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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Descoberta de crânio de "primo" de 2 milhões de anos poderá elucidar evolução humana

Descoberta de crânio de "primo" de 2 milhões de anos poderá elucidar evolução humana

Pesquisadores da Universidade La Trobe, de Melbourne, na Austrália, encontraram o crânio fossilizado de um hominídeo que viveu há cerca de 2 milhões de anos na África do Sul. 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Assim caminha a humanidade - Primeiras pegadas do H. erectus são achadas


Assim caminha a humanidade - Primeiras pegadas do H. erectus são achadas


Escavações na Eritreia, na África, podem ter revelado as primeiras pegadas do Homo erectus, uma espécie de hominídeo considerado o ancestral direto dos humanos modernos.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Os combustíveis fósseis podem ser extintos no mundo todo em uma década



Os combustíveis fósseis podem ser extintos no mundo todo em uma década


Usina de energia movida a carvão. 

A dependência em todo o mundo da queima de combustíveis fósseis para gerar energia poderia ser extinta em uma década, de acordo com um artigo publicado pelo principal think tank de energia no Reino Unido.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Cientistas encontram dois anfíbios pré-históricos no Piauí e no Maranhão


Cientistas encontram dois anfíbios pré-históricos no Piauí e no Maranhão

A "Timonya anneae" (esq.) e o Procuhy nazariensis (dir.) com 278 milhões de anos (Arte:Andru Atuchin)

Fósseis dos animais com 278 milhões de anos ajudam a entender evolução.
Animais estavam próximos a restos de réptil da mesma época.


Uma equipe de internacional de cientistas encontrou no Piauí e no Maranhão duas espécies de anfíbios extintas e restos de um exemplar de réptil que é o mais antigo de sua espécie na América do Sul.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Mas isto é que é ET? - Exobiologia


MAS ISTO É QUE É ET? - Exobiologia


É duro mas temos de admitir: os extraterrestres não são lá grande coisa. Pelo menos os que podem ter invadido a Terra há 13 000 anos sem que ninguém notasse. Contra todas as expectativas da fantasia, eles não chegaram num disco-voador, mas a bordo de um meteorito apelidado de ALH84001, achado na Antártida há doze anos. Não falam, muito menos se comunicam por telepatia. Sequer se movem. Não passam de múmias de bactérias de 3,6 bilhões de anos, mais singelas que os seres unicelulares que povoaram a Terra na mesma época. 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Arqueólogos descobrem câncer em um esqueleto de 3 mil anos


Arqueólogos descobrem câncer em um esqueleto de 3 mil anos


Lesões identificadas nos ossos são evidências da doença que permitem que os especialistas estudem mais a fundo a evolução do câncer em povos antigos

Estudo nega que tubarões sejam 'fósseis vivos', como se acreditava


Estudo nega que tubarões sejam 'fósseis vivos', como se acreditava


Fóssil utilizado para pesquisa é visto em dois ângulos diferentes (Foto: AMNH/F. Ippolito)

Antes, acreditava-se que tubarões tinham permanecido inalterados.
Estudo mostra que eles trocaram esqueletos ósseos por cartilaginosos.

sábado, 1 de março de 2014

Quando os Répteis Voavam - Paleontologia


QUANDO OS RÉPTEIS VOAVAM - Paleontologia


Há 145 milhões de anos, o céu foi tomado por pterossauros, os répteis alados. Eles se multiplicaram em novas espécies. Foi uma explosão demográfica nos ares. Agora, depois dos dinossauros, os pterossauros se tornaram o tema preferido dos paleontólogos.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O retrato do passado - Antropologia

O RETRATO DO PASSADO - Antropologia


Um crânio de 3 milhões de anos comprova a existência do Australopithecus afarensis, o mais antigo ancestral da humanidade. Ficou provado que os machos eram bem maiores que as fêmeas. Essa diferença de tamanhos sugere que eram polígamos, como os gorilas - senhores de um bando de fêmeas bem menores do que eles.

