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sexta-feira, 19 de julho de 2019

A reação soviética ao pouso na Lua? Negar que a URSS também quisesse chegar lá

A reação soviética ao pouso na Lua? Negar que a URSS também quisesse chegar lá


Todos conhecem várias teorias da conspiração dizendo que o pouso na Lua foi uma farsa (elas são falsas e podem ser facilmente desmascaradas). Mas você já ouviu falar na tese que afirma que a própria competição para chegar lá não existiu, já que a União Soviética jamais teria tentado fazer uma viagem lunar antes dos Estados Unidos?

sábado, 19 de agosto de 2017

Afinal o NAZISMO foi ou não foi um movimento de esquerda ?


Afinal o NAZISMO foi ou não foi um movimento de esquerda ?


Antes de cair matando nos comentários, respire fundo e leia com atenção os argumentos que põem essa relação em perspectiva.  

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Fim da Natureza - Ambiente


O FIM DA NATUREZA - Ambiente



O mais assustador na nova natureza que o homem está construindo é sua imprevisibilidade pois o aquecimento da Terra provocado pelo efeito estufa acaba com a regularidade do mundo natural. 

A natureza, acreditamos, dura para sempre. Ela se move com infinita lentidão pelos muitos períodos de sua história, cujos nomes mal conseguimos lembrar das aulas de Geologia no colégio - Cambriano, Devoniano,Triássico, Cretáceo, Pleistoceno. A era dos trilobites começou há 600 milhões de anos. Os dinossauros viveram durante 150 milhões de anos. Visto que mesmo 1 milhão de anos é algo totalmente impenetrável, a mensagem é: nada acontece depressa. As mudanças levam um tempo inimaginável, "geológico". Essa idéia é essencialmente enganadora. Em outras palavras, nosso senso de um futuro ilimitado é uma ilusão. Ao longo de uma vida ou de uma década ou de um ano, grandes mudanças, impessoais e dramáticas podem ocorrer. O tempo normal nos parece imune a tais enormes modificações. No entanto, não o é. Nas últimas três décadas, por exemplo, a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera aumentou mais de 10 por cento, de aproximadamente 315 partes por milhão para 350 partes por milhão. Na década passada, um imenso "buraco" na camada de ozônio abriu-se sobre o Pólo Sul em cada primavera e a porcentagem de florestas na Alemanha Ocidental danificadas pela chuva ácida subiu de menos de 10 por cento para mais de 50 por cento.Da mesma maneira confortadora com que pensamos o tempo como imponderavelmente extenso, consideramos a Terra inconcebivelmente ampla. Mas o mundo não é tão grande quanto intuitivamente acreditamos - o espaço pode ser tão breve como o tempo. Daí que o nosso senso de permanência do mundo natural é o resultado de uma perspectiva sutilmente distorcida. Mudanças no mundo capazes de nos afetar podem acontecer no período de uma vida. Sem reconhecê-lo, já atravessamos o umbral de uma dessas mudanças.Acredito que estamos no fim da natureza. Com isso não quero dizer o fim do mundo. A chuva continuará a cair e o Sol continuará a brilhar. Quando digo "natureza", refiro-me a um certo conjunto de idéias sobre o mundo e sobre o nosso lugar dentro dele. Mas a morte dessas idéias começa com mudanças concretas na realidade ao nosso redor, mudanças que os cientistas são capazes de medir. O sueco Svante Arrhenius (Prêmio Nobel em 1903), ao fazer um levantamento das primeiras décadas da Revolução Industrial, percebeu que o homem estava queimando carvão num ritmo sem precedentes. Os cientistas já sabiam que o dióxido de carbono, um subproduto da queima de combustíveis fósseis, aprisionava a radiação solar infravermelha que de outro modo seria refletida de volta para o espaço. Mas foi Arrhenius quem fez os primeiros cálculos dos possíveis efeitos da acelerada produção de dióxido de carbono pelo homem. A temperatura média global, ele concluiu, subiria nada menos de 9 graus Fahrenheit (12,8 graus centígrados se a quantidade de dióxido de carbono no ar dobrasse em relação aos níveis pré-industriais).Essa idéia flutuou na obscuridade durante muitíssimo tempo. Então, em 1957, dois cientistas da Califórnia, Roger Revelle e Hans Suess, descobriram que a camada superior dos oceanos, onde o ar e a água se encontram, absorveria menos da metade do excesso de dióxido de carbono produzido pelo homem. Embora haja outros aspectos nessa história - o esgotamento do ozônio, a chuva ácida, a engenharia genética -, a questão do fim da natureza centra-se no que acontecerá ao tempo. Quando perfuramos um campo de petróleo, alcançamos um vasto reservatório de matéria orgânica - os restos fossilizados de algas aquáticas. Nós os desenterramos. Quando queimamos petróleo - ou carvão, ou metano (gás natural) -, liberamos seu carbono na atmosfera sob a forma de dióxido de carbono. No curso de aproximadamente cem anos, nossos motores e indústrias liberaram uma porção muito grande do carbono sepultado ao longo dos últimos 500 milhões de anos. É como se alguém poupasse a vida inteira e então gastasse tudo em uma única fantástica semana de devassidão. A atmosfera terrestre é sobretudo nitrogênio e oxigênio; é apenas cerca de 0,035 por cento dióxido de carbono, pouco mais que um vestígio. As preocupações com o efeito estufa se referem ao aumento desse número para 0,055 ou 0,06 por cento, que não é muito. Mas o bastante para tornar tudo diferente. Os fatos essenciais são demográficos e econômicos, não químicos. A população do mundo mais que triplicou neste século e