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quinta-feira, 26 de março de 2020

Temperatura na Antártida ultrapassa os 20°C pela primeira vez e preocupa cientistas

Temperatura na Antártida ultrapassa os 20°C pela primeira vez e preocupa cientistas


Pela primeira vez, temperaturas acima dos 20°C foram registradas na Antártida. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Aquecimento global vai estimular crescimento de insetos e pragas


Aquecimento global vai estimular crescimento de insetos e pragas

Insetos em plantações de caju, em Serra do Mel, no RN. 
(Foto: Thiago Messias/ Inter TV Costa Branca/Reprodução)

Uma consequência pouco estudada das mudanças climáticas é que o aumento das temperaturas estimula o crescimento dos insetos e, portanto, das pragas que devoram cultivos como o milho, arroz e trigo.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Três coisas que podemos fazer para evitar que a temperatura da Terra suba além do limite


Três coisas que podemos fazer para evitar que a temperatura da Terra suba além do limite


Um aumento de 2 graus Celsius é o máximo que planeta pode tolerar antes de sofrermos consequências catastróficas em nossa alimentação, fornecimento de água, flora, fauna e no nível do mar; saiba como isso pode ser evitado.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Ondas de calor serão mais intensas e já refletem o aquecimento global


Ondas de calor serão mais intensas e já refletem o aquecimento global

Mulheres se refrescam com borrifador de água público em Lille, na França, 
durante onda de calor na Europa (Foto: Philippe Huguen/AFP)


Especialistas alertam para consequências de aumento de temperatura na Terra.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Descoberto mítico rio inca que “ferve” suas vítimas


Descoberto mítico rio inca que “ferve” suas vítimas


Cientistas não conseguem explicar o fenômeno por meio do qual um rio da Amazônia peruana alcança temperaturas superiores aos 85°C, sem estar relacionado a origens magmáticas ou vulcânicas.

Cientistas listam nove ameaças que poderiam dar fim à vida na Terra


Cientistas listam nove ameaças que poderiam dar fim à vida na Terra


Cientistas foram convidados a listar quais seriam as principais ameaças que poderiam decretar o dia final da Terra. De aquecimento global, a uma ameaça asteroide ou pandemia, veja abaixo o que poderia acabar com os nossos planos por aqui:

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Montanhas de fogo - Geologia

MONTANHAS DE FOGO  - Geologia


O poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) costumava dizer que os terremotos e vulcões, justamente por sua força trágica, indomável, tinham o dom de manter o espírito humano alerta e humilde diante da natureza. Somente um grande poeta poderia entrever essa virtude tortuosa, em fenômenos que causam tanto sofrimento. Mas é fácil admitir que ela existe quando se vêem as fotografias recentes das erupções, rios de lava e monumentais plumas de cinza vulcânica. São  manifestações de vitalidade do planeta, que os fotógrafos aprenderam a traduzir em imagens de impressionante realismo. 

terça-feira, 16 de julho de 2013

China quer quadruplicar capacidade de geração de energia solar


China quer quadruplicar capacidade de geração de energia solar


Trabalhadores montam painel solar na companhia chinesa Suntech (Foto: Peter Parks/AFP)

Objetivo é acrescentar 10 Gigawatt por ano até 2015.
Analistas veem salto na produção com ceticismo.

domingo, 28 de novembro de 2010

Quanto mais quente melhor - Aquecimento Global

QUANTO MAIS QUENTE MELHOR - Aquecimento Global



A Terra está cada vez mais quente, o clima cada vez mais louco, as catástrofes naturais aumentam, os oceanos ameaçam transbordar e o homem tem a maior parcela de culpa nessa bagunça toda. Alguém ainda tem dúvida de que isso esteja realmente acontecendo com o planeta? Antes de responder, saiba que o último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), consórcio de cientistas de todo o mundo reunidos pela ONU, confirmou todas as afirmações acima.

Se estivesse lendo esta entrevista, o americano John Christy, ele mesmo integrante do IPCC e signatário do relatório publicado em 2001, teria levantado o braço para responder que sim, ele discorda do quadro climático pintado por seus companheiros. Voto vencido entre os cerca de 130 especialistas que debateram o tema para a ONU, o meteorologista até acredita que a temperatura na Terra esteja aumentando, mas em ritmo lento e dentro da normalidade. Christy afirma também que qualquer análise é frágil frente à falta de dados históricos. Até 1979, quando começaram a ser feitas medições por satélite, tudo que existia eram termômetros espalhados quase que aleatoriamente pelo globo.

