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segunda-feira, 17 de junho de 2024

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Peixe-leão - Espécie invasora venenosa aparece no litoral do Brasil e causa preocupação

Peixe-leão - Espécie invasora venenosa aparece no litoral do Brasil e causa preocupação

Um pescador foi hospitalizado após ter sido ferido pelos espinhos do animal.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Pescador encontra peixe mutante próximo à Fukushima


Pescador encontra peixe mutante próximo à Fukushima


O acidente da estação nuclear de Fukushima, em março de 2011, é considerado o mais grave desastre nuclear desde Chernobyl. A contaminação do ar alcançou vários países da Europa e uma grande quantidade de material radioativo chegou às águas do litoral leste do Japão. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Empresa da Califórnia cria um vaso sanitário que também é um aquário para peixes


Empresa da Califórnia cria um vaso sanitário que também é um aquário para peixes


Quem está reformando e quer alegrar um pouco o menor cômodo da casa agora tem uma nova opção –um novo vaso sanitário que também serve como aquário. 
O "Fish'n Flush" (algo como “Peixe e Puxe”) é uma caixa d’água para vaso sanitário feita com material transparente em duas peças: um aquário montado ao redor de uma caixa de descarga tradicional.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Será que o megalodon ainda poderia existir na Terra?


Será que o megalodon ainda poderia existir na Terra?


Você já deve ter ouvido falar no megalogon, um tubarão pré-histórico gigante que apavorava os mares com seus mais de 15 metros de comprimento e mandíbulas repletas de “dentinhos” medindo entre 8 e 18 centímetros aproximadamente. Essas criaturas monstruosas habitaram o nosso planeta há cerca de 28 e 1,5 milhões de anos atrás e desapareceram durante o Pleistoceno.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Garanta um futuro bem nutrido - Saúde


GARANTA UM FUTURO BEM NUTRIDO - Saúde


Sais minerais e vitaminas evitam doenças sim. Mas não há provas de que possam curar males já existentes ou atenuar sintomas. O ideal é comer frutas e vegetais desde a juventude e muitas vezes apelar para suplementos com a supervisão de um especialista em Medicina Ortomolecular, área que reúne cientistas  da  pesada, apesar de muita gente ainda torcer o nariz.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Os peixes vão morrer de inveja - Esporte Hi-tech


OS PEIXES VÃO MORRER DE INVEJA - Esporte Hi-tech


Profundidade: 25 metros. Pressão: 4 atmosferas. Reserva de ar: 10 minutos. Tempo de submersão: 22 minutos. Respiração: normal. O mergulhador desvia os olhos do computador de pulso e conclui: hora de voltar à superfície. Antes, porém, dá outra espiada no aparelho. A máquina sugere uma parada de 3 minutos a 5 metros da superfície. Basta seguir a orientação e tudo dará certo. 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Macho, mas por pouco tempo - Natureza

MACHO, MAS POR POUCO TEMPO - Natureza


Um peixe-palhaço, do gênero Amphiprion, é macho, mas só por tempo limitado. Sua missão natural é crescer - ele mede oito centímetros - e virar fêmea. Dez por cento das espécies de peixes trocam de sexo uma vez na vida. Passam de macho a fêmea ou vice-versa, em um processo que leva algumas semanas para se completar. A inversão ocorre quando a proporção entre os dois sexos sofre algum desequilíbrio. Com ela, a espécie se defende. Aumentam as chances de ocorrer encontros reprodutivos bem sucedidos.

sábado, 1 de março de 2014

16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - MARÇO DE 2014


16 DOCUMENTÁRIOS INDICADOS - MARÇO DE 2014


01-As Mais Estranhas Formas de Morrer-CUSPE DA MORTE
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais. Cada episódio desta série apresenta três das mortes mais estranhas da história, explicadas pela ciência.


02-Gigantes da Indústria-A Nova Máquina
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America - Ep. 08
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Um jovem engenheiro chamado Henry Ford está trabalhando em uma invenção, um carro movido à gasolina a preços acessíveis para a classe média. Ele consegue um patrocínio e desenvolve uma novidade: a linha de montagem.


03-Gigantes da Indústria-Encontrando Petróleo
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Enquanto as luzes de querosene iluminam as noites no país, a demanda por petróleo alcança o seu pico mais alto e Vanderbilt entra em contato com John Rockefeller, um jovem petroleiro empreendedor de Ohio, para desenvolver um combustível bom para seus trens.


04-Gigantes da Indústria-Começa Outra Guerra
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Em uma cruzada para reconstruir uma nação destruída pela Guerra da Secessão, Cornelius Vanderbilt é o primeiro a ver a necessidade de união e assim recuperar a sua posição no mundo. Ele vende sua empresa de transporte para investir tudo em estradas de ferro, na certeza de que seria a melhor estratégia para conectar o Leste e o Oeste dos Estados Unidos, como nunca havia sido feito antes.


05-DESESPERO NÃO AJUDA EM NADA!!!
Desespero não ajuda em nada!!!


06-20 MELHORES JOGOS DO MSX - 30 ANOS
Confira e mate a saudade...


07-Perigo-Receitas Venenosas-Peixes
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Na Ásia, chefs e clientes pagam caro para flertar com a morte. Neste episódio, conheça a fascinação bizarra por peixes venenosos.


08-Gigantes da Indústria-Tomando Posse de TudoDocumentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America: Season 1 - Ep. 06
Elenco: Eric Rollan, Alex Falberg
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Com uma contribuição em dinheiro de Morgan, é criada a Edison Electric Company, que começa a levar energia elétrica às casas de Nova York. Mas Nikola Tesla aparece, com uma tecnologia diferente, e nasce uma grande rivalidade.



09-Anos 80-A Droga do Momento
Séries / Cultural
Nome Original: Masters of The Universe: Season 1 - Ep. 04
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Com o mantra "a ganância é boa", Gordon Gekko deixa os anos 80 encapsulados com seu anseio pelos excessos e sua ambição impiedosa em "Wall Street", de Oliver Stone, enquanto grandes comerciantes espelham seu notável mau comportamento com uso das drogas na vida real.


10-Segredos da Bíblia - Apocalipse
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Tsunamis, terremotos, guerra e desastres estão à nossa espreita. Será que eles representam o "Fim dos Dias" conforme profetizado na Bíblia? Será que o Apocalipse está realmente próximo? Alguns dizem que sim. Não apenas religiosos, mas políticos, estudiosos da bíblia, pesquisadores e empresários. Este episódio explora as profecias sobre o fim do mundo e as compara com as mais recentes descobertas científicas. Será que o "Apocalipse" é apenas uma descrição poética do Século I sobre um estado religioso interno, como alguns teólogos alegam, ou é a profecia do caos iminente que todos nós teremos de enfrentar?


