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segunda-feira, 22 de maio de 2023

METRÓPOLE - Nova York pode estar afundando devido ao peso de seus arranha-céus

METRÓPOLE - Nova York pode estar afundando devido ao peso de seus arranha-céus

Novo estudo indica que o peso total dos prédios da cidade alcança 764 bilhões de quilos.

domingo, 25 de abril de 2021

Atlântida soviética - A incrível história das centenas de cidades inundadas por Stálin

Atlântida soviética - A incrível história das centenas de cidades inundadas por Stálin

O governo de Josef Stálin implementou diversos megaprojetos socialistas na União Soviética. 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Os preocupantes efeitos do calor sobre o nosso cérebro

Os preocupantes efeitos do calor sobre o nosso cérebro

O calor extremo pode nos deixar violentos, mal-humorados e deprimidos - por quê? — Foto: Reuters via BBC

Um pouco de sol pode deixar a gente mais disposto sonhando com a praia, mas o calor extremo também pode nos deixar violentos, mal-humorados e deprimidos. Por quê?

sábado, 8 de agosto de 2020

RIO DE JANEIRO - 32 atrações com o melhor da Cidade Maravilhosa

RIO DE JANEIRO - 32 atrações com o melhor da Cidade Maravilhosa


Muitos turistas chegam ao Rio de Janeiro sem ter planos no roteiro que incluam algo além do Cristo e das praias mais famosas. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Guerra contra roedores pode estar gerando uma nova espécie de super-ratos

Guerra contra roedores pode estar gerando uma nova espécie de super-ratos


As grandes cidades do mundo, como Nova York, investem milhões de dólares todos os anos para combater os ratos, e o número de roedores, longe de diminuir, aumenta consideravelmente. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Como o plástico mudou a sociedade brasileira

Como o plástico mudou a sociedade brasileira


Aterro sanitário em Manaus: acúmulo de resíduos plásticos nas cidades 
tem reflexos tanto na degradação ambiental quanto na saúde pública


Material se popularizou no Brasil nos anos 50, quando o país buscava imagem de modernidade, e hoje indústria do plástico é importante geradora de empregos. Junto com avanços, plásticos trouxe graves impactos ambientais.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

BOMBARDEIOS DA SEGUNDA GUERRA ERAM TÃO VIOLENTOS QUE MODIFICARAM A ATMOSFERA TERRESTRE


BOMBARDEIOS DA SEGUNDA GUERRA ERAM TÃO VIOLENTOS QUE MODIFICARAM A ATMOSFERA TERRESTRE

Bombardeio dos Aliados num aeródromo alemão 

Após 73 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, as consequências ainda são sentidas: todo o ano saem notícias de às vezes cidades inteiras serem evacuadas quando bombas que não explodiram acabam sendo encontradas. Em alguns casos, o perigo é tão grande que zonas de exclusão foram criadas, para evitar novas mortes. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Quais cidades seriam inundadas pelo derretimento das geleiras ?


Quais cidades seriam inundadas pelo derretimento das geleiras ?


Um novo equipamento desenvolvido pela NASA pode prever quais cidades serão afetadas por um possível derretimento de diferentes porções da camada de gelo no futuro. 

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Cerveja de 13 mil anos indica que a civilização começou pelo Álcool


Cerveja de 13 mil anos indica que a civilização começou pelo Álcool


Achado agora, o álcool mais antigo feito pela humanidade pode ser a razão da invenção da agricultura, segundo arqueólogos.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Seria esta a invenção mais importante da história - O Arado


Seria esta a invenção mais importante da história - O Arado


Desde o surgimento dos primeiros hominídeos, a humanidade percorreu um longo e tortuoso caminho, com escassez de alimentos e guerras cruéis, até chegar à atualidade.  

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Os 10 melhores lugares do mundo para observar as estrelas


Os 10 melhores lugares do mundo para observar as estrelas


A poluição luminosa é um fator determinante para a observação das estrelas, tanto que os lugares mais escuros do planeta são os melhores para isso. Com o objetivo de preservá-los, a UNESCO defende “o céu noturno e o direito à luz das estrelas”. Estes são os 10 melhores lugares do mundo para observar o céu noturno:

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

O que são as zonas mortas dos oceanos - e por que elas estão cada vez maiores


O que são as zonas mortas dos oceanos - e por que elas estão cada vez maiores


Zonas mortas são extensões de água com pouco ou nenhum oxigênio disponível 
(Foto: Maxwell Almeida)


Maior parte dos animais que chegam a essas regiões morrem por falta de oxigênio; impacto pode ser desastroso para a humanidade.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Como cidades brasileiras podem ser afetadas pelo derretimento das geleiras e aumento no nível do mar


Como cidades brasileiras podem ser afetadas pelo derretimento das geleiras e aumento no nível do mar

Pesquisadores da Nasa descobriram que quanto mais distante uma cidade está de uma massa de gelo, mais ela pode ser afetada por seu derretimento (Foto: Google Earth)


Modelo criado por engenheiros da Nasa mostra que, quanto mais longe estão de uma massa de gelo, mais as cidades portuárias devem se preocupar com sua dissolução; entre as analisadas estão Belém, Recife e Rio.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Cangaceiro idolatrado - Lampião - História


Cangaceiro idolatrado - Lampião - História


Olê mulher rendeira / Olê mulher rendá / Tu me ensina a fazer renda / Que eu te ensino a namorar." Esses versos, quando soavam no sertão nordestino dos anos 20 e 30, podiam ser prenúncio de muito sangue - ou de muita festa. Lampião e seu bando entravam nas vilas cantando. Se a população negasse o que queriam - dinheiro, comida, apoio -, eles revidavam. Seqüestravam crianças, incendiavam fazendas, matavam rebanhos, estupravam, assassinavam e torturavam. Se fossem atendidos, organizavam bailes e davam esmolas. Por isso, quando ouvia Mulher Rendeira, que aliás é de autoria de Lampião, a gente sertaneja oscilava entre o pavor e a curiosidade. Ou fugia ou ia espiar pelas frestas, para ver aquele cuja fama já fascinava o país.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Saiba qual é o único caso ativo de caça a nazistas nos EUA


Saiba qual é o único caso ativo de caça a nazistas nos EUA


Nos Estados Unidos, apenas um caso segue ativo de uma "era de caçadas a nazistas" após o final da Segunda Guerra Mundial.
O único processo é contra Jakiw Palij, hoje com 92 anos, que vive em Nova York e que, provavelmente, viverá seus últimos dias na cidade em que vive. 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Parados e Sufocados - Ambiente


PARADOS E SUFOCADOS - Ambiente


Com a chegada do inverno, a poluição do ar nas grandes cidades brasileiras aumenta assustadoramente por causa da inversão térmica, fenômeno que faz com que os poluentes não se dissipem. A maior culpada pela sujeira é a gigantesca frota de veículos, que emite nove vezes mais substâncias tóxicas do que as indústrias. Com o trânsito parado, tudo fica pior. Por isso foi proposto que São Paulo, a maior metrópole do país, adotasse, a exemplo de outra megalópoles do mundo, o rodízio de carros, com o objetivo de tirar 20% de automóveis das ruas e diminuir o sufoco.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A sujeira nossa de cada dia - Ecologia

A SUJEIRA NOSSA DE CADA DIA - Ecologia


Pequenos detritos que se jogam na rua podem se acumular por décadas e vencer os micróbios cujo trabalho evita que o planeta seja soterrado pelo lixo.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Inflação Humana - Demografia



INFLAÇÃO HUMANA - Demografia



Existe gente demais no mundo? Ou o que há é gente demais nas cidades? De toda forma, a superpopulação agride a Terra, inferniza a vida e gera um problema tamanho família.

