Inflamação no cérebro pode ser peça-chave na progressão do Alzheimer, revela estudo liderado por brasileiros
Trabalho publicado na revista Nature Neuroscience mostra que a doença só progride quando duas células cerebrais “conversam” entre si — abrindo novas perspectivas para o tratamento da demência.
A progressão da doença de Alzheimer pode depender de uma inflamação silenciosa no cérebro — e de uma conversa entre duas células até então coadjuvantes na história da demência.
É o que revela um novo estudo brasileiro publicado nesta quinta-feira (06/11/2025) na revista Nature Neuroscience, liderado pelo neurocientista Eduardo Zimmer, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com apoio do Instituto Serrapilheira.
A pesquisa combinou exames de imagem cerebral e biomarcadores de mais de 300 participantes, cobrindo todo o espectro da doença de Alzheimer, e descobriu que o cérebro precisa estar em um estado de inflamação para que a doença se estabeleça e progrida.
e a tau, que se deposita dentro das células cerebrais. — Foto: Adobe Stock
Entenda o estudo
O Alzheimer é caracterizado pelo acúmulo de duas proteínas: a beta-amiloide, que forma placas entre os neurônios, e a tau, que se deposita dentro das células cerebrais.
Mas há um mistério que intriga a ciência há anos: por que algumas pessoas têm essas placas e nunca desenvolvem sintomas, enquanto outras evoluem rapidamente para a demência?
Segundo o novo estudo, a resposta pode estar na neuroinflamação — uma reação do próprio cérebro que, quando se torna crônica, acelera o processo de degeneração.
O grupo observou que o acúmulo da proteína beta-amiloide só causa problemas quando o sistema de defesa do próprio cérebro também entra em ação.
Essas células de defesa, chamadas microglia, passam a liberar substâncias inflamatórias que “acordam” outra célula de suporte, o astrócito. Quando as duas ficam ativas ao mesmo tempo, o cérebro entra em um estado de inflamação constante — e é aí que a doença começa a avançar.
“A doença de Alzheimer é multifacetada, e o papel das células gliais [microglia e astrócito] tem sido cada vez mais reconhecido”, explica João Pedro Ferrari Souza, primeiro autor do estudo e doutorando de Zimmer. "Mostramos, pela primeira vez em humanos, que a interação entre microglia e astrócitos é um fenômeno central na progressão da doença, ligando a patologia da amiloide ao acúmulo de tau e ao declínio cognitivo.”
Como o estudo foi feito
Os pesquisadores usaram exames de PET-scan para detectar o acúmulo das proteínas amiloide e tau, e marcadores específicos de inflamação cerebral.
Ao cruzar essas informações com testes cognitivos e análises do líquido cefalorraquidiano (fluido que circula entre o cérebro e a medula espinhal e ajuda a proteger o sistema nervoso), a equipe concluiu que as alterações cognitivas só aparecem quando há inflamação junto ao acúmulo das proteínas.
“A microglia é como o sistema imune do cérebro. Quando ela se ativa, libera substâncias que ‘acordam’ os astrócitos, e isso inicia uma reação em cadeia”, explica Zimmer. “Sem essa ativação dupla, a amiloide sozinha não é suficiente para causar o dano que leva aos sintomas.”
“Essas células não são vilãs — o problema é o descompasso”, diz Souza. “Quando perdem o equilíbrio, passam de protetoras a colaboradoras da progressão da doença.”
Novos caminhos para o tratamento
As descobertas apontam para uma mudança de paradigma nas terapias contra o Alzheimer. Até agora, a maioria dos medicamentos em teste mira apenas nas proteínas amiloide e tau — com resultados modestos.
A nova pesquisa indica que o “diálogo inflamatório” entre microglia e astrócitos pode ser um alvo mais promissor.
“Estamos diante de um novo alvo terapêutico”, explica Zimmer. “Se conseguirmos modular essa comunicação celular de forma segura, talvez possamos conter o processo antes que ele cause degeneração irreversível.”
Segundo o grupo, drogas capazes de ajustar a intensidade dessa conversa celular, sozinhas ou combinadas a terapias anti-amiloide, podem ajudar a frear a progressão da doença e preservar a função cognitiva por mais tempo.
A descoberta também ajuda a compreender por que o Alzheimer varia tanto de pessoa para pessoa. Mesmo entre indivíduos com altos níveis de beta-amiloide, o ritmo do declínio cognitivo pode ser muito diferente.
Para os autores, a presença ou ausência de inflamação cerebral pode explicar parte dessa diferença.
Além disso, o estudo reforça a importância de identificar e tratar precocemente processos inflamatórios no cérebro — o que pode abrir caminho para novas estratégias de prevenção.
“Uma das grandes perguntas agora é: em que momento essa inflamação começa, e como podemos interrompê-la antes que cause danos permanentes?”, questiona Souza.
A força da ciência brasileira
O trabalho é resultado de uma colaboração internacional que envolveu instituições do Canadá, Suécia e Estados Unidos, mas teve liderança científica brasileira — um marco para a neurociência do país.
“É gratificante ver um estudo feito daqui ganhando espaço em uma das revistas mais prestigiadas do mundo”, afirma Zimmer. “Mostra que o Brasil tem competência e infraestrutura para fazer ciência de ponta.”
Alterações do cérebro na Doença de Alzheimer
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