11-Indestrutíveis-Atropelamento
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Dayton, Ohio, 23 de maio de 2004. Começa um típico dia de primavera para o cidadão Dayton Scott Tegtmeyer, que caminha em direção ao centro da cidade. De repente, algo terrível acontece. Dois veículos se chocam em um cruzamento e um deles voa em direção a Scott. Sem tempo para escapar, Scott se torna o alvo humano de um carro de mais de uma tonelada que voa pelos ares e o atinge no solo. As testemunhas têm certeza que o impacto devastador custou sua vida. O terrível acidente é registrado por uma câmera de vigilância. O vídeo não deixa dúvidas: a chance de sobrevivência é praticamente nula. Com uma equipe de cientistas e especialistas em colisões, utilizamos as ferramentas mais sofisticadas para responder a questão: como alguém poderia sobreviver a um acidente do gênero? Investigamos os casos mais extraordinários envolvendo sobreviventes de colisões registradas em vídeo em todo o mundo, recriando os cenários letais em testes de igual proporção; e usamos tecnologia de ponta para determinar como Scott Tegtmeyer sobreviveu.


12-Gigantes da Indústria - Tomando a Casa Branca
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America: Season 1 - Ep. 07
Elenco: Michael Chmiel, Tim Getman, Eric Rolland, Adam Jonas Segaller
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Vanderbilt, Rockefeller, Carnegie e Morgan trabalharam livremente durante décadas, mas os políticos americanos estavam a ponto de intervir. Eles achavam que esses homens deveriam estar sob o controle do governo.


13-Gigantes da Indústria-Derramamento de Sangue
Documentário / Diversos
Nome Original: The Men Who Built America: Season 1 - Ep. 04: When One Ends, Another Begins
Elenco: Ed Schiff, Tim Getman, John C. Bailey, Tim Getman, John C. Bailey, Cary Donaldson
País: EUA
Ano: 2012
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Carnegie contrata Henry Frick, um personagem de moralidade duvidosa, para ajudá-lo a superar Rockefeller, e assim realizar sua vingança. A sociedade é promissora, mas Carnegie não sabe que Frick está muito longe de ter a capacidade para levar a obra adiante.


14-A História do Mundo-A Palavra e a Espada
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Este episódio mostra as revoluções espirituais que chocaram o mundo entre 300 a.C e 700 d. C. Visitando os Éditos de Ashoka em Vaishali, veremos como o príncipe se converteu ao budismo.


15-Desconstruindo-Nova York
Documentário / Diversos
Cor: Colorido
Classificação: Programa livre
Nova York é a mais incrível das cidades. É lar para milhões de pessoas e o símbolo verdadeiro do espírito dos EUA. Saiba como Nova Iorque passou de uma humilde colônia holandesa à cidade com a primeira ponte suspensa do mundo.


16-Mythbusters: Os Caçadores de Mitos: Missão - Expressões
Documentário / Diversos
Nome Original: MythBusters: Season 7 - Ep. 150
País: EUA
Cor: Colorido
Classificação: Programa permitido para menores acompanhados dos pais
Neste episódio que aborda expressões idiomáticas, os caçadores testam se é verdade que ficamos com os pés frios quando sentimos medo. E o que será que acontece quando se joga "caca" no ventilador?


ALBUM DE DOCUMENTÁRIOS:


www.publicadosbrasil.blogspot.com


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Terra, ar e mar - Ambiente


TERRA, AR E MAR - Ambiente


Certas regiões do mar, muito propícias ao crescimento do plâncton, tornam-se pastagens de peixes, de inestimável valor econômico. Em outras regiões, o confronto do continente com a massa oceânica é a chave das sutis engrenagens do clima e afeta as atividades humanas em escala global. São fenômenos colossais - que o homem nunca teve condições de conhecer ou vigiar até surgirem os satélites. Há 20 anos, eles colecionam imagens admiráveis, mas nesse período também mostraram como o planeta pode ser complicado e caprichoso. E como será difícil realizar o sonho de administrá-lo competentemente, de modo a antecipar mudanças, planejar o crescimento econômico, reparar erros já cometidos ou evitar danos futuros.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Fóssil de peixe é a mais antiga criatura com rosto já descoberta


Fóssil de peixe é a mais antiga criatura com rosto já descoberta


Pesquisadores chineses encontraram o fóssil de 419 milhões de anos impecavelmente preservado.

domingo, 4 de agosto de 2013

EUA divulgam imagem 'peixe monstro' fisgado há mais de 100 anos


EUA divulgam imagem 'peixe monstro' fisgado há mais de 100 anos


biblioteca do Congresso dos EUA divulgou na quinta-feira (1º) a imagem de um peixe enorme que foi fisgado pelo pescador Edward Llewellen há mais de 100 anos (Foto: Library of Congress/Reuters )

Edward Llewellen fisgou peixe Centropristis striata de 193 kg.
Fisgado em 1903 na Califórnia, peixe estabeleceu novo recorde.

A biblioteca do Congresso dos EUA divulgou na quinta-feira (1º) a imagem de um peixe enorme que foi fisgado pelo pescador Edward Llewellen há mais de 100 anos. A foto mostra Llewellen com um peixe da espécie Centropristis striata de 193 quilos, que ele fisgou em 26 de agosto de 1903 na ilha Catalina, no estado da Califórnia.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

Os Senhores das Trevas - Natureza


OS SENHORES DAS TREVAS - Natureza



Feios a não poder mais, dotados de lanternas orgânicas e com uma vida sexual incomparável, os peixes do fundo do mar mostram os extremos a que pode chegar a adaptação a um ambiente adverso.