Aconteceu tudo em tempo recorde. Num abrir e fechar de olhos, a contar no relógio da História da espécie, ou numa fração infinitesimal disso, no calendário da História do planeta, o homem disse adeus a um modo de vida que inventara há uns 10 mil anos, quando pela primeira vez plantou uma semente, e escolheu crescer e multiplicar-se em aglomerações de pedra e cal - as cidades, um mundo de maravilhas, mas também um mundo literalmente à parte da natureza desta Terra. A vertiginosa rapidez da mudança é, de fato, de tirar a respiração - e esse ritmo, por sinal, tem muito a ver com as mazelas que a própria mudança engendrou.
Há apenas 89 anos, quando estava para começar um novo século, nove em cada dez homens, mulheres e crianças, que somavam uma população global de 1,65 bilhão de seres, ainda viviam no campo. Pois daqui a onze anos, quando estiver para começar um novo milênio, pouco menos da metade dos estimados 6 bilhões de pessoas habitará cidades. E desses quase 3 bilhões de citadinos nada menos de 485 milhões, ou seja, numa proporção de três para vinte, se apertarão em meia centena de metrópoles e megametrópoles de 5 milhões de habitantes para cima cada uma. Nesse período, por exemplo, São Paulo terá deixado de ser uma acanhada cidade de 240 mil almas (em 1900) para ascender à condição de segundo maior centro urbano do planeta, com 24 milhões de habitantes, o que representa um crescimento de colossais 9.900 por cento. E São Paulo é só um entre dezenas de casos de igual porte.
Dificilmente se encontrará metamorfose comparável a tamanha irrupção em qualquer outro capítulo da acidentada aventura do homem. Os números não são apenas espantosos. Constituem o caroço de uma realidade cada vez mais difícil de digerir. Servem para desenhar os contornos de um labirinto aparentemente sem saída ou sem saída até onde a vista alcança. Porque a crise da superpopulação humana e do congestionamento urbano já não se pesa na balança ingênua dos bons velhos tempos em que se lotava um dos pratos com pessoas enquanto se polvilhava o outro com grãos para, ao fim e ao cabo, provar judiciosamente que a oferta de comida, em escala planetária, não conseguiria crescer tanto e tão depressa como o número de bocas famintas. O buraco agora é mais profundo.
É claro que gente demais costuma andar de braço dado com alimento de menos - e aí estão largas fatias da Ásia e da África para provar que essa antiga verdade ainda sobrevive. Mas na dança macabra da pobreza com a proliferação humana nem sempre se enxerga com nitidez quem guia quem, sendo legítimo afirmar que as pessoas têm mais filhos porque são pobres (e portanto precisam mais braços para a lavoura, por assim dizer) e não que se tornaram pobres por terem tido mais filhos - sempre supondo, naturalmente, que se não quisessem tê-los saberiam como evitá-los. O problema em todo caso é outro: quando os demógrafos começaram a falar em explosão demográfica, a produção mundial de proteínas realmente perdia a corrida para a produção mundial de bebês e muita gente jurava que iria ser assim até o fim dos tempos. A ciência, porém, deu conta dessa profecia.
A revolução agrícola iniciada nos anos 60 e a revolução da engenharia genética que já desponta devem afugentar o fantasma da escassez alimentar, ficando por resolver a engenharia social da distribuição da fartura. Vista pelos inquietos olhos deste final de século, a questão populacional tem duas outras carrancas. A primeira assombra as combalidas relações do homem com a natureza. A segunda, as relações entre os próprios homens. Num caso, são os ecologistas que ficam de cabelo em pé. "A proliferação humana é a maior ameaça ao ambiente do planeta", denuncia o biólogo americano Paul Ehrlich, da Universidade de Stanford, Califórnia, autor do best-seller The population bomb, ainda não editado no Brasil.
No outro caso, quem se atormenta são os urbanistas, sociólogos e demais estudiosos da conduta humana. Não importa apenas saber quantos homens a Terra pode alimentar, mas a partir de qual densidade os homens começarão a se odiar uns aos outros", alertou certa vez o etólogo austríaco Konrad Lorentz, Prêmio Nobel de Medicina de 1973, morto em fevereiro último. Ele pensava na inevitável deterioração da qualidade de vida e do convívio entre as pessoas, obrigadas a pelejar às cotoveladas pelos seus direitos de cidadania em ajuntamentos urbanos cada vez mais inchados, onde as asperezas do dia-a-dia cobram de todos e de cada um pesados tributos emocionais, pagos geralmente na moeda da violência.
Na vertente ecológica, o aumento acelerado da população mundial - que simplesmente dobrou de 2,5 bilhões para os atuais 5 bilhões em menos de quarenta anos - é apontado como principal responsável pelos desastres acumulados que ameaçam a vida na Terra, desde o efeito estufa até a extinção em escala sem precedentes de espécies animais e vegetais,do buraco na camada de ozônio ao esgotamento dos solos e de recursos minerais. Para o biólogo Paul Ehrlich, a vítima preferencial da superpopulação são os ecossistemas -o conjunto de formas de vida e de processos naturais em equilíbrio dinâmico que tornam o mundo habitável. Os serviços que tais ecossistemas oferecem à humanidade são literalmente vitais", ensina ele.
Um desses serviços, ameaçados não só pelo aumento físico das populações como também pelas condições em que se dá a expansão da presença humana na Terra, é o que determina a qualidade da mistura de gases na atmosfera. Como se sabe, a respiração de animais e plantas consiste numa ciranda de oxigênio e dióxido de carbono. Este é usado pelas algas e plantas verdes terrestres para fixar a luz solar no processo da fotossíntese, da qual um subproduto é o oxigênio.Também se sabe que a queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo, e o desmatamento por atacado desequilibram aquele jogo da vida, ao aumentar a quantidade de dióxido de carbono no ar. Pois bem. Recente pesquisa conduzida por cientistas americanos mostrou que existe uma íntima relação entre a concentração de gás carbônico na atmosfera e o crescimento populacional.
Trabalhando com medições de dióxido de carbono de um lado e de índices de expansão demográfica de outro, ao longo de um período de 26 anos; encerrado em 1983, os pesquisadoras verificaram estatisticamente o parentesco muito próximo entre as duas séries de dados. Ou seja, o ritmo do aumento da concentração do gás segue rigorosamente o ritmo do aumento da população mundial. Outro efeito potencialmente maligno da proliferação humana atinge aquilo que os cientistas chamam "produtividade da rede primária" - a energia total obtida do Sol por algas, plantas e bactérias (a fonte básica de alimento para os animais) menos o que elas próprias gastam para sobreviver.
