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sábado, 14 de junho de 2025

Como (e quando) o universo vai acabar

Como (e quando) o universo vai acabar


Essa é uma das perguntas mais misteriosas e intrigantes da Ciência. Embora não existam respostas definitivas ainda, especialistas acreditam que há três possibilidades mais prováveis.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Novo mapa 3D do universo, o maior já feito, promete revolucionar a cosmologia

Novo mapa 3D do universo, o maior já feito, promete revolucionar a cosmologia

Primeiros resultados levantam a possibilidade de que a energia escura não seja constante, como se acreditava.

domingo, 29 de janeiro de 2023

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Cientistas descobrem milhares de tumbas antigas agrupadas como galáxias

Cientistas descobrem milhares de tumbas antigas agrupadas como galáxias

Esta é a primeira vez que uma abordagem cosmológica é aplicada à arqueologia.

sábado, 8 de junho de 2019

CIENTISTAS BRASILEIROS CRIAM MODELO COSMOLÓGICO QUE UNIFICA MATÉRIA ESCURA, ENERGIA ESCURA E INFLAÇÃO CÓSMICA

CIENTISTAS BRASILEIROS CRIAM MODELO COSMOLÓGICO QUE UNIFICA MATÉRIA ESCURA, ENERGIA ESCURA E INFLAÇÃO CÓSMICA


Hoje, a cosmologia demanda grande parte de seus esforços em tentar entender o que seria a matéria escura e a energia escura, pois muito pouco se conhece sobre essas duas quantidades. 

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Por que a velocidade da Terra será mais lenta ???


Por que a velocidade da Terra nesta sexta será 7.000 km/h mais lenta que em janeiro ?


No afélio, a Terra está cinco milhões de quilômetros mais longe do 
Sol do que no periélio (Foto: Nasa)

Em 6 de julho de 2018, o planeta estará em seu ponto mais distante do Sol e na sua velocidade de translação mais baixa - 103.536 km/h; mas como isso afeta o planeta?

terça-feira, 20 de março de 2018

Hawking atraiu muitos jovens para a Física


Hawking atraiu muitos jovens para a Física


Stephen Hawking morreu aos 76 anos na quarta-feira (14/03/2018), em sua casa na lnglaterra. Doutora em Física comentou que falecimento de britânico traz de volta discussão sobre relevância da Ciência para a sociedade.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Saiba como Stephen Hawking revolucionou a ciência


Saiba como Stephen Hawking revolucionou a ciência



A morte de Stephen Hawking (14/03/2018) representa a perda de uma das mentes mais brilhantes do século XX. Mas o físico deixou um grande legado para a humanidade.  

sábado, 22 de outubro de 2016

O lado negativo do universo - Física


O lado negativo do universo - Física


A metade do Cosmo que não se vê
Desde que os físicos aprenderam a provocar colisões frontais entre as partículas subatômicas para transformá-las em energia pura, notaram um paradoxo que até então não havia ocorrido a ninguém. É que a energia produzida desse modo geralmente toma a forma de novas partículas, metade das quais é feita de matéria comum e a outra metade, de antimatéria. Ou seja, sempre que se cria um próton de carga elétrica positiva, também surge um antipróton, que é negativo. Se nasce um elétron negativo, ao seu lado existe um antielétron positivo. Antimatéria é simplesmente isso: um inverso elétrico da matéria usual. Mas, então, por que não se vê antimatéria no grande laboratório natural que é o Universo? Tudo indica que ela deve ter sido criada em grandes quantidades durante o Big Bang, a explosão que criou o Cosmo, há 15 bilhões de anos. Mas é praticamente certo que, dentro do enorme volume gigantesco à nossa volta, não existe o menor traço de antiestrelas ou antigaláxias.

sábado, 24 de setembro de 2016

Novas evidências derrubam principal teoria sobre o surgimento da Lua



Novas evidências derrubam principal teoria sobre o surgimento da Lua


Desde a década de 70, acredita-se na hipótese do “Grande Impacto”, segundo a qual a Lua teria surgido a partir de um choque do protoplaneta Theia com a Terra.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

NASA contrata astronautas - saiba quais são as exigências


NASA contrata astronautas - saiba quais são as exigências


Pela primeira vez desde 2011, a NASA abriu um processo seletivo público para seu programa de astronautas. As inscrições vão até 18 de fevereiro de 2016. O anuncio oficial das vagas pode ser visto aqui, mas infelizmente apenas cidadãos dos Estados Unidos podem se inscrever.