No fundo do oceano, a 4 000 metros, onde a luz do Sol não desce e a temperatura média é de 2ºC, vicejam estranhas espécies de peixes escuros de aspecto horroroso aos olhos humanos, que fascinam porém os cientistas por sua adaptação à vida sob pressões praticamente insuportáveis, pouco alimento e reprodução difícil. São os peixes abissais, formas de vida extremamente peculiares. Alguns têm boca e estômago capazes de engolir e digerir presas com o dobro do seu tamanho. Nas condições do que talvez seja o mais inóspito dos ambientes, por sinal o maior habitat do mundo, muitos desses peixes desenvolveram sistemas orgânicos destinados a iluminar as trevas e atrair as presas: possuem luzes no próprio corpo, que acendem e apagam como lanternas quando necessário.
Na vastidão dos oceanos, os peixes abissais não encontram fronteiras naturais a sua circulação e assim se espalham dos trópicos até as regiões polares. Como não vive em cardumes, é normal que, ao encontrar uma companheira, um desses peixes não se arrisque a perdê-la. Em certas espécies, o macho virtualmente funde-se com a fêmea, transformando-se em um pouco mais do que um depósito de espermatozóides. Até meados do século passado, os cientistas negavam que houvesse vida no mar abaixo de 500 metros. Eles sabiam que, muito aquém da superfície, a água filtra as ondas vermelhas do espectro de luz, deixando visíveis apenas as combinações de verde e azul. Por isso, um mergulhador que cortar a mão a 100 metros de profundidade verá o sangue verde-escuro ou marrom. A 2 000 metros, a esmagadora pressão da água pode arrebentar um cilindro de mergulho. 
Explorando os domínios marinhos mais profundos, as missões de pesquisa acabaram descobrindo no entanto que os obstáculos da pressão e da escuridão não são intransponíveis para os peixes. Hoje se sabe que essa classe de vertebrados, a mais antiga que existe, vive em qualquer lugar onde haja água - dos tenebrosos abismos oceânicos até a superfície do mar aberto. "Não existe um limite de profundidade para a vida", assegura o ictiólogo José de Lima Figueiredo, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Há peixes que nadam a 300 ou 400 metros, mas também mergulham em profundidades de 4 000 metros ou mais ainda. Há cerca de vinte anos, os cientistas que estudavam um habitat submarino nas Ilhas Virgens, no Caribe, ficaram surpresos ao ver, numa noite escura, o que parecia um grupo de peixes piscando sem parar no meio de um recife de corais. Descobriu-se que eles pertenciam à família dos ceratióide, chamados pelos americanos lanterneye fishes (peixes-de-olho-de-lanterna) porque possuem embaixo do olho uma cavidade que abriga bactérias fosforescentes. Durante o dia, esses peixes mergulham a grandes profundidades. À noite, ausente a luz solar, sobem à superfície para se alimentar de plâncton, microorganismos que vivem em suspensão na água. Os cientistas observaram desde então que tais espécies inventaram sistemas próprios de iluminação absolutamente únicos. O Kryptophanaron, que vive nas águas do Caribe, tem sob os olhos uma cavidade que emite luz e que fica coberta por um tipo de persiana escura quando não deseja ser visto. Outras espécies, Anomalops e Photoblepharon, têm uma forma de haste com um farol na ponta, que projetam para frente e para trás da cabeça e também escondem embaixo do olho. O Pachystomias, um peixe predatório chamado peixe-dragão (dragonfish) faz jus ao nome. Não solta fogo, é claro, mas tem uma série de células fosforescentes espalhadas na boca, ao longo do corpo e debaixo do olho.
Muitos desses peixes nunca foram encontrados no Oceano Atlântico e não têm nomes vulgares em português. "Os peixes abissais não costumam cair nas redes dos pescadores e as missões científicas nacionais trabalham mais nas águas rasas da plataforma continental", explica Lima Figueiredo. Mesmo assim, existe no museu de Zoologia da USP um exemplar de peixe-dragão encontrado na costa do Rio Grande do Sul a cerca de 800 metros de profundidade. Possui o que os ictiólogos chamam barbilhão, um fio que sai por baixo da mandíbula do peixe, com um farol na ponta. Outra espécie conhecida, a dos Chauliodus, ou peixes víboras, tem uma haste que é uma extensão dos primeiros raios da nadadeira dorsal e também luzes dentro da boca para atrair a presa direto ao estômago.