Pois bem de novo: calcula-se que a espécie humana - uma entre milhões de formas de vida na face da Terra - se apropria de aproximadamente 40 por cento do potencial da produtividade do conjunto dos ecossistemas. As eventuais conseqüências de tamanha voracidade daqui a uns quarenta anos, quando as projeções indicam que haverá duas vezes mais gente do que hoje no mundo, é matéria aberta à especulação. Mas não é difícil imaginar, por exemplo, os efeitos ambientais da expansão em marcha batida das atividades agrícolas. Porque, por mais que a tecnologia faça aumentar a produtividade por unidade de terreno cultivado, o alargamento das fronteiras agrícolas em escala mundial será indispensável para que a humanidade tenha o que comer - pelo menos conforme os nem sempre satisfatórios padrões atuais.
Isso significa que extensões florestais essenciais à delicada contracorrente que torna suportável o clima na Terra terão de ser convertidas em plantações ou pastos. O uso cada vez mais intensivo do solo, por outro lado, irá requerer doses também maiores de fertilizantes sintéticos, o que deve modificar dramaticamente a química das terras da Terra. A água potável, outro recurso natural não renovável, tampouco fica imune à superpopulação. Mais gente, logicamente, usa mais água - e a velocidade do crescimento do consumo já é maior que o tempo necessário à recuperação dos mananciais.
Essa dor de cabeça que o homem está vertendo tem tudo a ver com a explosão das cidades. O aumento avassalador das áreas urbanizadas se traduz em novas ruas, avenidas, estradas asfaltadas. Tudo isso acaba por impermeabilizar o solo, impedindo que os lençóis subterrâneos sejam realimentados pelas águas das chuvas. Resultado: a cidade precisa capturar mananciais cada vez mais distantes, o que, entre outras conseqüências, irá pesar no bolso do consumidor. E dê-se ele por feliz se o seu dinheiro pelo menos servir para comprar confortos essenciais, como água à vontade. Pois tal qual os demais serviços urbanos afogados em gente, o abastecimento de água e esgoto tende a piorar no futuro.
Hoje, na maior cidade brasileira e terceira maior cidade do mundo, São Paulo, com seus 16 milhões de habitantes, cerca de 550 mil pessoas todo dia deixam de receber água. As autoridades explicam que o sistema não consegue acompanhar o ritmo com que novos conjuntos habitacionais brotam da noite para o dia nas quebradas da inflada periferia. Esse é apenas um exemplo, uma entre tantas contas que formam o colar de aborrecimentos da supercidade atual. Existem aí dois paradoxos: a metrópole passa mal porque deu certo e corre o risco de ficar pior sempre que melhora.
Com efeito, poucos experimentos humanos se revelaram tão bem-sucedidos como a grande cidade - provavelmente a mais vistosa criatura da civilização industrial-capitalista que aflorou no século passado. Foi em lugares como Londres, Paris, Berlim e Nova York que tomou forma e substância a explosão do engenho humano, que produziu a nunca por demais louvada moderna cultura ocidental - nas artes e no comportamento, na ciência e na tecnologia, na política .e na organização da sociedade. Acima de tudo, a vida urbana proporcionou ao homem o prêmio maior da liberdade. Mesmo ao mais ácido e competente crítico do mundo burguês há cem anos, o filósofo alemão Karl Marx, não escapou o fato de que o modo de vida engendrado pela metrópole capitalista libertou o homem do fardo da "idiotia rural", como ele afirmava.
Para dar um salto no tempo e alcançar um só exemplo: a revolução na conduta individual das últimas três décadas é simplesmente impensável dissociada das pulsações da cidade grande. Nada mais natural, portanto, que de um continente para outro, através dos oceanos, ou dentro de um mesmo país, ao longo de estradas poeirentas, todos os caminhos conduzissem o homem das esquálidas aldeias do passado ao reino da esperança encarnada na ruidosa agitação urbana. A busca da cidade foi responsável até bem pouco pelos maiores movimentos migratórios da crônica humana - e a partir daí, com variações determinadas pela História, a Geografia e a Economia, a cidade começou a não mais dar conta do recado.
Não tardou que os administradores percebessem que estavam acorrentados a um círculo de ferro. Pois quanto mais investissem na melhora do conjunto de bens e serviços urbanos, mais depressa essa melhora seria tragada por uma overdose de uso. É simples: para desafogar o trânsito, por exemplo, gastam-se caminhões de dinheiro na abertura de novas vias, que justamente por tornarem mais fácil a circulação tendem a atrair um número maior de veículos - e o tráfego volta a empacar. Guardadas as proporções, o mesmo se aplica a tudo de bom e necessário que a cidade tem a oferecer, sobretudo às populações mais pobres - o conjunto de conveniências que foi exatamente o chamariz para legiões de migrantes. As conseqüências desse interminável inchaço da demanda não há citadino que não as conheça na pele.
De todas as doenças que acometem a metrópole, nenhum sintoma parece tão desconfortável como o sufoco no trânsito que asfixia o cotidiano de ricos e pobres e para o qual não há medicamento eficaz à vista em parte alguma - a menos que se adotassem cirurgias sociais tão severas que atropelariam o sagrado direito de ir e vir. Mesmo sem ousar tanto, a tendência é restringir cada vez mais o uso do automóvel particular, seja pelo fechamento puro e simples - de áreas crescentes ao carro de passeio, seja mediante a cobrança de pedágios extorsivos pelo acesso ao centro, por exemplo. Pode ser pouco, mas é imprescindível: mesmo sem isso não há cidade grande capaz de permitir que toda a sua frota saia à rua ao mesmo tempo; e ainda que um bom número de carros permaneça sempre quieto nas garagens, a regra é a hora do rush virtualmente imobilizar um número maior de ruas durante períodos cada vez mais longos.
Os resultados são previsíveis: numa capital como Paris, em cuja área metropolitana vivem 8 milhões de pessoas e em cujas ruas rodam todo dia 1,3 milhão de carros, a velocidade média de deslocamento nos períodos de pico não chega a 13 quilômetros por hora - uma toada que deve acometer muitos parisienses de nostalgia do tempo das carruagens puxadas por garbosos cavalos - que, além de tudo, não enchiam o ar de monóxido de carbono. Considerado o problema do estrangulamento urbano em dimensão mundial, o dado mais inquietante é empobrecimento - em todos os sentidos - da metrópole. A grande cidade está se tornando, em primeiro lugar.uma grande cidade pobre. A regra atual, ao que todos os números indicam, é a ascensão das sofridas metrópoles do Terceiro Mundo ao ranking das cidades mais povoadas do planeta.