a produção industrial cresceu cinqüenta vezes. Quatro quintos desse crescimento se deu desde 1950, quase todo baseado em combustíveis fósseis. No próximo meio século, o mundo irá consumir mais energia - 2 ou 3 por cento a mais por ano, segundo a maioria das estimativas. E os maiores acréscimos poderão ocorrer no uso do carvão, que expele mais dióxido de carbono do que qualquer outro combustível.A queima de combustíveis fósseis não é a única causa do aumento de dióxido de carbono na atmosfera. As queimadas das florestas também remetem nuvens de dióxido de carbono para o ar. O desflorestamento atualmente acrescenta à atmosfera cerca de 1 bilhão de toneladas de carbono por ano, o que é 20 por cento ou mais da quantidade produzida pela queima de combustíveis fósseis. O hectare queimado de floresta tropical logo se converte em deserto ou pasto. E onde há pasto há gado. As vacas sustentam no estômago enorme quantidade de bactérias anaeróbicas, que partem a celulose que elas mastigam. Os bichinhos que digerem a celulose excretam metano, o mesmo gás natural que usamos como combustível. E o metano não queimado, como o dióxido de carbono, aprisiona a radiação infravermelha e aquece a Terra. Na verdade, o metano é vinte vezes mais eficiente do que o dióxido de carbono no aquecimento da Terra.A enorme quantidade daquelas bactérias metanogênicas é coisa do homem. A humanidade possui bem mais de 1 bilhão de cabeças de gado, sem mencionar um grande número de camelos, cavalos, porcos, carneiros e bodes: juntos, eles despejam anualmente no ar cerca de 73 milhões de toneladas de metano - um aumento de 435 por cento no último século. Aumentamos também o número de cupins. Como as vacas, os cupins abrigam bactérias metanogênicas, razão pela qual eles conseguem digerir madeira. Calcula-se que haja mais de meia tonelada de cupins para cada homem, mulher e criança na Terra. Os cupins excretam quantidades fenomenais de metano: um único cupinzeiro pode eliminar 5 litros por minuto. A lama destituída de oxigênio do fundo dos pântanos sempre abrigou bactérias produtoras de metano. Mas os arrozais talvez sejam ainda mais eficientes: liberam nada menos de 115 milhões de toneladas de metano anualmente. E os arrozais precisam aumentar em número e tamanho todo ano para alimentar a crescente população mundial. E tem mais: alguns cientistas começaram a achar que essas fontes por si sós não respondem por todo o metano.Enorme quantidade desse gás está trancada sob a forma de hidrato na tundra e na lama dos declives continentais. Se o efeito estufa aquecer os oceanos, se começar a degelar o permafrost (solo permanentemente congelado), então aqueles gelos podem ir se dissolvendo. Algumas estimativas da liberação potencial de metano dos oceanos chegam a 600 milhões de toneladas por ano - essa quantidade mais que dobraria a presente concentração atmosférica. A concentração de metano na atmosfera flutuou entre 0,3 e 0,7 partes por milhão pelos últimos 160 mil anos, alcançando os níveis mais altos durante os períodos mais quentes da Terra. Em 1987, o metano compunha 1,7 parte por milhão da atmosfera. O nível está aumentando ao ritmo de 1 por cento ao ano. O fato singelo é que o ar ao nosso redor - mesmo onde é limpo, recende a primavera e está povoado de pássaros - mudou significativamente. Alteramos substancialmente a atmosfera terrestre. E isso vai mudar a vida de cada um de nós. Quando o dióxido de carbono (ou a combinação equivalente de dióxido de carbono e outros gases de estufa) dobrar em relação aos níveis pré-Revolução Industrial, a temperatura média global aumentará, de 1,5 a 5,5 graus centígrados. Uma idéia pode tornar-se extinta assim como um animal ou uma planta. A idéia, no caso, é "natureza" - a província selvagem, o mundo à parte do homem sob cujas regras ele nasce e morre. É cedo ainda para dizer exatamente quão mais forte o vento irá soprar, quão mais quente o Sol irá brilhar. Isso fica para o futuro. Mas os seus significados já mudaram. A idéia de natureza não sobreviverá à nova poluição global - o dióxido de carbono, o metano e assemelhados. Privamos a natureza de sua independência e isso é fatal ao seu significado. A independência da natureza é o seu significado. É verdade que esta não é a primeira enorme ruptura da história do globo. Há cerca de 2 bilhões de anos, a proliferação de um tipo particular de cianobactéria causou um aumento de oxigênio na atmosfera de uma parte por milhão para cinco. "Essa foi de longe a maior crise de poluição que a Terra já suportou", escreveu a microbiologista Lynn Margulis.Pode-se argumentar: a crise atual também é "natural", visto que o homem é parte da natureza. Mas este é um argumento semântico. Quando digo que acabamos com a natureza, não estou afirmando que os processos naturais tenham cessado mas que fizemos cessar aquilo que - pelo menos nos tempos modernos - definiu a natureza para nós: sua separação da sociedade humana. Um motivo pelo qual não prestamos especial atenção ao mundo natural, separado e ao nosso redor, é que ele sempre esteve ali e presumimos que sempre estará. À medida que desaparece, sua importância básica torna-se mais clara. Acima de tudo o mais, o mundo exibe uma ordem adorável, confortadora na sua complexidade. E a parte mais atraente dessa harmonia talvez seja a sua permanência - o sentido de que somos parte de algo cujas raízes se estendem quase desde sempre e seus galhos avançam tanto quanto. A nova natureza de nossa autoria