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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Amigos de faculdade criam livraria que une literatura, futebol e cerveja

Amigos de faculdade criam livraria que une literatura, futebol e cerveja

Livraria Barrilete foi criada para valorizar a literatura esportiva e também servir como espaço de encontro de torcedores.

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Por que a morte de Bob Marley está diretamente ligada à religião rastafari

Por que a morte de Bob Marley está diretamente ligada à religião rastafari

Lenda do reggae sofria de um câncer que se originou de um ferimento em seu pé.

sábado, 28 de maio de 2022

A parte mais obscura da vida de Pelé - A história da filha que o rei não reconheceu

A parte mais obscura da vida de Pelé - A história da filha que o rei não reconheceu

Exame de DNA provou que a lenda do futebol era pai de Sandra, mas ele recorreu na Justiça.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Futebol feminino foi proibido no Brasil há 80 anos por decreto de Getúlio Vargas

Futebol feminino foi proibido no Brasil há 80 anos por decreto de Getúlio Vargas

A modalidade estava se popularizando entre mulheres, para escândalo de parte da sociedade.

domingo, 10 de janeiro de 2021

Os momentos históricos de Maradona, dentro e fora dos gramados

 Os momentos históricos de Maradona, dentro e fora dos gramados

Diego Maradona fez história dentro e fora dos gramados. 

sábado, 28 de novembro de 2020

Maradona teve problemas de saúde e crises por uso de cocaína e de álcool; médicos analisam complicações

Maradona teve problemas de saúde e crises por uso de cocaína e de álcool; médicos analisam complicações

Diego Maradona comemora após marcar seu gol da vitória contra a Inglaterra na semifinal da Copa do Mundo no México, em 22 de junho de 1986

Jogador chegou a declarar: "Eu era, sou e serei um viciado em drogas". Vício em cocaína levou à primeira complicação na carreira em março de 1991, quando foi afastado por 15 meses do futebol.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Bolas de couro de 3200 anos são encontradas em túmulos de cavaleiros na China

 Bolas de couro de 3200 anos são encontradas em túmulos de cavaleiros na China

Esportes que envolvem o uso de bolas estão entre as atividades mais populares do mundo. 

sábado, 11 de maio de 2019

7 Músicas dos anos 90 que você nem lembrava mais

7 Músicas dos anos 90 que você nem lembrava mais


Os anos 90 foi uma década de transição na música, a era digital estava se iniciando e os computadores estavam começando a se popularizar porém pouquíssimos eram os que tinham acesso a internet. Foi uma época de foco na inovação musical, e no melhor sentido da palavra.

domingo, 18 de novembro de 2018

Tenis Kichute - Anos 80


Tenis Kichute - Anos 80


Kichute é um calçado, misto de tênis e chuteira, produzido no Brasil desde a década de 70 pela Alpargatas, teve seu ápice entre os anos de 1978 e 1985, quando suas vendas ultrapassaram 9 milhões de pares anuais.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

20 FATOS CURIOSOS SOBRE A VIDA DE PELÉ - O REI DO FUTEBOL

20 FATOS CURIOSOS SOBRE A VIDA DE PELÉ - O REI DO FUTEBOL


Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, completou 78 anos em 23 de outubro de 2018. Em sua carreira, marcou história no futebol nacional e mundial. Em sua vida, participou de filmes, compôs músicas e se envolveu em várias polêmicas.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

COMO NASCEU O FUTEBOL QUE CONHECEMOS HOJE


COMO NASCEU O FUTEBOL QUE CONHECEMOS HOJE

O famoso momento de tensão

O Esporte com sua versão com regras claras só poderia ter se popularizado durante a Revolução Industrial Inglesa.

terça-feira, 8 de maio de 2018

9 curiosidades sobre o futebol que você não vai acreditar


9 curiosidades sobre o futebol que você não vai acreditar


O futebol desperta a paixão das pessoas pelo mundo todo desde sua popularização no fim do século XIX. Ao longo de sua história, o esporte reúne uma série de recordes, casos fantásticos e extraordinários. Por isso, separamos alguns dos fatos mais curiosos sobre o esporte mais bonito do mundo!