Cientistas observam pela primeira vez como nasce um planeta


Cientistas observam pela primeira vez como nasce um planeta


Nunca antes na história, a ciência havia permitido que, nós, simples mortais, tivéssemos acesso visual a um fenômeno tão imenso quanto inimaginável e exuberante: o nascimento de um planeta. 

sábado, 20 de junho de 2015

Três teorias científicas para entender o temido inverno de 'Game of thrones'


Três teorias científicas para entender o temido inverno de 'Game of thrones'

BBC separa teorias científicas para entender o inverno de 'Game of thrones' (Foto: Divulgação/HBO)

Personagens dizem que 'o inverno está chegando', mas não sabem quando isso acontecerá; como o clima pode ser tão instável?

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Asteroide 2012 TC4 poderá se chocar contra a Terra em 2017


Asteroide 2012 TC4 poderá se chocar contra a Terra em 2017


O asteroide 2012 TC4 foi descoberto pelo Observatório Pan-STARRS, no Havaí, em outubro de 2012. 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Vão-se os anéis, ficam as luas - Saturno


VÃO-SE OS ANÉIS, FICAM AS LUAS - Saturno


O senhor dos anéis ficou de banda para a Terra. Foi em maio e agosto de 1995 e em fevereiro de 1996. Depois de analisada, a foto do fato foi divulgada, em comemoração aos seis anos de atividade do Telescópio Espacial Hubble. Os anéis aparecem de perfil porque a imagem foi obtida no momento em que a Terra estava alinhada exatamente com o plano equatorial de Saturno. Desse ângulo, eles ficam praticamente invisíveis. Fininhos demais para refletir a luz do Sol, não ofuscam a visão das regiões próximas do planeta. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O brilho das estrelas negras - Cosmologia

O BRILHO DAS ESTRELAS NEGRAS - Cosmologia


Na Via Láctea talvez se escondam trilhões de anãs marrons, que não emitem luz, mas concentram raios de outros astros. Elas podem perfazer 90% de todo o Universo.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Tudo o que você queria saber sobre o Big Bang - Cosmologia


TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE O BIG BANG - Cosmologia


A grande explosão que deu origem ao Universo, o Big Bang, às vezes parece uma idéia confusa. Por exemplo: que estranho "lugar" foi esse onde se deu a explosão? Ou então: exatamente em que ponto do céu ocorreu a explosão? Em outras palavras, se é verdade que o telescópio espacial Hubble poderia ver o nascimento do Cosmo, para onde deveria ser apontado? Tais perguntas são comuns entre os leitores e a revista americana Astronomy deu as respostas, com sucesso. Veja a seguir a versão Superinteressante dos tópicos de maior interesse, em linguagem que qualquer um pode entender. O objetivo é divulgar mais amplamente a Cosmologia, ciência propiciada pelo gênio de Einstein que estuda a origem e a evolução do Cosmo. Ou seja, tudo que existe, visto na maior escala que se pode imaginar.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Motim a Bordo - Cosmologia


MOTIM A BORDO - Cosmologia


As leis que explicam o nascimento e a evolução do Cosmo se fortalecem a despeito do grande número de críticas e tentativas de reformular o conhecimento atual.