pode não ser previsivelmente violenta. Ela não será previsivelmente nada e vamos precisar de muito tempo para estabelecermos nossa relação com ela, se é que o conseguiremos. A característica saliente dessa nova natureza é sua imprevisibilidade, assim como o traço característico da velha natureza era a sua confiabilidade. Não estamos necessariamente condenados a sofrer algum cataclismo, mas não podemos mais supor que não estejamos condenados. A própria incerteza é o primeiro cataclismo e talvez o mais profundo.A mais falada conseqüência específica do aquecimento global é provavelmente o esperado aumento do nível do mar como resultado do derretimento polar. Mesmo que nada se derretesse, o acréscimo de calor elevaria consideravelmente o nível do mar. Água quente ocupa mais espaço do que água fria; a expansão térmica, dado um aumento global de temperatura entre 1,5 e 5,5 graus, deve elevar o nível do mar em 30 centímetros. Já é amplamente aceito que o nível do mar vai elevar-se significativamente ao longo das próximas décadas. A Agência de Proteção Ambiental, dos Estados Unidos, estimou uma elevação entre 1,50 e 2,10 metros por volta do ano 2100. Ao longo do século, a elevação no nível global do mar será superior a 90 centímetros. Isso significa que o mar alcançará uma altura sem precedentes na história da civilização.Dióxido de carbono e outros gases de estufa vêm de toda parte; portanto, a situação que eles criam só pode ser corrigida corrigindo-se tudo. Pequenas substituições e consertos rápidos não constituem solução. O tamanho e a complexidade do sistema industrial que construímos tornam fisicamente difíceis mesmo pequenas correções de curso. Sem uma população estática, até mesmo as metas mais imediatas e óbvias, como retardar o desflorestamento ou reduzir o consumo de combustíveis fósseis, parecem remotas. O efeito estufa é freqüentemente comparado à destruição da camada de ozônio, outro exemplo de poluição atmosférica com implicações globais. Mas a destruição da camada de ozônio pode ser e provavelmente será resolvida quando cessarmos de produzir as substâncias químicas que atualmente a destroem. O problema do aquecimento global, no entanto, não cede ao mesmo tipo de solução. Com ação agressiva, podemos "estabilizar" a situação a um nível que seja apenas moderadamente horrendo, mas não podemos resolvê-la. Isso não quer dizer que não devamos agir. Devemos agir de toda maneira possível e imediatamente.Estamos no fim de uma era - o porre centenário de petróleo, gás e carvão que nos proporcionou tanto os confortos como os apuros atuais. Mesmo os cientistas que mais clamam com estridência por controles sobre as emissões, dizem fazê-lo, porém, a fim de retardar o aquecimento para que possamos nos adaptar a ele. O ajustamento ao mundo da estufa não será fácil; somos profundamente viciados em petróleo. Nosso impulso será o de adaptar, não nós mesmos, mas a Terra - de descobrir uma nova maneira de manter nosso domínio e, daí, os estilos de vida com os quais nos acostumamos. Inventaremos novos instrumentos, novas tecnologias, para nos mantermos vivos no planeta, num mundo "macroadministrado". O problema, em outras palavras, não é simplesmente que a combustão de petróleo libera dióxido de carbono que, por força de sua estrutura molecular, captura o calor do Sol. O problema é que a natureza, a força independente que nos rodeou desde os nossos primeiros dias, não consegue coexistir com os nossos números e os nossos hábitos. Bem que poderemos criar um mundo capaz de suportar esses números e hábitos, mas será um mundo artificial - uma estação espacial. Ou, quem sabe, poderíamos mudar os nossos hábitos. A ecologia profunda sugere que em vez de dar ordens melhores aprendamos a dar cada vez menos ordens - de modo a mergulhar novamente no mundo natural. Tais ecologistas questionam a base industrial de nossa civilização, a necessidade de crescer eternamente em riqueza e números.Essas idéias são pelo menos um ponto de partida para aqueles interessados em salvar um mundo que está sumindo depressa. São idéias radicais, mas vivemos num momento radical. Vivemos no fim da natureza, o instante em que o caráter essencial do mundo está mudando. Se o nosso modo de vida está acabando com a natureza, não é radical falar em transformar nosso modo de vida. Como é óbvio, tal mudança será colossalmente difícil. É também difícil voltar as costas à idéia do crescimento econômico, que nos foi vendida como resposta à pobreza que aflige a maior parte do planeta. Mas um mundo superaquecido, desprovido de ozônio, seria provavelmente mais cruel para os pobres do que para os ricos e, se o nosso desejo é amenizar a pobreza, limitar o nosso padrão de vida e partilhar o nosso excedente devem funcionar tão bem quanto. O fim da natureza é um salto no desconhecido, tão assustador porque é desconhecido como porque o mundo pode tornar-se quente ou seco ou chicoteado por furacões. Mas esta poderia ser a época em que as pessoas decidam pelo menos não ir adiante na senda que têm percorrido - quando fizermos não apenas os ajustes tecnológicos necessários para preservar o mundo do superaquecimento, mas também os ajustes mentais necessários para assegurar que nunca mais tornaremos a pôr nosso bem à frente de tudo o mais. Este é o caminho que escolhi, porque oferece um fiapo de esperança num mundo vivo, eterno e significativo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cem anos nos céus de Paris - Torre Eiffel