Professor da Universidade do Alabama, Christy faz parte de um grupo de especialistas pouco acreditados até serem alçados ao centro do poder de decisão, a partir do ano 2000, com o governo Bush - uma administração que vive às turras com defensores de acordos para controlar o clima. Para os adversários, eles estão "tocando violino enquanto Roma pega fogo". Passados quase quatro anos de comando republicano nos Estados Unidos, suas teses viraram campos de batalha - e colocaram em ponto de ebulição o debate sobre o aquecimento global.

Você acusa cientistas e mídia de fazerem alarmismo. Qual a segurança para dizer, sem qualquer dúvida, que o homem não está provocando alterações no clima?

Todas as observações mostram que não estamos caminhando para mudanças climáticas catastróficas. Quando medimos a incidência de tempestades, furacões ou temperaturas severas não encontramos uma tendência única ao redor do globo. Portanto, não é possível dizer que o clima está "piorando".

As conclusões dos seus estudos contrariam a maioria dos pesquisadores. Quais erros de análise você acha que seus adversários estão cometendo?

Em primeiro lugar, basearam suas conclusões em dados de termômetros espalhados próximo à superfície do planeta. Ocorre que uma indicação-chave das mudanças é medir a temperatura da atmosfera como um todo, em todas as camadas. E isso pode ser feito apenas por satélites. As temperaturas atmosféricas mostram que temos um aquecimento modesto, equivalente a 30% do que afirmam os modelos climáticos mais populares. É uma indicação clara de que as projeções alarmistas não são confiáveis. Satélites são capazes de medir todo o planeta de maneira sistemática e diária e, portanto, fazem um retrato melhor da situação do que termômetros distribuídos pela superfície. Baseando-me nesses dados, concluí que o aquecimento global existe, mas não na velocidade propagandeada por ambientalistas.

Quantos dos pesquisadores do IPCC concordam com suas conclusões?

O capítulo que trata desse tema teve cerca de 130 autores. Não saberia dizer quantos concordam com todos os meus pontos. Mas diria que a maioria acredita em mudanças climáticas mais rápidas do que as que eu medi.

O relatório do IPCC também apontou a ação humana como fator-chave para o aquecimento global. Para você, quem é responsável por esse processo?

Que tal culpar a mãe natureza? A temperatura do planeta nunca é estática. Ela sempre muda. O aquecimento - ou resfriamento - é resultado de uma série de forças que atuam no clima, como variações solares, erupções vulcânicas, gases do efeito estufa ou alterações da superfície terrestre. Não é possível separar qual força está causando as mudanças - nem se elas são humanas ou não.

Ainda que modesto, o aumento da temperatura não ameaça o ambiente?

É impossível fazer julgamentos e previsões exatas sobre as mudanças climáticas, mas acredito que as pessoas não terão problemas com elas, e, na verdade, talvez até encontrem benefícios num planeta um pouco mais quente. Não acredito que o aumento do efeito estufa seja algo com que a humanidade tenha dificuldade para lidar. Sabemos que mais gás carbônico ajudaria no crescimento das plantas, uma vez que ele é a comida básica dos vegetais. Estima-se que a produção de alimentos já tenha crescido 16% por conta do aumento da concentração de gás carbônico e eu creio que isso seja bom para nós. Vale lembrar que os mais devastadores problemas ecológicos não são causados por mudanças climáticas, mas pela falta de água limpa e destruição dos hábitats naturais.

Seu trabalho é baseado em medições feitas por satélite, disponíveis a partir de 1979. Com essa base curta de comparação, não é temerário afirmar que inexistem riscos de o aquecimento global colocar o planeta numa condição perigosa?

Ninguém pode definir o que é "perigoso". Essa palavra traz embutido um juízo de valor que não contribui para o debate. Para fazer propaganda de um desastre climático próximo, os ambientalistas utilizam a medição de termômetros instalados desigualmente pelo planeta, próximos à superfície terrestre, e que mostram um aquecimento médio três vezes maior do que o registrado pelos satélites que medem a temperatura da atmosfera. Prefiro ficar com fatos, não com crenças.

