quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Estudos descobrem que Ricardo 3º estava infestado por parasitas


Estudos descobrem que Ricardo 3º estava infestado por parasitas

Restos humanos de Ricardo III foram encontrados em vala de estacionamento (Foto: University of Leicester/Antiquity)

Corpo de monarca foi encontrado sob estacionamento no ano passado.
Análises de arqueólogos e geneticistas revelam detalhes do sepultamento.

Ricardo 3º, rei da Inglaterra no século XV, era portador de parasitas intestinais, descobriram cientistas britânicos.


Exames preliminares feitos nos restos mortais do controverso monarca transformado em personagem de uma peça de Shakespeare, encontrados em 2012 em um estacionamento, revelaram a presença de múltiplos ovos de um verme denominado 'Ascaris lumbricoides', causador da ascaridíase, indicaram os cientistas em artigo publicado na revista médica "The Lancet".

A infestação, relacionada à falta de higiene na Idade Média, ainda é frequente em países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), formas graves de ascaridíase causam 60 mil mortes ao ano, principalmente entre crianças.

A contaminação ocorre pela ingestão os ovos, veiculados em legumes e frutas crus sujos com fezes infectadas. Os ovos eclodem no intestino, liberando as larvas, que atravessam a parede intestinal, chegando ao fígado e aos pulmões por via sanguínea e, finalmente, subindo pela garganta, onde são deglutidos e voltam a descer pelo tubo digestivo, onde terminam seu desenvolvimento.

De acordo com os Centros de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, o verme adulto pode medir mais de 30 cm e a fêmea põe, aproximadamente, 200.000 ovos por dia.

Estas análises correspondem aos exames preliminares feitos na altura do sacro, região onde se encontram os intestinos, o que permitiu evidenciar esta contaminação.

Estes "resultados mostram que Ricardo estava infectado por vermes, os áscaris", escreveram o doutor Piers Mitchell, do departamento de arqueologia e antropologia da Universidade de Cambridge) e seus colegas da Universidade de Leicester, que não detectaram a presença de outros parasitas, como a tênia, por exemplo, transmitida pela carne mal cozida.

Esta ausência, destacaram os autores, sugerem que a comida do monarca era cozida ao ponto, o que teria evitado a transmissão destes parasitas.

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