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quinta-feira, 25 de março de 2021

Galo bota ovo, escapa da morte e vira atração no Sul do Brasil

Galo bota ovo, escapa da morte e vira atração no Sul do Brasil

O agricultor Pedro Silva levou um susto ao entrar no galinheiro de sua propriedade, em Caçador, no meio-oeste de Santa Catarina. 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

RIO DE JANEIRO - História do Tivoli Park

RIO DE JANEIRO - História do Tivoli Park


O Rio de Janeiro é conhecido, entre outras coisas, por sua beleza livre, aberta. 

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Ota Benga - O jovem negro que era atração de zoológico junto aos macacos

Ota Benga - O jovem negro que era atração de zoológico junto aos macacos


Uma das histórias mais vergonhosas de racismo do século XX aconteceu em 1906, nos Estados Unidos. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Programa Domingo no Parque - SBT - Anos 80

Programa Domingo no Parque - SBT - Anos 80


O programa domingo no parque era uma atração infantil dos anos 80 que era dirigido por Silvio Santos no domingo pela manhã no SBT. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Show na França usa 'zumbis' para entreter frequentadores em fila


Show na França usa 'zumbis' para entreter frequentadores em fila


Casa assombrada Le Manoir é atração da capital Paris (Foto: Kenzo Tribouillard/AFP)


Casa assombrada Le Manoir é atração da capital Paris.
Local recebeu espetáculo nesta quinta, véspera do Halloween.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Novo dicionário da Anatomia - Medicina


NOVO DICIONÁRIO DA ANATOMIA - Medicina



Você vai falar esse medicinês
Calma, por enquanto ainda dá para se referir a dolorosas amígdalas inflamadas, ou a mulheres que amarram as trompas para evitar bebês. Dá até falar pelos cotovelos, se quiser. Mas dentro de hospitais e escolas médicas a conversa logo será outra. A partir de 1º de dezembro, os especialistas deverão trocar mais de 2 000 palavras, ou seja, quase 30% dos 6 700 nomes usados para designar as partes macroscópicas do corpo humano. Se a gente levar em conta outras alterações, como as dos termos referentes às partes microscópicas e às partes de qualquer tamanho recém-batizadas, que nem tinham nome próprio, as mudanças chegam a 40% do medicinês (veja alguns exemplos à direita). Apenas com o tempo - muito tempo, provavelmente - é que a nova nomenclatura poderá se popularizar.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Os sexos se confundem - Comportamento


O SEXOS SE CONFUNDEM - Comportamento


Terninhos, tênis, mocassinos. Nas mulheres, cabelos curtinhos; nos homens, longos cacheados. De repente, parece que a androginia tomou conta do mundo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A imagem do amor - O Beijo

A IMAGEM DO AMOR - O Beijo.



Um dos atos humanos mais corriqueiros, o beijo pode ser sinal de paixão, afeto, respeito e amizade. Pode ser ainda uma demonstração de humildade ou de euforia. Mas nem sempre existiu como hoje, nem é praticado por todos os povos. E muda conforme os costumes.