Os dragões-pretos têm a peculiaridade de emitir luz vermelha. Como a maioria dos peixes não enxergam essa cor, tais membros da espécie Pachistomias microdon usam as suas lanterninhas vermelhas para se aproximar sem serem percebidos dos animais que lhes servirão de alimento. Outros peixes se distinguem pelos olhos projetados para a frente, o que lhes permite aproveitar toda a pouca luz existente. Estima-se que essas criaturas são capazes de enxergar no lusco-fusco de quinze a vinte vezes melhor do que os humanos. Os olhos tubulares do Argyropelecus, assim como do Sternoptyx, do Gigantura e ainda do Stylephora, sempre voltados para cima, enxergam contra luz que vem da superfície a silhueta de seus inimigos e da refeição em potencial. O Argyropelecus paciefiecus emite luz verde e azul na mesma intensidade da iluminação procedente da superfície; portanto tornam-se invisíveis. O habitat desempenha um papel importante na cor dos peixes. Os que vivem mais perto da superfície apresentam um tom azulado ou esverdeado, os que vivem no fundo são em geral escuros no dorso e nos lados. Os camarões das profundezas e os peixes da família dos Rondeletiidae são vermelhos porque essa cor não aparece nas águas abissais. Mas, além da cor, também a forma e a estrutura desses peixes são influenciadas pelo meio e pelo tipo de alimento. Muitos se dirigem à noite à superfície para apanhar plânctons, filtrando grandes quantidades de água através da boca e das brânquias, os órgãos da respiração. Outros, carnívoros, desenvolveram dentes avantajados, boca articulada e enorme estômago para o seu pequeno tamanho - finos e compridos, não crescem mais de 30 centímetros.
Os peixes da espécie Saccopharynx foto, parecidos com serpentes, têm a cabeça grande e uma boca que abre e fecha como uma tampa de lixo para engolir a presa. Há pequenos tubarões com grandes dentes embaixo da boca e pequenos em cima. São capazes de morder presas muito maiores do que eles próprios, arrancar um naco de carne do tamanho de metade de uma laranja e fugir deixando no lugar a marca feroz de sua boca. Nas profundezas do oceano, comer não é fácil nem freqüente; desse modo, a satisfação dessa necessidade depende muito do que sobra da produtividade da vida na superfície. A falta de alimento obriga os peixes a serem particularmente vorazes a qualquer momento: eles desconhecem a saciedade. Os Chiasmodon, peixes-pescadores, como são chamados, devoram presas duas ou três vezes maiores do que eles mesmos. As câmaras de controle remoto e, mais recentemente, os pequenos submarinos tripulados documentaram o frenesi das feiticeiras, espécie de enguias, dos isópodes (um grupo de crustáceos) e mesmo de tubarões quando a natureza provê um banquete constituído da carcaça de peixes grandes ou de baleias da superfície. O estômago dos peixes-pescadores se dilata e eles engolem caranguejos, moluscos e peixes avantajados com rapidíssimas dentadas. Os Melanocetus chegam a ter dentes na garganta para impedir que suas presas, tão arduamente caçadas, escapem enquanto estiverem sendo engolidas.
No mundo aquático, a reprodução costuma ser simples: quando chega o momento, basta que o macho e a fêmea soltem esperma e ovos na água para que, da combinação desses elementos, resulte a fecundação. Mas os peixes-pescadores de profundidade são relativamente raros e muito distribuídos por todos os oceanos. Estima-se que, para cada fêmea sexualmente amadurecida, existam de quinze a vinte machos. Portanto, não é de estranhar que vivam menos e tenham praticamente uma única função em toda a sua existência: encontrar uma fêmea e fertilizá-la. Estes solteirões afoitos têm olhos especiais para captar a luz das companheiras a distância. Supõe-se também que, dotados de grandes órgãos olfativos, sejam capazes de segui-las pelo feromônio, o cheiro que elas emitem nas correntes marítimas. Ao encontrar uma fêmea, o macho da espécie Linophryne inica, vinte vezes menor, a ela se liga pela boca. Seus corpos se fundem, a circulação torna-se comum aos dois e o macho fica reduzido à condição de escravo sexual - vivendo exclusivamente para produzir e armazenar esperma a serviço da companheira. Essa incrível simbiose atrai o interesse dos pesquisadores não apenas por tratar-se de uma exótica técnica de reprodução, mas porque talvez venha a ter grande utilidade nos negócios humanos - no tratamento da rejeição em transplantes. O sexo no fundo do mar não cessa de surpreender: em certos casos, a masculinidade ou a feminilidade é apenas uma questão idade. Entre os Gonostoma gracile, o indivíduo amadurece sexualmente como macho com 1 ano. Mas em dado momento do segundo ano de vida transforma-se em fêmea. Na família dos Paralepidídeos, os indivíduos são hermafroditas, com ovários e testículos ao mesmo tempo. Quando não encontram um parceiro, fecundam-se a si mesmos.
Os peixes abissais podem parecer grotescos, bizarros - alguns são imbatíveis em matéria de feiúra. Finos, pequenos, gelatinosos, não têm nenhuma armadura de proteção, como escamas e freqüentemente se desfazem quando estudados. Comendo pouco, gastam também pouca energia e nadam apenas o sabor das correntes. Tudo indica que seriam seres primitivos, que não evoluíram durante milhares de anos. Mas o ictiólogo americano Richard Rosemblatt, do Instituto Scripps de Oceanografia, na Califórnia, provou pela estrutura óssea que esses peixes estão no auge da evolução. Como outras espécies, que passaram a viver em praias rasas, ou em baías lamacentas, rios caudalosos ou lagoas, estas mudaram-se da superfície dos mares, seu habitat original, por motivos desconhecidos. Nos abismos profundos onde foram parar, desenvolveram as estranhas características que os transformaram em senhores das trevas.