sábado, 28 de dezembro de 2013

O menino de Turkana - Antropologia


O MENINO DE TURKANA - Antropologia


A descoberta desse fóssil, um dos raros esqueletos quase completos do Homo erectus, deu início a uma fascinante tentativa de reconstruir, em detalhes, o modo de vida dos ancestrais do homem moderno. O objetivo é descobrir se tais criaturas, embora bem diferentes, também poderiam, de alguma forma, ser considerados humanos.

sábado, 30 de novembro de 2013

O mundo sem petróleo - Energia


O MUNDO SEM PETRÓLEO - Energia


Encontrá-lo está cada vez mais difícil; extraí-lo do fundo da terra ou do mar, caro e trabalhoso. Chegou a hora de pensar seriamente em substitutos, pois as reservas duram no máximo 70 anos.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Fóssil de peixe é a mais antiga criatura com rosto já descoberta


Fóssil de peixe é a mais antiga criatura com rosto já descoberta


Pesquisadores chineses encontraram o fóssil de 419 milhões de anos impecavelmente preservado.

terça-feira, 16 de julho de 2013

T-Rex caçava presas vivas e não apenas comia carcaças


T-Rex caçava presas vivas e não apenas comia carcaças

Réplica de Tiranossauro Rex. De acordo com cientistas, lagarto jurássico caçava animais vivos e não apenas consumia carniça de outros dinossauros (Foto: Divulgação)

Dente achado em fóssil de 67 milhões de anos ajudou na descoberta.
Antes, tiranossauro rex era conhecido apenas por ser 'carniceiro'.

domingo, 14 de abril de 2013

Cientistas encontram embriões de dinossauros na China


Cientistas encontram embriões de dinossauros na China

Embrião de dinossauro encontrado na China, visto com um filtro que deixa a imagem com tons de roxo (Foto: AP Photo/Universidade de Toronto, A. LeBlanc)

Fósseis dos ovos datam de 190 milhões de anos atrás.
Descoberta pode ajudar a compreender desenvolvimento do animal.

domingo, 21 de outubro de 2012

Americano é preso após leiloar dinossauro



Americano é preso após leiloar dinossauro por US$ 1,05 milhão

Mongólia alega que material teria sido retirado ilegalmente do país.
Advogado de suspeito diz que esqueleto teria partes de várias criaturas.


Apelidado de 'Frankenstein', esqueleto teria partes de várias criaturas. (Foto: AP)


Em meio à disputa sobre a posse de um esqueleto de um dinossauro, o americano Eric Prokopi, que se descreve como "paleontólogo comercial", foi preso na quarta-feira (17) em sua casa em Gainesville, no estado da Flórida (EUA).

Prokopi, que compra e vende esqueletos de dinossauros integrais e parciais, foi  acusado de contrabando.
Em junho, autoridades dos EUA confiscaram o esqueleto, que tem 2,4 metros de altura e 7,3 de comprimento, por causa de suspeitas apresentadas pela Mongólia de que o material teria sido retirado ilegalmente do deserto de Gobi.
No entanto, segundo o advogado de Prokopi, Michael McCullough, o esqueleto é na verdade uma espécie de Frankenstein, reunindo partes de várias criaturas. A alegação foi contestada por promotores.

O comerciante de fósseis da Flórida tinha leiloado a peça por US$ 1,05 milhão (R$ 2,13 milhões) em maio. O material de divulgação do leilão sugeria que se tratava da reconstrução de um só animal, um tiranossauro bataar.

Em setembro, McCullough disse que cerca de metade da reconstrução - ossos fossilizados fundidos a uma estrutura metálica - veio de apenas uma criatura, e a outra metade, de "pelo menos duas, provavelmente muitas".


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Memórias da Terra - Paleontologia



MEMÓRIAS DA TERRA - Paleontologia



Restos de animais e plantas preservados na rocha, os fósseis permitem contar a história do planeta. Sua pesquisa é uma aventura que empolga os cientistas.