Existem beijos libidinosos como os dados no colo e nas partes pudendas, ou o beijo cinematográfico, em que as mucosas labiais se unem numa expressão insofismável de sensualidade.
Embora pareça trecho de um manual de carícias, esse texto é da portaria de um juiz de Sorocaba, a 90 quilômetros de São Paulo, que em fevereiro de 1981 decidiu proibir o beijo na cidade. A repercussão foi imensa. Houve um ato de protesto chamado a noite do beijo, que apesar do nome acabou na maior pancadaria. Na época, chegou a se falar em sérios castigos para os manifestantes, caso algum juiz decidisse que beijar era praticar "ato obsceno em local público e aberto", de que trata o Código Penal. No fim, prevaleceu o bom senso e ninguém foi processado por exprimir seu carinho com beijos - uma demonstração de afeto que a história e a arte registram há milênios.
No mecanismo da sensualidade, o beijo é um capítulo muito especial, por estar ligado ao próprio desenvolvimento das pessoas. Beijar, explica o antropólogo inglês Desmond Morris, autor de vários livros sobre comportamento humano, entre eles O macaco nu, "tem sua origem na relação mãe - filho". Nos tempos primitivos, depois de sugar o peito, a criança recebia alimentação sólida devidamente mastigada pela mãe e passada à boca, à maneira de certos animais e pássaros. O costume ainda sobrevive em algumas tribos de várias partes do mundo. Da mesma forma como sugar o seio, esse contato tornou-se definitivamente ligado ao conforto e à segurança infantil. Acontece que beijar, como sugar, persiste na vida adulta "como um gesto de conforto fortemente associado a relações amorosas", escreve Desmond Morris.
O homem, portanto, aprende a beijar desde que vem ao mundo - e foram muitos os psiquiatras e psicanalistas, a começar por Sigmund Freud, que se preocuparam em interpretar como evoluiu esse movimento originalmente voltado à nutrição e à sobrevivência para o desfrute de um prazer. Beijamos também por costume, educação, respeito ou também por mera formalidade. E as características do beijo variam segundo o que se quer expressar com ele. Uma das primeiras representações do beijo de que se tem conhecimento são as esculturas e murais do templo de Khajuraho, na Índia, que datam do ano 2500 a.C. No século IV da era cristã publica-se na Índia o Kama Sutra, considerado o mais completo tratado sexual do Oriente, atribuído ao sábio Vatsyayana.
Um capítulo inteiro da obra é dedicado ao beijo, onde se ensina, entre outras coisas, que "não há duração fixa ou ordem entre o abraço e o beijo, o aperto e as marcas feitas com as unhas e os dedos", pois "o amor não cuida do tempo ou da ordem". Apesar disso, o Kama Sutra adverte para que sejam respeitados "os costumes de um país" - com o que até o severíssimo juiz de Sorocaba em 1981 concordaria. Segundo o manual indiano, o beijo pode ser moderado, contraído, pressionado ou suave. Pode ser direto, inclinado, voltado ou apertado. Existe até o beijo "despistante", que deve ser dado pelo homem, quando ele estiver ocupado.
O conselho que encerra o capítulo sobre o beijo no Kama Sutra exalta a reciprocidade: "Seja o que for que um amante faça ao outro, este deve retribuir; isto é, se a mulher o beijar, deve beijá-la; se ela lhe bater, cumpre igualmente bater-lhe". Na Grécia antiga, o beijo funcionava como um elemento diferenciador das hierarquias: os subordinados beijavam os superiores no peito, nas mãos ou nos joelhos, de acordo com o nível que possuíam. Os mendigos tinham unicamente o direito de beijar os pés dos senhores, e aos escravos só se permitia beijar a terra. Ou seja, quanto mais baixo o lugar do indivíduo na sociedade, mais ele devia inclinar-se para prestar a homenagem.
No século V a.C., o historiador Heródoto chegou a descrever os vários tipos de beijos e seu significado entre os persas e os árabes. Os persas se cumprimentavam com beijos que, como na Grécia, variavam de acordo com o nível social das pessoas. Relata Heródoto: "Quando pertencem ao mesmo nível social, as pessoas beijam-se na boca. O beijo no rosto é usado se existe uma pequena diferença entre elas".
Os preconceitos contra o beijo são igualmente antigos. No início da era cristã, outro historiador grego, Plutarco, que deixou uma imensa obra sobre os costumes na Grécia e em Roma, conta que Catão, o Censor (234 a.C.-149 a.C.), cessou o mandato do senador Pretorius Mamillus, porque foi visto beijando a mulher em público. Mas em particular os romanos nada tinham contra o beijo. O latim até registra três palavras para defini-lo:, osculum é o beijo amistoso, nas faces; basium, o beijo apaixonado na boca; e suavium, o beijo amoroso com ternura.