Se suas teses fossem aceitas pela comunidade científica, como elas influenciariam a aplicação do protocolo de Kyoto?

O maior equívoco de Kyoto é que ele não tem efeito mensurável no sistema climático. Ainda que os Estados Unidos assinem o acordo e ele seja colocado em prática, não haverá qualquer influência no clima. Assim, é completamente irrelevante as pessoas aceitarem minhas descobertas ou não. O que aconteceria caso o protocolo fosse aplicado são efeitos econômicos significativos que certamente afetariam a capacidade americana de fazer comércio com parceiros como o Brasil. E isso causaria o declínio econômico brasileiro, com incremento da pobreza e outros efeitos.

Você é um homem muito religioso. De que maneira isso influencia suas pesquisas e análises científicas?

Minhas pesquisas são publicadas nas mais importantes revistas especializadas e resultam de métodos científicos convencionais. No entanto, como um ex-missionário na África, também sou muito preocupado com a maneira como o conhecimento científico é utilizado - ou mal utilizado - para influenciar políticas públicas que podem até matar. Me incomoda ver como projeções teóricas repletas de limitações são utilizadas para promover regulamentos que reduzem a qualidade de vida. Energia é sinônimo de vida mais longa e melhor. Reduzir o acesso a ela por meio de regulamentações como Kyoto não é do interesse público. Eu desejo para os brasileiros um nível melhor de saúde e segurança, e não um tratado que vá privá-los de avanços nesses campos.

sábado, 31 de julho de 2010

Estudo mostra que 12% do gelo dos Alpes suíços derreteu

23/06/09 - 07h54 - Atualizado em 23/06/09 - 11h23

Estudo mostra que 12% do gelo dos Alpes suíços derreteu
'Neves eternas' da cadeia de montanhas devem sumir ainda mais.
Enchentes, falta de energia elétrica e prejuízo ao turismo podem vir.

Cientistas da Universidade de Zurique anunciaram ontem o resultado de pesquisa de uma década mostrando que as “neves eternas” dos Alpes desaparecem rapidamente. Em dez anos, 12% do gelo nas montanhas suíças derreteu. O fenômeno é registrado em várias regiões. Há dois anos, no Monte Kilimanjaro (Tanzânia), a neve desapareceu no verão pela primeira vez em 11 mil anos. Mas até agora não se sabia que o fenômeno era tão intenso, também na Europa.

O que se conhece popularmente como neves eternas são os glaciais, estruturas de gelo que não derretem - ou não derretiam - o suficiente no verão a ponto de desaparecer. Dois fatores pesariam nesse fenômeno: a elevação média da temperatura no verão e a queda de neve mais suave no inverno. A universidade alerta que nunca o ritmo de derretimento do gelo dos Alpes foi tão rápido. “A última década foi a pior desde que começamos a registrar os dados, há 150 anos”, disse Daniel Farinotti, um dos pesquisadores.

Segundo ele, há dez anos a Suíça contava com uma cobertura de gelo de 1.063 quilômetros quadrados. Desde 1999, os glaciais suíços perderam 9 quilômetros cúbicos de gelo. A maior queda ocorreu em 2003, quando a redução foi de 3,5% em 12 meses. Até 2050, os pesquisadores estimam que os invernos nos Alpes serão 1,8°C mais quentes; os verões terão temperatura 2,7°C superior. O derretimento das neves eternas pode causar, na Suíça, mais avalanches e deslizamentos de terra, além de prejudicar o abastecimento de energia, pois as hidrelétricas são abastecidas pelo derretimento sazonal dos glaciais. O turismo também sofreria perdas. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

terça-feira, 9 de junho de 2009

Novo alvo na luta contra aquecimento global

24/04/09 - 12h02 - Atualizado em 24/04/09 - 12h02

Fuligem de fogões a lenha é novo alvo na luta contra aquecimento global
'Carbono negro' pode ser responsável por 18% da mudança climática.
Vastas regiões da Índia e da África emitem esse tipo de poluente.

"É difícil de acreditar que isso está derretendo as geleiras", disse Veerabhadran Ramanathan, um dos maiores cientistas do clima do mundo, enquanto percorria cabanas feitas de tijolo de barro, cada uma contendo um forno de barro que libera fuligem na atmosfera. Enquanto mulheres envoltas em sáris multicoloridos fabricam pão e cozinham lentilhas no começo da noite sobre o fogo alimentado de galhos e esterco, crianças tossem devido à densa fumaça que preenche as casas. Uma sujeira preta reveste o lado de dentro de tetos de palha. No nascer do dia, uma nuvem negra se estica pela paisagem como um lençol escuro e diáfano.




