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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O ISIS estaria se inspirando em Star Wars


O ISIS estaria se inspirando em Star Wars


Com vídeos cada vez mais impressionantes, o ISIS parece adotado uma "fórmula de Hollywood" em sua propaganda extremista.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Política do faz-de-conta

POLÍTICA DO FAZ-DE-CONTA



Com o microfone na mão, Ulysses Guimarães levava a multidão no gogó. Era 1984 e São Paulo organizava a maior mobilização política do país. Para a história, o 1,5 milhão de pessoas gritando "diretas já" foi um marco. Mas a verdade é que, para quem naquele dia estava longe do palanque, Ulysses não passava de uma mancha careca no horizonte. Ouvir seu discurso com clareza era um exercício de otimismo cívico.

Vinte anos e três eleições diretas para presidente depois, comícios perderam a utilidade para a engrenagem política. Na campanha presidencial de 2002, não foi preciso um único grito. A televisão já chegava a mais de 98% dos municípios do país e por ela era possível falar ao mesmo tempo com quase todos os brasileiros. Sem ruídos, palavra por palavra. Além, é claro, de exibir a barba aparada de Lula ou o sorriso treinado de José Serra. "Numa democracia de massas, como é o Brasil, a campanha tem de ser feita na televisão. É o meio que permite ao candidato falar com mais pessoas", diz o cientista político Rogério Schmitt, da Escola de Sociologia Política de São Paulo.

Candidato à presidência dos Estados Unidos em 1939, Franklin Roosevelt revolucionou a história da corrida eleitoral ao fazer o primeiro discurso televisionado de que se tem notícia. Na época, era apenas uma transmissão que acoplava imagem à voz do candidato. Hoje, além da audiência, a televisão também permite construir a imagem do candidato. Ou melhor, construir qualquer imagem para o candidato. Porque os tempos de Ulysses e Roosevelt, em que campanha era feita à base de discursos inflamados e muita criancinha beijada, acabaram. Atualmente, bons publicitários combinam a força televisiva com pesquisas de opinião capazes de traçar um mapa psicológico dos desejos do eleitorado. Com essas informações em mãos, podem embalar propostas na forma do presente que queremos ganhar. "O eleitor sempre vota numa imagem. É impossível conhecer o candidato como pessoa", escreve o cientista político Francisco Ferraz no seu Manual Completo de Campanha Eleitoral. Nas próximas páginas você verá as artimanhas utilizadas na construção dessa imagem.

O que fazer
No mundo da propaganda política, nada é por acaso. Um vaso de flores despretensioso sobre a mesa, a manga da camisa arregaçada, uma reunião de trabalho com assessores sob o comando do candidato. Tudo ali tem função. As pesquisas qualitativas indicam que o público acha o candidato briguento e arrogante? O belo arranjo de flores ajuda a suavizar essa imagem. Titubeante e com pouca experiência administrativa? Basta aparecer distribuindo ordens na ponta de uma mesa comprida. Lento e elitista? A solução ideal é usar menos terno.

Desde 1960, quando a equipe de John Kennedy inaugurou a "campanha profissional", esses truques são repetidos à exaustão, com mais ou menos criatividade dos marqueteiros. Exemplos não faltam. Identificado pelo eleitorado como um homem frio, George Bush "pai" ganhou a presidência dos Estados Unidos, em 1988, com comerciais que intercalavam suas imagens ao lado dos maiores líderes políticos e cenas dele brincando com os netinhos (em campanha, Bush também já conversou com um frango, mas esse episódio não tem explicação lógica conhecida). O "aristocrata" Fernando Henrique Cardoso degustou uma humilde buchada de bode na corrida presidencial. Um senador americano apareceu estacionando seu carro com "15 anos de uso" entre os Mercedes do Congresso para mostrar que não era pão-duro, mas entendia que "um centavo economizado é um centavo ganho". E, para consolidar a imagem de empreendedor, Paulo Maluf adotou o bordão "Foi Maluf que fez", criado pelo publicitário Duda Mendonça - que mais tarde reaproveitaria a idéia nas campanhas do argentino Carlos Menem, do pernambucano Miguel Arraes e de Marta Suplicy, concorrente de Maluf.