CEM ANOS NOS CÉUS DE PARIS - Torre Eiffel



Inaugurada em maio de 1889, a Torre Eiffel é um prodígio de engenharia e o símbolo de um tempo. Seus 300 metros ergueram as aspirações de um mundo em transformação.

No dia 15 de maio de 1989, uma das mais belas filhas da França completou a respeitável idade de 100 anos. Símbolos por excelência de Paris, como o Coliseu é de Roma e o Cristo Redentor do Rio de Janeiro, a Torre Eiffel - construção vizinha à margem esquerda do Sena, num  dos pontos mais elegantes da cidade - é também um dos símbolos característicos de um período de formidável expansão da civilização humana, na esteira da Revolução Industrial desencadeada na Inglaterra. Naquele final do século XIX, tudo era movimento e mudança, inovação e invento. Por toda parte vicejava a ordem burguesa, cujo grande edifício político começara a ser construído na Revolução de 1789 na França - em celebração da qual se decidiu erguer em Paris um marco imperecível. Para não melindrar as muitas monarquias ainda existentes, porém, optou-se por festejar o advento da República francesa longe da memória da guilhotina, valorizando mais o presente e o futuro.
Era uma idéia esculpida sob medida para um homem que encarnava em seu métier o espírito ousado da época - Gustave Eiffel, engenheiro nascido em Dijon, a terra da mostarda, no sul do país, em 1832. Monsieur Eiffel era um construtor de pontes, conhecido também pela criação de algumas obras nada convencionais, como a estrutura da Estátua da Liberdade, em Nova York, a cúpula do observatório de Nice, no sul da França - que tinha a peculiaridade de poder ser girada apenas com as mãos, devido a um genial mecanismo apoiado num lençol de água. Usando seu extraordinário talento para cálculos, concebeu pontes como se fossem kits, para serem montadas em poucas horas. Foi um sucesso de vendas, pois Eiffel era ainda um excelente homem de negócios.
Cinco anos antes do centenário da Revolução Francesa, os organizadores da Exibição Universal de Paris, de 1889 - uma exposição periódica de inventos do mundo inteiro -, tomaram a decisão de construir um monumento para honrar a data. Seria uma torre de mil pés (304,8 metros), altura que pairava como um desafio ao engenho tecnológico do tempo. Dois engenheiros da construtora Eiffel, Emile Nouguier e Maurice Koechlin, trabalhavam então no projeto de um imenso pilar de ferro - o material da moda, na época - formado por quatro bases que se encontravam no topo. Segundo seu desenho, a torre seria intercalada por plataformas metálicas, o que serviria para fixar a construção.
As plantas foram apresentadas a Eiffel. Este, embora não aparentasse maior interesse, permitiu que os dois discípulos continuassem com os estudos. A eles se juntou o arquiteto Stephen Souvestre, outro veterano da empresa, responsável por diversas modificações no projeto inicial. Para começar, Souvestre idealizou um imenso salão envidraçado que ocuparia todo o primeiro andar. O salão e as quatro colunas seriam unidos por arcos monumentais, que não só dariam impressão de maior estabilidade ao conjunto como também serviriam de portão de entrada da Exibição.
Tais alterações e, sobretudo, a possibilidade de ser o primeiro a levantar uma obra de 300 metros, despertaram a vaidade do construtor. Em março de 1885, Eiffel se apressou a exibir o projeto à Sociedade dos Engenheiros Civis. Resultado: quando o ministro do Comércio, Eduard Leckroy, abriu a concorrência para a escolha da torre, o texto deixava claro qual tinha sido a fonte de inspiração: "Sugerimos que se pense na alternativa de projetar uma torre de ferro de 300 metros de altura, com quatro pilares de base, que formem um quadrado de 125 metros de lado..."
A 12 de junho, a comissão julgadora anunciou a decisão, de resto já esperada por todos: entre setecentos projetos de 107 autores, o de Gustave Eiffel tinha sido escolhido para o monumento à Revolução. Ele receberia uma subvenção de 1,5 milhão de francos para os trabalhos, que custariam na verdade 7,8 milhões - uma dinheirama equivalente ao custo de 20 mil casas de padrão médio. O resto do orçamento deveria ser levantado pelo próprio Eiffel. Ele teria, em compensação, o direito de explorar o monumento por vinte anos. Era pegar ou largar. Eiffel pegou. O terreno doado pela Prefeitura de Paris, ficava junto aos jardins do Campo de Marte na Rive gauche. Nos dezoito meses seguintes, cinquenta engenheiros desenharam nada menos de 5 300 plantas. As 18 038 peças da torre foram pré-fabricadas, nas oficinas Lavallois-Perret, algo até então nunca tentado em obras de grande porte (nesses casos, as peças eram produzidas no local da montagem).