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Longa Viagem do Atum - Costumes


A LONGA VIAGEM DO ATUM - Costumes



Um peixe de sangue quente, raridade nos oceanos, capaz de nadar a 70 quilômetros por hora, fornece um superlativo alimento que o homem descobriu há milênios.

O homem primitivo descobriu o mar e o atum ao mesmo tempo. Aconteceu na Pré-história, cerca de 25 mil anos atrás. E aconteceu em praticamente todo o planeta, das regiões geladas às zonas mais equatoriais. "Nenhum outro peixe se mostrou tão importante através das eras", determina o especialista Waverley Root, a maior autoridade mundial na investigação da evolução da gastronomia. "Em termos de volume, de utilização, de competência e de versatilidade". Competência, disse Root? Precisamente. Uma palavra que se encaixa às mil maravilhas ao atum, um bicho que antologicamente batalha com o arenque e com o bacalhau na relação dos prediletos dos estômagos universais. Um bicho que, todavia, ganha sempre a briga que interessa - a da sobrevivência essencial.
Da família dos escombrídeos, subfamília dos tunídeos, o atum se subdivide em treze espécies de características assemelhadas, mas só uma de qualidades superpreciosas de sabor e capacidade nutritiva. Atum-verdadeiro, só três: na ciência, o Thunnus.thynnus,o T. alalunga e o Euthynnus pelamis, peixes com peculiaridades que apenas recentemente a Biologia marinha conseguiu descobrir: as razões da sua competência, da cor e do paladar diferenciados da sua carne estão no fato de o atum-verdadeiro - ao contrário de quase todos os seus parceiros subaquáticos, possuir muito sangue - e sangue quente.
Os pescados em geral têm a carne branca precisamente por falta de hemoglobina. E quase todos desperdiçam calor, através das suas guelras, no processo de respiração. O atum-verdadeiro, todavia, consegue manter o ardor interno graças a uma admirável circunstância metabólica que lhe permite usar também os músculos do corpo na coleta e na filtragem do oxigênio à sua disposição nos oceanos. Um processo exatamente igual, embora de resultado invertido, àquele que move os aparelhos de ar-condicionado ou mesmo os refrigeradores domésticos.
Ocorre que as suas células musculares contêm fartos reservatórios de carboidratos, os reguladores da energização dos organismos vivos. Por meio de um sistema de trocas, que a Física explica bem, a energização dos músculos do corpo do atum-verdadeiro eleva e mantém alta a sua temperatura circulatória. O sangue venoso, devidamente aquecido, abana os músculos e faz o seu caminho de volta rumo ao coração e às guelras do bicho. No trajeto, passa por entre os vasos que trazem, das guelras e do coração, o sangue novo, arterial, ainda frio, enriquecido com o oxigênio extraído do oceano. Nesse jogo de corrente e contracorrente, o sangue novo vai atingindo a mesma temperatura do venoso. Em determinados pontos, inclusive, fica até mais vibrante. O que faz do atum-verdadeiro uma raridade impressionante: a sua temperatura interna é maior do que a das águas que habita.
Isso lhe permite viajar mais depressa e para muito mais longe do que qualquer outro peixe. E isso então lhe permite defender-se melhor das intempéries, das bactérias e dos fungos. Um único animal além do atum-verdadeiro, o caribu das neves canadenses carrega esse donativo da natureza: retirar o seu calor inclusive do frio. Escavações paleolíticas no norte da Europa encontraram ossos e outros restos de atum-verdadeiro, arenque e bacalhau. Escavações paleolíticas no sul da Europa só acharam ossos de atum-verdadeiro - o que prova a sua competência, a sua mobilidade, ou seja, a sua potencialidade de globetrotter, um morador do mundo todo, milênios e milênios atrás, como nenhum outro concorrente.
Pena que, na gastronomia, tantA gente confunda os Thunnus e o Euthynnus pelamis com seus primos mais pobres e muito menos eficientes. Para entender as razões, é necessário descrever os peixes e as suas características primordiais. O T. thynnus, que os americanos chamam de bluefin e os brasileiros de albacora azul, se assemelha muito ao T. alalunga, à albacora-branca ou yellowfin. Os seus formatos são quase idênticos. O T. thynnus.apenas ostenta uma nadadeira dorsal em tom de anil-brilhante, contra o quase dourado do T. alalunga, que, por sua vez, exibe uma nadadeira lateral muito comprida, daí a razão do seu apelido latino. A albacora-branca alcança facilmente os 130 centímetros de comprimento. Da albacora-azul já se capturaram exemplares de 5 metros.
O E. pelamis, também batizado de Katsuwonus pelamis, em inglês skip-jack, se destaca pelo ventre marcado por sete listras longitudinais e alcança habitualmente os 70 centímetros. Trata-se do tunídeo mais abundante nas costas brasileiras. A albacora-branca participa em 5 por cento do mercado do atum-verdadeiro. O Thunnus thynnus, porém, só no Mediterrâneo italiano. A confusão principia quando se chama de atum aos bonitos, às cavalas e, pior ainda, às serrinhas. Os bonitos ainda são aparentados dos tunídeos, da espécie dos Euthynnus aletteratus.
As cavalas (Scomberomorus cavalla) e as serras (Sarda sarda), sim, pertencem ao ramo dos escombrídeos, mas possuem carnes brancas, sem o paladar dos tunídeos. No Brasil, é comuníssimo vender-se serra e cavala por bonito. E é comuníssimo vender-se bonito por atum. Muito maiores em tamanho e peso, os tunídeos apresentam-se com músculos mais sólidos e mais compactos, de postas enormemente generosas, cuja abundância de veias e artérias se transforma em lascas precisas no instante do cozimento e, enfim, do deleite da mastigação. É evidentemente muito maior o aproveitamento econômico, na indústria e em casa, do atum-verdadeiro. Antigamente, e ainda hoje em muitas plagas do Mediterrâneo, capturava-se o atum-verdadeiro com redes em forma de labirintos - da última etapa, nenhum peixe podia escapar. O método era, contudo, predatório em demasia. Não selecionava tamanhos, idades, sexos ou subespécies. Criou-se, assim, um método diferente de pegá-lo, aparentemente mais elementar, porém definitivamente produtivo. Para praticá-lo, basta ver onde se localizam as plataformas petroleiras e os cardumes dos peixes-voadores, os pitéus prediletos dos Thunnus e do Euthynnus pelamis. Vários barcos, de bom tamanho, circundam a região determinada. 
Então, dezenas de pescadores lançam ao mar sardinhas vivas e as suas varas poderosas em cujos anzóis apenas se dependuram pequenos tubos flexíveis e vazados, caninhos de plástico branco. Com o movimento das embarcações e com a ajuda de um esguicho de água, o atum-verdadeiro confunde o brilho com a correria dos peixes-voadores e abocanha os anzóis. Curiosamente, o bicho não reage como um marlim ou um espadarte, espetaculares no esporte da pesca oceânica.
Paira um certo conformismo no comportamento do atum-verdadeiro, que percebe o seu aprisionamento. E isso as características singulares do belo peixe também explicam com facilidade. Trata-se de uma animal que preza os grandes espaços livres. Um tunídeo, quaisquer que sejam as suas dimensões, costuma se locomover à fantástica velocidade de vinte comprimentos por segundo - num exemplar de 1 metro, a loucura de 20 metros por segundo, o dobro do que conseguem os Carl Lewis e os Ben Johnson, quase um terço de um carro de Fórmula 1 em plena reta. Em média, um atum-verdadeiro percorre em torno de 70 quilômetros por hora, o peixe mais rápido do mundo depois do sailfish, o agulhão. O atum-verdadeiro é mais veloz dentro da água, apesar da fricção, do que o peixe-voador quando salta na atmosfera, acima da superfície.
Muito bem. Tal bicho não aceita qualquer tipo de restrição ao seu caminho. Se encontra uma rede ou um anzol que tolham a sua liberdade, assume pragmaticamente a derrota. Saltita e se contorce fora da água, exclusivamente porque nenhum atum-verdadeiro deixa de sofrer o momento da morte. Aliás, o tunídeo nem chega a sofrer o momento da morte como muitos outros peixes, capazes de resistir infindáveis minutos à falta do seu meio aquático. Por causa do sangue quente e da necessidade praticamente imediata de renovação de oxigênio, o atum-verdadeiro se asfixia bem depressa. Coisa triste, mas providencial com relação à qualidade da sua carne. Na sua agonia, acontece uma liberação insignificante de adrenalina, que normalmente enrijece as fibras.
Depois de capturado, o peixe é eviscerado, com a retirada dos órgãos e das glândulas, que estimulam a putrefação. O bicho entra, então, em equipamentos grandiosos de cozimento por vapor e na etapa final de sua limpeza, com o cone da cabeça e da cauda, a retirada da pele e das espinhas e a sua divisão em postas para o envasamento. Cerca de 80 por cento do atum se mantém sólido, compacto, superlativo. O atum que se devora com pão, numa salada, numa massa, ou cru, nos delicados shashimi. Os outros 20 por cento, igualmente de categoria em sua essência, são, todavia, desfiados; é o chamado grated tuna, o atum moído para as pizzas, por exemplo. Devidamente enlatado com um pingo de sal, o produto atravessa, finalmente, o indispensável processo de esterilização em poderosas autoclaves. O Brasil pode se orgulhar da sua pesca e da sua industrialização de atum-verdadeiro sob parâmetros internacionais, exportando para toda a América Latina, Inglaterra, França, Alemanha Ocidental e Japão - este um dos países que mais consomem o atum-verdadeiro.

Tonno alla trapanese.