"Existem muitas dúvidas de que o universo surgiu de uma grande explosão. As observações sugerem que ela talvez nunca tenha existido. "
Fred Hoyle, astrônomo inglês

"Uma certa dose de ceticismo é saudável, mas não há nenhuma contradição bem estabelecida contra a teoria do big bang".
James Peebles, astrônomo americano

domingo, 30 de dezembro de 2012

Viagem ao Início do Tempo - Cosmologia


VIAGEM AO INÍCIO DO TEMPO - Cosmologia



Novos instrumentos, em terra e no espaço, abrem uma inédita janela para o primeiro bilhão de anos da história do universo. A luz que começa a chegar desses ermos, depois de varrer a imensidão do espaço, esboça épicos momentos da criação dos mundos.

No início deste ano, após longo e exaustivo trabalho, o astrônomo inglês Richard McMahon, da Universidade de Cambridge, Inglaterra, concluiu uma busca que se poderia, sem nenhum exagero, qualificar de monumental. Seu objetivo era bater as mais remotas fronteiras do espaço visível e selecionar, entre nada menos que 25 milhões de objetos - galáxias, a maioria - , aqueles que pudessem ser classificados como quasares. Tais personagens cintilam a grandes distâncias como esfínges cósmicas, já que, até onde se pode ver, são pouco mais extensos que o sistema solar, mas emitem mais energia que bilhões de estrelas em conjunto. 
McMahon, sem dúvida, encontrou o que estava procurando: identificou nove quasares recordistas em distância, e um deles, denominado BR 1202-07 é o mais longínquo já visto. Tanto que sua luz demorou 12,1 bilhões de anos para alcançar a Terra, ou seja, quando ela iniciou sua viagem, o universo era um menino de 900 milhões de anos-somente 7% de sua idade atual, avaliada em 13 bilhões de anos. Não é difícil perceber o valor de um raio que em sua rota iluminou várias regiões do cosmo e armazenou valiosas informações a seu respeito. Não é por esse motivo, no entanto, que a proeza provoca espectativa e excitação, e sim por seu significado simbólico: afinal, o primeiro bilhão de anos da história do universo nunca havia sido observado até hoje - nem mesmo de forma indireta por meio das equações que descrevem a evolução cósmica. 
Na falta de melhor juízo, a cautelosa imagem que se faz desse período é a de um deserto absoluto. Apenas um gás - composto pelos átomos mais leves e simples da natureza, o hidrogênio e o hélio - encheria monotonamente o espaço em todas as direções. Suspeita se, porém, que logo será possível dar corpo, cor e movimento a esse cenário que, em vez de amorfo, se revelaria fulgurante, quase selvagem, comparado aos padrões atuais. É o que sugere o quasar recém-descoberto, que emite 25% mais energia que qualquer outro conhecido. A magnitude de sua potência só com certo esforço pode ser concebida pela mente, pois brilha com a força de 10000 galáxias do porte da Via Láctea-que contém de 100 a 200 bilhões de sóis.
Vitalidade nessa escala faz pensar que a plácida visão das estrelas em noite límpida é enganosa. Ela esconde fenômenos e corpos celestes extremamente violentos, e estes denunciam as forças responsáveis pela evolução dos astros e do Cosmo. Uma hipótese afirma, por exemplo, que os quasares não são essencialmente diferentes das galáxias, mas sim gerados por elas. Esse raciocínio pressupõe que em sua juventude as galáxias teriam um núcleo extremamente denso, repleto de estrelas, radiação e gases dispersos, em alta temperatura. A ponto de em seu centro formar se um monumental buraco negro, ou seja, uma região onde a densidade da matéria tende ao infinito e adquire força suficiente para devorar estrelas próximas. Como compensação, o monstro ejeta para o espaço um vendaval de energia.
Estima-se que o quasar BR 1202-07 abriga um buraco negro de massa 10 bilhões de vezes maior que a do Sol, capaz de sorver o lauto banquete de 100 estrelas por ano. Assim se explicaria o jorro de energia que o torna visível a incomensurável distancia. Este ano, obteve-se a primeira evidência direta de um quasar escondido no núcleo de uma radiogaláxia, a Cygnus A, assim denominada porque emite a maior parte de sua energia em ondas de rádio, forma de energia eletromagnética, como a luz. Embora muito ativa, a Cygnus A tem grande extensão no céu-por isso não se assemelha aos quasares, que aparecem nos telescópios como um ponto de luz.