Em 1970, por exemplo, pertenciam ao time dos pobres apenas cinco das doze urbes mais povoadas; em 1985 tornaram-se oito; e no ano 2000 deverão ser dez, lideradas pela inabitável Cidade do México, com seus 25,8 milhões de moradores previstos, ficando apenas Tóquio (20,2 milhões) e Nova York (10,8 milhões) para fazer as honras da casa em nome do Primeiro Mundo. Ou, por outra: em 1914, para cada habitante do hemisfério norte havia outro no sul. No ano passado.para cada nortista já havia três do lado de cá do equador. E no ano 2008 a proporção será de um para seis. A primeira lição desses números está em que o que ainda passa por qualidade de vida em tais ajuntamentos tende a piorar à medida que for encolhendo a receita por habitante à disposição dos governos, pela simples razão de que quanto mais pobre a população, menor o valor dos impostos arrecadados.menor portanto a possibilidade de investimentos públicos capazes de melhorar a vida dessa mesma população.
Onde foi que homem errou, ao ocupar tanto e de forma tão desigual a superfície do planeta? Eis uma questão sujeita a chuvas e trovoadas, para a qual os especialistas oferecem as mais disparatadas explicações.muitas vezes em função das idéias políticas de cada um. Os conservadores, por exemplo, dirão que a culpa é dos pobres, sempre tão férteis e tão imprevidentes. Os progressistas acusarão as injustiças na distribuição da renda, tanto dentro de cada país como entre os países. Para além dessas simplificações, no entanto, pode-se dizer com alguma margem de confiança que tudo começou com os avanços da Medicina.
De fato, como resultado da revolução científica do século passado, não só os adultos começaram a morrer mais tarde como a mortalidade infantil iniciou uma queda sem volta. Assim, a população mundial cresceu 70 por cento entre 1800 e 1900, e outros 50 por cento entre 1900 e 1950. Na década de 60, a espécie humana multiplicava-se alegremente ao ritmo de pouco mais de 2 por cento ao ano. Parece nada, mas é uma explosão: uma taxa de crescimento anual da ordem de 2,5 por cento significa dobrar a população em menos de trinta anos. Isso exige, apenas para manter o padrão de vida da geração anterior, dobrar também toda a malha de bens e serviços à disposição dessa massa humana - desde o número de casas ao de vagas nas escolas, desde a produtividade agrícola à capacidade do sistema de transportes. Haja dinheiro.
Pois enquanto isso, na mesma década de 60, a taxa de crescimento da população brasileira roçava os 3 por cento - passando de 5 nas cidades (quase 6 por cento em São Paulo). Na verdade, a explosão demográfica há muito que não se propagava por igual no mundo. No hemisfério norte laico e moderno, a pílula anticoncepcional recém-inventada mantinha a demografia sob controle, havendo países, como a França e a Alemanha, onde a população até diminuía ligeiramente, descontados os contingentes de imigrantes africanos, turcos, portugueses e iugoslavos. Mas o Brasil e outras nações ao sul do equador passaram a conhecer o que os cientistas chamam transição demográfica - e que em bom português significa o pior dos dois mundos.
Pois, de um lado, o padrão material de vida melhorou, prolongando a existência dos velhos e encurtando as estatísticas de mortalidade das crianças; de outro lado, porém, nessa etapa os padrões de comportamento ainda permaneciam em larga medida tradicionais, incluindo-se aí arraigadas resistências culturais ao planejamento familiar. Isso, mais as migrações internas, explica o fantástico crescimento das cidades maiores. A década de 80 encaminha-se para o fim registrando que o Homo sapiens cresce à razão de 1,7 por cento no mundo. Os demógrafos, porém, não estão soltando rojões. A queda em relação aos anos 60 reflete, segundo eles, apenas a continuação da curva embicada para baixo da natalidade nos países ricos - somada aos efeitos do feroz programa de controle da natalidade adotado na China (1,1 bilhão de habitantes), sob o lema "uma família, um filho".
No conjunto dos países pobres, suspiram os demógrafos, a situação não mudou muito. Os africanos, por exemplo, crescem ao ritmo de 2,9 por cento ao ano. Não espanta, por isso, que na virada do século a empoeirada Kinshasa, capital do Zaire, deva ter 5 milhões e Lagos, na Nigéria, mais de 8. Sem falar no Cairo, no Egito, com 11 milhões. Com tanta gente no pedaço urbano mais pobre do globo, a aritmética apronta uma crueldade: mesmo que despenquem as porcentagens de crescimento demográfico (o que ainda não aconteceu), em números absolutos a população das cidades continuará a galopar. E, como diz o ambientalista americano Paul Ehrlich, "os ecossistemas respondem ao impacto de gente, não de taxas". Os ecossistemas e tudo mais, diga-se.
Pelo menos uma convicção os demógrafos tendem a ter em comum: a chave para o controle populacional nos países chamados em desenvolvimento é a melhora da condição social das mulheres. E nesse ponto os especialistas dizem enxergar uma luz no fim do túnel no caso brasileiro. "A taxa de fecundidade da mulher no Brasil vem diminuindo desde 1965", informa a demógrafa paulista Neide Patarra, da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). Ela se refere à relação declinante do total de filhos nascidos no país e o total de mulheres em idade reprodutiva, de 15 a 50 anos. "Hoje, 70 por cento das brasileiras em idade fértil usam anticoncepcionais", contabiliza. De seu lado, o sociólogo Vilmar Faria, da Universidade de São Paulo, autor de pesquisas sobre o assunto, acredita que quatro fatores contribuíram indiretamente para isso.
Seriam eles: o crédito direto ao consumidor (que ampliou a compra de bens domésticos em detrimento dos gastos relacionados à reprodução da família); a melhora na Previdência (que amenizou a necessidade de ter muitos filhos para sustentar os pais na velhice); o acesso mais fácil aos serviços de saúde (com o mesmo resultado); e, enfim, o desenvolvimento dos meios de informação (que modernizaram os costumes). "As famílias pobres estão tendo menos filhos", concorda o urbanista Jorge Wilheim, secretário do Meio Ambiente em São Paulo.Com não pouco otimismo. ele aposta que "a perspectiva da grande cidade brasileira não é o cataclismo, mas a estabilização".
De novo é o problema dos índices e dos números absolutos. Pois, ainda que a taxa de crescimento da população paulistana congele em 2,3 por cento no ano 2000, como se prevê,contra 3,4 por cento hoje, bastarão 34 anos para que essa população simplesmente duplique. E o Brasil, então, sétimo país mais populoso do mundo,terá de prover pão e bem-estar para 245 milhões de cidadãos. Um século e meio antes de Cristo, numa cidade grega chamada Megalópolis, que apesar do nome não tinha mais de 6 mil habitantes, vivia um historiador chamado Políbio, a quem muito preocupava o pouco entusiasmo de seus patrícios em gerar descendentes. "Vai ser um suicídio coletivo", costumava advertir. Talvez o velho Políbio não tivesse outro comentário a fazer se conhecesse as estatísticas da proliferação humana às portas do século XXI.

