segunda-feira, 1 de agosto de 2011

E se as drogas fossem legalizadas ???

E SE... AS DROGAS FOSSEM LEGALIZADAS?



Se você imaginou um mundo alucinado, esqueça. "Legalização não é igual a falta de regulamentação", diz Justus Uitermark, do Centro de Pesquisas sobre Drogas da Universidade de Amsterdã. "Pelo contrário. Quando legalizados, todos os comportamentos considerados desviantes (como a eutanásia e o aborto, na Holanda), são submetidos a maior controle do governo."

Como Justus, a socióloga Beatriz Carlini-Marlatt também não acredita num cenário caótico. "Liberar ou proibir as drogas é um jogo muito delicado, com perdas e ganhos", diz ela. A legalização total acabaria com o narcotráfico, por exemplo. Ao mesmo tempo, facilitaria o acesso da população a entorpecentes.

Os efeitos para a sociedade do uso mais abrangente dependeriam do tipo da substância. "Drogas psicodélicas, como ecstasy e LSD, seriam usadas de forma experimental, sem interferir muito na sociedade", diz Peter Reuter, professor do Departamento de Criminologia na Universidade de Maryland, EUA. "Já o uso legal de cocaína e anfetamina causaria altos índices de dependência e acidentes."

Legalizadas, as drogas poderiam ser taxadas pelos governos. Impostos, além de encarecer o produto - e, portanto, afastar parte do público - garantiriam fundos para a criação de programas de recuperação de dependentes (provavelmente mais numerosos do que hoje) e para campanhas de prevenção do uso.

Mas há quem não acredite na subida dos preços. "O cigarro e o álcool vendidos no Brasil estão entre os mais baratos do mundo. A tendência é que, com várias substâncias concorrendo no mesmo mercado, os preços caiam ainda mais", diz Ronaldo Laranjeira, diretor da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Unifesp.
E quem produziria drogas legais? Peter Reuter acredita que algumas indústrias farmacêuticas não se envolveriam no assunto, para não prejudicar a imagem corporativa. Outras disputariam o mercado de entorpecentes. "O mais provável é que laboratórios investissem em pesquisas sobre uso medicinal de drogas, por uma simples questão mercadológica: criar novas necessidades e vender produtos para satisfazê-las", diz Beatriz.

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