Ela também está perto da Via Láctea, 750 milhões de anos-luz (1 ano-luz mede cerca de 10 trilhões de quilômetros); em comparação, 0 BR 1202-07 está a 12,1 bilhões de anos-luz). No seu coração, porém, brilha um poderoso foco de energia, como se verificou por meio dos raios infravermelhos - a radiação de calor que, ao contrário da luz, atravessa com certa facilidade a poeira cósmica. Esse é o motivo porque não se vêem quasares em galáxias do tipo da Cygnus A vistas de perfil, elas expõem aos telescópios um espesso disco de estrelas, gases e poeira e não o seu núcleo.
Aquilo que se chama de quasares, por outro lado, seriam galáxias vistas de frente: assim, expõem seu núcleos isto é, o centro do disco. A energia do quasar, nesse caso, obscurece as estrelas à volta. Esse é o raciocínio do astrônomo americano George Djorgovski, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, chefe da equipe que analisou a Cygnus A. "A interpretação lógica é que encontramos um quasar sepultado, que não podíamos ver por meios ópticos." A própria Via Láctea pode ter sido habitada por um quasar, mas, por ser idosa, esgotou a provisão de estrelas próximas que alimentavam a fera. Mesmo velho e desdentado,. porém, ele ainda agita o centro da galáxia, situado na direção da Constelação de Sagitário. a 30 000 anos-luz do Sol. Entrevê-se aí forte turbulência em massas de gases, possivelmente sob a batuta de um buraco negro ancião.
Se os quasares forem realmente o núcleo ativo das galáxias, estas já habitariam o Universo desde o seu primeiro bilhão de anos de vida. Ou ainda mais cedo, pois os quasares mais distantes não parecem jovens: haviam começado a brilhar algum tempo antes de serem avistados. "Se pudéssemos determinar em que época foram acionados, saberíamos quando as galáxias se formaram?, aposta o astrônomo americano Wallace Sargent, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Um dado animador é que, de acordo com alguns cientistas, as barreiras do tempo serão quebradas cada vez com maior freqüência. De fato, mal se anunciou a descoberta do BR 1202-07, surgiu outro recordista, cuja luz teria sido emitida quando o Universo tinha 870 milhões de anos.. Assim, dentro de um ano se poderá chegar ao período em que o Cosmo tinha cerca de 350 milhões de anos. Mas será difícil superar essa barreira.
"Nesse limite, até os mais brilhantes raios de luz serão apagados por incontáveis nuvens de poeira e gás intergalácticos", explica McMahon. Ele calcula que ao longo das eras a luz do quasar BR 1202-07 teria atravessado mais de 1 000 nuvens como essas muito rarefeitas, geralmente, mas tão extensas que às vezes milhares de galáxias aninham-se em uma delas. Trata-se de um dos componentes da chamada matéria escura, cuja existência tornou-se um dos mais importantes fatos estabelecidos nos últimos anos. Supõe-se que apenas 10% da massa do Universo está na forma de objetos brilhantes como as estrelas: os 90% restantes não emitem luz e são praticamente invisíveis. Parte substancial da matéria escura pode ser formada por neutrinos, partículas subatômicas que transportam muito pouca energia e por isso são difíceis de detectar. Seja como for, essa massa invisível deixa sinais claros de sua presença.
Como exerce força gravitacional extra, faz com que as estrelas de uma galáxia, por exemplo, girem mais rápido do que girariam, caso a única matéria existente fossem os corpos brilhantes. Assim, qualquer teoria sobre a evolução do Cosmo terá de levar em conta as ações desse lado negro da matéria, até agora despercebida nos assombrosos vazios entre as galáxias. Mais do que isso, a mais bem cotada teoria atual considera que no interior da matéria escura surgiram as sementesdas das galáxias. O raciocínio básico, bastante convincente, supõe que o Cosmo era realmente muito monótonos no princípio. Embora distribuídos por igual em toda parte, seria inevitável que alguns átomos se aproximassem, ainda que por breves momentos.