Vila de Pipal Kheda, na Índia, coberta da fumaça do fogo usado para cozinhar (Foto: Adam Ferguson/NYT)
Em Kohlua, na Índia central, sem carros e sem eletricidade, as emissões de dióxido de carbono, o principal gás detentor de calor relacionado ao aquecimento global, são quase nulas. No entanto, a fuligem – conhecida também como carbono negro – produzida por dezenas de milhares de vilas como esta está emergindo como uma grande e antes minimizada fonte causadora do aquecimento climático global.

Apesar do dióxido de carbono ser o contribuidor número um para o aumento das temperaturas no mundo, afirmam cientistas, o carbono negro emergiu como o número 2 em importância. Estudos recentes estimam que ele é responsável por 18% do aquecimento do planeta, em comparação aos 40% atribuídos ao dióxido de carbono. Diminuir as emissões de carbono negro poderia ser uma forma relativamente barata de frear significativamente o aquecimento global – especialmente no curto prazo, sustentam especialistas em clima. Substituir fornos primitivos por versões mais modernas, capazes de emitirem muito menos fuligem, poderia se tornar uma solução temporária bastante necessária, enquanto os países lidam com a tarefa mais difícil de iniciar programas e desenvolver tecnologias com o objetivo de restringir as emissões de dióxido de carbono a partir de combustíveis fósseis.

Na verdade, reduzir o carbono negro é apenas um de uma série de reparos climáticos, relativamente rápidos e simples, usando tecnologias existentes – geralmente chamados de "fruta ao alcance da mão" – que os cientistas reafirmam a necessidade de serem colhidas imediatamente, a fim de evitar as conseqüências mais desastrosas já projetadas para o aquecimento global. "Está claro para qualquer pessoa que se importa com as mudanças climáticas que isto terá um enorme impacto no ambiente global", disse Ramanathan, professor de ciências climáticas do Scripps Institute of Oceanography, atualmente desenvolvendo trabalhos com o Instituto de Energia e Recursos de Nova Déli num projeto para ajudar famílias pobres a adquirir novos fornos.

"Em termos de mudanças climáticas, estamos indo rapidamente em direção a um penhasco. Isso nos pouparia algum tempo", disse Ramanathan, que deixou a Índia há 40 anos, mas voltou ao seu país-natal por causa do projeto.



Efeito rápido
Melhor ainda, a diminuição da fuligem poderia ter um efeito bastante rápido. Ao contrário do dióxido de carbono, capaz de perdurar na atmosfera por anos, a fuligem permanece ali por algumas semanas. Mudar para fornos que emitem pouca fuligem removeria rapidamente os efeitos de aquecimento do carbono negro. Fechar um local de produção de carvão leva anos para reduzir substancialmente as concentrações globais do gás. Na Ásia e na África, fornos de cocção produzem grande parte do carbono, apesar dele também emanar de motores a diesel e produtoras de carvão. Nos Estados Unidos e na Europa, as emissões de carbono negro já foram reduzidas significativamente por filtros e outras ferramentas.

Como minúsculos absorvedores de calor, as partículas de fuligem aquecem o ar e derretem o gelo ao absorver o calor do Sol quando elas se estabelecem nas geleiras. Um estudo recente calculou que o carbono negro pode ser responsável por cerca da metade do aquecimento do Ártico. Apesar das partículas tenderem a se estabilizar com o tempo e não terem o alcance global dos gases do efeito estufa, elas se deslocam, descobriram os cientistas. A fuligem originária da Índia foi encontrada nas Ilhas Maldivas e no platô tibetano; a partir dos Estados Unidos, ela viaja para o Ártico. As implicações ambientais e geopolíticas das emissões de fuligem são enormes. Estima-se que as geleiras do Himalaia irão perder 75% do seu gelo até 2020, segundo o professor Syed Iqbal Hasnain, especialista em geleiras do estado indiano de Sikkim.