sexta-feira, 4 de maio de 2018

As maiores goleadas da história das Copas do Mundo - Futebol


As maiores goleadas da história das Copas do Mundo - Futebol


A derrota retumbante do Brasil, anfitrião da última Copa da FIFA, que perdeu para a Alemanha de 7 a 1, é atualmente a goleada mais relembrada das Copas. No entanto, não é a única.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Saiba mais sobre a grande história da Chapecoense


Saiba mais sobre a grande história da Chapecoense


Começou de forma humilde, cresceu de forma organizada, conseguiu se firmar na elite do futebol brasileiro e chegou ao auge: garantiu uma vaga na final da Copa Sul-Americana.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Olhos de Craque - Medicina

OLHOS DE CRAQUE - Medicina


Nem só de pernas vivem os jogadores de futebol. A medicina mostra que treinar os olhos melhora a performance dos atletas, e que "visão de jogo" não é um dom de nascença, privilégio de bem-dotados.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

10 maiores artilheiros de todas as Copas do Mundo


10 maiores artilheiros de todas as Copas do Mundo

A menos de um ano para a Copa do Mundo do Brasil, você irá acompanhar uma série de curiosidades sobre a maior competição do futebol mundial. 
Nessas listas, você irá perceber a grande representatividade do Brasil na história das Copas da FIFA. E entre os artilheiros, não poderia ser diferente.
Ronaldo Nazário de Lima, o “fenômeno”, lidera esse ranking com mais 50 concorrentes. Com seus 15 gols, se tornou o maior artilheiro da história.
O único concorrente que pode superar o Ronaldo na Copa de 2014, é o David Villa

OS LUGARES:

EM TEXTO:

10 maiores artilheiros das Copa do Mundo

15 Gols
 Ronaldo – 4 gols em 1998 (França), 8 gols em 2002 (Coréia-Japão) e 3 em 2006 (Alemanha).

14 Gols
 Gerd Müller – 10 gols em 1970 (México) e 4 em 1974 (Alemanha).
 Miroslav Klose – 5 gols em 2002 (Coréia-Japão), 5 em 2006 (Alemanha) e 4 em 2010 (Africa do Sul).

13 Gols
Just Fontaine – 13 gols em 1958 (Copa na Suécia)

12 Gols
 Pelé – 6 gols em 1958 (Suécia), 1 em 1962 (Chile), 1 em 1966 (Inglaterra), e 4 em 1970 (México).

11 Gols
 Jürgen Klinsmann – 3 Gols em 1990 (Itália), 5 em 1994 (EUA) e 3 em 1998 (França).
 Sándor Kocsis – 11 gols em 1954 (Suiça).

10 Gols
 Gabriel Batistuta  Teófilo Cubillas  Gary Lineker  Grzegorz Lato  Helmut Rahn.

9 Gols
 Ademir   Roberto Baggio Eusébio  Jairzinho Paolo Rossi  Karl-Heinz Rummenigge  Uwe Seeler  Vavá  Christian Vieri

8 Gols
 Leônidas  Diego Maradona Omar Oscar Míguez  Guillermo Stábile Rivaldo  Rudi Völler  David Villa

7 Gols
 Careca  Oldřich Nejedlý  Hans Schäfer  Johnny Rep  Lajos Tichy  Andrzej Szarmach

10°
6 Gols
 Mario Kempes  Erich Probst   Hristo Stoichkov  Rob Rensenbrink  Helmut Haller
 Lothar Matthäus  Max Morlock  Dennis Bergkamp  Davor Šuker  Györgi Sárosi
 Salvatore Schillaci  Zbigniew Boniek  Oleg Salenko  Josef Hügi  Diego Forlán
 Bebeto  Rivellino



C=237.506


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Canhões em Campo - Futebol


CANHÕES EM CAMPO - Futebol



Chutar a bola a mais de 100 quilômetros por hora é um talento que consagra apenas um punhado de jogadores. A ciência explica como eles conseguem essa proeza.