A mais antológica receita gastronômica de atum-verdadeiro vem da ilha italiana da Sicília, de onde procede no mínimo metade das 100 mil toneladas do peixe produzidas anualmente pela Velha Bota. Trata-se dos spaghetti con il tonno alla trapanese, da região de onde proveio, sete séculos atrás, o clã normando dos Lancellotti.
Ingredientes, para quatro pessoas: 500 gramas de spaghetti, 5 litros de água fresca e declorada, 2 colheres (de sopa) de sal, 1 colher (de mesa) de azeite de oliva, 4 xícaras (de chá) de polpas de tomates bem vermelhos, picadinhas, 2 xícaras (de chá) de atum-verdadeiro, sólido, desmanchado com a ponta de um garfo, 1 xícara (de  chá) de lascas de azeitonas-verdes, preferivelmente as do tipo Gordal, 1 colher (de sopa) de alecrim picadinho, 1 colher (de café) de orégano, 1/2 colher (de café) de pimenta-vermelha, em pó,  1 colher (de mesa) de alcaparras.
Modo de fazer: na água fervente e já salgada, colocar o macarrão para cozinhar. Paralelamente, aquecer o azeite e nele refogar os tomates, mexendo em fogo brando, por cerca de 5 minutos. Incorporar o atum, 1 minuto antes do ponto al dente da massa. Retirar, escorrer e banhar com mais azeite. Despejar a massa na panela do molho.Agregar o alecrim, o orégano, a pimenta-vermelha e as alcaparras. Misturar, delicadamente. Terminar o cozimento da massa e servir imediatamente.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Coloridos cidadães de coral - Oceanos.

COLORIDOS CIDADÃES DE CORAL - Oceanos.



Eles vivem nas regiões de corais dos oceanos, dez metros abaixo da superfície. De cores variadas e brincalhões, só atacam quando molestados. Então, são capazes de envenenar os homens.

Coloridos e dóceis, eles se movem lentamente em torno de corais como se fizessem parte de um harmonioso balé submarino. São peixes de coral, diferentes dos outros por suas magníficas cores e por formar uma peculiar comunidade marinha. As características comuns de seus membros são o tipo de vida sedentária que levam e os alimentos que retiram dos corais. Eles são justamente, os responsáveis por suas cores brilhantes, o que lhes permite confundir-se com o ambiente, para proteger-se dos predadores.
"Os peixes de coral pertencem a espécies diferentes de grupos diferentes que optaram por viver em regiões coralinas", explica o ictiólogo Naércio Menezes, da Universidade de São Paulo. "Em conseqüência, tais peixes desenvolveram caraterísticas comuns relacionadas principalmente à alimentação, proteção e exploração do meio ambiente. Não existe uma categoria especial para incluir apenas peixes de coral."
Tanto assim que sua forma de reprodução, por exemplo, é igual à da maioria dos peixes: as fêmeas eliminam seus ovos na água para serem fecundados pelos machos. Seu comportamento também é semelhante ao dos outros peixes. A maioria deles, entretanto, não é conhecida popularmente, já que vivem em ambientes específicos e não têm importância comercial.
Vivem nas águas não muito profundas dos oceanos, exatamente porque os corais, seu habitat, se localizam a no máximo 10 metros abaixo da superfície e em zonas tropicais, onde a temperatura é quente, variando de 23 a 25 graus. Excepcionalmente, no entanto, podem existir formações coralinas em profundidades maiores. O professor Menezes conta que, quando viajou em companhia de outros pesquisadores no navio oceanográfico da Universidade de São Paulo para fazer um levantamento dos peixes do Rio Grande do Sul, "encontramos pedaços de coral e formações coralinas a profundidades de 100 a 150 metros, mas eles estavam todos mortos. O interessante é que os peixes ali eram semelhantes aos dos corais próximos da superficie."
Os corais não sobrevivem em temperaturas frias e esse achado indica que em alguma época do passado as temperaturas naquele ponto do litoral gaúcho foram mais quentes. Por não terem grande mobilidade e serem muito altos algumas vezes, ao contrário de tubarões e atuns, de forma fusiforme, os peixes de coral são presa fácil não só dos predadores como dos caçadores submarinos. Para compensar, a natureza lhes deu formas eficazes de defesa. A arma principal de alguns deles, como o baiacu, consiste em inflar o corpo.
Eles conseguem mudar seu tamanho de forma tão desproporcional que acabam por assustar os predadores. Se isso não surtir efeito, há algo pior. Eles possuem uma espécie de toxina altamente venenosa. No Japão - onde compõem sofisticada iguaria, o fugu - não são raros os casos de gourmets contaminados. Todo cuidado é pouco ao se retirar as vísceras de um baiacu, porque se elas se romperem a toxina contaminará a carne, que uma vez ingerida significa envenenamento na certa. A toxina do baiacu é mortal para o homem, mas não se sabe seu efeito sobre os outros peixes.
Há casos como o do peixe-sabão, que possui uma toxina no muco da pele. Mergulhadores contam que viram esses peixes serem abocanhados por predadores e, ato contínuo, repelidos, provavelmente devido à toxina. Assim, é possível que a toxina proteja o baiacu dos outros peixes. Há ainda o peixe-porco, cuja pele áspera também o livra de ataques. Outros comem algas venenosas que podem intoxicar as pessoas. Como não há meios de saber se um certo peixe comeu ou não algas venenosas, ingeri-los é um risco de vida. Envenenamentos desse tipo são comuns no Caribe.
O espinho da cauda dos peixes-barbeiro, também chamados cirurgiões, assemelha-se a uma lanceta muito aguda - instrumento cirúrgico de dois gumes. Daí o seu nome. Outro que apresenta uma peculiar forma de defesa é o peixe-cofre. Seu corpo está permanentemente encapsulado numa armadura óssea cheia de espinhos. Dessa verdadeira carapaça só ficam de fora parte da cauda e as nadadeiras. Mas nenhum peixe de coral ataca se não for molestado.
Como esses peixes representam as mais variadas espécies, assumem também variadas formas e tamanhos. Os da família dos pomacantídeos - não têm nomes conhecidos popularmente - e os chaetodontídeos - dos quais um exemplo é o peixe-borboleta - são altos, têm a boca pequena e dentes apropriados para arrancar pedaços de corais. Mas há aqueles - como os budiões - cujos dentes formam uma placa como se fosse um bico de papagaio. Por isso são também chamados de peixes-papagaio. Os pedaços de coral que abocanham são triturados graças aos dentes que têm na região da faringe. Nas áreas de corais também são encontradas mantas ou jamantas, que são raias inofensivas, além de estrelas-do-mar e medusas, perigosas e às vezes mortais.
Entre os típicos habitantes das águas coralinas há um, em especial, de hábitos diferentes. Trata-se da moréia, peixe noturno por excelência. Esse boêmio dos corais passa o dia entocado e à noite sai para fazer explorações. As moréias costumam morder os pescadores que se aventuram a enfiar a mão em tocas para pegar lagostas. Bonitos, atraentes, os peixes de coral tornaram-se alvo da pesca indiscriminada, principalmente por parte dos que buscam espécimes exóticos para aquários ornamentais. Os pescadores também estão atrás dos peixes de passagem, que não habitam os corais, mas, como o nome diz, por ali passam - tubarões, cações e atuns. Isso acaba representando um perigo a mais para os dóceis peixes de coral, pouco acostumados à presença humana.
Os peixes de coral existem tanto no oceano Pacifico como no Atlântico. No Brasil, o governo, preocupado com a preservação desses verdadeiros patrimônios da fauna marinha, tomou medidas para protegê-los. O atol das Rocas, por exemplo, localizado no litoral do Rio Grande do Norte, foi transformado em reserva. Não é para menos, pois se trata de um coral circular que contém uma incrível variedade de peixes. O arquipélago dos Abrolhos, no litoral da Bahia, é outro caso. Tornou-se o primeiro parque marinho brasileiro, com seus 91 300 hectares. A ilha de Fernando de Noronha, considerada também uma espécie de aquário precioso, está protegida da pesca predatória por uma série de restrições.