O beijo nas faces vem da época em que os humanos dependiam muito mais do olfato para sobreviver. Os homens cheiravam uns aos outros para saber se pertenciam a uma tribo estranha e eventualmente inimiga. Supõe-se que cada grupo devia possuir um odor característico, o cheiro do grupo. O beijo no rosto, portanto, não nasceu como expressão de carinho ou prazer, mas como meio de defesa. Talvez por isso os povos acostumados a habitar um ambiente hostil ou forçados a viver em pé de guerra virtualmente desconhecem o costume de beijar por afeto. Um provérbio sudanês adverte: "Jamais beijes quem seja capaz de te devorar".
Os esquimós, muito prudentes, resolveram o problema encostando as pontas dos narizes, enquanto mantêm os olhos abertos, vigiando a situação. Da mesma forma, o mongol apóia o nariz no rosto de seu par, conservando um cômodo ângulo de visão. Existem povos que nunca se beijam, como certas etnias africanas e os antigos japoneses. Certa vez, numa exibição de arte em Tóquio, a escultura de Rodin, O beijo, foi colocada atrás de um biombo. Diante da queixa de um visitante, o chefe de policia explicou: "O beijo é um detestável hábito europeu que nós, aqui, desejamos que não se cultive de maneira alguma".
Já os africanos, ao abster-se, estão tentando proteger sua alma, alegoricamente identificada no alento ou respiração. A boca e o aleitamento são a representação da vida e, para alguns povos, da alma também. O primeiro grito do recém-nascido é seu primeiro sintoma de vida. Assim também o homem abandona o mundo, dando o último suspiro. E Deus soprou a vida em Adão - assim como nos contos de fada o príncipe devolve a vida à Bela Adormecida e a Branca de Neve, vítimas de um enfeitiçamento. Mas o beijo também pode significar a morte. Segundo as regras da Máfia, quando algum membro do grupo trai seus pares, um parente é encarregado de lhe dar um beijo ritual na boca, indicando a vítima cuja execução foi aprovada pelo chefão.
Na França de Luis XIV, o Rei Sol (1638-1715), foi instituído o uso do beija-mão, que no começo obrigava os homens a inclinar-se para beijar as mãos das damas. Na verdade, muitos altos funcionários e nobres da corte nunca aprovaram o costume: achavam humilhante fazer uma reverência diante de pessoas que lhes poderiam ser socialmente inferiores. Assim, eles inventaram uma regra que não iria romper totalmente com o protocolo - aproximavam a mão das senhoras até a boca e a apertavam uma ou mais vezes, operação que não os impedia de continuar retos e com sua vaidade ilesa.
Esse gesto, em nossos dias, perdeu seu significado quase por completo, em parte como resultado da diminuição na desigualdade de tratamento entre os sexos. Continua a ser usado apenas em altas esferas sociais, como um formalismo destinado a mulheres muito importantes. Os únicos beijos que permanecem, na boca ou nas faces, são os que indicam igualdade, que se dão sem que seja preciso que uma das pessoas se abaixe. Assim se beijam os amigos, os companheiros de luta, os políticos, os esportistas, os casais e também os membros de uma mesma família.
Imortalizado nas artes como uma celebração mágica e romântica, foi com o cinema que o beijo tomou conta do mundo. Em 1896, numa pequena sala de projeções de Los Angeles, nos Estados Unidos, diante do olhar estupefato de 73 espectadores, os artistas May Irwin e John Rice beijaram-se durante quatro longos segundos. Foi um beijo explosivo, filmado em primeiro plano. Todas as associações femininas de defesa da moral e dos bons costumes dos Estados Unidos incitaram então o boicote ao filme; a imprensa também censurou o que chamou de moral de taverna. Mas Hollywood insistiu - e em 1926 chegou às telas o filme Don Juan, onde o ator John Barrymore dá 191 beijos em diversas atrizes, um recorde ainda não superado no cinema.
Mas, durante muito tempo, Hollywood foi obrigada a dosar cuidadosamente as manifestações de afeto, por causa do código Hayes, um rígido conjunto de normas sobre o que mostrar e o que esconder nas cenas de paixão. Não podendo exibir tomadas de corpos ardentes, os cineastas aprenderam a usar o beijo como metáfora. As imagens seguintes ao encontro de bocas eram as ondas do mar se desmanchando na areia ou batendo contra rochedos, uma lareira crepitando ou ainda o vôo de uma ave. E todo mundo entendia que o beijo era o começo e não The End.

