Mostrando postagens com marcador magico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador magico. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Teslamania, uma homenagem ao inventor muito à frente de sua época


Teslamania, uma homenagem ao inventor muito à frente de sua época


Costuma-se dizer que o extraordinário inventor Nikola Tesla nasceu na época errada, ou que o século XX não estava preparado para ele. E essas afirmações parecem estar corretas, uma vez que sua figura, fundamental na história do progresso da civilização, foi menosprezada, ou, até mesmo, ocultada durante o século passado, tendo agora uma projeção mundial de grandes proporções.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Cético - O Caçador de Paranormais - James Randi

O CÉTICO: O CAÇADOR DE PARANORMAIS



O cético James Randi, 76 anos, canadense radicado nos Estados Unidos, ganha a vida desmascarando, planeta afora, tudo o que acredita ser engodo, incluindo supostos médiuns e santos que choram sangue. Ex-mágico, ele usa seu conhecimento para revelar os truques que existem por trás de fenômenos tidos como inexplicáveis. Sua intenção é mostrar para as pessoas que elas estão sendo enganadas. Randi considera a paranormalidade uma "pseudociência". Escreveu nove livros para propagar o "conhecimento científico" e já fez palestras em universidades renomadas, como Harvard, Yale, Princeton e Oxford.

Sua carreira de "caçador de paranormais" deslanchou nos anos 70, quando desmascarou o israelense Uri Geller, o homem que conquistara fama internacional por dobrar colheres e consertar relógios com o "poder da mente". Ao vivo na TV, Randi reproduziu os truques de Geller, demonstrando que tudo não passava de ilusionismo. Em 1996, já então conhecido como "O Incrível Randi", o ex-mágico criou a James Randi Educational Foundation e, por meio dela, lançou o "Desafio de 1 Milhão de Dólares". Esse é o valor do prêmio que oferece a quem provar possuir qualquer poder paranormal ou sobrenatural - até hoje, ninguém chegou perto de levar essa bolada.

Em 2002, Randi desafiou o brasileiro Thomaz Green Morton, que diz verter perfume das mãos e "energizar" e curar pessoas. Randi ofereceu 1 milhão de dólares para Morton demonstrar suas habilidades sob condições controladas. Morton aceitou o desafio, mas nunca apareceu para provar seus poderes. "É um charlatão de primeira grandeza", afirma Randi. Na entrevista a seguir, que concedeu de seu escritório em Fort Lauderdale, na Flórida, Randi lançou um desafio para outro brasileiro em evidência no exterior: o médium João de Deus.



Por que o senhor afirma que a paranormalidade não passa de uma "pseudociência"?

Porque é algo que apenas aparentemente é científico. Ela usa os termos, as expressões e até o processo de pensamento da ciência real. Mas não é ciência porque não é passível de teste, porque não há formas de ser provada. Toda boa ciência pode ser testada. Assim, pode-se provar que ela está errada, quando realmente estiver.



Se fenômenos paranormais não existem, por que tanta gente acredita neles?

É a vontade delas, na maior parte das vezes. Elas querem que esses fenômenos sejam verdade. Por isso, são suscetíveis a acreditar neles. Se aparece alguém que alega ser paranormal ou médium e dá um motivo extra para essas pessoas acreditarem no fenômeno, aí elas mergulham na mentira. Infelizmente, as coisas são assim. Digo para as pessoas: se vocês acham que tal fenômeno é verdadeiro, me dêem as evidências e eu vou checar. Por isso ofereço 1 milhão de dólares. Minha atitude é bem clara.



O senhor acredita em intuição?

Sim, mas o poder da intuição está baseado em fatos, não no sobrenatural. Ela é resultado de nossos instintos e está permanentemente ligada em nosso cérebro, não se desliga nunca. Temos a intuição de evitar lugares altos e barulhos fortes demais. Não precisamos aprender essas coisas. Simplesmente nascemos com elas.



O senhor já desmascarou algum brasileiro?

Ah, sim. O Thomaz Green Morton, que é um charlatão de primeira grandeza. Ele ficava dizendo que tinha os mais estranhos poderes, mas, quando o negócio era provar, ele não falava absolutamente mais nada. Oferecemos o prêmio de 1 milhão de dólares e ele fez o maior estardalhaço, mas não fez nada para provar seus poderes.



A rede de televisão ABC transmitiu em fevereiro um especial sobre o médium brasileiro João de Deus (leia mais sobre ele na página 48). O senhor assistiu?

A ABC fez um programa longo com ele, numa série chamada Primetime Live. Eles me entrevistaram, fiquei um tempão em frente às câmeras, mas não usaram quase nada, provavelmente porque não ouviram de mim o que queriam. Eles queriam que eu falasse coisas positivas sobre João de Deus, e eu não disse. Suas demonstrações de mediunidade são truques muito velhos. Os mágicos têm feito isso por muito, muito tempo.