Cinco homens enfileirados aguardam tensos o momento do tiro. A onze passos o adversário concentra-se, reunindo todas as energias em único ponto, para a seguir liberá-las em uma explosão. Os espectadores viram rapidamente a cabeça tentando acompanhar a trajetória do projétil, que passa sobre os homens alinhados. O estrondoso grito de gol, que irrompe então de milhares de gargantas, encerra mais um fuzilamento de sucesso. O super chute do jogador de futebol, como nessa cobrança de falta, equivale a uma aceleração da bola a mais de 100 quilômetros por hora em décimos de segundo e costuma gerar acaloradas discussões - ou costumava, antes do advento do slow-motion (câmara lenta) na TV. Tudo acontece depressa demais e é provável que ninguém saiba descrever com exatidão o que se passou diante dos próprios olhos. Mesmo os jogadores às vezes têm dificuldade para dar uma resposta satisfatória.
O superchute, de resto, não é para qualquer um. Dos mais de 14 mil profissionais de futebol do país, os "canhoteiros", como são chamados os chutadores mais potentes, como Gilberto Costa e Neto, que disputaram o Campeonato Paulista pelo Corinthians e Palmeiras, respectivamente, ou ainda Éder, do Atlético Mineiro, constituem apenas um seleto grupo. A medição precisa do desempenho físico dos atletas, prática comum em muitos clubes, a exemplo do São Paulo, faculdades e até no Instituto do Coração (Incor) em São Paulo, indica que esses jogadores dispõem de uma potência devastadora.
Seria de esperar que qualquer jogador de futebol bem treinado pudesse ter um chute que propelisse a bola à velocidade de um carro numa estrada, mas não é o que ocorre. A força muscular, a resistência, a boa forma física e a eficácia nos chutes a gol são itens obrigatoriamente trabalhados nos programas de treinamento que visam a aumentar o rendimento de qualquer jogador. Por que, então, só uns poucos se destacam como canhoneiros? Todo jogador, por mais que melhore, tem seus limites. Aumentar o volume dos músculos por meio de exercícios com pesos, por exemplo, não aumenta, de forma alguma, a potência do chute. Isso é explicável pelos modernos conhecimentos de anatomia. Sabe-se que um músculo se compõe de três tipos de fibras: as rápidas, as lentas e as intermediárias. Cada uma delas tem propriedades muito diferenciadas.
As fibras lentas tendem a ser mais curtas e vermelhas, responsáveis pelo rendimento contínuo, sendo as mais usadas pelos maratonistas, por exemplo. Em compensação, uma ação repentina, como um chute de arrebentar redes, requer músculos rápidos, capazes de se contrair em frações de segundo. A maior parte da energia provém, nesse caso, da combustão anaeróbica (sem consumo de oxigênio) de açúcar, que a libera quase como uma explosão. Portanto, um disparo potente depende, sobretudo, da velocidade de contração dos músculos rápidos. Além da constituição das fibras musculares, também o número de nervos que acionam os músculos ajuda a determinar a velocidade do movimento. Quanto mais numerosas as terminações nervosas em cada grupo de fibras, mais eficiente será a ação.
"Uma aptidão especial é o segredo dos profissionais de superchute", ensina o professor de Educação Física, Alberto Carlos Amadio, da Universidade de São Paulo. Ou seja, a velocidade de contração do sistema muscular desses jogadores é extremamente alta. Esta capacidade suplementar é algo com que não se pode competir nem imitar - eles já nasceram com músculos super-rápidos. Isto não significa que um jogador de chute médio deva resignar-se. Um bom programa de treinamento pode aumentar consideravelmente a potência do chute de qualquer atleta. Para tanto, é necessário exercitar as fibras rápidas; por exemplo, com séries de corridas curtas seguidas de chutes a gol. O resultado é um robustecimento dessas fibras, que armazenam assim mais energia, além da gradual transformação das fibras intermediárias em rápidas. O programa, é claro, não consegue aumentar o número de nervos em cada músculo, definido geneticamente, mas pode ativar as terminações nervosas fora de uso por falta de exercício. O treinamento pode conseguir, ainda, que uma porcentagem muito alta de fibras se contraia de modo simultâneo (coordenação intramuscular), o que mais uma vez tem como conseqüência uma alta aceleração.