Megametrópoles do ano 2000.
Na virada do século, 485 milhões de pessoas estarão vivendo em cidades com 5 milhões de habitantes ou mais.

Acompanhando o sentido do aumento das populações, o inchaço das cidades atinge principalmente os países mais pobres. Prova disso é que, no ano 2000, das 48 metrópoles de 5 milhões de habitantes para cima, 36 estarão localizadas no Terceiro Mundo - e, destas 21 na Ásia. Entre as regiões menos desenvolvidas, porém, a América Latina lidera a urbanização: em 1985, sete em cada dez latino-americanos já moravam em cidades. Na virada do século, serão praticamente oito em dez.

A dança das cidades

De meados do século passado até o fim da Segunda Guerra Mundial, a cidade grande era tipicamente uma expressão dos grandes países - basta pensar em Londres, Paris, Nova York, Berlim. Desde então, nas metrópoles mais ricas, a população tendeu a estabilizar-se, quando não diminuiu efetivamente - com a notável exceção de Tóquio. Enquanto isso, a explosão das megacidades arrasa o Terceiro Mundo e subverte o ranking das maiores concentrações urbanas do planeta. Em 1970, por exemplo, Calcutá, na Índia, nem ao menos figurava entre as doze mais do mundo, então lideradas por Nova York. Em 1985, já com Tóquio na cabeça, Calcutá tinha massa humana suficiente para colocar-se em sexto lugar. No ano 2000, quando a Cidade do México for o maior ajuntamento urbano da Terra, Calcutá estará no quarto posto. São Paulo conhece bem este filme: de décima maior em 1970 saltou para terceira em quinze anos e deve subir mais um degrau até o ano 2000. Essas cidades sediam as chamadas "nações de miséria". Segundo o economista Carlos Lessa, da Unicamp pertencem a tais nações três em cada dez habitantes do Brasil urbano.

Explosão na Terra

No século passado, a humanidade cresceu algo como 70 por cento. Neste, os números da demografia rebentam as costuras: até o ano 2000 a espécie humana terá aumentado cerca de 270 por cento em relação a 1900. Todo dia, 220 mil bebês vêm ao mundo. Apesar disso, o ritmo de crescimento da população mundial está diminuindo, sobretudo por causado planejamento familiar voluntário, adotado como regra geral nos países mais ricos. Também pesa nessa conta, porém, a severíssima política de controle da natalidade imposta pelo governo da China, às voltas com seu mais de 1 bilhão de cidadãos,onde a meta oficial é "uma família,um filho". Isso permite prever que no início do século XXI a humanidade estará crescendo à razão de 1,4 por cento ao ano, contra 1,7 por cento hoje em dia. No entanto, há quem receie que essa tendência venha a ser detida nos países modernos por uma espécie de contra-revolução dos costumes resultante da epidemia da AIDS; com a monogamia de novo em alta, as pessoas passariam a casar mais cedo, a ficar casadas mais tempo com o mesmo cônjuge - e a ter mais filhos que o planejado.

Estouro no Brasil

Tendo se multiplicado por cinco no século passado, a população brasileira deverá ter crescido outras dez vezes quando o calendário marcar o início do século XXI - um estouro por qualquer lado que se olhe os números. Mas podia ser pior. Em 1974 o IBGE concluía de suas projeções que no ano 2000 o Brasil teria 200 milhões de habitantes. As estimativas mais recentes, porém, indicam uma população vizinha dos 180 milhões, havendo até quem desenhe um total otimista de 170 milhões. Num país onde os governos sempre resistiram à idéia de patrocinar ativamente políticas de planejamento familiar, a desaceleração das taxas demográficas mostra o efeito de uma série de mudanças na economia, na sociedade, nos costumes: calcula-se que sete em dez brasileiras em idade fértil usam anticoncepcionais. Não raro, a queda dos índices de natalidade reflete também situações de patologia, nos abonos e esterilizações nem sempre consentidas. O Brasil, de todo modo, não vive uma crise demográfica como a Índia, a China e a maioria dos países africanos. O problema de arrepiar, aqui, é a explosão das cidades.

Haja espaço

Quando já se é grande, qualquer crescimento adicional, por discreto que seja, representa muito - em números absolutos. Essa elementar verdade aritmética, que faz a delícia dos milionários, por exemplo, é a face mais impiedosa da crise social que anda de braço dado com a proliferação urbana no Terceiro Mundo. É só imaginar a montanha de dinheiro, tecnologia, bens, serviços e equipamentos necessários para ao menos não piorar o padrão de vida do grosso da população de metrópoles como Cidade do México e São Paulo, Bombaim e Calcutá, onde o número de habitantes ameaça simplesmente dobrar em 25 anos ou pouco mais, se não caírem as taxas de crescimento atuais. Mesmo que se confirmem as projeções da ONU, segundo as quais mexicanos e paulistanos festejarão o novo século multiplicando-se à razão de 2,3 por cento ao ano (contra uns 3,5 hoje), a população das duas cidades duplicará em 34 anos.

Onde estão os brasileiros.

Nestes vinte anos finais do século, nenhuma região do pais crescerá tanto como o Norte. De fato, em 1980 as vastidões amazônicas abrigavam esparsos 1,65 habitantes por quilômetro quadrado. No ano 2000, serão 3,2 habitantes - o dobro, portanto. Com isso, os nortistas serão ainda apenas 6,4 por cento do povo brasileiro (contra 5,6 % atualmente). Também representando pouco no conjunto da população, os habitantes do Centro-Oeste, com a expansão da fronteira agrícola, produzirão um aumento de 70 % na densidade demográfica da região - de 4 habitantes por quilômetro quadrado para 6,8. Os números amargos vêm do Sudeste, onde a densidade demográfica, que já é a maior do país com 56,3 habitantes/km2, deverá alcançar 84,5 habitantes/km2 na virada do século. Esse adensamento tornará a vida ainda mais difícil nas áreas metropolitanas de São Paulo, do Rio  de Janeiro e Belo Horizonte. No todo, a densidade demográfica no Brasil irá a 21,1 habitantes/km2, 50 por cento a mais do que em 1980.

O Papel de Cada Um - Comportamento


O PAPEL DE CADA UM - Comportamento



Todos levantam a voz para clamar contra a poluição, mas poucos se levantam para jogar seu lixo no cesto. Como acabar com essa sujeira?