Que tipos de truques João de Deus utiliza?

Ele usa truques psicológicos e também alguns físicos. Usa instrumento de metal e o enfia no nariz das pes-soas. Esse tipo de truque era feito na Índia. O objeto entra numa determinada cavidade muito estreita que há no nariz que não causa dano algum. Não tem nenhum mistério. Qualquer um pode fazer isso. Mas as pessoas ficam impressionadas quando vêem a performance. Há outros "fenômenos" que chamam a atenção da mídia, como cortar a pele das pessoas sem causar dor. Mas ele corta a pele em locais pouco ou nada sensíveis à dor. De qualquer forma, meu "Desafio de 1 Milhão de Dólares" está aberto para ele.



O senhor afirma que os fenômenos ditos paranormais causam danos às pessoas. Como assim?

Eles provocam danos psicológicos, financeiros e emocionais. As pessoas que aceitam e acreditam nessas coisas acabam dependendo delas. E, assim, dependem de coisas que não são reais. Eles causam danos às pessoas à medida que elas acabam se afastando do mundo real. E isso é muito perigoso.



Quantas pessoas se inscreveram até o momento para o "Desafio de 1 Milhão de Dólares"?

Até agora, candidataram-se 301 pessoas no total. Mas nenhuma delas passou sequer nos testes preliminares. E olha que o teste preliminar é muito mais fácil do que o teste final.



Como funciona um teste preliminar?

Nele, a pessoa tem apenas de mostrar o que ela diz que pode fazer. Se você vier ao meu escritório e afirmar que é capaz de voar com seus próprios braços, vou, então, levá-la até a janela e lhe pedir que faça uma demonstração. É simples assim. A pessoa nos diz o que pode fazer e sob quais circunstâncias. Mas, na hora de mostrar, ninguém mostrou até hoje.



O senhor já teve contato com algum suposto paranormal que o tenha feito pensar: "Esse cara é bom"?

Nunca. Até hoje não conheci ninguém que tenha me impressionado. Odeio ter de dizer isso, mas é verdade. Gostaria de poder falar: "Oh, esse cara quase me pegou". Mas já andei pelo mundo todo e vi de tudo. Tenho 76 anos hoje e acho que já vi tudo o que as pessoas podem me oferecer nesse sentido.



Muitos alegam que os fenômenos ditos paranormais acontecem apenas de forma involuntária, independentemente da vontade da pessoa. Isso não impede que eles sejam testados de forma controlada, com hora marcada, num laboratório?

Tudo o que posso dizer é que, se for assim, nós simplesmente não podemos testá-los. E, portanto, não são científicos. Se os fenômenos são espontâneos, como poderemos fotografá-los, se eles acontecem independentemente da vontade? O que você tem de entender é que coisas espontâneas acontecem com as pessoas a todo momento. Elas têm sonhos, por exemplo, de que algo vai acontecer e às vezes acontece mesmo, do jeito que elas sonharam. Mas quantos milhares e milhares de sonhos essas pessoas tiveram antes e que não aconteceram? As pessoas têm de perceber que coincidências irão acontecer na vida delas o tempo todo e isso nada tem de paranormal.



O senhor disse algumas vezes que a maioria das pessoas que alegam ter poderes paranormais não é charlatã. Elas realmente acreditam ter os poderes que dizem ter. Essas pessoas também representam um perigo para a sociedade?

Claro que sim. Embora não tenham a intenção, essas pessoas estão propagando a mentira. Qualquer falsa informação é perigosa. E muita gente tem uma falsa impressão sobre o mundo.



O senhor é 100% cético ou admite, ao menos em teoria, que podem existir fenômenos paranormais, ou fenômenos que a ciência não pode explicar?

São duas coisas diferentes: o inexplicável e o não explicado. Por exemplo: eu não posso explicar a Sophia Loren. Ela está muitíssimo bem naquela idade. Não sei como consegue. Mas isso não quer dizer que o fenômeno não possa ser explicado.



Afinal, o senhor quer provar para todos que o sobrenatural existe ou que não existe?

Sobrenatural é algo que não conta com uma explicação na natureza. Há muitas coisas não explicadas que podemos observar. Mas insisto neste ponto: isso não quer dizer que elas sejam inexplicáveis. Acredito no que é explicável. Há muitos mistérios em nossa vida e eles não a tornam sobrenatural.



Que mistérios existem na vida?
Há muitos mistérios na vida. Por exemplo, de onde vem a fonte de sal no oceano é apenas um deles. Nós não sabemos de muitas outras coisas. Aliás, a ciência compreende apenas uma pequena parte do universo. Mas a ciência cresce a cada dia. Estamos a cada dia descobrindo coisas novas. E é nosso dever aceitar as coisas que a ciência explica.