Essas geleiras são a fonte da maioria dos grandes rios da Ásia. O resultado no curto prazo do derretimento glacial são inundações graves em comunidades montanhosas. O número de inundações a partir de lagos glaciais já está aumentando acentuadamente, disse Hasnain. Quando as geleiras encolherem, os grandes rios da Ásia vão ter seu fluxo diminuído ou secar durante parte do ano. Batalhas desesperadas por água certamente surgirão como conseqüência, numa região já cheia de conflitos.

Médicos há muito tempo condenam o carbono negro por seus efeitos devastadores à saúde em países pobres. A combinação de benefícios à saúde e ao meio ambiente significam que a redução da fuligem oferece "um excelente retorno", disse Erika Rosenthal, experiente advogada da Earth Justice, organização baseada em Washington. "Agora, faz parte do interesse pessoal de cada um lidar com coisas como esse tipo de forno – não só porque milhares de mulheres e crianças lá longe estão morrendo cedo."

Mulher cozinha com lenha na vila de Kohlua, na Índia (Foto: Adam Ferguson/NYT)
Nos Estados Unidos, uma lei foi apresentada pelo Congresso, em março, que poderia exigir da Agência de Proteção Ambiental o direcionamento de ajuda a projetos para a redução do carbono negro no exterior, incluindo introduzir novos fornos em 20 milhões de lares. Eles custariam cerca de US$ 20 cada e usariam energia solar, ou outra mais eficiente. A fuligem seria reduzida em mais de 90%. Os fornos solares não usam galhos nem esterco. Outros fornos novos simplesmente queimam o combustível de forma mais limpa, geralmente pulverizando o combustível primeiro e adicionando um pequeno ventilador capaz de melhorar a combustão.

É difícil imaginar que vilas rurais remotas, como Kohlua, possam ter um papel fundamental para lidar com a crise do aquecimento global. Não existem carros aqui – o jipe branco antigo do chefe do vilarejo fica estacionado, porém sem uso, na frente de sua casa, como uma peça de museu. Não existe água corrente e a energia elétrica é esporádica, responsável por alimentar apenas algumas lâmpadas. Os 1.500 moradores daqui cultivam trigo, mostarda e batatas, e trabalham diariamente em Agra, onde fica o Taj Majal, a cerca de duas horas de ônibus.



Dois dólares por dia
Eles ganham cerca de US$ 2 por dia e, em sua maioria, nunca ouviram falar sobre aquecimento global. Porém, eles notaram períodos de seca frequentes nos últimos anos, o que muitos cientistas atribuem ao fenômeno do aquecimento. Os moradores também estão cientes de que o carbono negro é corrosivo. Em Agra, fornos e motores a diesel são proibidos na área ao redor do Taj Majal, pois a fuligem pode causar danos à preciosa fachada.

Ainda assim, substituir centenas de milhares de fornos – a fonte de calor, comida e água potável – não é uma questão simples. "Tenho certeza de que eles seriam lindos, mas teria que primeiro vê-los, experimentá-los", disse Chetram Jatrav, enquanto se agachava junto ao seu forno, fazendo chá e um pão chamado roti. Suas três crianças tossiam.

Ela gostaria de ter um forno "que fizesse menos fumaça e usasse menos combustível", mas não pode comprar, disse ela, jogando no fogo o esterco comprado por um rupee (moeda local). Ela havia acabado de comprar seu primeiro rolo de massa, assim o pão poderia sair "redondinho", como seus filhos tinham visto na escola. Igualmente importante, a chama aberta do forno dá sabor a alguns dos alimentos tradicionais. Pressionar os moradores das vilas a fazer roti num forno solar é quase como pedir a um italiano que cozinhe risoto no micro-ondas.

Em março, o projeto dos fornos novos, disse Surya, começou "uma fase de teste" com seis fornos alternativos nas vilas, em parte para quantificar seus benefícios. Os pesquisadores já se preocupam com o fato de que os novos fornos parecem instrumentos científicos e são frágeis; um deles até quebrou quando um morador local empurrou objetos com muita força.

No entanto, se o carbono negro tiver de ser administrado em grande escala, a aceitação dos novos fornos é crucial. "Não vou chegar para os moradores e dizer que o dióxido de carbono está aumentando e que em 50 anos poderemos ter enchentes", disse Ibrahim Rehman, colaborador de Ramanathan no Instituto de Energia e Recursos. "Vou falar com a mulher sobre seus pulmões e os dos seus filhos, mas sei que isso também vai ajudar com as mudanças climáticas."