Mas, quando se forma uma pequena aglomeração de matéria-uma semente-, a força gravitacional cresce, nesse local, atraindo novos átomos das vizinhanças. Cria-se, assim, uma reação em cadeia: quanto mais se amplia a aglomeração, maior é sua força de atração e mais ela cresce. Viria daí a grande intimidade observada entre matéria escura e brilhante uma envolvendo a outra em grandes halos. Foi o que viu, de maneira espetacular, há alguns meses, o astrônomo Anthony Tyson, pesquisador da empresa americana AT&T. Ele verificou que a luz de uma galáxia distante era fortemente encurvada ao passar perto de um aglomerado-diversas galáxias girando em torno de um centro comum, como os planetas à volta do Sol.
A massa luminosa, por si só, não poderia forçar a luz a curvar-se tanto quanto se observava e Tyson deduziu: o que estava "vendo" era a matéria escura. "Era como se a matéria luminosa e a escura tivessem conhecimento uma da outra" compara o astrônomo. Justamente como se poderia esperar no caso de as duas formas de matéria terem evoluído juntas ao longo de bilhões de anos, elas gravitavam em perfeita sintonia à volta de um centro comum. Novos instrumentos podem fornecer chaves para dirimir dúvidas persistentes, e nesse caso, o vento sopra a favor dos pesquisadores. Já no final de 1991 começa a funcionar o maior telescópio do mundo batizado de Keck e situado no Mauna Kea, um vulcão adormecido do Havaí.
Com 36 lentes de 2 metros de diâmetro, ele promete esmiuçar aquilo que, até agora, apenas se entrevê. "Junto com outros instrumentos ele vai localizar, identificar e estudar a época de formação das primeiras estrelas e galáxias", diz o pesquisador Frederick Gillet, dos Observatórios Nacionais de Astronomia Óptica. Estados Unidos. Há grande expectativa, também, com relação a três formidáveis satélites-telescópios que, apesar dos problemas com o Hubble, os americanos pretendem colocar em órbita até o final da década. O primeiro deles, designado pela sigla GRO, foi lançado no último mês de abril com a meta de elaborar a mais ampla investigação celeste na faixa dos raios gama, a mais energética forma de radiação eletromagnética (uma partícula, ou fóton, de raio gama transporta 10 000 vezes mais energia que uma partícula de luz).
Em 1997 está programado para voar o AXAF, capaz de enxergar fótons de raios X, um pouco menos energéticos que os raios gama, e em 1999 deve subir o SIRTF, especializado em captar radiação de calor. Nessa data também ficará pronto o Telescópio Muito Grande, que os europeus estão construindo no alto dos Andes chilenos. Ele deve o nome às quatro lentes de 8 metros cada uma, capazes de torná-lo mais potente que o Keck. A simples listagem dos instrumentos impressiona os mais experientes pesquisadores, como o americano John Bahcall, do Instituto de Pesquisa Avançada de Princeton. "A Astronomia terá uma década de novidades chocantes" admira-se Bahcall.
Poucos cientistas, atualmente, arriscam-se a dar traços precisos aos esboços que fazem sobre a origem das galáxias. Exemplo disso é um livro recém-escrito (ainda não editado em português) pelo teórico americano Tony Rothman, da Universidade Harvard. Rothman faz curiosa descrição do primeiro bilhão de anos da história cósmica. "Nessa era desbotada, os planetas ainda não tinham se formado e talvez nem mesmo as primeiras estrelas e galáxias. Os mais antigos quasares datam desse período, mas os astrônomos não esperam encontrar muitos deles em tempo mais recuado", resume o cientista. A expectativa, agora, inverteu-se. Aos poucos, reduz-se a imensidão que ainda separa o início dos tempos e os homens, que, 13 bilhões de anos mais tarde, se encantam com a perspectiva de reconstituir o mundo onde nasceram.