Morador de uma cidade grande, João Brasileiro engole diariamente a fumaça lançada no ar por automóveis e fábricas. Tossindo de raiva, acende o último cigarro e joga o maço pela janela do carro. No domingo de sol, leva os filhos a passear no parque e compra sorvetes para os garotos. Cada um, é claro, vai jogar o copinho ou papel por cima do ombro assim que degustar a iguaria. Quando vai à praia, Brasileiro fica horrorizado com o mar sujo pelos esgotos e esbraveja enquanto toma um refrigerante e come uma espiga de milho, cujos vestígios ficarão repousando na areia quando ele sair de lá. Brasileiro gosta muito de reclamar da poluição e da sujeira - dos outros. Em seu próprio rastro, que ele ignora, acumulam-se quilos de detritos - restos de alimentos, copos, latas, garrafas, papéis e toda sorte de objetos dos mais variados materiais e usos, atirados nas ruas, praias, estradas, parques, casas de espetáculo e por aí afora. O lado mais detestável do lixo espalhado em tudo quanto é lugar público, às vezes pelas mesmas pessoas que debateram contra a poluição industrial, é justamente aquele que agride os olhos. Desde que a sociedade ocidental começou a se preocupar com higiene e limpeza pública, no contexto da modernização trazida pela Revolução Industrial do século XVIII, lixo e sujeira se tornaram objeto de repugnância. Aos poucos, a noção de asseio passou a fazer parte dos valores cultivados pelos europeus - pelo menos das classes sociais cujas condições de vida lhes permitiam preocupar-se com isso.
Limpeza, dentro de casa e fora dela, foi sendo associada a boa educação, prova, por sua vez, de boa posição na sociedade. O homem ocidental, em suma, aprendeu a torcer o nariz à sujeira à medida que o desenvolvimento das cidades deu origem ao modo de vida urbano, entendendo-se por isso, entre tantas outras coisas, a prática de tratar o próximo com respeito (urbanidade) e não emporcalhar o que é de todos - o espaço público. "Qualquer lixo nas ruas provoca um efeito multiplicador de desleixo. Se o lugar está limpo, a pessoa sente constrangimento em ser a primeira a sujar", observa Arlindo Phillipi Jr., da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Ainda que fosse apenas uma questão estética, a sujeira a nossos pés já seria suficiente para provocar desagrado. Ocorre, porém, que o lixo esparramado é também um problema de saúde. Todo lixo pode ser dividido basicamente em material orgânico e inorgânico. Orgânico é todo dejeto biodegradável, como restos de comida - cascas de frutas, por exemplo -, que serão decompostos pela ação de microorganismos, o que se chama apodrecimento. Largado na rua, esse lixo apodrecido servirá de alimento a ratos, baratas e moscas, transmissores de doenças. Naturalmente, quanto maior o volume de detritos orgânicos, com mais facilidade poderão crescer e multiplicar-se. 
A parte inorgânica do lixo é composta de dejetos que não apodrecem, como papel, plástico, borracha, metais e vidro. Tais restos também contribuem para a proliferação de formas daninhas de vida, para as quais servem de ninho. Além disso, podem causar estragos quando não são varridos das ruas. Com a chuva, plásticos e papéis navegam na enxurradas até as bocas-de-lobo e galerias pluviais, que, se não forem limpas periodicamente, entopem, provocando as inundações tão conhecidas dos habitantes das cidades brasileiras. O mesmo acontece em lugares onde há córregos não canalizados, que representam verdadeiros depósitos de lixo em potencial para os moradores dos barracos instalados nas sua margens, onde muitas vezes nem chegam os serviços de limpeza pública.
Longe do asfalto, os transtornos causados pela sujeira não são menores. Uma praia transformada em monturo por hordas de turistas até que é capaz de absorver boa parte dos dejetos, mas devolve o excesso na mesma moeda. Ou seja, restos de alimentos aqui e ali podem sofrer decomposição de modo a ser absorvidos pela areia, mas nas praias mais movimentadas os banhistas sempre conseguem sujar muito mais rápido do que o solo consegue absorver. Como nas cidades, a conseqüência do lixão à beira-mar é a proliferação de moscas e, o que é próprio das praias, o aparecimento de uma profusão de doenças de pele. Quando os detritos são latas e vidros, os riscos de acidentes para pés descalços são óbvios.
Restos de papel também acabam sendo absorvidos em alguns anos, mas quem espalha embalagens plásticas deve saber que está deixando rastro para os arqueólogos do futuro. De fato, plásticos e borrachas simplesmente não são decompostos pela  natureza, permanecendo indefinidamente onde foram deixados se ninguém os retirar. "A poluição da praia pelo lixo é pequena em relação à poluição industrial, mas atinge diretamente os indivíduos", compara João Meirelles Filho, vice-presidente da Fundação S.O.S. Mata Atlântica, que batalha pela preservação da natureza no litoral do país. O lixo que se jogou ontem é o foco de contaminação de amanhã.
Os esgotos lançados ao mar podem causar hepatite e gastroenterite, por bactérias. Já o lixo em decomposição na areia, deixado pelo próprio turista em animadas férias, pode provocar micoses por ação dos fungos nos objetos orgânicos. Conclusões apressadas e socialmente míopes levam a supor que o acúmulo de detritos nas areias é coisa de farofeiros - os turistas dominicais que chegam em caravanas de ônibus para ruidosos piqueniques à beira-mar. "O lixo deixado nas praias freqüentadas pela classe alta é muito maior", assegura João Meirelles, da S.O.S. Nas praias do Guarujá, as preferidas da burguesia paulistana, por exemplo, são recolhidas 180 toneladas de lixo por mês. Nos meses de temporada, quando a população local duplica, a quantidade de lixo é quase quatro vezes maior.
Quanto mais gente, mais - ou muito mais - lixo pelo caminho. Em São Paulo, são coletadas diariamente 12 mil toneladas de lixo, volume que a coloca em quarto lugar no ranking mundial das cidades produtoras de dejetos, depois da Cidade do México, Nova York e Tóquio. Desse total, porém, mais de um quarto, ou 3600 toneladas, vêm exclusivamente da varreção das ruas. É o produto acabado, literalmente, do comportamento anti-social.
Dói no bolso, é feio, faz mal à saúde - e descreve à sua maneira o lado menos envaidecedor da convivência dos brasileiros com seu país. É uma paisagem que começa a ser desenhada a partir da idéia de que o Brasil é um paraíso inesgotável. Aqui, onde o mar é mais azul, o sol mais amarelo e os periquitos mais verdes, em se plantando tudo dá - e em se sujando tudo some. 
"Como o país é muito grande, temos a falsa noção de que, se um lugar ficar sujo, podemos partir para outro", avalia a socióloga Laura Tetti, diretora da Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Básico ( Cetesb), em São Paulo. Mais grave do que isso, é outra suposição implícita na conduta das pessoas. "O brasileiro pensa que o espaço público é, não o espaço de todos, mas o espaço de ninguém", resume Laura.