Se você acredita que está imune a esse jogo, cuidado. Campanhas maciças de mídia, como são as eleições, atingem todos nós. Ainda assim, nos Estados Unidos apenas 23% dos eleitores admitem ser influenciados pelo marketing político. É o que eles pensam. "A propaganda eleitoral tende a ter maior ascendência exatamente sobre aquelas pessoas que dizem não sofrer influência", afirma Kathleen Hall Jamieson, diretora da escola de comunicação da Universidade da Pensilvânia e autora de Packaging the Presidency ("Empacotando a Presidência", sem tradução para o português). No Brasil, pesquisas mostram que somos bem mais receptivos ao horário eleitoral, que é o segundo maior fator de persuasão na escolha do voto, atrás do bate-papo com amigos e familiares.

Como fazer
Quem inaugurou esse tipo de campanha no Brasil foi Fernando Collor, em 1989. Pesquisas mostravam que o eleitorado queria um candidato de oposição, não identificado com a política tradicional e que propusesse transformar o país. Collor resolveu atender a demanda. "Hoje todos fazem isso. Mas o Collor foi o primeiro a ler pesquisas e trabalhar a imagem com eficiência", diz Rogério Schmitt. Enquanto vendia a juventude como virtude, seu rival Ulysses Guimarães veiculava um jingle em que se apresentava como "o velhinho". O final desse filme você já conhece.

Para os políticos, também é importante entender que quem está na televisão deve fazer como os televisivos. A boa propaganda eleitoral deve misturar Jornal Nacional e novela das 8. Um apresentador mostra "reportagens", o candidato aparece com soluções e por fim é exibido um clipe (supostamente) contagiante e imagens (teoricamente) belas. Tudo muito otimista e para cima. Críticas, só de vez em quando. "Brasileiro não gosta de candidato que briga com adversário. Quem bate perde", diz Chico Abréia, diretor de criação da Duda Mendonça Marketing Político, agência que comanda campanhas do PT em cidades como São Paulo e Belo Horizonte.

A trama manjada é endossada por um roteiro maniqueísta. Todo candidato precisa convencer o eleitor de que: 1) é a pessoa perfeita para o cargo e 2) o mal se aproxima na forma de problemas que, adivinhem só, correspondem a todos os defeitos identificados com o outro concorrente. "Se o seu adversário não é a corporificação do mal, ele é a encarnação do erro", ensina o Manual de Campanha Eleitoral.
Sinal dos tempos. Quando Abraham Lincoln foi eleito presidente americano, em 1860, fazer campanha era antiético. Cada concorrente discursava uma única vez, ao anunciar a candidatura. Apresentava propostas de governo e saía de cena para o povo refletir sobre o melhor caminho. Quanta diferença.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Médico mostra como indústria de alimentos manipula

29/06/09 - 12h06 - Atualizado em 29/06/09 - 12h06

Médico mostra como indústria de alimentos manipula paixão pela comida
Livro estuda combinação de sabores que torna alimentos irresistíveis.
Para especialista, é possível treinar organismo para evitar excessos.




Foto: Reprodução Por que achamos esse tipo de comida tão irresistível? (Foto: Reprodução) Como diretor da FDA (Food and Drug Administration), Dr. David A. Kessler serviu a dois presidentes e brigou com o congresso e com a indústria de tabaco. No entanto, o pediatra formado em Harvard descobriu ser impotente contra o poder de um cookie de chocolate.

Em um experimento, Kessler testou sua força de vontade ao comprar dois atraentes cookies de chocolate que ele não planejava comer. Em casa, ele se pegou olhando para os cookies, até mesmo distraído pela lembrança dos pedaços de chocolate enquanto saía do cômodo. Ele saiu de casa, e os cookies permaneceram intactos. Sentindo-se um vencedor, ele parou para tomar um café, viu cookies no balcão e devorou um.

"Por que aquele cookie de chocolate tem tanto poder sobre mim?", perguntou Kessler em uma entrevista. "É o cookie, a representação do cookie na minha mente? Passei sete anos tentando descobrir uma resposta."