Há mais ou menos 120 milhões de anos, quando o oceano Atlântico ainda não banhava o litoral brasileiro, a região hoje denominada Recôncavo, no litoral da Bahia, era um imenso lago, assim como a bacia dos atuais Estados de Alagoas e Sergipe. Pois, nesses remotos tempos, o grande continente de Gondwana começou a se desmembrar como resultado da deriva continental - que faz as massas de terra se afastarem umas das outras. Nesse processo, as costas do que viriam a ser a África e a América do Sul se separaram, fazendo surgir grandes depressões, que foram ocupadas inicialmente por lagos e depois por mares. A reconstituição de eventos tão grandiosos e antigos como esses se fundamenta na Paleontologia, uma ciência que só tomou impulso há quase dois séculos - menos do que um piscar de olhos na biografia da Terra - e tem conseguido fazer apaixonantes descobertas sobre o planeta e a gênese de seus habitantes.
Junção das palavras gregas palaiós (antigo), ontos (ser) e logos (conhecimento, estudo), Paleontologia é basicamente a análise dos fósseis. Quando se fala em fóssil, a primeira imagem que vem à cabeça é de alguma coisa velha, empoeirada. E nesse caso, de fato, a primeira impressão é a que vale, já que o termo fóssil, do latim fossilis, significa justamente "extraído da terra". Talvez por isso, os paleontólogos, que estudam, identificam e tiram conclusões às vezes ousadas a partir dessas estranhas formas eternizadas na pedra, acabaram associados a excêntricos colecionadores de objetos que não se sabe para que servem. A realidade, no entanto, é mais movimentada. Não fossem as rochas e os fósseis que elas hospedam, os paleontólogos não teriam como contar a história de tudo que viveu e ficou preservado na face da Terra.
A utilidade do estudo dos fósseis só foi demonstrada no início do século XIX, com os trabalhos do naturalista inglês William Smith e do francês Georges Cuvier - este, considerado o pai da Paleontologia. A partir da análise de vertebrados fósseis, Cuvier (1769-1832) chegou a conclusões que puderam ser aplicadas também aos invertebrados, por meio de comparações com espécies vivas. Cuvier estava convencido de que ao longo da história da Terra grandes e periódicas catástrofes extinguiram as faunas existentes, abrindo espaço para outras, biologicamente mais organizadas.
Cuvier era um cientista de fino faro, mas essa idéia tinha um ancestral. Muito antes, na Grécia Antiga, o filósofo e poeta Xenófanes de Colofon já observara no século VI a.C. restos de conchas e de animais marinhos fossilizados na ilha de Paros e os atribuiu a periódicos cataclismos, durante os quais as águas faziam desaparecer populações inteiras de homens e animais. Ainda hoje, a questão das extinções em massa tem sido uma das preocupações da Paleontologia. É geralmente nas rochas sedimentares que os paleontólogos buscam indícios que esclareçam como se deu a evolução da vida na Terra e em que condições bichos e plantas viveram. Da mesma forma como os detetives de histórias policiais colhem e investigam pistas, assim procedem os paleontólogos. Suas pistas são os fósseis. Diferentemente de outras ciências, como a Física, que procura descobrir quais são e como agem as forças que governam a matéria, por meio de cálculos e equações, criando teorias as mais abrangentes possíveis, a Paleontologia não se dedica a aplicar regras universais como E = mc2. Tomando de empréstimo os conhecimentos da Geologia e da Biologia, ela fala de um rol de fatores, do clima à Genética e à Astronomia - tudo para descrever a origem das coisas.
Os fósseis são uma espécie de arquivo onde está registrada a memória da evolução do planeta. Basta saber ler e interpretar. Tanto as plantas quanto os animais fósseis servem para definir a geografia de uma determinada região. Se em lugares hoje de baixas altitudes se encontram restos de plantas típicas de grandes altitudes, é sinal de que em outras épocas ocorreram ali mudanças topográficas. Da mesma forma, os fósseis são fundamentais para a datação das rochas. Estas são formadas por uma sucessão de camadas que foram se depositando em diferentes épocas. Assim, como o processo evolutivo é irreversível, cada etapa marcando uma fase única na história do planeta, quando um pesquisador encontra um grupo de espécies fósseis em determinada camada de uma rocha e outro grupo igual cravado numa rocha em outro local mais distante, pode supor que as camadas se depositaram na mesma época. Portanto devem ter a mesma idade.
