Máquina destila suor para criar água potável na Suécia
Máquina que 'recicla' suor para produzir água (Foto: Unicef/BBC)
Equipamento foi criado para a Unicef com o objetivo de promover campanha sobre falta de água potável no mundo.
Uma máquina que destila a água contida em roupas encharcadas de suor, tornando-a potável, foi apresentada nesta semana na cidade de Gotemburgo, na Suécia.
O equipamento gira e aquece o tecido das roupas para extrair o suor na forma de vapor, que é conduzido a uma membrana que só deixa passar as moléculas de água.
A máquina foi criada especialmente para o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para promover uma campanha de conscientização sobre a falta de água potável, problema que atinge 780 milhões de pessoas em todo o mundo.
Os responsáveis pelo equipamento afirmam que, desde que a máquina foi colocada em exposição em Gotemburgo, na segunda-feira, mais de mil pessoas "beberam o suor dos outros" e que a água é mais limpa do que a encontrada nas torneiras locais.
Um gole
A máquina foi desenvolvida e construída pelo engenheiro Andreas Hammar. Segundo ele, a parte mais importante do equipamento é um novo componente de purificação de água, desenvolvido por uma empresa chamada HVR, em colaboração com o Instituto Real de Tecnologia da Suécia.
"Ele utiliza uma técnica (de purificação) chamada destilação por membrana", contou Hammar à BBC.
"Nós usamos uma substância que é parecida como Gore-Tex (um tipo de tecido impermeável) que apenas deixa passar o vapor, retendo bactérias, sais minerais, fibras de tecido e outras substâncias."
"Eles têm algo similar na Estação Espacial Internacional para tratar a urina dos astronautas, mas a nossa máquina foi mais barata de construir", explicou o engenheiro.
"A quantidade de água que o equipamento produz depende do quanto uma pessoa sua, mas uma camiseta (suada) de uma pessoa tipicamente produz 10 ml, cerca de um gole de água."
Jovem bebe água de suor (Foto: Unicef/BBC)
'Pedalando como loucos'
O equipamento está sendo apresentado na Copa Gothia, considerada um dos maiores torneios internacionais de futebol juvenil do mundo, com a participação de crianças e jovens de 11 a 19 anos.
Diversos voluntários estiveram não apenas experimentando o suor tratado desde o início da semana em Gotemburgo, mas também ajudando a produzir mais água com seu próprio suor.
Mattias Ronge, presidente de uma agência de publicidade que organizou a apresentação da máquina, disse que ela ajudou a chamar a atenção para a campanha do Unicef, mas na realidade tem suas limitações.
"As pessoas não produziram tanto suor quanto a gente esperava e no momento o tempo em Gotemburgo é ruim", ele disse.
"Por isso, nós instalamos bicicletas ergométricas próximo da máquina, e os voluntários estão pedalando como uns loucos. Ainda assim, a demanda por suor é maior que a oferta."
Para Ronge, a máquina nunca será industrializada, porque "existem melhores soluções no mercado para tratar água, como pílulas purificadoras".
Entre aqueles que beberam a água estão meninas do Brasil que estão participando da Copa Gothia, que reúne times de 70 países e termina neste sábado.
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