Anatomia de um beijo.

Por mais sedutor e apaixonado que um beijo possa ser, sempre existe quem o reduza a uma simples troca de bactérias. Ou a um ato que pode encurtar a vida. É o caso da dra. Martine Mourier, da Faculdade de Bobigny, na França, que dedicou as duzentas páginas de sua tese de doutoramento em Medicina aos efeitos do beijo. Num beijo bem carinhoso, pesquisou a dra. Mourier, entram em ação dezessete músculos. Mais paixão exige mais do corpo: 29 músculos; ao mesmo tempo, a pressão que o rosto de uma pessoa exerce sobre a outra chega a 12 quilos. É nessa hora que trocam de boca pelo menos 250 bactérias.
Além da circulação bacteriana, o beijo representa uma troca de 9 miligramas de água; 18 miligramas de substancial orgânicas; 7 decigramas de albumina; 711 miligramas de materiais gordurosos; e 45 miligramas de sais minerais, segundo a minuciosa médica francesa. Pesquisas norte-americanas informam também que os batimentos cardíacos passam dos normais setenta para 150 por minuto. Daí, ela conclui que um beijo muito entusiasmado pode encurtar a vida em três minutos.
Manuais de profilaxia, de seu lado, ensinam que várias doenças podem ser transmitidas pelo beijo, entre elas resfriado, caxumba, gripe, hepatite, herpes simples, tuberculose, mononucleose e sífilis. Em certas condições, pode-se contrair AIDS pela saliva. Em contrapartida, o beijo da mãe no bebê é uma das formas que a natureza tem de inocular vacinas naturais na criança. A mãe transmite ao recém-nascido seus próprios germes de forma diluída, desencadeando reações de defesa no organismo infantil. Os números, as pesquisas e as teses, porém, são apenas parte da realidade. Uma vida emocional sadia não prescinde dos gestos de afeto e das emoções do amor. O ser humano, afinal, necessita do beijo para seu equilíbrio - o que influi poderosamente sobre a saúde.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Menino sérvio 'atrai' metais e porcelana

24/02/2011 09h22 - Atualizado em 24/02/2011 10h36
Menino sérvio 'atrai' metais e porcelana
Pais afirmam que Bogdan teria nascido com capacidade magnética.


O garoto sérvio Bogdan consegue 'grudar' utensílios
de porcelana a seu corpo (Foto: BBC)O menino sérvio Bogdan, de 7 anos, teria poderes magnéticos, segundo os seus pais. Facas, garfos, colheres e moedas parecem grudar-se imediatamente ao entrar em contato com o corpo de Bogdan.

E ele não atrairia só objetos metálicos. Imagens mostram que objetos de porcelana também parecem ficar colados no corpo do menino.

Para evitar acusações de que a pele de Bogdan é grudenta, os pais mostram que até uma panela de 2,5 quilos parece se atrair ao peito do menino.

Os pais dizem que ele tem o dom desde que nasceu e chega a beber 3 litros de leite por dia quando está muito ativo. Além disso, Bogdan não poderia se aproximar de computadores porque provocaria defeitos.

Médicos já teriam afirmado que o menino não poderia fazer um exame de ressonância magnética porque também danificaria o aparelho.

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vende-se sexo - Prostituição

VENDE-SE SEXO - Prostituição



"Agente entra nessa por falta de opção. Mas depois se acostuma, começa a gostar." "Perigoso é. Mas fazer o quê?" "Quanto mais rápido melhor, porque pode ter outro cliente esperando."

Todas essas frases são de representantes de uma das classes trabalhadoras mais polêmicas das cidades brasileiras: os motoboys (elas aparecem no documentário Vida Loca). Mas elas são comuns nos discursos que tratam de outra profissão, mais antiga e polêmica do que a retratada no filme: a prostituição.

No Brasil, prostitutas e motoboys ainda são vistos da mesma maneira pela legislação. São trabalhadores informais e autônomos, sem leis específicas que determinem seus direitos e deveres ou que regulamentem sua atividade. Não pagam impostos e não recebem benefícios. No entanto, prostitutas são estigmatizadas de forma bem mais negativa que motoboys. Por quê?

O que determina esse estigma? Por que duas atividades igualmente não regulamentadas, igualmente arriscadas, são tratadas de maneira tão diferente pela polícia, pelo governo e pela população? Até que ponto o uso comercial do seu próprio corpo é legítimo e inofensivo?

