quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O homem que sobreviveu a oito campos de concentração nazistas


O homem que sobreviveu a oito campos de concentração nazistas


Quando ele e seus companheiros estavam prestes a ser fuzilados, as tropas aliadas da Segunda Guerra Mundial invadiram o campo de concentração, libertando todos os prisioneiros.


A guerra tinha terminado e Chaim Ferster conseguia sobreviver a um novo campo de extermínio nazista – o oitavo, desde que foi preso pela Gestapo.

Quando a guerra eclodiu, em 1939, Ferster tinha apenas 17 anos de idade. Ele nasceu em uma família judia ortodoxa e foi criado na cidade de Sosnowiec, na Polônia. Hoje, aos 93 anos, é bisavô e vive em Manchester, no Reino Unido, local para o qual emigrou em 1946. Ele ainda lembra, com clareza absoluta, cada detalhe da sua história trágica.

Crematórios 

“Chegamos à meia-noite. Havia um silêncio mortal e a vista era aterrorizante”, descreve Ferster quando relembra suas sensações ao pisar no primeiro campo de concentração da sua vida. “Podíamos ver, à distância, a fumaça que saía de quatro chaminés. Não me dei conta na época, de que eram crematórios”. 

Anteriormente, ele havia sofrido uma grande humilhação, passando fome e sendo acometido por doenças em uma sala de espera para a deportação de famílias inteiras a campos de extermínio.  Em 1943, aos 20 anos, chegou a sua vez, em uma tarde, quando os nazistas foram buscá-lo em casa. 

“Todo mundo sabia que as pessoas que eram escolhidas pela Gestapo nunca retornavam”, afirma Ferster. E é por esse motivo que, alguns meses antes, um parente lhe havia sugerido que fizesse uma formação técnica em algo que fosse útil aos alemães. Dessa maneira, ele aprendeu o ofício de mecânico de máquinas de costura. 

Corpos empilhados 

Contando campos de confinamento, concentração e extermínio, entre a Alemanha e a Polônia, Ferster viveu em oito prisões diferentes, onde viu centenas de companheiros perderem a vida. Ele esteve próximo da morte em várias ocasiões, como em 1943, quando ficou doente por causa de um surto de tifo. Até hoje ele não consegue esquecer a terrível imagem: 

“Havia muitos paletes com corpos empilhados; seis de um lado e seis do outro lado, formando torres altíssimas”. 

A jornada de Ferster incluiu dois dos campos de extermínio mais atrozes: Auschwitz e Birkenau, onde 1 milhão de pessoas foram assassinadas; e Buchenwald, seu último destino antes de ser libertado. “De repente, chegaram os aviões americanos e todos os soldados alemães fugiram (...) meia hora ou 1 hora depois, um tanque americano atravessou as portas de Buchenwald. E os soldados nos diziam: ‘Vocês estão livres, estão livres!’”. 

Quando se estabeleceu no Reino Unido, ele trabalhou com funcionário em uma empresa de reparo de máquinas de costura. Algum tempo depois, abriu seu próprio negócio, com o qual teve grande sucesso.



Fonte: BBC


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