Ser um cidadão respeitador de sinais de trânsito ou das regras básicas de limpeza nunca esteve exatamente na moda, assim como o próprio substantivo. "No Brasil, ´cidadão´ é uma das formas que o policial usa para chamar o infrator", ironiza a engenheira ambiental Wanda Maria Risso, da Faculdade de Saúde Pública da USP. De fato, o brasileiro, como não encara a rua como um bem que também lhe pertence e não respeita o próprio como a si mesmo, suja o que é de todos sem cerimônia. O engenheiro Celso Giosa, diretor de operações do Metrô de São Paulo, vai além da educação. "O brasileiro tem um comportamento condizente com a sociedade em que vive", diz. Sua afirmação está respaldada na experiência de comandar uma ilha de limpeza dentro da metrópole.
Não raro, porém, até o bem-educado cidadão, consciente de que ele mesmo acaba se prejudicando ao pontilhar de detritos a sua passagem cotidiana pela cidade onde vive, consegue exercer seu respeito por ela. Caminhando por ruas onde é tão difícil achar uma lixeira como um bilhete premiado, enfrenta uma situação que beira o ridículo quando quer se desfazer civilizadamente de algo. "O sujeito chega a se sentir um idiota por ser o único a perambular com um papel de sorvete na mão procurando um cesto, enquanto todo mundo joga mil coisas no chão", comenta Paulo Ganc, diretor do Departamento de Limpeza Urbana de São Paulo. 
A prova, novamente, está nos números. Das 17300 lixeiras encomendadas para a capital, apenas umas 3500 estão instaladas. As empresas que colocariam as lixeiras, em troca da venda de espaço publicitário nas caixas, desistem no meio do caminho, pela boa e simples razão de que o nível de depredação chega a 100 por cento - um desastre muito pior, portanto, do que acomete os orelhões. No entanto, jogar toda a culpa nos ombros da população é fechar os olhos ao outro lado do problema - a origem da falta de educação que faz o brasileiro comportar-se como se comporta.
Tadayuki Yoshimura, diretor de operações da Vega Sopave, empresa de limpeza pública que atua em dez cidades brasileiras, lembra o exemplo de Tóquio. Escolhida para sediar os jogos olímpicos de 1964, a capital do Japão, na época tão suja quanto qualquer grande cidade brasileira, foi bombardeada por uma campanha de limpeza sem precedentes. Lixeiras foram espalhadas pelas calçadas e a população tornou-se alvo de uma maciça doutrinação para jogar o lixo ali dentro, e não no chão. Afinal, o que diriam do país os milhares de turistas esperados para o evento? Ao final de quatro anos, às vésperas da abertura da Olimpíada, Tóquio era um modelo de limpeza para estrangeiro nenhum pôr defeito - e continua desse modo até hoje. "Não adianta dizer que o brasileiro é mal-educado se ninguém começar a fazer algo para mudar", nota, sensatamente, Tadayuki Yoshimura.
Diga-se, a bem da verdade, que o brasileiro não está nem um pouco sozinho no planeta em matéria de maus hábitos no capítulo de limpeza. Há poucos meses, a Comissão Real de Belas-Artes da Inglaterra concluiu, num estudo que Londres - quem diria? - se tornou "suja, degradante e deprimente". A comissão atribuiu o acúmulo de sujeira nas ruas e nos intermináveis corredores das estações do metrô à falta de disciplina pessoal do grosso de seus 6,8 milhões de habitantes, que espalham lixo em qualquer lugar. Já em Paris, onde parece haver tantos cachorros quanto crianças, o maior problema são as calçadas pontilhadas de excrementos em tamanha quantidade que os limpadores a bordo de motocicletas não conseguem dar conta da limpeza.
Um passeio pela outrora imaculada avenida Champs Elysées sugere que em matéria de descaso pelo que fazem seus animais de estimação, muitos parisienses superam até certos donos de cachorros de Copacabana ou Ipanema. Em compensação, os motoristas alemães, por exemplo, têm o que ensinar aos brasileiros. Seus carros já vêm equipados com uma armação para um saquinho de plástico junto ao console, onde os passageiros depositarão o lixo pessoal. Mesmo porque o gesto displicente de jogar um papel de bala pela janela pode custar caro, sob a forma de multas não menos pesadas do que o castigo por furar um sinal vermelho. Em certos estados americanos, como a Califórnia, placas ao longo das estradas informam aos motorista que jogar lixo pela janela pode valer uma multa de mil dólares.
Para tirar a sujeira de cada um do caminho de todos, o bom senso diz que a preparação dos espíritos deve começar nas escolas de primeiro grau. É um investimento a longo prazo, mas indispensável se deseja ter uma população adulta capaz de se interessar pelo ambiente não apenas da boca para fora. Enquanto essas crianças não crescem, os grandes também podem ser reeducados por campanha. Essa é a estratégia adotada pela Fundação S.O.S Mata Atlântica, que recentemente divulgou em jornais e revistas do país um anúncio com o título: "Qual o animal que deixou essas pegadas?" São latas, maços de cigarros e pacotes de biscoitos largados por gatões e gatinhas nas praias e nas matas. A publicitária Helga Miethke, da agência DPZ, que criou o anúncio, escolheu o caminho do bom humor ao comparar a um animal o despreocupado que sinaliza com lixo os lugares por onde passa. "É melhor ser bem-humorado do que agressivo ou paternalista", diz Helga.
No Rio de Janeiro, a prefeitura também foi à luta no último verão com uma campanha para que o carioca não despejasse os restos de seu piquenique na areia. Foram espalhadas lixeiras nas praias a cada 70 metros - pois ninguém se disporia a colocar o lixo nas lixeiras dos calçadões. Em São Paulo, a Cetesb, com o apoio da Rede Globo e da Tang, investiu numa campanha no litoral, cobrindo 24 praias e alcançando cerca de 2,5 milhões de pessoas. Uma equipe de quatrocentos monitores distribuía sacos plásticos aos freqüentadores, tentando convencê-los com uma conversa simpática a jogar ali o lixo.
Em Curitiba, por fim, o prefeito Jayme Lerner teve uma idéia original para tornar a cidade mais limpa: trocar lixo por vale-transporte onde os caminhões da limpeza não chegam: 10 quilos recolhidos pelos moradores valem 17 centavos. Enquanto faz uma campanha de impacto imediato nos meios de comunicação, a S.O.S. Mata Atlântica também  aposta no futuro, com o Programa de Educação Ambiental dirigido a escolas. A engenheira florestal Marina Ugo Santo, coordenadora do programa, não deixa por menos: para ela, dispor do lixo não é um favor, mas um dever. "O problema do lixo é de quem o produz", define Marina. "Se você está numa praia e sabe que lá não tem lixeira, paciência: guarde o lixo para jogar mais tarde no lugar certo." Em matéria de lixo, portanto, o papel de cada um é sua própria responsabilidade. 