Colônias em flor

A temperatura quente, entre 23 e 25 graus, é fundamental para a sobrevivência dos corais. Por isso eles são encontrados quase que exclusivamente em águas tropicais cujas temperaturas são mais altas. No Brasil, por exemplo, localizam-se principalmente no Norte e Nordeste. O atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, e o Parque Nacional de Abrolhos, no extremo sul da Bahia, são verdadeiros santuários de corais. Já no Rio de Janeiro em direção ao Sul, eles são encontrados apenas esporadicamente, pois as temperaturas mais frias não favorecem seu desenvolvimento. No Sul, as praias são mais arenosas, a plataforma continental é mais ampla e só raramente existem formações de corais e pedras.
Responsáveis pela formação de recifes e atóis, os corais consistem em uma variedade de organismos marinhos invertebrados chamados celenterados, que lembram um vegetal. Por isso são chamados antozoários - do grego anthos, que significa "flor", e zoon, que quer dizer "animal".
A maioria dos corais forma colônias e cada indivíduo é um pólipo, semelhante a um tubo fechado em uma das extremidades com uma coroa de tentáculos. Existem várias formas e espécies; alguns têm um colorido brilhante que varia em tons de vermelho, amarelo-claro, laranja etc. Mas a maioria é amarela ou castanho-pardacenta. Os corais são comuns no Caribe, na costa leste da África, no oceano Índico, no Atlântico e no Pacífico, especialmente nas costas das Filipinas, Nova Zelândia, Polinésia, nordeste da Austrália e nas ilhas do leste da Austrália até o Havaí.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Vende-se peixe - Recursos do Mar

VENDE-SE PEIXE - Recursos do Mar



Nobreza do oceano

Os atuneiros capturam uma das espécies mais valiosas do mar. Partindo de entrepostos no sul do país, pescadores passam nove meses por ano longe de casa, em um mundo regido pelo balanço do mar. Os atuns devem ser mortos em seus braços, para não se debaterem no chão e amassar em a carne, que, machucada, perde muito do seu valor de mercado. Assim, o convés de um atuneiro vive molhado de água e sangue



Bandos de peixes

A traineira pode voltar de viagem carregando até 100 toneladas de peixes. Uma rede de um quilômetro de extensão é usada para cercar e retirar do mar cardumes inteiros de palombetas (foto), anchovas, tainhas e sardinhas. O barco toca a terra apenas a cada cinco ou seis dias, para despejar num entreposto o pescado que escoa da cidade de Itajaí (SC) para o resto do país



Com as mãos

Produto de exportação, a lagosta tornou-se rara nos nossos mares. Desafiando a natureza - e a lei, já que a pesca com compressor é proibida no Brasil - pescadores da cidade de Caiçara do Norte (RN) alcançam o fundo do oceano respirando por mangueiras de ar. A ilusão da riqueza ao alcance das mãos se mostra perversa. Alguns perdem a visão, a audição e o movimento das pernas. Outros perdem a vida por causa de doenças descompressivas - causadas por erros em mergulho de profundidade



Mar de dentro

Todo mês de maio é igual. Com a chegada da temporada da tainha, os caiçaras de Cananéia, em São Paulo, fazem cercos de taquara para esperar os peixes. As tainhas começam sua viagem na Lagoa dos Patos (RS) e seguem até o litoral do Rio de Janeiro. Em Cananéia, são capturadas nos currais e recolhidas diariamente. "Mar de dentro" é como os caiçaras chamam o estuário, lugar de água calma onde o rio se mistura ao oceano e onde montam manualmente os cercos



Pela tradição
Na Prainha do Canto Verde, mantém-se viva uma das mais tradicionais artes de pesca do Brasil: as jangadas, que a cada nascer do sol ganham o mar do litoral do Ceará. Donos de uma sabedoria transmitida de pai para filho, os jangadeiros utilizam-se dos sinais das estrelas e dos ventos para se localizarem no meio da imensidão do mar. Organizar a pesca sustentável na comunidade foi o meio encontrado para garantir a permanência de seu trabalho. Eles deixam de pescar em certas áreas durante um ano para ter da onde tirar o alimento na temporada seguinte

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Peixe evolui e se adapta a rio poluído nos Estados Unidos

17/02/2011 19h37 - Atualizado em 17/02/2011 19h37

Peixe evolui e se adapta a rio poluído nos Estados Unidos, diz estudo
Mudança genética tornou espécie resistente a substância poluente.
É a primeira demonstração do tipo em vertebrados.

Um artigo publicado pela “Science” nesta quinta-feira mostrou que uma espécie de peixe conseguiu não só sobreviver, mas também se desenvolver nas águas poluídas do Rio Hudson, em Nova York. Por 30 anos, mais de meia tonelada de bifenilpoliclorados (PCB, na sigla em inglês) foram jogados ali, contaminando e devastando populações de peixes.

Cerca de 50 anos depois, pesquisadores da Universidade de Nova York (NYU) e do Instituto Oceanográfico Woods Hole (WHOI) detectaram uma mudança evolutiva que levou o Microgadus tomcod, um parente menor do bacalhau, a uma resistência ao PCB.