Um fato decisivo que costuma ser levado em conta é que quase toda a musculatura do corpo se põe em ação no momento do chute, por meio de "alças" opostas de contração e distensão. A perna com a qual se chuta tem somente uma fração da energia necessária para o disparo. A bola oficial de futebol, que pesa aproximadamente 450 gramas, é acelerada até alcançar uns 120 quilômetros por hora. A tremenda descarga de energia envolvida no ato, assim, só obtém o resultado máximo quando o movimento está coordenado de forma ótima. 
Mas não é só a Biologia que impõe limites à arte do superchute. As leis da Física, naturalmente, também contam. Isso significa que o jogador não pode sonhar com técnicas de golpear a bola que contrariem as regras do movimento dos corpos. Cabe-lhe, isto sim, carregar o corpo com a maior quantidade de energia possível, o que ocorre quando toma impulso na corrida. Se ele já não vier correndo pelo campo a toda velocidade, convencionou-se que pelo menos cinco passos são recomendáveis.
Pouco antes do chute, quando o jogador coloca a perna de apoio junto à bola, diminui a velocidade e todo o corpo estira-se para trás como um arco pronto a disparar uma flecha. Mais do que a velocidade do impulso, essa tensão prévia é requisito importante para uma explosiva contração muscular no chute. Os músculos do estômago se contraem rapidamente e catapultam a perna que dispara para a frente como um relâmpago. Outra conclusão das pesquisas é que também o músculo reduz a velocidade alguns décimos de segundo antes do contato com a bola. A freada repentina faz com que a perna à altura do joelho, agora retardada, se lance como um chicote. Num chicote de verdade, o estalo é resultado da enorme velocidade da ponta da tira de couro, no momento do seu retrocesso. A comparação não é descabida, pois o peito do pé golpeia a bola durante 5 a 10 milésimos de segundo, acelerando-a instantaneamente.
A violência da "patada" que catapulta a bola equivale à energia necessária para movimentar 300 quilos. A perna do chute é incapaz de suportar mais nestas frações de segundos. E assim deve ser. Se, por qualquer motivo inexplicável, o peso da bola diminuísse repentinamente, a potência do choque se multiplicaria e a perna não agüentaria as conseqüências, ficando com os cordões musculares estirados e até ossos estilhaçados.
Os pesquisadores do futebol descobriram que o psiquismo do jogador também influencia os músculos do seu corpo. Na ação, alguns deles se contraem (alça de contração) e outros se estiram. Fala-se, então, de ligamentos musculares, nos quais os diferentes músculos cooperam de uma forma complexa. No superchute, os músculos passivos reagem de forma especialmente elástica, não freando os músculos ativos, que aceleram a perna do disparo.
O receio de machucar-se ou a grande responsabilidade diante de um gol que talvez decida a partida podem provocar uma contração involuntária nos músculos, que assim deixam de estirar-se com rapidez suficiente. As alças musculares se põem mutuamente fora de serviço nos décimos de segundo decisivos. O bloqueio psicológico raramente pode ser explicado pelos jogadores ou treinadores. As vezes passam semanas até que a crise seja superada, da mesma maneira que chegou. O craque das copas de 74 e 78 e atual deputado estadual em Minas Gerais, Nelinho, deu um bom exemplo de superação desse tipo de bloqueio após operar o joelho e a coluna no auge da carreira. Ele prometeu - e cumpriu - que chutaria uma bola para fora do estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, a uma altura de mais de 25 metros. O jogador Rivelino, outro chutador forte contemporâneo de Nelinho, conhecido como "patada atômica", não se lembra de já ter se machucado em campo e atribui sua resistência ao futebol de rua, praticado desde a infância. O certo é que, por mais que o talento para o superchute seja inato, craques do passado e do presente como Pepe, Jair, Gérson, Éder ou Gilberto Costa também precisaram suar muito a camisa em treinos de coordenação física e psicológica.