No entanto, a matéria-prima da pesquisa é mais escassa do que se pode supor. "O fóssil é, por sua natureza, a exceção, não a regra", lembra Murilo Rodolfo de Lima, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia e professor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. Isso porque, após a morte, animais e plantas se decompõem com rapidez, impedindo a fossilização que ocorre quando a matéria orgânica vai sendo gradualmente substituída por minerais. Daí por que apenas 5 por cento do seres vivos do passado chegam a ser encontrados fossilizados. "Como os fósseis ilustram o grande livro de rochas que compõem a Terra, ainda existem muitas páginas em branco, dificultando o entendimento dos capítulos que compõem", compara o professor Murilo.
Além dos fósseis, os paleontólogos também se valem de observações da vida no presente para imaginar como ela pode ter sido no passado - é, em paleontologuês, o princípio do atualismo. "Se o pesquisador encontra um coral fóssil, sabe que ele viveu em águas rasas, pois os corais de hoje não sobrevivem em águas profundas. Ele sabe também que as águas eram límpidas e pouco agitadas e a temperatura girava em torno de 18 e 20 graus", detalha o paleontólogo Josué Camargo Mendes, uma das maiores autoridades brasileiras em Paleontologia, ciência que reúne no país cerca de 250 praticantes, quase sempre graduados em Geologia, Biologia, Geografia e História Natural. Josué foi professor e pesquisador da USP por 38 anos antes de se aposentar.
Mas interpretações como aquela às vezes falham, alerta o professor. Os crinóides, por exemplo, parentes dos ouriços-do-mar, vivem hoje em águas profundas. No passado viviam predominantemente em águas rasas, como as conchas de praia. "Ocorreu que o clima mudou nos últimos 64 milhões de anos, tendo havido uma glaciação muito extensa nos hemisférios norte e sul. Isso, com certeza, determinou mudanças de hábitos e hábitats entre esses seres", explica Josué. Assim, o princípio do atualismo, apenas, não é suficiente para reconstituir o modo de vida de animais e plantas.
Mas, afinal, de que serve saber tudo isso? "É preciso entender o que ocorreu no passado para saber o que pode acontecer no futuro", responde Murilo Rodolfo de Lima, da USP. Mas o exemplo mais claro da utilidade dos fósseis está na indústria do petróleo. Do estudo dos microfósseis, diminutos seres que só podem ser vistos através de microscópios estereoscópicos, petrográficos, ou por modernos microscópios eletrônicos de varredura, reside boa parte do sucesso das perfurações.
Achar um macrofóssil completo (como o de um dinossauro), para os paleontólogos é como acertar a quina da Loto. Quase sempre, os pesquisadores têm de se contentar com fragmentos e voltar repetidas vezes ao local da descoberta à procura de outros pedacinhos que os ajudem a montar o complicado quebra-cabeça que é a razão de ser de sua atividade. Vestígios fósseis representados por pegadas, como as que existem, de dinossauros, no sertão da Paraíba, indícios fisiológicos fossilizados de animais, como excrementos, ou pedregulhos que um dia estiveram no estômago de uma ave também são material de estudo. E ainda fósseis quase perfeitos de mamute nas tundras geladas da Sibéria ou insetos fossilizados em nódulos de âmbar. Isso sem contar os fósseis de ancestrais humanos primitivos que são disputados tanto pelos paleontólogos quanto pelos arqueólogos.
Os achados fósseis dos antepassados humanos de 15 até 6 milhões de anos atrás são tão poucos que caberiam numa caixa de sapatos, como observaram Richard Leakey e Roger Lewin em seu livro O povo do lago. No trabalho de campo, os paleontólogos acabam sendo protagonistas de aventuras nada acadêmicas. São, por assim dizer, os ossos do ofício. "Enfrentei muitos ninhos de marimbondos, cobras e escorpiões", conta o italiano Guido Borgomanero, paleontólogo autodidata e ex-cônsul geral da Itália no Paraná e Santa Catarina. "Os paleontólogos têm que ter bunda de ferro", brinca ele.
