Academia Brasileira de História em Quadrinhos é inaugurada no Rio com 60 mil exemplares
A entidade em Botafogo empossou quadrinistas e cartunistas. Arquivo tem edições raras. Entre os exemplares históricos, estão as revistas de “Jerônimo, o Herói do Sertão”, desenhadas por Edmundo Rodrigues, idealizador da Academia morto em 2012
A cena parece de cinema — ou de uma tirinha de HQ das mais dramáticas. No leito de morte, o gênio dos gibis Edmundo Rodrigues, então com 79 anos, chama aquela que foi sua produtora por mais de cinco décadas, Ágata Desmond, e sussurra a ela um pedido, seco, firme: “não deixe minha obra morrer”. Autor de revistas em quadrinhos desde a década de 50, sendo chamado de “mestre” até pelos contemporâneos, o paraense chegou ao fim da vida, em setembro de 2012, com medo de não deixar sua marca para a posteridade e frustrado por não conseguir ajudar os amigos de profissão que mal conseguiam sobreviver depois da época de ouro das HQs, entre os anos 60 e 80. No último dia 30 de janeiro, no entanto, Ágata deu um grande passo para cumprir a velha promessa: ela lançou a Academia Brasileira de História em Quadrinhos (Abrahq), empossando 20 artistas que passarão a ocupar cadeiras em homenagem a desenhistas já falecidos, entre eles o próprio Rodrigues.