Exercícios na medida certa

No laboratório da Faculdade de Educação Física da USP, as cobaias são humanas. Ali os atletas andam sobre plataformas altamente sensíveis, saltam diante de câmaras fotográficas estroboscópicas ou ainda correm em esteiras ligadas a tubos e eletrodos. Esse autêntico campo de provas, que conjuga experimentos de três disciplinas - Fisiologia, Biomecânica e Antropometria -, constitui um dos mais modernos centros brasileiros de estudo do desempenho da máquina humana. Equipamentos da ordem de 300 mil dólares fornecem dados para mais de uma dezena de pesquisas em cada uma das áreas de estudo abrangidas pelos testes, incluindo serviços de medição de esforço físico para clubes.
Os experimentos são simples. Uma plataforma, que ocupa quase toda a extensão do laboratório, indica por meio de balanças precisas a intensidade de todas as forças em jogo nos movimentos executados sobre ela. Isso permite identificar os momentos em que o corpo está mais sujeito a sobrecargas de força e possíveis contusões. Os movimentos são registrados em uma série de fotos, que mostram a posição do corpo em cada fração de segundo, facilitando a análise. A tecnologia do vídeo entra em cena também para gravar as atividades em 5 mil quadros a cada segundo. A eletromiografia é outro sistema de medição biomecânico, que mede a contração muscular, por meio de eletrodos presos à pele. É assim que se sabe qual músculo está em ação no movimento, o que torna possível corrigir a coordenação motora.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A Ciência do chute com efeito - Futebol

A CIÊNCIA DO CHUTE COM EFEITO - Futebol



Na história do futebol, alguns jogadores ficaram famosos por seus tiros enviesados, que surpreendem os goleiros ao mudar subitamente de rumo. Mas essa invejável habilidade tem explicação científica.

