Crânio de garota indica prática de canibalismo entre ingleses nos EUA
O crânio e a reconstrução facial de Jane, garota de 14 anos que teria sido vítima de canibalismo nos EUA no século 17 (Foto: Carolyn Kaster/AP Photo)
Segundo arqueólogos, adolescente teria sido canibalizada no século 17.
Primeiros colonizadores viveram período de escassez e fome.
Cientistas revelaram nesta quarta-feira (1°) que encontraram a primeira evidência arqueológica sólida de que alguns dos primeiros colonizadores americanos em Jamestown, na Virgínia, sobreviveram a duras condições praticando o canibalismo.
Durante anos, havia histórias sobre pessoas nos primeiros assentamentos ingleses permanentes nos EUA comendo cachorros, gatos, ratos, cobras e couro de sapato para evitar morrer de fome.
Mas agora o Smithsonian's National Museum of Natural History e arqueólogos de Jamestown anunciaram a descoberta dos ossos de uma garota de 14 anos de idade que mostram claros sinais de que ela foi canibalizada.
“Historiadores se questionavam se isso [o canibalismo] aconteceu ou não”, disse o antropólogo do museu Douglas Owsley. "E essa é uma evidência muito convincente de que ocorreu”.
O antropólogo Doug Owsley fala sobre a descoberta (Foto: Carolyn Kaster/AP Photo)
Segundo ele, as evidências indicam “um caso claro de desmembramento do corpo e remoção dos tecidos para consumo”. Aparentemente a garota já estava morta no momento em que isso ocorreu.
Os restos mortais da adolescente, que foi batizada de “Jane” pelos pesquisadores, foram descobertos no verão de 2012. Esses restos foram encontrados junto com ossos de cavalos e outros animais que, segundo os cientistas, teriam sido cortados em momentos de desespero.
Owsley afirma que os restos mortais são datados dos anos 1609 e 1610, quando um inverno muito rigoroso em Jamestown ficou conhecido como “período da fome”. Milhares de pessoas morreram nessa época.
Os restos da garota serão expostos em Jamestown para explicar as condições horríveis que os primeiros colonos enfrentaram nos EUA.
No museu Smithsonian, os curadores vão mostrar uma reconstrução da face da menina em uma exposição sobre a vida em Jamestown.
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