terça-feira, 21 de julho de 2009

Cientistas encontram tecido cerebral de 300 milhões de anos

03/03/09 - 09h09 - Atualizado em 03/03/09 - 10h13

Cientistas encontram tecido cerebral de 300 milhões de anos em peixe
Descoberta pode ajudar a entender evolução de peixes e outros animais vertebrados.

Cientistas dos Estados Unidos e da França anunciaram a descoberta de um tecido cerebral de 300 milhões de anos - o mais antigo exemplar do tipo já encontrado. O tecido foi recuperado de uma bolha dentro da caixa craniana do fóssil de um precursor extinto das quimeras (peixes aparentados aos tubarões) e vem do Estado americano do Kansas.




O crânio reconstruído do animal (Foto: PNAS/Philippe Janvier )

Em artigo na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences", os pesquisadores afirmaram que a descoberta abre um novo caminho para o estudo da evolução dos peixes e do desenvolvimento do cérebro em animais vertebrados.

"Até agora, os paleontólogos estudavam os formatos da cavidade craniana de fósseis para pesquisar a morfologia cerebral, pois nunca haviam encontrado tecido mole", explicou Alan Pradel, do Museu Nacional de História Natural de Paris, e um dos autores do artigo. Com a ajuda de técnicas de tomografia, cientistas do European Synchrotron Radiation Facility, em Grenoble, na França, criaram um modelo em 3D do que seria o cérebro do peixe.

Segundo os cientistas, o órgão era simétrico e tinha dimensões milimétricas. Como ocorre em muitos vertebrados pouco desenvolvidos, o cérebro desse peixe parava de crescer, enquanto a caixa craniana continuava se expandindo. Além disso, o cérebro também apresentava um grande lóbulo relacionado à visão e uma pequena secção destinada à audição. A presença de canais de audição em um plano horizontal também permitiu aos cientistas entender que o animal podia detectar movimentos laterais, mas não verticais.




Como seria o corpo inteiro da criatura (Foto: PNAS)

No início da Era Paleozoica, o peixe já apresentava características bastante peculiares, como o crânio gigante, dentes dispostos em fileiras, uma cauda "armada" com uma clava, e enormes nadadeiras peitorais dotadas de espinhos ou ganchos em suas pontas. A maioria tinha em média 15 cm de comprimento.

"Até hoje, não conhecíamos nada disso, e se trata de um animal realmente bizarro", afirmou John Maisey, curador de paleontologia do Museu Americano de História Natural, em Nova York, e também autor do artigo. "Mas agora sabemos que podemos procurar por mais cérebros em fósseis muito antigos e começar a entender melhor sobre eles", disse Maisey. "A evolução cerebral é crucial na história dos vertebrados."


PUBLICADOS BRASIL NO ORKUT

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