Fraudes - Me engana que eu gosto.

FRAUDES: ME ENGANA QUE EU GOSTO


A suspeita de fraude sempre rondou os fenômenos ditos paranormais. Algumas histórias causaram comoção em suas épocas, antes de serem desmascaradas. Um dos episódios mais célebres foi um verdadeiro - ou melhor, um fictício - conto de fadas e envolveu duas meninas inglesas, Elsie Wright, de 16 anos, e sua prima Frances Griffiths, de 10. Em 1917, elas garantiram ter visto pequenas fadas, com 10 centímetros de altura, em um lugarejo chamado Cottingley Glen, pequeno pântano cercado de árvores, onde costumavam brincar. Contaram a história ao pai de Elsie, que não acreditou. As meninas resolveram, então, pegar emprestada a câmera fotográfica dele e "provar" com fotografias.

Elas obtiveram duas imagens. A primeira mostrava um grupo de pequenas mulheres com asas de borboleta dançando à frente de Frances. Na outra, era Elsie quem brincava com um gnomo. A história correu o país e ganhou um defensor famoso: o escritor Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes. Espiritualista "fanático", ele não hesitou em tratar as aparições das fadas como autênticas, ignorando falhas evidentes nas imagens. A primeira foto, por exemplo, mostra quatro fadas dançando e tocando flautas. No fundo aparece uma cachoeira borrada, indício de que a foto foi feita com uma velocidade lenta do obturador. Se estivessem em movimento, as fadas também deveriam aparecer borradas na foto, certo?

Ao longo das décadas seguintes, as protagonistas da história deram explicações evasivas sobre as curiosas imagens. Até que Elsie, já idosa, admitiu ter desenhado as fadas inspirada nas ilustrações de um livro infantil. Assim como a prima, no entanto, ela continuou afirmando que ambas realmente viram fadas, só não tinham como provar - daí a idéia de forjar as imagens.



Ruídos do outro mundo

Em 1848, duas irmãs que viviam em um lugarejo próximo a Nova York - Kate, de 11 anos, e Margareth, de 13 - começaram a relatar a ocorrência de barulhos estranhos no quarto delas. E o mais incrível é que ambas conseguiam se comunicar com os ruídos, atribuídos ao fantasma de um comerciante que vivera na mesma casa, para a qual a família Fox havia se mudado no ano anterior. Era assim: as meninas batiam palmas e o espírito "respondia" com estalos. A história se espalhou rapidamente e logo atraiu todo tipo de curiosos. O caso foi investigado sem que ninguém pudesse classificá-lo como fraude: os ruídos pareciam mesmo vir do além.

Quatro décadas se passaram até que Margareth decidiu confessar a fraude - e o fez em uma demonstração pública, presenciada por dezenas de espectadores, em 1888. Ela revelou que os ruídos eram resultado de uma estranha habilidade das irmãs: estalar as juntas dos dedões dos pés, que se mexiam quase imperceptivelmente.



Truques do homem do "rá!"

O mineiro Thomaz Green Morton, o homem do "rá!" (seu grito "energizante"), ficou famoso nos anos 80 como um paranormal capaz de produzir luzes, entortar talheres e fazer perfume brotar das mãos, poderes que teria desenvolvido aos 12 anos, depois de ser atingido por um raio enquanto pescava. Aclamado por alguns como o "maior paranormal do mundo", ele atraiu uma legião de personalidades para o seu sítio em Pouso Alegre (MG). Gal Costa, Elba Ramalho, Ivo Pitanguy, Baby Consuelo e Sérgio Reis estavam entre os que não hesitavam em testemunhar sobre as façanhas do guru. No auge da fama, consta que ele chegou a cobrar 20 mil dólares por cinco dias no seu sítio para "tratamento de energização".

Hoje, estudiosos de fenômenos paranormais não têm dúvida de que Morton não passa de um ilusionista - e nem é dos melhores. "Ele é uma farsa", afirma o psicólogo Wellington Zangari, coordenador do Inter Psi (Grupo de Estudo de Semiótica, Interconectividade e Consciência), ligado à PUC de São Paulo. "Morton diz ter todos esse poderes, mas jamais conseguiu demonstrá-los a pesquisadores com conhecimento de ilusionismo e prestidigitação", diz Zangari.

Morton já foi flagrado diversas vezes, inclusive em frente às câmeras. Uma das imagens o mostrou em volta de uma mesa com amigos, segurando um garfo quebrado. Enquanto pedia aos presentes que dissessem um número de 0 a 100, ele buscou embaixo da mesa um talher já colado - em câmera lenta, o movimento era claro. De repente, gritou o famoso "rá!" e deu o garfo colado a quem supostamente teria acertado o número.