Nas últimas décadas, a tentativa de responder a essas perguntas tem dividido governos, acadêmicos e trabalhadores em todo o mundo. O tema é complexo o suficiente para tornar quase toda conclusão questionável. Mesmo quem conhece profundamente o assunto tem dúvidas sobre como lidar com ele. "Acho que a legalização é um passo necessário, mas não estou segura de que irá melhorar a vida dessas mulheres", diz a historiadora Margareth Rago, autora de Os Prazeres da Noite: Prostituição e Códigos da Sexualidade Feminina em São Paulo. Uma prova de que, quando o assunto é prostituição, as interrogações são bem mais freqüentes do que qualquer ponto final.

VÍTIMAS DE QUEM?
São 6 da tarde e Laura chega ao trabalho. Faz ponto no Parque da Luz, centro de São Paulo. Aos 26 anos, trabalha por conta própria e ganha, em média, 3 mil reais por mês. "Sexo anal só faço se estiver precisando muito de dinheiro."

Oito da noite. Sylvie, uma estudante francesa de 20 anos, chega a um bar em Saint German de Prés, centro de Paris. Ela se encontra com um homem bem mais velho. Sylvie recebe 450 euros (quase 1 350 reais) para passar a próxima hora com ele, um de seus cinco clientes. Com os 2 250 euros mensais (6 750 reais), paga o aluguel, compra livros e se diverte com os amigos no fim-de-semana.

Cínthia chega para o trabalho às 9 da noite. "Quis virar prostituta para conhecer essa vida. Quero escrever um livro depois." Ela ganha 150 reais pelo programa e comissões pela bebida que o cliente consome na casa. "Mais de 3 mil por mês", diz.

Essas três mulheres ganham a vida vendendo serviços sexuais. Negociam como podem sua força de trabalho, sob as conhecidas leis de mercado que regulam o valor da oferta pelo volume da procura. Assim, ganham valores diferentes pelo que, à primeira vista, pode parecer a mesma coisa. Cada uma também está sujeita a condições e regras diversas, mas, apesar das diferenças, são exemplos de mulheres independentes financeiramente, que começaram a trabalhar como prostitutas quando já eram maiores de idade. Ainda assim, são mulheres estigmatizadas.

Há muitas outras formas de uso comercial do potencial erótico do corpo - as campanhas publicitárias de cerveja são um exemplo inevitável -, mas nenhuma incomoda tanto quanto a venda de serviços sexuais. Ou melhor, a venda desses serviços por mulheres.

Nem sempre foi assim. Houve momentos em que as prostitutas desempenharam sua atividade como qualquer outro profissional e não carregavam o estigma de delinqüentes e imorais que se consolidou no século 19. "A cada vez mais insistente moralização condenou (a prostituição) à semiclandestinidade e a tornou naturalmente cara", escreveu em 1975 o crítico social francês Michel Foucault, no clássico Vigiar e Punir. Além disso, as feministas transformaram a atividade numa bandeira contra a opressão patriarcal. "Instituiu-se a idéia de que a prostituta é uma vítima sem controle de seu contrato de trabalho", diz a socióloga inglesa Julia Davidson, autora de Prostitution: Power and Freedom ("Prostituição: Poder e Liberdade", sem versão em português).

Os riscos típicos de um trabalho noturno, nas ruas, reforçam a imagem de vítimas. É claro que essa imagem não é totalmente incorreta. Relatos de violência não são raros entre prostitutas. Mas a explicação de que eles são uma conseqüência inevitável das condições de trabalho está longe de agradar a todo mundo. "Não há nada mais perigoso na prostituição do que em outros trabalhos", afirma a inglesa Niki Adams, que coordena o Coletivo Inglês de Prostitutas, uma organização da classe. "Mulheres ficam sozinhas com homens em várias situações e não são estupradas ou violentadas. O alto nível de violência contra prostitutas se deve à falta de punição para esse tipo de crime", diz. Isso que dizer que, talvez, o trabalho só seja mais perigoso porque não é vigiado como outras profissões.