Corrida para o passado

A chave para se calcular a idade do Universo surgiu com o astrônomo americano Edwin Hubble, que, em 1929, percebeu-não sem espanto -que todas as galáxias do céu estavam se distanciando da Terra. Era como se todo o Cosmo estivesse se esticando e a conseqüência disso irrompeu como um clarão na mente dos cientistas. Se estavam se afastando, as galáxias deviam ter estado juntas, em algum momento do passado-desde então identificado com o início dos tempos. Mais do que isso, podia-se calcular o tempo que duas galáxias haviam demorado para afastar-se uma da outra: se dois corpos estão a 10 quilômetros um do outro e se afastam a 5 quilômetros por hora., conclui-se que estiveram lado a lado duas horas antes.
Não é fácil fazer essa conta ao lidar com o conjunto do Universo. Para se ter uma idéia, as galáxias mais distantes têm de se afastar mais velozmente, já que, para chegar à distancia em que estão, não podem ter demorado mais tempo que uma galáxia próxima, mais lerda. É justamente por isso que, se o tempo andasse para trás, todas as galáxias chegariam, ao mesmo tempo, a um mesmo ponto do espaço. Outra complicação: além de acompanhar o esticamento geral do Universo, as galáxias também se atraem sob ação da gravidade. Por esse motivo, muitas galáxias próximas, em lenta expansão, estão se aproximando, e não se afastando da Terra. Por outro lado, é difícil avaliar a distancia das galáxias muito afastadas.
Todas essas dificuldades, embora não impeçam seu cálculo, introduzem grande incerteza na idade do Universo: os cientistas, muitas vezes, assinalam apenas que ela se situa entre 10 bilhões e 20 bilhões de anos. As mais aprimoradas estimativas apontam para o tempo de 13 bilhões de anos, mas ainda se trata de um número provável. Não é definitivo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mundo de Ferro e Fogo - Planetas



MUNDO DE FERRO E FOGO - Planetas




A forma dos mundos próximos do Sol - a Terra inclusive - pode ser o resultado de um colossal brilhar cósmico, cujas regras estão, agora, sendo testadas em Mercúrio

Em novembro de 1973, exatos dois anos depois da entusiasmante visita da sonda americana Mariner 9 a Marte, partiu para o espaço sua sucessora, a Mariner 10, com destino a Mercúrio. A sonda aproximou-se com cuidado: nessa região, a pouco mais de 50 milhões de quilômetros da imensa massa solar, a força gravitacional é particularmente intensa e a viagem equivale a seguir uma trilha à borda de um precipício. Nenhum acidente de percurso, porém, perturbou a sonda, que em pelo menos três ocasiões conseguiu sobrevoar de perto o pequeno astro, o suficiente para ver o desolado cenário de luz intensa e sombra profunda, característico de sua superfície. 

Muito pouco se sabia sobre o tipo de mundo gerado nas condições excepcionais de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, o mais denso de todos e o menor, depois do longínqüo Plutão. O sucesso da expedição, em vista disso, consistiu em reunir, pela primeira vez, peças importantes de um quebra-cabeças ainda hoje não solucionado. Em poucas palavras, trata-se de descobrir as leis que governam o nascimento dos quatro planetas ditos de tipo terrestre: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Situados entre o Sol e o cinturão de asteróides, esses mundos diferenciam-se dos outros por serem quase inteiramente constituídos de  partes sólidas, com exceção dos mares e da atmosfera. Em contraposição, os corpos externos, além de Júpiter, são gigantescas esferas gasosas, dotadas de um núcleo sólido relativamente pequeno. 

