08/05/09 - 12h16 - Atualizado em 08/05/09 - 12h16
Stents medicamentosos podem trazer mais benefícios que os comuns
Pesquisas desfazem má impressão deixada por dados anteriores.
Uso de estratégia diminui necessidade de novas intervenções.
Os stents medicamentosos, mais modernos e mais caros, sofreram críticas intensas após uma pesquisa, em 2006, apontar aumento da mortalidade nos pacientes tratados com eles. Na edição de 7 de maio da revista "The New England Journal of Medicine", duas pesquisas demonstram a superioridade dos stents medicamentosos sobre os comuns.
No primeiro estudo, pacientes com infartos agudos do coração receberam stents comuns ou medicamentosos. O grupo dos stents medicamentosos necessitou menos de novos procedimentos por fechamento da artérias tratadas no primeiro ano pós-tratamento. Na outra pesquisa, todos os pacientes que receberam stents na Suécia entre 2003 e 2006 foram acompanhados. Os que foram tratados com stents medicamentosos também mostraram que seu risco de reobstrução era menor. A mortalidade, que foi o motivo principal da crítica em 2006, não foi alterada entre os dois grupos nos dois estudos.
Alem dessas evidências, um grande estudo sobre o tema foi apresentado no Congresso da Associação Americana do Coração. Mais de 260 mil casos de tratamento com stents dos dois tipos foram avaliados. Nesse estudo, os stents medicamentosos foram associados a uma diminuição das mortes e infartos não fatais. Os especialistas avaliam que as diferenças entre os achados anteriores e os atuais podem se dever a uma melhor seleção do pacientes candidatos ao tratamento.
A angioplastia é um tratamento que desobstrui as artérias através de um cateterismo. Nesse procedimento, um cateter com um pequeno balão é guiado até a região fechada da artéria.
Quando atinge a obstrução, o balão é inflado e reabre a artéria, comprimindo a placa de gordura contra a parede arterial. Como existia a possibilidade do fechamento da artéria logo após sua reabertura, foram desenvolvidos os stents. Essas pequenas estruturas metálicas têm o formato de molas, que se expandem e mantêm a artéria aberta após a angioplastia.
O desenvolvimento posterior foi a adição de medicamentos aos stents com o intuito de
prevenir a formação de trombos nas regiões tratadas das artérias. O futuro parece ser dos stents biodegradáveis, que se dissolvem após algum tempo. Resta aguardar a evolução tecnológica e os resultados clínicos de sua aplicação.
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