Anteriormente, já haviam sido percebidas adaptações de insetos a inseticidas e de bactérias a antibióticos. Contudo, “esta é a primeira demonstração de um mecanismo de resistência em qualquer população vertebrada”, afirmou Isaac Wirgin, um dos autores do estudo.

A descoberta é “um exemplo de como as atividades humanas podem provocar a evolução ao introduzir fatores de estresse no meio ambiente”, segundo a bióloga Diana Franks, que colaborou na pesquisa.

A alteração genética foi percebida por meio da análise do gene AHR2, um método comum de controlar a sensibilidade aos PCB’s. Dois dos 1.104 aminoácidos normalmente encontrados nas proteínas desse gene aparentemente sumiram nos espécimes que vivem na região.

A mudança provoca espanto por se tratar de algo muito rápido; a poluição do rio com esse composto químico começou a cerca de cem anos. “Qualquer mudança evolucionária nesse ritmo não pode ser uma coisa boa”, afirmou Wirgin, que disse ainda que o peixe deve precisar se readaptar caso o rio seja limpo.

Os cientistas fazem ainda o alerta de que a adaptação terá impacto na cadeia alimentar. “O peixe sobrevive, mas ainda acumula PCB’s no corpo e passa para frente, para quem quer que o coma”, apontou Mark Hahn, outro colaborador. Ele serve de alimento para peixes maiores e, consequentemente, os poluentes podem até ser consumidos por seres humanos.

quinta-feira, 31 de março de 2011

O Mascote Ameaçado - Coqui Dourado

O MASCOTE AMEAÇADO - Coqui Dourado



A rã coqui, símbolo de Porto Rico, é personagem de poemas, canções e histórias e aparece estampada em lembrancinhas vendidas aos turistas. Os porto-riquenhos adoram seu mascote. Mas a importância desse anfíbio transcendeu o aspecto cultural, virando uma questão ambiental. Nas últimas décadas, das 16 espécies de coquis conhecidas, três já desapareceram: o coqui-palmado (Eleutherodactylus karlschmidti), o coqui-eneida (Eleutherodactylus eneida) e o coqui-dourado (Eleutherodactylus jasperi). A principal causa é o desmatamento, que está acabando com o habitat desses animais.
O coqui-dourado era encontrado somente na Serra de Cayey, onde foi descoberto em 1976. Já no ano seguinte foi colocado na lista de espécies ameaçadas de extinção. Seus hábitos eram noturnos e, como os demais coquis, os machos costumavam coaxar noite adentro, formando um coro barulhento, enquanto as fêmeas permaneciam caladinhas. Ao sinal dos primeiros raios de sol, a bicharada parava a cantoria e ia descansar. O nome coqui se deve ao som emitido pelas rãs: "co, qui, co, qui...". Dizem que, com o "co", os machos demarcam seu território; com o "qui", convidam as fêmeas para o jogo amoroso. Na verdade, só duas espécies (o coqui-comum e o coqui-da-montanha) coaxam desse jeito. Os demais coquis fazem ruídos diferentes para conquistar as fêmeas.
O coqui-dourado era a rã mais querida dos porto-riquenhos. Além de possuir uma cor dourada uniforme, era a única rã ovovivípara conhecida do hemisfério ocidental. Ou seja, ao contrário da maioria dos anfíbios, a fêmea dava à luz filhotes já formados, e não girinos. Ela produzia os ovos, que ficavam em suas trompas durante todo o período de gestação. Em menos de um mês, os filhotes rompiam a casca do ovo e saíam pelo órgão genital da mãe.
Essa espécie gostava de viver entre bromélias, que ofereciam um ambiente úmido e perfeito para seu desenvolvimento. Antes de seu habitat ser destruído para dar lugar à agricultura, as rãs podiam ser vistas em pequenos grupos numa mesma planta. Como não ultrapassavam 2,5 centímetros de comprimento, espaço não era problema. Suas minúsculas patas não eram palmadas - ou seja, a rã não possuía natatórias (membrana entre os dedos), de onde se deduz que não tinha uma vida aquática. Aliás, eleutherodactylus, em grego, significa "dedos livres".
Os coquis, em geral, são rápidos e fogem a qualquer sinal de perigo. Isso sempre dificultou o trabalho dos pesquisadores, que passam madrugadas inteiras em busca do pequeno anfíbio. Desde 1981, o coqui-dourado nunca mais foi visto. As buscas de vestígios de sua existência prosseguem, mas, à medida que o tempo passa, as esperanças diminuem.

Coqui-Dourado
Nome cientifico: Eleutherodactylus jasperi
Ano da extinção: 1981
Habitat: Serra de Cayey, Porto Rico

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Vitória em Perigo - Reverse Tooth Cichlid

VITÓRIA EM PERIGO - Reverse Tooth Cichlid


O desaparecimento do reverse-tooth cichlid, um peixe da família dos ciclídeos que ganhou esse nome por apresentar uma mordida levemente cruzada quando saboreava pequenos moluscos, foi interpretado como um sinal claro de que havia algo errado com seu habitat, o Lago Vitória. Com 69 000 quilômetros quadrados, que se dividem entre os territórios da Tanzânia, do Quênia e de Uganda, o Vitória é o segundo maior lago de água doce do mundo. Não é difícil imaginar a importância que uma reserva de água desse porte tem para esses três países africanos: um terço dos 90 milhões de habitantes é abastecido pelo Vitória. Estima-se que três milhões de pessoas obtenham o sustento diretamente dele. O lago fornece 200 000 toneladas de peixe por ano, água para agricultura e para uso industrial, energia hidroelétrica e é uma das principais atrações turísticas da África.
O reverse-tooth cichlid, que atingia até 15 centímetros de comprimento e era parente do acará brasileiro, sucumbiu às mudanças de condições no Vitória causadas pela interferência humana. Além do lixo e dos dejetos domésticos, indústrias de vários setores despejam resíduos no lago há décadas. O uso exagerado de herbicidas e pesticidas na agricultura também tem contaminado as águas ao longo dos anos, assim como o mercúrio usado nos garimpos de ouro da região. Como obstáculo adicional à sobrevivência das espécies nativas de peixe, houve nos anos 70 a introdução de duas espécies, a tilápia-do-nilo e a perca-do-nilo, que rapidamente se tornaram predominantes no lago, reduzindo o espaço das 400 espécies que já estavam lá. Outro fenômeno foi a multiplicação das algas, o que reduziu a oxigenação da água.

Reverse-Tooth Cichlid
Nome científico: Hoplotilapia retrodens
Ano da extinção: 1996
Habitat: Tanzânia, Quênia e Uganda (Lago Vitória)