Em seu grupo, Mercúrio destaca-se por conter mais ferro que qualquer outro mundo. Sua superfície, de fato, é pouco mais que um glacê de bolo - uma fina camada de minerais rochosos, abaixo da qual há um amálgama de ferro equivalente a dois terços da massa total do planeta. Em comparação, a Terra contém dois terços de rochas e apenas um terço daquele metal, receita essa seguida de perto por todos os outros membros do grupo. Não há explicação para essa composição especial e, duas décadas após o vôo da Mariner, sua importância cresceu a ponto de incentivar idéias mirabolantes.Como a das colisões colossais entre os mundos, cujos resultados estão longe de ser conclusivos, mas constituem uma maneira inteiramente nova de investigar o passado. Sua estratégia, traçada há cerca de cinco anos pelo pesquisador George Wetherill, do Instituto Carnegie, de Washington, Estados Unidos, consiste em simular, em computador, o que acontece quando 10 bilhões de planetóides, de apenas alguns quilômetros de diâmetro, reúnem-se num vórtice à volta do Sol. Seriam embriões de planetas, a matéria-prima com a qual modelou-se o sistema solar.Num primeiro momento, a despeito de serem repetidas as colisões entre esses corpos, elas ocorrem a baixa velocidade e por isso não são destrutivas. Em vez disso, tendem a soldar os pequenos corpos entre si, fazendo-os tomar a dimensão de verdadeiros planetas. Apenas então, a grande massa dos corpos faz com que eles se atraiam com força considerável, o que leva a muitas colisões violentas e destrutivas. Depois de muitos cálculos, o computador apresentou um curioso veredicto. Durante a gênese eletrônica, surgem dois mundos que bem poderiam ser a Terra e Vênus, pois têm a massa e a posição adequadas-comparáveis à massa e à posição dos planetas reais.Em compensação, de acordo com os cálculos o sistema solar poderia conter pelo menos catorze planetas com características análogas às de Marte e Mercúrio (vinte vezes mais leve que a Terra). E isso, pelo menos por enquanto, encerra as possibilidades de análise por computador, isto é, não adianta prosseguir com os cálculos, pois há um equilíbrio entre colisões destrutivas e construtivas e o aspecto do sistema solar já não se altera com o tempo. Apesar disso, imagina-se que as colisões, de alguma forma, tenham prosseguido, no passado. Nesse caso, é possível avançar mais um pouco na investigação-e verificar, por exemplo, se um planeta predominantemente rochoso poderia acabar perdendo os minerais mais leves. O computador, portanto, foi novamente acionado, desta vez para estudar um choque entre dois dos corpos semelhantes a Mercúrio, gerados pela simulação anterior. Com o detalhe de que ambos seriam compostos principalmente por rochas, no início. 