De 150 a 300 operários trabalharam na construção da torre propriamente dita, enquanto outros tantos fabricaram os 2,5 milhões de parafusos e o milhão de rebites que uniriam com precisão de décimos de milímetro todas as partes desse gigantesco brinquedo de montar. As vigas já subiam no tamanho certo e devidamente furadas - só os parafusos eram fixados no local. Para sustentar os quatro pilares voltados para os pontos cardeais, que deveriam repousar sob o solo num lençol arenoso, foi necessário remover 30 mil metros cúbicos de lodo, argila e terra; só isso consumiu quase meio ano de trabalho. Mais uma vez, Eiffel se mostrou revolucionário: para trabalhar no subsolo, utilizou caixas de ar comprimido que eram progressivamente empurradas até alcançar a profundidade ideal. Depois, preenchidas com cimento, serviram de fundações para a torre.
Houve quem não gostasse da idéia de espetar nos céus de Paris tão extravagante agulha de ferro. Um respeitável número de artistas, por exemplo, redigiu uma carta de protesto contra a "aberração" que "ofendia o bom gosto dos franceses". O escritor Guy de Maupassant, por exemplo, dizia tratar-se de um "esqueleto horroroso". Impassível Eiffel levou adiante seu propósito. A construção acima do solo finalmente começou a 1 de julho de 1887. A maior dificuldade era atingir o primeiro andar. A partir dali a estrutura básica estaria armada, bastando apenas, por assim dizer, empilhar algumas toneladas de traves e parafusos.
Antes disso, porém, os quatro pés eram colunas inclinadas, soltas no espaço. Foi preciso escorá-las com postes de madeira que sustentavam as caixas de areia onde as colunas de ferro se apoiavam. Estas atingiam a inclinação exata à medida que, pouco a pouco, se escoava a areia. Além disso, sob cada uma das quatro bases, foi colocado um macaco hidráulico, para ajustar a altura ideal. O resultado foi uma perfeita coincidência dos quatro pilares a 57 metros de altura - não foi preciso limar ou cortar 1 centímetro sequer. As obras, em si, logo viraram uma grande atração: parisienses, franceses de outras cidades e até estrangeiros vinham todos contemplar a colossal armação.
A perfeição do trabalho entusiasmou tanto os franceses que alguns deles se dispuseram a escalar 345 degraus, o equivalente a dezenove andares de um prédio, até uma barraca improvisada onde o exigente Eiffel e sua equipe festejavam a proeza. Seu desafio seguinte era a altura. Como não existiam guindastes capazes de içar peças a tamanha elevação, o engenheiro recorreu a um sistema inovador que, depois de imaginado, parece óbvio: a própria torre sustentaria quatro gruas a vapor para transportar as vigas.
À medida que a construção subisse, as roldanas das gruas também seriam deslocadas para andares superiores. Quatro meses depois, alcançou-se o segundo andar. 
Para que os trabalhadores não perdessem tempo subindo e descendo intermináveis escadas, Eiffel autorizou a construção de duas cantinas nas plataformas. O preço das refeições era módico: 65 centimes, pouco mais da metade do que os peões recebiam por um hora de serviço. Não obstante, e talvez motivados pela inquietação do final do trabalho, em setembro de 1888 os operários entraram em greve por melhores salários. Quatro dias parados depois, as reivindicações foram atendidas. Para Eiffel valia a pena pagar a diferença para não perder a batalha contra o tempo. Pouco mais tarde, outra greve eclodia. Dessa vez, porém, Eiffel foi inflexível: não só não aumentou os salários como também puniu de maneira peculiar os líderes do movimento, confinando-os ao primeiro andar - um humilhante rebaixamento para quem construía a grande obra de engenharia do século.
A tarefa de encaixar as milhares de peças do imenso quebra-cabeça tornava-se cada vez mais rápida: a torre afinava à medida que ganhava altura. Erguidas pelo sistema das gruas, as peças levavam em média apenas 15 minutos para alcançar a altura de 200 metros. Em fevereiro de 1889, quando a torre alcançou 264 metros, um obscuro matemático francês, cujo nome não entrou para a história, previu seu desmoronamento; naturalmente, nada aconteceu - ela se mantinha absolutamente rígida. O vento, esse sim, era uma das principais preocupações de Eiffel, construtor de uma ponte que ruiu sob um vendaval noturno. Para não correr riscos parecidos, o engenheiro desenhou a torre de maneira que resistisse a rajadas de até 250 quilômetros por hora, algo que os parisienses jamais tiveram o dissabor de ver nestes cem anos.