O resultado do questionamento de Kessler é um livro novo fascinante, "The End of Overeating: Taking Control of the Insatiable American Appetite", lançado pela Rodale (em tradução livre "O Fim do Exagero: Controlando o Insaciável Apetite Americano").

Rótulo-padrão
Durante seus anos de trabalho na FDA, Kessler atuou fortemente, organizando a agência, pressionando por aprovações mais rápidas de medicamentos, e supervisionando a criação do rótulo-padrão nutricional nas embalagens de alimentos. Entretanto, Kessler talvez seja mais conhecido por seus esforços para investigar e regulamentar a indústria do tabaco, além de sua acusação de que fabricantes de cigarro manipularam intencionalmente o conteúdo de nicotina para aumentar a capacidade dos produtos de viciar o usuário.

No livro "The End of Overeating", Kessler descobre algumas similaridades na indústria de alimentos, que combina e cria comidas de tal forma que intercepta nosso circuito cerebral e estimula nosso desejo de querer mais.

Quando se trata de estimular o cérebro, observou Kessler, ingredientes individuais não são particularmente potentes. Porém, ao combinar gorduras, açúcar e sal em diversas formas, os fabricantes de alimentos basicamente interceptaram nosso sistema de recompensa cerebral, criando um círculo de retroalimentação que estimula nosso desejo de comer e nos deixa querendo mais e mais, mesmo estando satisfeitos.

Kessler não está convencido de que os fabricantes de alimentos entendem totalmente a neurociência das forças deflagradas por eles, mas essas empresas certamente entendem o comportamento, preferências de gosto e desejos humanos. Na verdade, ele oferece uma descrição de como restaurantes e fabricantes de alimentos manipulam ingredientes para chegar ao "ponto da felicidade". Alimentos que contêm açúcar, gordura ou sal em quantidades muito pequenas ou muito grandes são sem graça ou exagerados. No entanto, cientistas alimentares trabalham duro para encontrar o ponto exato a partir do qual extraímos o maior prazer da gordura, do açúcar e do sal.

Descendo fácil
O resultado é que cadeias de restaurantes, como a americana Chili, cozinham "alimentos hiper-saborosos que exigem pouca mastigação e descem facilmente", observa o pesquisador. Kessler relata que a barra de chocolate Snicker, por exemplo, "é extraordinariamente bem projetada". Enquanto a mastigamos, o açúcar dissolve, a gordura derrete e o caramelo prende os amendoins – assim, toda a combinação de sabores é prazerosamente sentida na boca ao mesmo tempo.

Alimentos ricos em açúcar e gordura são novidades relativamente recentes no mundo da alimentação, observou Kessler. Porém, hoje, os alimentos são mais que apenas uma combinação de ingredientes. Eles são criações altamente complexas, carregadas com camadas e mais camadas de sabores estimulantes, que resultam em uma experiência multissensorial para o cérebro. Empresas de alimentos "projetam a comida para ser irresistível", comentou Kessler. "Isso tem sido parte do plano de negócio delas".

No entanto, esse livro é mais uma exploração de nós mesmos do que uma exposição sobre a indústria de alimentos. "Meu verdadeiro objetivo é: Como explicar às pessoas o que acontece com elas?", disse Kessler. "Ninguém jamais explicou às pessoas como o cérebro delas foi dominado."

O livro, na lista de campeões de vendas do New York Times, inclui a própria confissão sincera de Kessler de que ele luta contra o hábito de comer excessivamente. "Não me interessaria tanto pela questão sobre por que não conseguimos resistir à comida se eu mesmo não sofresse com isso", disse ele. "Ganhei e perdi o equivalente a meu peso atual várias vezes. Tenho ternos de todos os tamanhos."

Reabilitação alimentar
Não se trata de um livro de dieta, mas Kessler dedica uma grande seção à "reabilitação alimentar", oferecendo conselhos práticos para usar a ciência do hábito de comer em excesso a nosso favor, para que possamos começar a pensar de forma diferente sobre os alimentos e retomar o controle de nossos hábitos alimentares.