Para alegria dos pesquisadores, depois de feitas todas as contas, restou da catástrofe um único mundo de ferro, tal como o verdadeiro Mercúrio. De acordo com os defensores dessa teoria ela tem a vantagem de propiciar uma grande interação entre os corpos primitivos do sistema solar, já que as colisões misturam os ingredientes dos quais eles são leitos. Nas teorias mais convencionais, em vez disso, a força dominante é o calor do Sol.As rochas de Mercúrio por exemplo, podem ter sido simplesmente vaporizadas pelo tórrido hálito solar. Sua temperatura, atualmente já é extremamente alta-supera os 400 graus Celsius, o bastante para liquefazer o chumbo. Imagine-se, então, o que leria ocorrido no passado, quando a energia térmica à sua volta media-se na escala dos 3000 graus. Alguns cientistas propõem que tal fluxo de calor tenha sido capaz de desbastar as camadas mais superficiais do planeta, que conseguiu reter apenas certos metais, a exemplo do ferro, e os agregados mais densos de rocha.Seja como for, no estágio atual dos conhecimentos, nenhuma teoria pode explicar todas as particularidades de Mercúrio. Uma das mais intrigantes é seu forte campo magnético, descoberto pela Mariner 10. Pode-se entender o problema por meio de uma comparação com a Terra, cujo núcleo é formado por uma grande esfera de metal fluído, permeado de partículas eletrizadas. Nesse caso, a rotação desse material subterrâneo acaba gerando uma espécie de bobina ou eletroímã gigante. São essas bobinas que geram o campo magnético terrestre, conhecido desde a Antiguidade por sua ação sobre as bússolas. Em Mercúrio, no entanto, as coisas não são tão simples, pois ele não parece contar com um núcleo metálico fundido.Se esse núcleo existisse, seu calor deveria escapar gradualmente do interior do planeta Mas a energia emitida por Mercúrio consiste, simplesmente, em energia captada do Sol e devolvida para o espaço. Essa, pelo menos, é a conclusão dos astrônomos Jack Burns e Michael Ledblow, da Universidade do Estado do Novo México, Estados Unidos. Suas imagens mostram também dois intrigantes focos de calor na superfície do planeta-manchas de alta temperatura, circunscritas a duas regiões diametralmente opostas. Sua causa pode ser o esdrúxulo movimento orbital de Mercúrio, cujo dia é quase tão longo quanto o ano, pois completa seu giro em torno do Sol em apenas 88 dias terrestres, mas dá uma volta em torno de si mesmo num período equivalente a sessenta dias terrestres. O resultado é que, durante toda a primeira metade do ano, o planeta expões ao Sol apenas uma de suas faces, que fica superaquecida. Depois, é a vez da outra face, e assim por diante. Em vista disso, o solo mercuriano é um fenômeno à parte.À noite, depois de tantos dias mergulhado na escuridão, o termômetro cai para 40 graus negativos, mas, a 1 metro abaixo da superfície, ainda alcança 40 graus positivos. É difícil imaginar os fenômenos que tais condições podem gerar, mas os cientistas começam a desvelar os primeiros detalhes. É admirável, por exemplo, que a baixa gravidade mercuriana possa reter atmosfera, inclusive porque os gases aquecidos têm mais força para escapar.No entanto, os dados da Mariner 10 já haviam denunciado, pelo menos, uma levíssima brisa sobre o solo ardente, composta de hidrogênio, oxigênio e hélio. Agora, há sinais também de sódio e potássio, substâncias que, na Terra, formam minerais sólidos. É o caso do cloreto de sódio, ou sal de cozinha. Em Mercúrio, porém, esses minerais esfumam- se em vapores, talvez em virtude do forte magnetismo concentrado nas regiões polares. Infelizmente, não há viagens programadas para Mercúrio, em futuro próximo. Isso faz pensar que ainda será preciso esperar bastante tempo até que se tenha uma idéia mais aproximada sobre o pequeno recanto do Cosmo onde o homem surgiu e vive. 

Infância Atribulada

Quase vinte vezes mais leve que a Terra, Mercúrio pode nunca ter acumulado grande quantidade de massa . Mas pode ter perdido parte de sua massa original na infância. Teoriza-se que as rochas superficiais teriam sido vaporizadas  pelo vento solar, que então soprava a uma temperatura de 3 000 C. Uma teoria alternativa diz que a perda ocorreu durante fenomenal colisão 


Piruetas no espaço curvo

Por estar muito perto da vasta massa solar, Mercúrio sofre um pequeno mas significativo desvio nas curvas do espaço, previsto pelo alemão Albert Einstein. Tornou-se, assim, o seu primeiro teste da Teoria da Relatividade. Einstein conta que cambaleou ao aplicar suas equações a um fenômeno real e obter um número bem próximo do efetivamente observado. O problema é que os planetas seguem um trajeto fixo no espaço - sua órbita, que tem a forma de uma elipse. Mas a órbita de Mercúrio muda com o tempo - seu ponto mais próximo do Sol gira lentamente, a uma taxa aproximada de 100 quilômetros por ano. Como a órbita completa mede 350 milhões de quilômetros, tem-se uma idéia de quanto o desvio é pequeno.