sábado, 20 de julho de 2013

Quem são os Piratas da Somália


Quem são os Piratas da Somália


Estamos acostumados a ver os piratas em filmes, documentários, livros e desenhos, geralmente representados por um homem barbado, de feições malignas e cultivador de uma crueldade desumana. Filmes consagrados como “Piratas do Caribe”, criaram no publico leigo uma imagem clássica dos piratas que, embora seja fascinante, não retrata a realidade dos bandidos marítimos.

Além disso, criou-se também em nossas mentes, aquela velha imagem de que os piratas não mais existem e ficaram presos aos séculos anteriores ao atual. No entanto, a atividade pirática permanece viva até os dias de hoje. Não nos referimos aqui aos piratas de informação digital como tem sido difundido por aí; isso não será considerado para nós pirataria stritu sensu. A pirataria verdadeira, aquela onde um grupo de homens armados atravessam águas oceânicas sobre o objetivo de saquear é para nós a legítima e é tão antiga quanto a própria arte da navegação.


Atualmente temos ouvido falar muito dos Piratas da Somália, um grupo de homens armados que atacam navios mercantes na costa leste da África. Naturalmente o litoral somaliano era uma região de povos pescadores, mas nos últimos anos, em especial a partir de 1990, tem-se noticiado ataques de seus habitantes aos navios que cruzam tal região.



O extremo estado de miséria no qual não só a Somália, mas todos os demais países africanos, atualmente se encontram, sem sombra de dúvida é o principal motivo que leva às populações locais a entrar para o mundo do crime. Os meios de comunicação exploram isso como algo inadmissível, mas nos perguntamos se é somente culpa dos piratas ou também dos estados capitalista exploradores. Enfim, não cabe a nós entrar nessa discussão, mas sim apresentar a vocês informações sobre as atividades dos piratas somalis. Com base nisso, reunimos aqui algumas informações sobre tais piratas.

O site da Folha de São Paulo apresentou em abril de 2009 um pequeno texto (intitulado Entenda os ataques de piratas na Somália) sobre a atividade dos somalis, distribuídos nos seguinte quarteto de tópicos:

1 - Como os piratas capturam os navios?¹
Os piratas são muito eficientes no que fazem. Eles administram operações sofisticadas, usando os mais modernos equipamentos de alta tecnologia, como telefones por satélite e aparelhos de GPS.

Eles também possuem armamentos como lança-granadas e rifles AK-47, e contam com a ajuda de contatos posicionados em portos do Golfo de Áden (entre a Somália e o Iêmen), que os avisam sobre a movimentação dos navios.

Os piratas usam lanchas com motores potentes para se aproximarem de seu alvo. Às vezes, essas lanchas são lançadas de embarcações maiores posicionadas em alto mar.

Para se apoderarem dos navios, os piratas primeiro usam ganchos e barras de ferro --alguns também disparados por armas-- e sobem até o convés usando cordas e escadas. Em algumas ocasiões, eles disparam contra os navios para forçá-los a parar, o que facilita sua tomada.

Os piratas então conduzem a embarcação capturada até o porto de Eyl, na Somália, o centro das operações da pirataria. Ali, eles geralmente desembarcam os reféns, que são mantidos até o pagamento de um resgate.




2 - Por que não se consegue conter os piratas?
Navios de guerra de pelo menos nove países estão atualmente operando no Golfo de Áden e nas águas fora da costa da Somália, mas isso pode ter apenas deslocado o problema.

O navio Sirius Star, capturado em novembro, estava a uma boa distância ao sul da costa somali quando foi pego. A área na mira dos piratas agora inclui quase 25% da superfície do Oceano Índico, tornando o patrulhamento virtualmente impossível. O Bureau Marítimo Internacional está aconselhando os donos das embarcações a adotar medidas como ter vigias e navegar a uma velocidade que os permita deixar os piratas para trás.

Entretanto, os piratas se deslocam extremamente rápido e, em geral, à noite. Portanto, muitas vezes é tarde demais para a tripulação se dar conta do que está ocorrendo.

Uma vez que os piratas tenham assumido o controle de um navio, a intervenção militar fica difícil por causa dos reféns a bordo.

Não existe uma legislação internacional para os acusados de pirataria, apensar de muitos terem sido julgados no Quênia, enquanto outros presos por militares franceses estão respondendo a julgamento na França.

Alguns diplomatas argumentam que é necessária uma corte internacional para esse tipo de crime, que tenha o apoio da ONU (Organização das Nações Unidas) e, além de uma prisão internacional para os condenados.

Em meados de dezembro passado, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução autorizando os países a perseguir os piratas somalis também em terra --uma extensão para a permissão que os países já têm para entrar em águas territoriais somalis para perseguir os piratas.

Mas enquanto a Somália não tiver um governo efetivo, muitos acreditam que a "vida sem lei" que impera no país e em suas águas só tende a crescer.

3 - Por que os piratas cometem esses crimes?
Por dinheiro. Os piratas tratam os navios, sua carga e seus tripulantes como reféns e exigem o pagamento de um resgate. O dinheiro que recebem é muito em um país onde não há emprego e onde quase metade da população precisa de alimentos, depois de 17 anos de vários conflitos civis.

O Ministério das Relações Exteriores do Quênia estima que os piratas tenham faturado US$ 150 milhões no ano passado com o pagamento de resgates.

Eles usam parte do dinheiro para custear novos sequestros, comprando mais armas e lanchas.

4 - Como a pirataria afeta as pessoas fora da Somália?

Além dos prejuízos diretos para os envolvidos na indústria da navegação, o principal resultado é o encarecimento do frete com consequente aumento do preço das mercadorias transportadas.

As empresas de transporte de carga passam adiante os custos de segurança, seguro, recompensa e combustível extra. Por fim, esse aumento chega ao consumidor comum.

Estima-se que a pirataria tenha custado entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões em 2008

FONTE:
 fragatasepiratas.blogspot.com.br




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