Mesmo nesse caso extremo, a estrutura da torre permitiria que a ponte se movesse nada menos de 70 centímetros, sem apresentar, contudo, o menor perigo (o recorde até hoje foram apenas 15 centímetros). Além do vento, também o sol influi na dança porque a face da torre diretamente exposta ao calor dos seus raios se dilata mais depressa, fazendo o conjunto se inclinar levemente na direção oposta. Hoje, um monitor de TV instalado no primeiro andar mostra aos visitantes, graças a um sistema de visualização por raios infravermelhos, como a torre oscila lá em cima.
A 31 de março de 1889, a construção estava pronta. Nos exatos dois anos, dois meses e cinco dias de trabalho, vários recordes foram batidos.
Em primeiro lugar, com seus 300,65 metros, a torre permaneceria a estrutura mais alta do mundo até a inauguração do Empire State Building, em Nova York, com 380 metros, 41 anos depois. (Atualmente, a mais alta construção é a torre da TV Nacional da Polônia, em Varsóvia com 646 metros.)
Além disso, numa época em que a segurança no trabalho era mínima, a inexistência de acidentes fatais foi um marco à parte. Enfim, trata-se, literalmente de um monumento à leveza. Perfeitamente encaixadas, devido aos impecáveis cálculos de Monsieur Eiffel, as 7 300 toneladas da torre propriamente dita exercem uma pressão de apenas 4,5 quilos por centímetro quadrado de seus pés - equivalente à pressão sobre uma cadeira exercida por uma pessoa sentada.
Mantidas as proporções reais entre altura e peso, se a Torre Eiffel medisse apenas 30 centímetros, como uma régua escolar, pesaria 7 gramas, como uma folha de papel. Ainda assim, pode suportar um total de 10 416 pessoas em suas três plataformas - e, desde que foi inaugurada, o que nunca faltou ali foi justamente muita gente. Só no primeiro ano de existência, foi visitada por 2 milhões de pessoas - pouco menos que toda a população de Paris na época. Cobrando 5 francos por uma excursão até o topo - de elevador, naturalmente - e 2 até o primeiro andar, a Sociedade da Torre, então fundada, logo arrecadou 6 milhões de francos, o suficiente não só para reembolsar os banqueiros que financiaram o engenheiro Eiffel mas também para fazer dele próprio um milionário.
Em pouco tempo, a fama do monumento e de seu autor correram mundo. O inventor americano Thomas Edison se apressou a cruzar o Atlântico e ver com os próprios olhos a nova maravilha. Eiffel, para ele, era nada menos que o "engenheiro de Deus". Os seis meses que durou a Exibição foram uma festa permanente. Eiffel, já perto dos 60 anos, tinha um prazer especial em convidar as pessoas para conhecer seus laboratórios, instalados num apartamento particular no terceiro andar do monumento. À época, ele se interessava por Astronomia, Meteorologia e Aerodinâmica, a que iria se dedicar integralmente anos depois. Para a nata da sociedade, o creme de la creme parisiense, não havia nada mais charmoso que almoçar num dos dois restaurantes do primeiro andar e comprar o diário Le Figaro no segundo, onde funcionaram a redação e as oficinas do jornal durante a mostra.
No entanto, um fantasma pairava sobre a torre - o limite de vinte anos da concessão outorgada a Eiffel. Ou seja, a partir de 1909, a inigualável torre de peças encaixadas poderia ser transformada numa montanha de sucata. Era preciso, portanto, torná-la útil para que sobrevivesse. O engenheiro, então com cerca de 70 anos, já tendo construído no Campo de Marte o primeiro túnel de vento do mundo para experimentos em Aerodinâmica, não parara de pensar no futuro de sua obra-prima. Em 1898, um certo Eugène Ducreter obtivera licença para instalar a antena de um aparelho de telégrafo sem fio no topo da torre. Eiffel logo percebeu que aí estava a garantia de longa vida para o monumento. No fim de 1903 ofereceu a torre ao Exército para a instalação dos equipamentos necessários à telegrafia militar. A oferta foi prontamente aceita.
Proporcionando uma visão de 360 graus a uma distância (em dias claros) de até 70 quilômetros, a torre possuía evidente utilidade como posto de observação militar. Por isso mesmo, ficou fechada aos civis nas duas guerras mundiais. Desde então, continua a servir como ponto de apoio a sistemas de comunicação. Em meados da década de 30 foram realizadas ali as primeiras experiências francesas com emissão de imagens - e em 1946 uma antena de TV instalada no topo elevou a altura da torre a 320 metros. Atualmente, ela pode receber e transmitir os sinais de seis emissoras de TV e dez estações FM de rádio. Passados cem anos, a majestosa construção permanece como uma das maiores atrações turísticas do mundo, visitada anualmente por cerca de 4 milhões de pessoas, que levam como souvenirs 1,5 milhão de cartões-postais e 100 mil chaveiros com o formato da torre.