Com razão, pois pesquisar no gelo polar a 50 graus abaixo de zero ou enfrentar temperaturas de até 60 graus positivos no deserto do Saara exige muito amor à ciência. Sem falar nas longas caminhadas por encostas íngremes onde o risco de cair e se ferir é permanente. "Eu caí algumas vezes em cima de plantas cheias de espinhos", relata Guido, um sexagenário bem-humorado, que há trinta anos se dedica à Paleontologia. O resultado de seu trabalho é a fantástica coleção particular de fósseis que ele guarda em sua casa, em Curitiba. Se não a maior da América do Sul, é certamente a mais variada. Entre os cerca de seiscentos exemplares que a compõem, há uma peça única no mundo, descoberta na chapada do Araripe, no Ceará: um par de asas de pterossauro, enorme réptil voador, que viveu há cerca de 130 milhões de anos.
Com 2,48 metros de envergadura, as asas estão em perfeita seqüência anatômica, osso após osso. Também faz parte da coleção um réptil fóssil, o Stereosternum tumidum, de cerca de 230 milhões de anos, que o próprio Guido encontrou em Assistência, na região de Rio Claro, interior de São Paulo. Um paleontólogo em pleno trabalho de campo pode ser facilmente confundido com um trabalhador rural. Afinal, no meio do mato, boné na cabeça, ele maneja alavancas, talhadeiras, pás, enxadas e martelos. Por isso não há nenhum exagero quando se diz que o preparo físico é fundamental para quem se propõe a caçar fósseis.
Depois de escavar e encontrar fragmentos enterrados nas rochas, a etapa seguinte não é menos cuidadosa:  anota-se o local onde foi encontrado o exemplar, em que tipo de rocha e em que camada ele estava. Então embala-se o material adequadamente - usando sacos plásticos, jornais, fita crepe e caixas - para que não se quebre durante a viagem até o laboratório, onde será preparado para análise. As técnicas de preparação, assim como as de coleta, variam de acordo com o fóssil e as características da rocha na qual se encontra. Se esta não for desgastada corretamente por meios químicos ou mecânicos, há risco de destruí-lo. Daí a importância dessas técnicas. 
"Mas parece que muitos pesquisadores não pensam assim, pois a maioria dos trabalhos publicados em algumas áreas da Paleontologia não se refere a elas", lamenta Fernando Fittipaldi, pesquisador da USP. Para estudar a epiderme que recobre externamente folhas fósseis, Fernando teve de desenvolver técnicas específicas, já que ninguém no Brasil havia trabalhado com isso antes.
"Perdi meus cabelos testando essas técnicas", diz ele, precocemente calvo aos 38 anos. "A preparação química, mecânica ou as duas são procedimentos necessários, pois os fósseis podem estar total ou parcialmente envolvidos nos sedimentos e todo cuidado é pouco: é preciso controlar o tempo de desgaste com brocas e também o tempo em que eles ficam no ácido e qualquer vacilação pode pôr tudo a perder", explica por sua vez Marcello Guimarães Simões, que cuida do Laboratório de Paleontologia de Invertebrados do Instituto de Geociências da USP. 
A preparação mecânica implica o uso de  martelos, talhadeiras, brocas (como as dos dentistas), vibradores tanto para desgastar quanto para provocar vibrações, além de aparelhos que expelem jatos de areia e limpam sem desfigurar a anatomia do fóssil e, ainda, aparelhos de ultra-sonografia. Já a preparação química requer ácidos. Para fósseis constituídos de sílica ou fosfato, por exemplo, utiliza-se o ácido acético. Outros são preparados só com água oxigenada.
Mas não só na coleta e preparação corre-se o risco de perder um belo fóssil. Marcello Guimarães e Fernando Fittipaldi, que costumam trabalhar juntos na coleta de campo, embora tenham especialidades diferentes, lembram um tronco fossilizado que encontraram certa vez quando pesquisavam em Itaquaquecetuba, perto de São Paulo. Depois de carregarem o tronco nas costas por quase uma hora, atravessando rios, fugindo de vacas e levando alguns tombos, chegaram finalmente até o carro e trouxeram o fóssil para a USP.
Como ele estava sujo, decidiram lavá-lo. Só que a reação da água com as substâncias químicas nele contidas começou a desagregá-lo. Alguns dias depois, a porta da sala em que ele estava guardado bateu com força e ele pulverizou-se. "Lavar o tronco foi fatal, demos um fora", reconhece Marcello, "e lá se foi um belo fóssil." Seja pesquisando no campo em condições nem sempre ideais, testando técnicas em laboratório ou estudando minuciosamente um fóssil, o que pode levar mais de uma semana, uma das maiores virtudes no trabalho do paleontólogo é, sem dúvida, a paciência.

