiro jornal do mundo foi lançado na Alemanha no início de 1600 e foi chamado de Relation aller Fürnemmen und gedenckwürdigen Historien (em tradução literal, “Coleção de notícias todas distintas e comemoráveis”). Não há cópias sobreviventes dos primeiros quatro anos em que foi publicado; a cópia mais antiga que existe é a partir de 1609. Os jornais eram feitos em Estrasburgo, uma cidade católica, de modo que o jornal protestante era publicado anonimamente para evitar revelar seu local de impressão.


FONTE: Listverse

Nenhum comentário:

Postar um comentário