segunda-feira, 23 de março de 2015

Primeira edição de ‘Minha luta’, autografada por Hitler, será leiloada


Primeira edição de ‘Minha luta’, autografada por Hitler, será leiloada

Dois volumes da primeira edição do livro “Minha Luta”, com o autografado por Adolf Hitler - Divulgação/ Nate D. Sanders

Livro de ditador foi dado de presente pelo führer a um dos primeiros e mais leais integrantes do Partido Nazista.

A primeira edição do livro “Minha Luta” — ou “Mein Kampf” — será leiloada nos Estados Unidos no dia 26 de março. A publicação foi autografada por Adolf Hitler e pertencia a Philipp Bouhler, um dos primeiros integrantes do Partido Nazista.


Bouhler foi um dos participantes do episódio conhecido como Putsch da Cervejaria, a tentativa malsucedida de golpe de Hitler e do Partido Nazista contra o governo da Baviera, em 1923. Controlada na ocasião pela polícia local, Hitler e outros correligionários foram presos.

O livro de dois volumes, publicado em 1925, foi escrito pelo führer durante o período em que passou na prisão. A publicação narra a trajetória política de Hitler e suas ideias antissemitas, militaristas e nacionalistas que caracterizariam a plataforma política adotada pelo Terceiro Reich, a partir de 1933.

A casa de leilões Nate D. Sanders promoverá o leilão em Los Angeles, com o lance inicial de US$ 35 mil. Participantes poderão dar lances também pela internet, segundo o grupo.

A casa de leilões afirma que Hitler deu os volumes para Bouhler como presente de Natal depois que o führer saiu da prisão. Os livros contém mensagens escritas a mão por Hitler direcionadas a Bouhler, como “num grato reconhecimento do seu trabalho leal para com o nosso movimento”. O primeiro volume foi dado em 1925, e o segundo, em 1926.

Bouhler tornou-se um oficial nazista e supervisionou o extermínio de 70 mil crianças e adultos com deficiência. Embora fosse considerados arianos — e, portanto, integrantes da “raça superior” proposta por Hitler —, eram pessoas que seriam “um fardo para a sociedade”, segundo o partido.

O programa se tornou polêmico até mesmo dentro do próprio partido, depois que surgiram rumores de que soldados nazistas com lesões cerebrais estariam sendo sacrificados. Esse foi um dos poucos casos em que a opinião pública alemã resistiu ao governo nazista, o que levou à interrupção do projeto.

Na época, Hitler, “que não queria ser publicamente identificado com o programa”, convidou Bouhler para liderá-lo, já que ele era considerado “absolutamente leal”, de acordo com Robert Lifton, autor de “Os doutores nazistas” (em tradução livre).

Outro par de livros autografados por Hitler foi leiloado pela mesma casa ano passado por US$ 64.850.

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