O ENGENHEIRO QUE PENSAVA GRANDE

O vencedor do concurso para o monumento da Exibição Universal de 1889 era um circunspecto cavalheiro de 53 anos, frios olhos azuis, baixote e rechonchudo, autoritário por temperamento e antimonarquista por convicção. Do pai, um veterano das guerras napoleônicas, Gustave Eiffel tinha herdado o espírito sonhador e inventivo; da mãe, a verdadeira chefe da família, o senso prático e o tino para negócios. Em 1857, aos 25 anos, de posse de um diploma de engenheiro químico da École Centrale de Paris, começou a trabalhar numa fábrica de máquinas a vapor e material para ferrovias. Tão bem se saiu que, no ano seguinte, já em outro emprego, supervisionou a construção de uma ponte ferroviária sobre o rio Garonne, em Bordéus, a maior do gênero na França.
Era a primeira de uma centena de obras que lhe dariam fama e fortuna como um dos grandes construtores de pontes de seu tempo, com obras pelos quatro cantos do mundo, da Rússia à Indochina, da Áustria ao Peru. Desde os 35 anos tinha sua própria empresa de engenharia e não se distinguia exatamente pela modéstia: todo fim de ano tinha o costume de dar um retrato seu de presente à mulher, Marie Gandelet, com quem se casara aos 30 anos e com quem teria cinco filhos. Marie morreu em 1877 de doença pulmonar. Muita gente não gostava de Monsieur Eiffel. Dizia-se que não primava pela lisura nos negócios e se apropriava com muita ligeireza de idéias alheias.
Um episódio em especial deu munição aos seus inimigos. Em 1887, no mesmo ano em que a Torre começava a surgir em Paris, projetou as eclusas do canal do Panamá - o que teria sido a maior obra de sua vida, não fosse um escândalo envolvendo acusações de corrupção que estourou no ano seguinte, mal haviam começado os trabalhos. A participação de Eiffel no caso nunca ficou efetivamente provada. Mesmo assim, foi condenado a dois anos de prisão, sentença depois suspensa pelo Supremo Tribunal. Inaugurada a Torre, o autor trocou as obras pelas pesquisas ligadas à aerodinâmica. Ao morrer, em 1923, aos 91 anos, tinha a seu crédito mais de 5 mil experiências e pelo menos dois projetos futuristas: o de um túnel sob o canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra, de 1890, e o de um avião de combate de alta velocidade, de 1917. 


domingo, 26 de agosto de 2012

Morre Neil Armstrong, primeiro homem na Lua

25/08/2012 16h15 - Atualizado em 25/08/2012 20h34 

Morre Neil Armstrong, primeiro homem na Lua
Armstrong passou por uma cirurgia de coração em 7 de agosto. Americano comandou a Apollo 11 e pisou na Lua em 20 de julho de 1969.


O primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, morreu aos 82 anos nos Estados Unidos neste sábado (25), informou a família do astronauta em nota à imprensa.
"Estamos de coração partido ao dividir a notícia de que Neil Armstrong faleceu após complicações ligadas a procedimentos cardiovasculares", diz a nota. "Neil foi um marido, pai, avó, irmão e amigo amoroso."
Em 7 de agosto, ele passou por uma cirurgia de emergência no coração, após médicos encontrarem quatro entupimentos em suas artérias,  e desde então estava se recuperando no hospital em Cincinnati, onde morava com a esposa.
No Twitter, a Nasa ofereceu "seus sentimentos pela morte de Neil Armstrong, ex-piloto de testes, astronauta e primeiro homem na Lua."

FONTE:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/08/morre-neil-armstrong-primeiro-homem-pisar-na-lua-dizem-agencias.html

http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/08/primeiro-homem-na-lua-passa-por-cirurgia-de-emergencia-no-coracao.html


terça-feira, 26 de maio de 2009

‘Briga’ entre EUA e Cuba

18/04/09 - 08h00 - Atualizado em 18/04/09 - 15h58

‘Briga’ entre EUA e Cuba já dura 47 anos
Embargo comercial teve início em 1962.
Nesta semana, Obama liberou viagens e remessas de dinheiro à ilha.

No começo desta semana, o presidente americano, Barack Obama, levantou as restrições de viagens a uba e de remessas de dinheiro feitas por cubano-americanos para suas famílias que moram na ilha. O anúncio representa uma das maiores mudanças da política americana em relação a Cuba em décadas e demonstra um claro abandono da vertente linha-dura de George W. Bush.
As relações entre EUA e Cuba prometem ser o assunto dominante da Cúpula das Américas neste final de semana.

A história do conflito diplomático e comercial entre os dois países é antiga e teve seu auge na Guerra Fria, quando a polarização comunismo X capitalismo dominava o mundo.

A marca mais profunda deste conflito é o bloqueio econômico imposto pelos EUA, que já é um dos mais duradouros embargos da história contemporânea. Na Assembleia Geral da ONU em 2007, apenas 4 dos 188 membros não condenaram as sanções.


Conheça os principais momentos da histórica briga:



Independente, pero no mucho
A ilha da América Central ficou independente da colonização espanhola em 1898, após uma sangrenta guerra. No entanto, continuou ocupada pelo EUA (que entraram no final da guerra) até 1902.



Foto: AFP Imagem mostra rendição das tropas espanholas de Cuba diante do exército
americano, em julho de 1898 (Foto: AFP)
Os americanos só foram embora depois de conseguirem deixar oficializado seu poder na região. Por meio de uma emenda na nova Constituição cubana, a emenda Platt, eles ficavam autorizados a intervir em qualquer assunto interno da ilha.