Pequenos grandes fósseis

Eles são tão diminutos que só podem ser observados através de microscópios. E são tão leves que se não estiverem colados a uma lâmina basta um espirro e sumirão no ar. Apesar de tais desvantagens, os microfósseis são essenciais às pesquisas da indústria petrolífera. Explica-se: os lagos e mares que existiram em tempos remotos são hoje as bacias sedimentares onde se instalam as plataformas de exploração. "Para se procurar petróleo é preciso conhecer muito bem a história geológica de uma bacia sedimentar", assegura Dimas Dias Brito, da equipe de 28 paleontólogos do Centro de Pesquisas da Petrobrás, no Rio de Janeiro. 
Isso só é possível por meio dos microfósseis, que permitem determinar a idade das rochas de maneira bem precisa. "A vantagem de trabalhar com eles é que em apenas alguns gramas de rocha encontram-se milhares de exemplares bem preservados", explica Dimas, há treze anos nessa atividade. Os ostracodes, crustáceos cujo tamanho médio varia de 0,5 a 1,5 milímetro, são juntamente com os palinomorfos (grãos de pólen e esporos de plantas) os mais importantes para datar antigas camadas de rochas lacustres de uma bacia. Seu hábitat se confunde com o próprio hábitat em que ocorreu a deposição das rochas geradoras de todo o petróleo existente  no Brasil. Já os foraminíferos, protozoários de 0,02 a 44 milímetros, são importantes na reconstituição da história dos oceanos por serem essencialmente marinhos. Menores que os ostracodes e os foraminíferos são os nanofósseis, algas calcárias ou fragmentos delas, de  menos de 0,03 milímetro. Graças a eles, os pesquisadores puderam datar as rochas da bacia de Campos, no litoral fluminense.

Pistas falsas

Se os fósseis são o registro mais seguro que os pesquisadores têm para reconstruir o remoto passado do planeta, falsificá-los é colocar em dúvida a própria pesquisa paleontológica. Mas essas coisas acontecem. Recentemente, John Talent, um cientista australiano acusou o renomado professor Viswa Jit Gupta, da Universidade de Panjab, na Índia, de ter enviado fósseis a um colega alemão, como se tivessem sido descobertos por ele na cordilheira do Himalaia. Eram do Marrocos.
O mais célebre caso de fraude paleontológica, porém, ocorreu no começo do século, quando o arqueólogo inglês Charles Dawson anunciou ter encontrado exemplares fósseis do que seria o homem de Piltdown, em Sussex, na Inglaterra. A descoberta teve um papel decisivo nos rumos das pesquisas sobre a origem e a evolução do homem. Mas, em 1953, exames espectrográficos com raios X e testes com flúor revelaram uma grosseira montagem: os fragmentos cranianos pertenciam, na realidade, a um Homo sapiens de 10 mil anos; o maxilar, cujo dentes foram limados para simular desgaste e envelhecidos quimicamente, era provavelmente de um orangotango. E o homem de Piltdown sumiu dos livros de Paleontologia.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Cientistas descobrem 'cacto ambulante' de 520 milhões de anos

25/02/2011 13h04 - Atualizado em 25/02/2011 17h05

Cientistas descobrem 'cacto ambulante' de 520 milhões de anos

Criatura pode ser o mais antigo antepassado das aranhas.
Fóssil foi encontrado na parte chinesa do Himalaia.


Fóssil da Diana cactiformis (Foto: AFP)Uma equipe de pesquisadores chineses encontrou o fóssil de uma criatura de 520 milhões de anos, apelidada de "cacto ambulante", que poderia ser o antepassado mais antigo descoberto até agora das atuais aranhas, segundo informaram nesta sexta-feira à Agência Efe estes cientistas.