A bola, chutada quase da intermediária, subiu demais, passando por cima da barreira formada a uma distância de 10 metros. Se continuasse nessa trajetória, iria fatalmente para fora do campo. De repente, porém, a bola fez uma curva no ar e pareceu perder força, surpreendendo o goleiro, que nem sequer teve tempo de corrigir seus cálculos e saltar antes que ela caísse suavemente dentro de suas redes. O gol, aos 27 minutos do segundo tempo no jogo com o Peru, classificou o Brasil para a disputa da Copa do Mundo de 1958, na Suécia. O resto da história todo mundo conhece: Brasil, campeão mundial de futebol revelando ao mundo um meia-esquerda apelidado Pelé.
Mas o gol que levou o Brasil à Suécia nasceu dos pés de um meia-direita. O goleiro peruano foi traído pela folha-seca - a grande especialidade de Valdir Pereira dos Santos, do Botafogo do Rio de Janeiro, conhecido como Didi. É provável que ele não soubesse disso, mas dois fenômenos aerodinâmicos são responsáveis por aquele e dezenas de outros gols parecidos que marcou: a força ascensional, a mesma que.ajuda os aviões a voar, e o chamado efeito Magnus, de onde se originou a expressão tiro com efeito, para designar os chutes enviesados que fazem o desespero dos goleiros.
Atuando sobre um avião em vôo, a força ascensional se manifesta quando o ar que passa ao redor do aparelho alcança uma velocidade maior na parte superior das asas. Isso acontece justamente por causa da forma especial do perfil das asas nos aviões. Segundo uma lei formulada pelo físico e matemático suíço Daniel Bernouilli, no século XVIII, a pressão sobre um gás ou uma superfície será menor quanto maior a velocidade do fluido. Por isso, a pressão na parte superior da asa é menor que na parte inferior. Essa diferença de pressão gera uma força que fornece ao avião seu empuxo aerodinâmico. A força ascensional aerodinâmica pode aparecer também aliada ao efeito Magnus no vôo de uma bola - quando, além de subir, ela gira ao redor de seu próprio eixo. Os jogadores de futebol costumam dizer então que a bola está "envenenada".
Ao girar sobre seu próprio eixo, a superfície da bola sofre o atrito do ar. Isso influi na velocidade com que o ar passa ao seu redor: na parte superior da bola, o ar é mais rápido; na inferior, mais lento. Devido a essa diferença de velocidade - assim como no caso das asas do avião -, ocorre uma diferença de pressão entre a parte de cima e a de baixo; em conseqüência, chutada embaixo, a bola sobe, numa trajetória também determinada pela força de gravidade e a resistência do ar.
Já a intensidade do efeito Magnus e sua influência na trajetória da bola dependem de vários fatores. A superfície áspera da bola e a grande velocidade do giro sobre o próprio eixo, em relação à velocidade de vôo, aumentam o efeito. Já a influência na trajetória aparece principalmente nas bolas mais leves. O efeito Magnus foi observado pela primeira vez em 1852 pelo físico alemão Gustav Magnus - daí o nome -, a pedido da Comissão de Provas da Real Artilharia Prussiana. Pouco a pouco, essas observações começaram a ser aplicadas em vários campos da ciência.
Mas não apenas os cientistas recorreram às descobertas de Gustav Magnus. Desde muito cedo, na história moderna do futebol, também os jogadores aprenderam na prática a chutar com efeito. Os princípios são simples: se a bola é chutada na parte de cima, tende a sofrer uma queda mais acentuada; se o chute é aplicado na parte de baixo, a bola volta para trás - um recurso muito usado na jogada conhecida como "bicicleta", que o atacante brasileiro Leônidas da Silva celebrizou, na década de 30.
Bater na bola lateralmente faz com que, em função do giro sobre seu próprio eixo - para a direita ou para a esquerda -, ela se desvie da trajetória normal. Chutando corretamente a bola - na parte de cima ou de baixo, na lateral direita ou esquerda - é possível fazê-la descrever curvas numa trajetória aparentemente imprevisível. Os jogadores mais habilidosos até conseguem marcar gols em cobrança de escanteio, quando a bola parte da mesma linha onde estão fincadas as traves. E o gol olímpico, assim chamado por ter sido obtido pela primeira vez pela Seleção do Uruguai nos Jogos Olímpicos de 1924.
No Brasil, quem não se lembra das cobranças de falta de Nelinho, no Cruzeiro de Belo Horizonte ou na seleção, há seis anos? "Ele foi o mais impressionante cobrador de faltas que já conheci", lembra o cronista esportivo Vital Bataglia. "Alguns, como Pepe, do Santos, ou Miranda, do Corinthians, até chutavam mais forte; outros, como Ailton Lira, do Santos, e Mário Sérgio, do Grêmio de Porto Alegre e depois do São Paulo, eram virtuoses do efeito. Mas nenhum deles, como Nelinho, combinava perfeitamente as duas coisas a ponto de dar a impressão de que a bola mudava de rumo três vezes no ar."
Para contrabalançar a vantagem que os chutes de Nelinho davam ao time do Cruzeiro, seu arquiinimigo no futebol mineiro, o Atlético, contava com o ponta-esquerda Éder, também ele um artista na cobrança de faltas, com seus chutes fortes e cheios de efeito. Éder, Nelinho e o flamenguista Zico substituíram, na Seleção Brasileira, outros especialistas na arte de envenenar a bola: Gérson e Rivelino, estrelas da seleção que conquistou o tricampeonato mundial em 1970.
A maior dificuldade nesse tipo de chute está em bater na bola com força suficiente para obter uma mudança significativa em sua rota normal. Uma bola oficial de futebol tem um peso relativamente alto - entre 453 e 534 gramas - e não é fácil fazê-la descrever uma curva no ar.
Quem já chutou uma bola de praia sabe como ela descreve as mais estranhas curvas. Isso acontece porque, sendo muito leve, lhe é muito difícil vencer a resistência do ar. Ao ter o movimento de rotação sobre seu próprio eixo interrompido pelo ar, ela muda bruscamente de direção. Alguns jogadores têm um domínio tão grande dos chutes de efeito que não o utilizam apenas na cobrança de faltas, mas também para lançamentos de longa distância aos companheiros.
O mestre de todos eles, Didi, aprendeu a arte com outro gênio em bolas envenenadas: Jair Rosa Pinto, Mestre Jajá, como era chamado, não chegava a impressionar os adversários. Mas de seus pés pequenos, calçados com chuteiras número 37, saíam bolas que ele colocava onde desejava, depois de fazê-las descrever graciosas curvas no ar. Observando Jair Rosa Pinto, Didi desenvolveu sua folha-seca.
Embora teoricamente não tenha segredo para os profissionais do futebol - que o chamam de "três dedos", pela forma com que o pé bate na bola -, o chute de Didi ainda não foi imitado. Elegante, boêmio e sem paciência para as longas sessões de treinamentos físicos - "no futebol, quem deve correr é a bola, não o jogador", dizia -, Didi batia na bola com impulso suficiente para fazê-la chegar até perto do gol adversário, para então perder força, descrever uma curva e cair suavemente, como uma folha seca levada pelo vento.