A revolução de Castro
Desta maneira, Cuba vivia como um protetorado americano. Seus cassinos e hotéis de luxo abrigavam reuniões da máfia americana e eram destino de luxo de endinheirados. Apoiado pelos americanos, o general Fulgêncio Batista deu um golpe em 1952 e impôs em Cuba um regime repressor e alvo de muitas denúncias de corrupção. Em 1953, um opositor chamado Fidel Castro organizou um ataque ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba. O ato foi frustrado, e seus líderes foram presos.
Três anos depois, Fidel liderou uma revolução que marchou da fronteira com o México até a Sierra Maestra, para entrar triunfante em Havana. Em janeiro de 1959, vitorioso, Fidel assustou de verdade os americanos com seu “espírito nacionalista” - em plena Guerra Fria. A partir daí, tudo mudou na relação com os EUA.



Foto: AFP O líder Fidel Castro entrou triunfante em Havana, no começo de janeiro de 1959
(Foto: AFP)

Ao contrário do que muitos pensam, a Revolução Cubana não teve ajuda da União Soviética e nem um caráter socialista definido. A ligação com a ideologia e com o país opositor aos EUA veio apenas um ano depois de formado o novo governo.


Fim de papo
A partir de 1960, a política americana de retaliação ao que considerava “o governo
socialista de Cuba” ficou cada vez mais clara. A importação do açúcar cubano foi reduzida em 95%. Como resposta, Cuba nacionalizou empresas estrangeiras e propriedades rurais.

Empresas americanas de petróleo, como a Texaco e a Esso, se negaram a enviar petróleo a Cuba e a processar o óleo cru vindo da URSS.

Em janeiro de 1961, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com a ilha. No mesmo mês, Cuba estreitou laços com a União Soviética e assinou um acordo de venda de açúcar e de importação de petróleo.


Baía dos Porcos
A irritação americana chegou ao ápice em abril de 1961, quando o governo liderou uma
fracassada tentativa de invasão, apoiando mais de mil exilados cubanos e herdeiros das empresas nacionalizadas em Cuba a desembarcarem na região da Baía dos Porcos, na província de Las Villas.



Foto: Reprodução/Wikimedia Commons Imagem de 1962 mostra o que seira a base de lançamento de mísseis em Cuba (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)Derrotada pelas forças nacionais em poucos dias, com um saldo de 176 mortos, a operação deixou claros os objetivos americanos de fazer de tudo para impedir a criação de mais uma nação socialista. O governo Kennedy foi obrigado a assumir a ação. A resposta de Fidel foi declarar pela primeira vez publicamente o caráter socialista da revolução. Em fevereiro de 1962, os EUA impuseram um embargo comercial total contra Cuba.



Crise dos mísseis
Um dos momentos mais críticos da Guerra Fria ocorreu quando, em outubro de 1962, os
soviéticos instalaram mísseis na ilha e foram descobertos pelos americanos. O presidente Kennedy fez um pronunciamento declarando um bloqueio naval ao país, e os Exércitos de ambas as potências foram movimentados. O líder soviético Nikita Khrushchev, no entanto, concordou em desativar os mísseis, e o conflito foi resolvido pacificamente. Em resposta, os EUA prometeram não invadir Cuba.

Imigração
Nos três primeiros anos após a revolução, cerca de 250 mil cubanos deixaram o país em direção aos EUA. Essa primeira onda imigratória era composta por pessoas de alto nível técnico e econômico. Em abril de 1980, a ilha autorizou a ida de quem quisesse deixar o país e 125 mil pessoas viajaram do porto de Mariel aos EUA – o que ficou conhecido como “Fuga de Mariel”.


Embargo reforçado
Após o fim da União Soviética, em 1991, os EUA se preocuparam em afirmar e ampliar o
embargo com o objetivo de forçar uma transição para o livre-mercado e a democracia na ilha de Fidel. Para isso, em outubro de 1992, o Congresso aprovou a Lei Torricelli, que ampliava o embargo e permitia ao presidente americano punir países que prestassem assistência a Cuba.



Foto: Roberto Schmidt/AFP O menino Elián Gonzalez foi protagonista de uma das brigas
entre EUA e Cuba (Foto: Roberto Schmidt/AFP)Mais tarde, em 1996, outra lei de reforço foi aprovada, a Helms-Burton, que tornou possível processar empresas nacionais e estrangeiras que tivessem relações comerciais com Cuba – algo que contraria as regras do direito internacional.

O menino Elián
No dia 25 de novembro de 1999, o menino Elián González, de seis anos, perdeu a mãe junto com outros 10 cubanos que naufragaram quando fugiam para os Estados Unidos. O caso virou uma alegoria da briga EUA X Cuba, e uma verdadeira batalha foi travada para ver quem ficava com o garoto. A pressão norte-americana era liderada pelos exilados cubanos.

Mas Elián acabou sendo devolvido à família paterna e, quando chegou à ilha, foi recebido com uma marcha comandada pelo próprio Fidel.

'Eixo do mal'
O mundo era outro após os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, mas, a relação Cuba X EUA não tinha mudado. Pelo contrário. Em maio de 2002, o presidente George W. Bush colocou a ilha entre os membros do chamado ‘eixo do mal', acusando-a de desenvolver armas biológicas. Ao lado de países como Líbia e Síria, Cuba também foi considerada uma nação que patrocina o terrorismo.