A bizarra criatura, com dez pares de patas articuladas e seis centímetros de comprimento, se chama Diania cactiformis e é o primeiro elo perdido conhecido entre os vermes e os artrópodos.

A Diania habitava o fundo marinho do que hoje é a província de Yunnan, na cordilheira do Himalaia, no sudoeste do país asiático.

"A importância da Diania para a biologia é que os artrópodos são um dos grupos de animais invertebrados de maior sucesso e é muito lindo ter descoberto o que pode ser o animal mais primitivo deste grupo com patas articuladas", assinalou à Efe Jianni Liu, líder da equipe de pesquisa conjunta entre a Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, e a do Noroeste da China, em Xian.

Liu acrescentou que este descobrimento é "importante porque apresenta evidências que os artrópodos evoluíram a partir dos lobopódios", isto é, os antepassados dos vermes, cujos registros fósseis se remontam ao período Cambriano.

Os corpos dos extintos lobopódios eram formados por segmentos e suas patas acabavam numa unha em seus extremos.

O fóssil da Diania cactiformis foi descoberto em 2006 durante uma prospecção no distrito de Chengjian, em Yunnan. O objeto dos estudos poderia ser o membro mais evoluído dos lobopódios ou mesmo o primeiro artrópodo, filo que atualmente representa mais de 80% das espécies vivas.

A doutora Liu publicou na revista "Nature" a tese trabalhada por ela e por sua equipe, onde se reflete a habilidade que a Diania tinha de se deslocar com grande velocidade e saltar com agilidade.

A equipe acredita que alguns dos apêndices da Diania evoluíram até se transformar em articulações que deram mais capacidade de sobrevivência aos artrópodos.


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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Parado no Tempo - Celacanto

PARADO NO TEMPO - Celacanto



Uma das maiores descobertas da zoologia no século 20 foi feita passo a passo. Tudo começou em 1938, quando um pescador fisgou um peixe diferente no Oceano Índico, na costa da África do Sul. O peixe era tão estranho que foi parar no museu marítimo local. Por comparações com fósseis, chegou-se a uma conclusão fantástica: tratava-se de um ser pré-histórico, o celacanto, originado há 410 milhões de anos e que se imaginava extinto há 65 milhões de anos. Chamada de "fóssil vivo", a criatura é um parente próximo dos peixes que saíram do mar e se tornaram répteis em terra firme, dando origem, entre outras coisas, aos seres humanos. Mas o máximo que se sabia era sua idade aproximada.

No ano 2000, o cientista alemão Hans Fricke, um dos maiores estudiosos do celacanto, descobriu uma colônia inteira do peixe no fundo do mar, na costa da África do Sul, a mais de 200 metros de profundidade. Foi a primeira vez que se pôde observar vários peixes-dinossauros juntos. Sensores elétricos colocados nos celacantos permitiram estudar seus hábitos, que são bem diferentes dos de outras espécies marinhas e fluviais. Eles têm, por exemplo, um timing único entre os peixes. A cada final de tarde saem das cavernas onde moram, no mesmo horário, para buscar comida - geralmente, peixes pequenos. Também foi possível observar in loco seus movimentos. E os cientistas envolvidos no estudo da evolução das espécies vibraram: as nadadeiras do peixe-dinossauro movem-se de um jeito parecido ao dos braços e pernas dos humanos.
Os celacantos também conseguem levantar um pouco a cabeça, graças a um simulacro de espinha dorsal - como nos mamíferos -, além de terem um rabo largo e comprido jamais visto antes em outro peixe. O celacanto pode medir mais de 1,5 metro e pesar 90 quilos. Os estudos continuam. Fricke e cientistas dos mais renomados centros de pesquisa do mundo agora querem descobrir como o celacanto conseguiu sobreviver ao fenômeno que provocou o desaparecimento dos dinossauros, há 65milhões de anos, e de que forma ele se relaciona com a cadeia evolutiva que deu origem ao ser humano. Num futuro próximo, o velho ditado "filho de peixe, peixinho é" deverá se tornar mais popular do que nunca.