Da polícia, prostitutas costumam receber indiferença. Se uma garota chega na delegacia dizendo que foi violentada ou roubada, a resposta mais comum é o deboche. E isso é até um avanço. "Pelo menos os abusos são raros hoje em dia. Há cinco anos, não era incomum ouvir histórias de garotas que eram levadas para os DPs para participar, a contragosto, de orgias", diz a assistente social Ilza de Souza, que coordena há nove anos a Casa de Apoio à Mulher Marginalizada, em São Paulo.

As doenças são outro risco inerente à prostituição. Mas, ao contrário do que se imagina, prostitutas vêem preservativos como um item básico do seu kit de trabalho. Como luvas para um enfermeiro. Em uma pesquisa patrocinada pela Unesco, feita em 2000 pela ONG Musa (Mulher e Saúde), 99,4% das entrevistadas afirmaram usar preservativo para sexo vaginal, 100% para sexo oral e 97,6% para sexo anal.

Mas não é raro a exigência pelo uso de preservativo ser flexionada diante da necessidade de dinheiro. "Chega uma idade em que a mulher não pode concorrer com garotas mais jovens e começa a abrir mão de certas exigências", diz Gabriela Leite, presidente da ONG Davida, que faz parte da Rede Internacional de Trabalhadores do Sexo. Para ela, os problemas de prostitutas são os de todo trabalhador informal que, sem direito a benefícios previstos na legislação trabalhista, é obrigado a se virar como pode. Imagine se houvesse incentivo - e pagamento extra - para enfermeiros trabalhando sem luvas?

QUEIRA OU NÃO, EXISTE
A demanda por serviços sexuais é uma realidade que escapa a argumentações. Cada vez mais sólida e organizada, a indústria do sexo não deixa dúvidas sobre o número de compradores e emprega milhares de pessoas que optam por fazer uso comercial dos seus corpos. O Daily Planet, o maior bordel australiano, começou a negociar ações na bolsa em março de 2003 e tem movimentado milhões de dólares por dia. Nos Estados Unidos, só a indústria pornográfica legal - que inclui filmes, acesso a sites, sexo por telefone e outros serviços do tipo - fatura em torno de 10 bilhões de dólares por ano, segundo estimativa do instituto Forrester Research. Isso significa que, por lá, pornografia é melhor negócio do que futebol americano, basquete e beisebol - juntos.

O projeto de lei elaborado por Fernando Gabeira em 2002, que propõe a legalização da atividade, se justifica exatamente pela "inaceitável hipocrisia com que se considera a questão". Prostituição existe. Todos sabemos. Mais que isso, prostituição existe apesar dos esforços para proibi-la.

A lei brasileira que trata a questão poderia ser chamada de moderada (veja a lei de outros países na página 68). Mas seria mais exato chamá-la de confusa. Aqui, não há legislação referente à compra e à venda de serviços sexuais e o exercício da profissão é tolerado. Ou seja, prostituição não é ilegal. Ainda assim, há um clima de insegurança que reforça o estigma de marginalidade da profissão. O Código Penal prevê prisão de até dez anos para o lenocínio, como é chamado o incentivo de qualquer tipo à prostituição. Isso significa que - além dos cafetões - bordéis, boates com garotas disponíveis para programas, casas de massagem e todos os eufemismos para prostíbulos que anunciam seus serviços até em outdoors e programas de TV são ilegais.

No ano passado, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, manifestou seu apoio ao projeto de legalização. Ainda assim é bastante improvável que a lei seja aprovada. "As principais barreiras são o paternalismo, que vê prostitutas como vítimas, e o romantismo", diz Gabeira. Para muita gente, é difícil aceitar que sexo possa ser comercializado da mesma maneira que serviços mundanos. "Eu tenho todo o direito de não gostar de algo. Mas, minha condenação moral não pode se sobrepor ao direito do outro", diz a advogada Adriana Gragnani, do Núcleo de Estudos da Mulher, da USP. Para ela, os direitos individuais sobre o corpo, assegurados pela Constituição, autorizam qualquer adulto a optar pela prostituição como atividade profissional.