Ensinamentos do mestre.

Em seu livro, Jogando com Pelé, ele ensina como enviesar um tiro: "Usa-se o dorso interno ou externo do pé para os chutes de curva. A fim de obrigar a bola a fazer uma curva para a esquerda, chuta-se com o dorso interno do pé, visando não o meio, mas o lado direito da bola, no caso de o chute ser feito com o pé direito. Com o esquerdo, a ação é ao contrário. Se você quiser chutar em curva para a direita - com o pé direito -, utilize o dorso externo do pé e a área de impacto é o lado esquerdo da bola. Os lados interno e externo do pé são usados nos chutes próximos à meta, quando o goleiro adversário sai do gol em direção ao atacante.
O goleiro sempre oferece um canto da meta, tentando obrigar-nos a chutar naquele canto, como ele queria. É por isso que, quando próximos da meta, devemos colocar a bola, observando bem a posição do goleiro. Sabe por quê? É muito mais fácil o goleiro defender um chutão do que um chute fraco, mas bem colocado. No chutão, a bola sai violentamente, mas não modifica muito a sua rota, e o chute com menos força, mas colocado, pode modificar o rumo pela maneira como a gente bate na bola. Com a parte interna do pé, é possível colocá-la muito bem, porque a área de contato é maior, portanto a precisão do chute também é maior"

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Brasil 0 x 1 Argentina - A Rivalidade


BRASIL 0 X 1 ARGENTINA - A Rivalidade



É a cena brasileira por excelência. No bar, na casa de amigos, tanto faz. Basta eu dizer que estou morando na Argentina para que todos lancem um olhar surpreso, misto de escárnio e piedade. "Argentina? Mas que diabos você está fazendo lá com aqueles insuportáveis?" Já escutei de tudo. Que os argentinos são os europeus que não deram certo, que são um bando de arrogantes, que nos chamam de "macaquitos" e por aí vai. A maioria diz isso sem nunca ter conhecido um legítimo exemplar dessa espécie controvertida. Não importa. Ser brasileiro requer o cumprimento de apenas três dogmas: gostar de feijão, acreditar piamente que Pelé é melhor do que Maradona e ter birra de argentino.

Intrigado com a polêmica, partir para uma pesquisa de campo. Queria investigar o que existe debaixo daqueles (montes de) cabelos. Nesses dois anos em solo ini-migo falei com gente de todo tipo: taxistas, médicos, padeiros, artistas, estudantes, garçons.. e confirmei minha hipótese. Parece difícil de acreditar, mas enquanto esculhambamos os argentinos, eles têm enorme carinho por nós. Não é mera impressão minha. A simpatia pelo Brasil está nas televisões, escolas, centros culturais. Quando sai comigo à noite, um amigo que morou no Brasil só fala em português e se finge de brasileiro para ser bem tratado - inclusive pelas mulheres. As ruas estão cheias de bandeiras brasileiras e a moda aqui é usar sandália havaiana. Seja sincero: você sairia por aí usando chinelo com bandeira da Argentina?

Seria cômodo dizer que essas diferenças refletem as contradições entre o tropicalismo e o europeísmo. Ou que é tudo fruto de nossos desencontros lingüísticos e históricos. Mas me permitam ir direto ao ponto: os brasileiros pararam no tempo. Insuflado por locutores e comentaristas esportivos, o antiargentinismo extrapolou o mundo do futebol e talvez seja hoje o único caso de unileralismo brasileiro. É produto de um Brasil tacanho, preconceituoso. No fundo, dizer "odeio argentinos" não é menos discriminatório que dizer "odeio negros" ou "odeio homossexuais". Quem persegue boleiros argentinos simplesmente por serem argentinos não pode reclamar quando espanhóis xingam Roberto Carlos não por suas qualidades como jogador, mas pela origem mulata.