Em outra ocasião, um flash de máquina fotográfica escondido embaixo da mesa disparou antes da hora, revelando o truque usado para produzir os fenômenos luminosos. Morton ficou visivelmente desconcertado e tentou atrair a atenção dos presentes para outro ponto, afirmando que a luz havia vindo de lá. Houve também a cena em que ele passou um punhado de moedas de uma mão para a outra e exibiu, ao final, uma das moedas dobradas - o problema é que na mão de origem havia oito moedas e na mão de destino apareceram nove.

Apesar das evidências, ainda há quem consiga encontrar fatos inexplicáveis relacionados aos supostos poderes de Morton, como, por exemplo, a protuberância na testa que parece se inchar de vez em quando. "Isso pode ser feito com um sistema simples de sucção, como aquelas bombas usadas para extrair leite materno, ou pela utilização de alguma substância química que produza reação alérgica", diz Zangari. Para dar uma última oportunidade a Thomaz Green Morton - que anda um tanto recluso já faz algum tempo -, Zangari lança um desafio público: que ele se submeta a testes na sede do Inter Psi, com a presença de jornalistas e de equipes de TV.



Dois nomes, duas fraudes

A francesa Marthe Béraud iniciou sua "carreira" de médium em 1906, aos 19 anos. Após a morte do noivo, filho de um influente general, ela foi viver com os ex-futuros sogros na Argélia. Lá começou a se dizer capaz de materializar um fantasma. Nas apresentações, que atraíam representantes da alta sociedade, a figura de um homem com uma densa barba negra - e ostentando um turbante - surgia entre as cortinas que separavam Marthe da platéia. A aparição dizia se chamar Bien Boa, um hindu que teria vivido mais de 300 anos antes. Apesar dos detalhes quase cômicos (certa ocasião, a longa salva de palmas acompanhada de gritos de "bravo!" fez Bien Boa reaparecer de trás das cortinas para reverenciar o público), a credibilidade das apresentações só ruiu quando um cocheiro árabe chamado Areski revelou que era ele quem fazia o papel do hindu. Um alçapão oculto seria o truque para entrar em cena. Os defensores de Marthe alegaram que Areski estava mentindo para se vingar por ter sido demitido. De qualquer forma, a denúncia obrigou Marthe a sair temporariamente de cena.

Alguns anos depois, Marthe reapareceu em Paris, ostentando então o nome Eva Carrière - ou, como gostava de ser chamada, Eva C. As aparições de Bien Boa deram lugar a uma nova habilidade: materializar imagens de rostos humanos. Em processos novamente realizados em ambientes escondidos por cortinas, as imagens surgiam grudadas no pescoço ou no cabelo de Marthe. As fotografias das sessões de Eva C. causaram sensação no período entre 1909 e 1913. Aos olhos de hoje, contudo, soam até ingênuas - as "materializações" eram visivelmente feitas de papel amassado.

A fraude de Eva C. começou a ser desmascarada quando alguém notou que os rostos eram muito parecidos com os de fotos publicadas na revista Le Miroir, grosseiramente retocadas. Mesmo com todas as evidências, seus defensores ensaiaram uma explicação: ela era leitora assídua da revista e isso teria influenciado o seu dom paranormal.



O fantasma de Columbus

Em 1984, alguns fenômenos estranhos - ruídos inexplicáveis, objetos que caíam sozinhos, móveis que se arrastavam pelo chão - começaram a ocorrer na casa de Tina Resch, uma adolescente de 14 anos de Columbus, no estado americano de Ohio. A imprensa passou a cobrir o caso, logo chamado de "O poltergeist de Columbus" - em alusão ao filme Poltergeist, que fizera sucesso dois anos antes. Com a casa dos Resch cercada por jornalistas, a câmera de uma equipe de TV captou por acaso uma cena em que Tina gritava com horror ao ver um abajur se espatifar no chão. Parecia que o objeto tinha caído sozinho, mas a imagem mostrava que, na realidade, a garota havia discretamente puxado o fio do abajur.
A descoberta da fraude revelou um drama familiar. Tina era adotada pelo casal John e Joan Resch e quis chamar a atenção da mídia para encontrar seus pais verdadeiros. A história teve um final triste. Os verdadeiros pais de Tina nunca apareceram. Antes de fazer 20 anos, ela se envolveu com um rapaz e engravidou. Em 1992, a pequena Amber, de 3 anos, foi encontrada morta com vários ferimentos na cabeça. As investigações incriminaram Tina e, em 1994, ela foi condenada à prisão perpétua.