A BRIGA DOS GRAFITES.

Não é apenas no chão que o espaço comum é invadido. Como se não bastassem as pichações, muros e paredes têm sido há algum tempo usados como canal de manifestação daquilo que para seus autores é arte rebelde, mas para muita gente não passa de garatujas de mau gosto - os grafites. A controvérsia corre solta. "Pichação é lixo, grafite de boa qualidade é arte", defende a crítica de arte Angélica de Moraes. O artista plástico e grafiteiro Hudinilson Jr. sustenta que o grafite tem até a função de preservar muros e paredes encobrindo a poluição de cartazes, fuligem e pichações. "É uma maneira de levar para a rua a idéia de arte", argumenta Hudinilson. Com desenhos e personagens que tanto podem  significar um comentário irônico à vida da cidade como alusões a histórias em quadrinhos, os grafites, geralmente bem-humorados, não agridem tanto quanto as pichações, mas para alguns carregam uma cor autoritária. Afinal, depois que foi pintado, quem passa pelo local é obrigado a vê-lo, goste ou não - como também ocorre com os outdoors de publicidade. É por esse motivo que o crítico João Cândido Galvão, curador da Bienal de São Paulo, julga severamente o grafite: "É uma arte fascista".

UM EXEMPLO SOB O SOLO

Ao longo das 37 estações do metrô paulistano, é difícil ver um papel sobrando. Se alguém jogar algo no chão, logo surgirá um funcionário encarregado de apanhar o lixo fora do lugar. Não há pichações nas paredes e os bancos raramente aparecem quebrados ou riscados. Com 2 milhões de usuários por dia, o metrô completa quase quinze anos como um lugar público excepcionalmente limpo - uma raridade mundial em termos de transporte subterrâneo. Como se explica isso? Desde que o metrô foi inaugurado, sabíamos que o essencial seria ter o usuário do nosso lado", conta Celso Giosa, diretor de operações.
Para tanto, a companhia precisou mostrar serviço: todos os dias são retiradas das estações, plataformas, terminais e trens 3,7 toneladas de lixo. Limpezas completas são feitas por todas as dependências do metrô em busca do menor resquício de sujeira. À noite, o lixo é retirado das plataformas por uma composição que circula sem passageiros. Tantos empenho custa à empresa cerca de 670 mil cruzados novos por mês - e nenhum centavo em reparos de estragos provocados por sujeira, porque não há o que reparar. O ambiente limpo constrange o passageiro que, de outro modo, se sentiria tentado a jogar lixo no chão. Não é incomum pessoas saírem do trem numa estação, apenas para colocar o lixo no cesto - e voltar ao carro.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Como é escolhida a Sede da Olimpíada ?

COMO É ESCOLHIDA A SEDE DA OLIMPÍADA?



No dia 6 de julho, o Comitê Olímpico Internacional (COI) vai escolher a cidade -sede dos Jogos Olímpicos de 2012. A corrida começou há 2 anos, com 9 competidores. Rio de Janeiro, Leipzig (Alemanha), Havana (Cuba) e Istambul (Turquia) foram deixados para trás no fim da primeira etapa. Ficaram no páreo Londres, Madri, Moscou, Nova York e Paris.

É a primeira vez que o COI faz a seleção em 2 fases. Na primeira, foram analisados 11 critérios e as cidades receberam notas de 1 a 10 para cada item. Com base nesse resultado, o COI decidiu quais poderiam continuar na disputa.

A segunda etapa avalia 17 critérios e inclui uma visita da Comissão Avaliadora às cidades candidatas. O resultado é um relatório (divulgado em 6 de junho) que não dá notas, mas aponta trunfos e fraquezas de cada projeto, a fim de ajudar os membros do Comitê Olímpico na hora da escolha.

A eleição deste ano acontece em Cingapura e, dos 115 membros do COI, só não votam os representantes de países concorrentes. Diversos turnos se sucedem até que uma das cidades tenha a maioria absoluta dos votos. A cada turno, a cidade com menos votos é excluída da votação.

A SUPER está acompanhando a corrida e mostra ao lado quais são os pontos fortes e fracos de cada uma das 5 candidatas.



1. Legado

Avalia o impacto na cidade depois dos Jogos e como valores olímpicos serão promovidos. Paris e Londres ficam na frente porque têm boas políticas de inclusão social e desenvolvimento sustentável.



2. Apoio político

Avalia o envolvimento dos governos municipal, estadual e nacional no planejamento e financiamento dos Jogos. Londres pretende criar um órgão com poderes ministeriais para a Olimpíada.



3. Legislação

Avalia se as candidatas respeitam todas as regras do Movimento Olímpico e as propostas de leis para garantir os Jogos. Moscou ganha pontos porque não precisaria criar nenhuma nova lei.



4. Fronteira

Todas as cidades se comprometeram com facilidades aduaneiras. Nova York perde pontos pelas complicações com a aprovação de vistos, o que pode dificultar a ida de jornalistas ou de alguns visitantes.



5. Meio ambiente

O projeto de Paris é bastante cuidadoso com impactos ambientais. Madri fica atrás porque incluiu no projeto a compra de direitos de emissão de poluentes e o COI determina emissão neutra de gás carbônico.



6. Finanças

O orçamento das 5 cidades é de, em média, 5 bilhões de dólares e o COI doa 600 milhões para a sede. O projeto de Nova York conta com muito capital privado (o que pode ser visto como falta de apoio do governo).



7. Marketing

Avalia as ações que podem ajudar a promover uma imagem positiva dos Jogos junto aos visitantes. Nova York tem vantagem porque garantiu 87% dos ingressos com preço menor que 100 dólares.



8. Locais de provas

Avalia as propostas de uso durante e depois dos Jogos. O ideal é usar o menor número de locais e evitar a construção de "elefantes brancos". Nova York é a única que não tem estádio olímpico.



9. Para-olímpíadas

As cidades adaptam a estrutura usada nos Jogos e os planos são avaliados com rigor. A Vila Paraolímpica de Paris tem a maior capacidade (abrigaria 9 500 pessoas).



10. Vila Olímpica

Deve ter capacidade para cerca de 17 mil atletas. O COI avalia a distância até os locais de competição, o uso depois dos Jogos e o ambiente ao redor. Todos os projetos preenchem os requisitos.



11. Saúde

O atendimento médico durante os Jogos não deve atrapalhar as operações normais da cidade. Nova York fica atrás porque o atendimento não seria gratuito .



12. Segurança

Considera desde a possibilidade de ataques terroristas até índices de crimes urbanos. Paris foi bem avaliada na primeira fase. Nova York e Madri perdem pontos por causa dos ataques terroristas.



13. Acomodações

O COI exige pelo menos 40 mil quartos 3, 4 ou 5 estrelas. Madri garantiu preços reduzidos e Moscou é a única que ainda precisaria construir quartos (pelo menos mais 20 mil).



14. Transporte

A sede recebe em média 25 mil pessoas, o que sobrecarrega a estrutura de transportes. Todas as cidades têm bons planos de expansão de estradas, aeroportos e redes urbanas.



15. Tecnologia

A infra-estrutura de telecomunicações deve estar atualizada com as inovações tecnológicas. O projeto de Moscou é o único que não é muito claro neste critério.



16. Mídia

A cidade deve garantir a construção de um centro de imprensa bem equipado, além de um plano para o uso depois dos Jogos. Todas as cidades apresentaram bons projetos.



17. Cultura

O COI quer garantir planos de educação e cultura que expressem a verdadeira natureza dos Jogos. Todas as cidades apresentaram projetos e idéias criativos neste quesito.



Ranking final

As 5 cidades têm chances reais de sediar os Jogos, mas Paris é apontada como favorita pelas vantagens em quesitos importantes como segurança e legado.


Fontes: comitês de candidatura de Londres, Madri, Moscou, Nova York e Paris; Comitê Olímpico Internacional; Essar Gabriel, Diretor de operações da candidatura de Paris, Ed Hula www.aroundtherings.com


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