O impacto da descoberta
A colônia de peixe-dinossauro encontrada nas profundezas do Oceano Índico, em 2000, lançou luz sobre uma espécie que está diretamente relacionada ao processo evolutivo que deu origem ao homem

Parentes
Em 1998, os cientistas Mark Erdmann e Roy Caldwell, da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), descobriram, para surpresa geral, uma nova espécie do peixe-dinossauro na Indonésia. Até então, acreditava-se que o celacanto vivia apenas nas águas da África do Sul, no Oceano Índico, onde havia sido encontrado inicialmente. Testes de DNA indicaram se tratar de um parente evoluído, originado entre 4 e 6 milhões de anos atrás. É uma descoberta importante não apenas para a biologia, mas também para a geologia.

Separados por 10 000 quilômetros de oceano, distância entre a África do Sul e a Indonésia, os primos apresentam nove características físicas diferentes, checadas em testes de DNA. Segundo os cientistas, deve ter havido um impactante evento geológico capaz de ter afastado as espécies há mais de 6 milhões de anos. "Os testes mostraram que os primos mais novos evoluíram, enquanto os mais antigos pouco ou nada mudaram, o que denota que eles foram separados", diz Erdmann.
Os cientistas continuam escarafunchando as profundezas do Índico, na Ásia e na África, em busca de novas colônias do peixe-dinossauro - hoje, estima-se que existam 1 000 exemplares, principalmente na costa africana.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Geólogos da Indonésia encontram fóssil de elefante gigante

19/06/09 - 15h27 - Atualizado em 19/06/09 - 17h14

Geólogos da Indonésia encontram fóssil de elefante gigante
Criatura pode ter alcançado cerca de dez toneladas.
Paquiderme ainda não foi datado pelos especialistas.

Geólogos da Indonésia dizem ter encontrado um fóssil de um elefante gigante pré-histórico em uma escavação na ilha de Java. Um pedaço de uma presa de 2.5 metros da espécie extinta foi inicialmente descoberto há cinco anos por um geólogo que trabalhava em um projeto de mapeamento geológico em Blora, na província de Java Central.




Tamanho do animal surpreendeu (Foto: BBC)
Em março deste ano, uma pedreira que ficava no local teria desmoronado e exposto mais partes da presa e alguns ossos do elefante, o que chamou a atenção de uma equipe de geólogos que estavam perto do local na ocasião.

A equipe, junto com pesquisadores australianos da Universidade de Wollongong, trabalharam durante um mês para escavar o esqueleto gigante e transportá-lo para o Museu de Geologia da Indonésia em Bandung, na província de Java Ocidental.

Segundo cientistas do museu, o elefante media quatro metros de altura, cinco metros de comprimento e pesava aproximadamente 10 toneladas. Ainda não se sabe ao certo qual a idade do fóssil, mas, de acordo com os cientistas, estudos preliminares indicam que o animal poderia ter vivido 200 mil anos atrás.

Crustáceo de 100 milhões de anos tinha espermatozoide maior que o corpo

19/06/09 - 06h00 - Atualizado em 19/06/09 - 10h07

Crustáceo de 100 milhões de anos tinha espermatozoide maior que o corpo
Criatura, do grupo dos chamados ostrácodes, é quase microscópica.
Pesquisadores acham que competição entre machos explica fenômeno.

Pesquisadores liderados por Renate Matzke-Karasz, da Universidade Ludwig-Maximilians, na Alemanha, descobriram um detalhe impressionante da anatomia sexual de criaturinhas que viveram há 100 milhões de anos. Os ostrácodes, primos do camarão que mais parecem um marisco por causa de suas conchinhas, produziam espermatozoides que podiam ser mais compridos que seu próprio corpo. O detalhe só foi revelado por causa da boa preservação do corpo minúsculo das criaturas. A pesquisa está na revista americana "Science".




A espécie fóssil estudada pelos pesquisadores (Foto: Museu de História Natural de Londres)




O espermatozoide gigantesco dos ostrácodes (Foto: Renate Matzke-Karasz)