Sempre seremos rivais no futebol, mas não precisamos limitar nossa relação à velha briga boleira. Os argentinos, mais inteligentes, já se deram conta disso. Eles cantam as músicas dos Paralamas do Sucesso, jogam capoeira, viajam pelo Brasil e estão aprendendo português. As rádios dedicam programas à nossa música. Charly García, o cantor mais popular do país, conclama os argentinos a levantar o astral e se espelhar em nós, lembrando que Ia alegría no es sálo brasilera na música "Yo no quiero volverme tan loco". Os brasileiros mal sabem citar uma banda argentina. Mas adoram ficar exaltando a esperteza do samba ante a melancolia do tango - mesmo sem nunca ter ouvido falar nas chatinhas, mas festeiras, cumbia e chacarera. Como todo país de dimensões continentais, é natural que o Brasil seja autocentrado. Mas mesmo os Estados Unidos são mais permeáveis à cultura mexicana do que nós em relação à dos nossos vizinhos. O brasileiro comporta-se igual a um caipira americano, daqueles que acham que a capital do Brasil é, ironicamente, Buenos Aires.

O erro está em concebermos sociedades estáticas. Durante um tempo, a Argentina parecia de fato um pedaço da Europa por estas bandas pobres. No início do século 20, entraram quase 300 imigrantes europeus para cada mil habitantes, o triplo da média americana. Os salários no país superavam os da Inglaterra. Talvez venha daí a arrogância que gerou antipatia no resto do continente. Mas se existe algo positivo nas crises econômicas que os argentinos têm vivido é a maior consciência de serem latino-americanos - até porque os imigrantes de hoje vêm da Bolívia, Peru e Paraguai.

A rivalidade Brasil x Argentina pode até existir entre alguns líderes políticos e militares, mas não entre os po-vos. Porque rivalidade, segundo o dicionário, significa competição, oposição, luta. E não há nada disso do outro lado da fronteira. Somos nós que estamos tentando provar que o ditado "se um não quer, dois não brigam" está errado. Estamos empenhados em arranjar confusão com um povo que só quer se divertir conosco.



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Jogadores de bola e de alma - Futebol

JOGADORES DE BOLA E DE ALMA - Futebol




IMPROVISO COM CARINHO
Tudo bem. Não é uma bola de verdade. Não é feita nem de borracha nem de capotão. É um emaranhado de sacos plásticos presos por fita adesiva e amarrados por um fio. O improviso, porém, qualidade básica de qualquer varzeano, não é motivo para tratar a massa quase redonda com desdém. Tem que ajeitá-la com carinho


PERNAS-DE-PAU
"Tombei, tombei, tornei tombar. A brincadeira já vai começar. " Esse é o hino dessa molecada de Fortaleza. No campinho invadido pela areia, os pernas-de-pau jogam um futebol desengonçado e, quando um cai no chão, leva mais uns quatro junto

DE QUEM É A BOLA?
Não parece um campo. Mas é. Tem dois cavalos, uma bola e dois jogadores uniformizados. Muita calma, porém. Não é uma dupla contra a outra. Os dois (homens) estão perto da grande área, disputando a bola. Essa foto e as coloridas que seguem são de André Kfouri. Foram feitas no Jardim Pantanal, periferia paulistana

NO MEIO DO CAMINHO
No meio do campo tem uma árvore. Tem uma árvore no meio do campo. Um genuíno volante plantado e troncudo. O alecrim-de-campinas, que a prefeitura não deixou derrubar, fica num terreno no Brás, região central de São Paulo

BATE-E-REBATE
canteio. Bola levantada na pequena área. Deus nos acuda. Goleiro, zagueiros e centroavantes com um objetivo só: bater na bola. Uns para tirá-la dali, outros para empurrá-la para dentro da rede. O fotógrafo passou um ano indo ao Jardim Pantanal todos os domingos para flagrar momentos como esse

TRETA FEIA
Tem que ser muito macho para ser juiz de pelada na várzea. Isso porque a galera sabe onde ele mora e quase sempre também conhece a mãe do cara. Tem treta toda hora. "Vi muita briga de ficar com a perna tremendo", diz André Kfouri. Aqui, o motivo da discussão foi uma falta no goleiro. Mas vai apitar isso diante de marmanjos sedentos por gol...

SEM-PULO
Esta foi na praia do Gonzaga, em Santos. E levou horas de treinamento até o jogador ser clicado na exata posição do corrimão no primeiro plano. "Um amigo (que não aparece na foto) cruzava para o outro acertar um sem-pulo", afirma o fotógrafo. "Eles erraram várias vezes antes de eu conseguir a imagem.".

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