DIREITO OU FALTA DE ESCOLHA?
"Prostituição é um assunto tenso entre liberais", diz a socióloga Julia Davidson. A idéia de que todo indivíduo tem direito sobre seu corpo e sua força de trabalho serve de argumento àqueles que defendem a descriminalização. Para eles, quando consentido, o comércio de serviços sexuais não pode ser mais degradante do que qualquer outro serviço. "Que parte do corpo você vende para pagar contas? Seus dedos digitadores? Sua voz ao telefone? O cérebro com o qual você pensa?", escreveu a prostituta Margot St. James no livro A Vindication of the Rights of Whores ("Reivindicação dos Direitos das Putas", sem versão em português, com título que parodia A Vindication of the Rights of Women, clássico do feminismo escrito em 1792).

Mas será que existe algo fundamentalmente mais degradante em receber para fazer sexo do que receber, por exemplo, para digitar os 14 634 caracteres desta reportagem? Não é impossível que um dos pais do liberalismo respondesse que sim. O filósofo inglês John Locke (1632-1704) acreditava que o corpo é um presente divino e, portanto, sagrado. "A relação de um homem com seu corpo não é igual à de nenhuma outra propriedade. Assim, ele não pode se matar ou se escravizar", escreveu em Ensaio Filosófico sobre o Entendimento Humano.

Ou seja, mesmo os liberais não têm certeza do que pode ser comercializado sem que haja danos morais. E isso parece ser fundamental quando o assunto é prostituição. "As leis proibindo violam nosso direito de negociar o que é nossa propriedade ou a prostituição em si viola o direito natural à dignidade?", escreveu Davidson no livro ainda não lançado Anomaly of Prostitution ("Anomalias da Prostituição").

Responder a essa pergunta tem sido um objetivo para a psiquiatra americana Judith Herman, que dirige o programa Vítimas da Violência no Hospital Cambridge, nos Estados Unidos. "Os traumas que prostitutas sofrem estão entre os mais difíceis de entender e mais desafiadores de tratar", escreveu no artigo "Escondida à Vista: Observações Clínicas sobre Prostituição". Nesse trabalho, ela analisa quatro casos em que a paciente esteve envolvida com prostituição e conclui que é impossível comercializar serviços sexuais sem sofrer um dano psicológico profundo e difícil de reverter. "Além de problemas psiquiátricos, muitas das prostitutas que tratamos são dependentes químicas", diz o médico sueco Stig Larsson. "Drogas e bebidas parecem ser primordiais para que elas encarem a jornada de trabalho."

As quatro pacientes acompanhadas por Judith no estudo foram vítimas de violência sexual quando ainda eram crianças e estavam envolvidas na prostituição desde cedo. Há alguma diferença entre elas e prostitutas adultas, que dizem ter escolhido a atividade?

A socióloga americana Kathleen Barry acredita que não. "As definições de consentimento e de força separaram falsamente a prostituição do estupro, legal e socialmente", escreveu em The Prostitution of Sexuality ("A Prostituição da Sexualidade", sem versão em português). Para ela, toda forma de prostituição é um estupro, algumas mais sofisticadas, outras simples e objetivas.

Mas como aplicar essa teoria à prostituta americana Norma Almodóvar, que coordena uma filial da organização Coyote, sigla para Call off Your Old Tired Ethichs (algo como "Abandone Sua Ética Velha e Caduca")? "Prostituição nunca foi degradante para mim porque eu acredito que sexo é algo positivo, independentemente de ser feito com amor ou como um serviço. Desde que seja consensual, é positivo", escreveu na biografia Cop to Call Girl: Why I Left the LAPD to Make an Honest Living as a Beverly Hills Prostitute ("De Tira a Garota de Programa: Por Que Deixei o Departamento de Polícia de Los Angeles para Ganhar a Vida Honestamente Como uma Prostituta de Beverly Hills", sem tradução em português). O título, quase um prólogo, resume a sua opinião sobre as duas atividades.

É ingênuo pensar, no entanto, que a maior parte das mulheres faz uma escolha tão determinada quando entra para a prostituição. Em geral, a venda de serviços sexuais se torna uma das únicas opções para mulheres com baixíssimo grau de escolaridade e poucas perspectivas de trabalho, em especial em países subdesenvolvidos. "Mas isso não significa que elas não sejam agentes de suas escolhas", diz Julia Davidson, que, na última década, entrevistou centenas de prostitutas em países onde prostituição se tornou uma saída financeira. "A maioria pesa as alternativas. Não seria pior trabalhar como empregada doméstica ganhando menos, com condições piores e ainda sofrer assédio sexual do patrão?", pergunta Julia. "Muitos trabalhos não são uma escolha", diz a prostituta americana Carol Leigh, da Rede de Educação sobre Prostituição. "Você pode escolher ser médica ou escritora, mas quase ninguém escolhe ser garçonete." Nem por isso, ser garçonete é proibido.