Uma de suas principais mensagens é que comer em excesso não se deve à falta de força de vontade, mas a um desafio biológico tornado ainda mais difícil pelo ambiente alimentar superestimulante ao nosso redor. O "hábito condicionado de comer em excesso" é um problema crônico, piorado por dietas e necessidades que precisam ser gerenciadas, não curadas, disse ele. Apesar de lapsos serem inevitáveis, Kessler salienta várias estratégias para lidar com fatores comportamentais, cognitivos e nutricionais capazes de potencializar o hábito de comer em excesso.

A alimentação planejada e estruturada, além da compreensão de seus deflagradores pessoais do desejo de comer, é essencial. Saber mais sobre os alimentos pode ajudar a modificar sua percepção sobre que tipo de comida é desejável. Assim como a maioria das pessoas acha o cigarro repulsivo, Kessler argumenta que também podemos passar por "mudanças perceptivas" similares em relação a grandes porções e comida processada. Por exemplo, ele observa que, quando as pessoas que antes adoravam comer carne se tornam vegetarianas, elas geralmente começam a ter nojo de proteína animal.

O conselho, seguramente, não é uma solução rápida, nem tem garantia. No entanto, Kessler disse que se autoeducar enquanto escrevia o livro o ajudou a obter controle sobre sua alimentação.

"Pela primeira vez na vida, consigo manter meu peso relativamente estável", disse o pesquisador. "Agora, se você me estressar, me cansar, me colocar no aeroporto e o avião estiver sete horas atrasado – eu vou devorar aqueles pretzels cobertos de chocolate. O velho circuito ainda vai mostrar sua cara."

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Espanha retira a publicidade da TV pública

08/05/09 - 13h44 - Atualizado em 08/05/09 - 13h45

Espanha retira a publicidade da TV pública
O gabinete espanhol de ministros aprovou nesta sexta-feira um histórico projeto de lei que elimina imediatamente a publicidade na rede de TV pública RTVE, compensando a perda de receita com uma série de tributos aplicados às empresas privadas de televisão e telecomunicações.

"Demos um passo decisivo para consolidar o sistema de financiamento da rádio e televisão pública, com a renúncia imediata às verbas de publicidade", disse Maria Teresa Fernández de la Veja, primeira-ministra assistente, em entrevista coletiva posterior à reunião de gabinete.

Até agora, o orçamento anual da RTVE era de cerca de 1,1 bilhão de euros, dos quais 500 milhões em publicidade e o restante em subvenções estatais.

Fernández classificou o novo modelo como "razoável" e explicou que, a partir de agora, a rede será financiada apenas com verbas públicas. "Parte considerável" dessas verbas continuará vindo do Orçamento Geral do Estado, e uma segunda será financiada por aportes das redes de TV e operadoras de telecomunicações privadas.

Em termos concretos, o anteprojeto de lei estabelece que as operadoras de TV nacionais ou que atendam a mais de uma comunidade devem contribuir com 3 por cento de sua receita, enquanto as operadoras de telecomunicações pagariam 0,9 por cento.

A organização setorial das empresas eletrônicas e de comunicações, Asimelec, manifestou repúdio completo ao anteprojeto, que definiu como "despropositado", e afirmou que não descartava recorrer à Justiça em defesa dos interesses do setor.

Além dos tributos impostos às empresas privadas de TV e telecomunicações, a RTVE receberá 80 por cento do total arrecadado com o imposto sobre o domínio radioelétrico e também obterá receita com a venda de seus produtos e serviços.

O anteprojeto também estabelece que as verbas públicas só poderão financiar atividades de serviço público, e assim "não poderão ser utilizadas para disputar" direitos sobre conteúdo de valor elevado.

A norma dispõe que a rede só poderá usar 10 por cento de seu orçamento anual para disputar direitos de transmissão de eventos esportivos, com exceção dos Jogos Olímpicos.

As operadoras de telecomunicações, através de sua organização setorial Redtel, manifestaram oposição ao novo tributo e anunciaram que planejam estudar possíveis medidas judiciais.

Analistas do Sociéte Générale estimaram recentemente que o imposto custaria 100 milhões de euros anuais à Telefónica.