E QUAL É A SOLUÇÃO?
Em termos gerais, a discussão sobre prostituição apresenta dois grupos: os abolicionistas e os pró-trabalhadores do sexo. Na hora da briga, os abolicionistas acusam os pró-trabalhadores de fazer lobby para a indústria do sexo, que perpetua a histórica desigualdade de gêneros à qual, ao que parece, estamos condenados.

Os pró-trabalhadores, por outro lado, acusam os grupos abolicionistas de querer higienizar a sociedade. "A intenção não é melhorar a vida das prostitutas, mas estabelecer uma sociedade que eles julgam ideal, onde não há prostituição", diz Gabriela Leite. "O problema é que acabar com a prostituição visível só empurra milhares de mulheres para o submundo." Ou seja, acaba piorando a vida dessas mulheres.

Mas os pró-trabalhadores não são um grupo homogêneo. Alguns acham que a prostituição deve ser uma atividade com carteira assinada, impostos e benefícios. É uma tentativa de fazer com que ela se torne tão ordinária quanto muitas outras profissões. "Nesse caso, crescem as chances de as mulheres se verem como profissionais e, assim, podem cogitar mudar de emprego. O estigma hoje é tão forte que, uma vez na prostituição, elas se sentem incapazes de fazer outra coisa", diz a historiadora Margareth Rago.

Mas há também quem lute pela descriminalização sem legalização. "Regulamentar a atividade só transfere os direitos de cafetão ao Estado", diz Niki Adams, do Coletivo Inglês, cujo slogan é "somos a favor das prostitutas, mas contra a prostituição". Na prática, é uma situação contraditória que acha que os governos têm de pagar o preço pelo fato de algumas mulheres terem de viver da prostituição. No projeto de Adams, prostitutas não pagariam impostos nem abdicariam dos benefícios do governo. Ou seja, teriam mais vantagem que qualquer outro trabalhador.

"A regulamentação não resolve o problema. Nos países em foi implantada, apenas 12% das mulheres trabalham nas áreas legais", diz Niki. Talvez o número não seja esse, mas um estudo holandês avaliando a lei de legalização foi divulgado em janeiro de 2003 com conclusões bastante desanimadoras. O documento do Centro de Documentação e Pesquisa do Ministério da Justiça do país, reconhece que, como a aplicação da lei se dá de forma irregular, ela "está levando à realocação das práticas criminosas para municípios onde os controles são menores." Além disso, a nova lei faz com que muitas mulheres, na maioria imigrantes sem os papéis necessários para trabalhar legalmente, se submetam a condições terríveis de trabalho e dependam cada vez mais de intermediários.

Ironicamente, parece que as conseqüências da lei sueca, que aumentou o rigor contra a proibição em 1999, foram exatamente as mesmas. Um estudo realizado na cidade de Göteborg e divulgado na mesma época que o relatório holandês dizia que prostitutas ainda trabalham, mas agora oferecem seus serviços pela internet. "Elas estão expostas a mais riscos do que mulheres nas ruas, que podem negociar preços, estabelecer regras e discutir outros aspectos de seu trabalho", diz Jonas Flink, um dos autores do estudo.
Todas essas conclusões deixam claro que, se ainda não temos uma maneira eficiente para lidar com a prostituição, apesar dos milhares de anos que convivemos com a atividade, não é exatamente por falta de vontade. Um tema complexo como esse requer um debate sério e corajoso. "Prostituição é um ótimo negócio e, exatamente por isso, os governos preferem ser hipócritas a encarar a situação", diz a americana Judith Herman. E, se a hipocrisia é mesmo a reticência da vida, como escreveu José de Alencar, encarar o debate de frente é o primeiro passo para que essa discussão chegue a conclusões dignas de ponto final.