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quinta-feira, 18 de maio de 2017

300 aplicativos educacionais abertos para usar em sala de aula


300 aplicativos educacionais abertos para usar em sala de aula


Para inovar no processo de ensino-aprendizagem, projeto nascido na UFRGS reúne softwares para Android que podem ser usados e modificados livremente

domingo, 25 de setembro de 2016

Cursos OnLine - 27 Grátis - VEDUCA


Cursos OnLine - 27 Grátis - VEDUCA

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Confira 27 cursos da USP para fazer online e totalmente de graça.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O "Árabe" que escrevia números - 100 anos de Malda


O "ÁRABE" QUE ESCREVIA NÚMEROS - 100 anos de Malda Tahan


Há um século, nascia Júlio César Mello e Souza, o homem que inventou e encarnou o "árabe" Malba Tahan. Com esse pseudônimo, ele foi o maior divulgador da Matemática no Brasil, escreveu cerca de 120 livros e formulou propostas ainda hoje consideradas modernas para o ensino. 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Ciência fora da sala de aula - Educação


CIÊNCIA FORA DA SALA DE AULA - Educação


Vale tudo para mostrar que a ciência é menos complicada e menos "séria" do que parece: desde programas de televisão, exposições na universidade, até espetáculos para cativar o público que sai para passear aos domingos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Salas de Aula Eletrônicas - Informática


SALAS DE AULA ELETRÔNICAS - Informática



Veteranos nas escolas, onde não provocaram a revolução prometida, os microcomputadores se unem agora à televisão e ao disco laser, apontando novos caminhos para o ensino do futuro.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Se você não vai à ESCOLA...

SE VOCÊ NÃO VAI À ESCOLA...



A Universidade de Athabasca, no Canadá, tem 30 000 alunos espalhados por 67 países. A maioria nunca pôs os pés no campus de Athabasca, uma pequena cidade com menos de 2 500 habitantes no oeste canadense. Os alunos podem se matricular num dos 45 cursos de graduação - ou mesmo numa só disciplina, entre as mais de 600 opções - em qualquer dia do ano. Eles estudam remotamente, com recursos on-line e material de apoio que recebem pelo correio. Podem estudar na hora que for mais conveniente, seguindo o ritmo de cada um. Se necessário, professores de plantão tiram as dúvidas por telefone ou e-mail. Criada há 35 anos pelo governo da província de Alberta, a universidade aceita interessados a partir dos 16 anos, mesmo os que ainda não terminaram o nível médio, contanto que apresentem, na avaliação dos professores, conhecimento e vontade para encarar as matérias de graduação.

Iniciativas como essa são elogiadas pelo professor americano Frederic Michael Litto, coordenador de pesquisa do projeto Escola do Futuro, da Universidade de São Paulo (USP). Para Litto, que há 40 anos se dedica ao estudo da educação à distância, a escola tradicional peca por inibir o aprendizado: "Não permite a evolução mesmo quando o aluno domina conceitos que ainda não foram assimilados pelos colegas. Por que alguém da graduação não pode cursar uma disciplina de pós-graduação?", questiona Litto. Ele prevê que, cada vez mais, o avanço do aluno será feito com base no desempenho individual, não mais na carga horária. "Um curso durará horas, dias ou semanas, não mais semestres ou anos." E os diplomas, segundo Litto, serão como passaportes - terão validade, requerendo novos cursos para revalidação em prazos como cinco anos.

Atualmente, crianças e adolescentes usam o computador como as gerações do século 20 recorriam às enciclopédias de papel. Nas próximas duas décadas, a tecnologia deverá promover maior intercâmbio entre escolas, estimular a formação de alunos autodidatas e independentes, criar canais de informação e currículos personalizados. Com o acesso cada vez mais fácil à internet, o estudante decidirá qual sistema adotar para a sua formação - presencial, à distância ou uma combinação de ambos -, além de poder interagir com professores e alunos de outros continentes em tempo real e montar seu próprio elenco de mestres, recorrendo a diversas instituições. Consultar documentos e livros em bibliotecas virtuais será comum, e a sala de aula deixará de ser o centro do conhecimento, assim como o professor terá de se conformar em não ser a autoridade do saber.

Nicholas Negroponte, professor de tecnologia de mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), é outro crítico do atual sistema de ensino - que compara à linha de montagem fordiana: "Alunos recebem instruções em série e seguem um currículo rígido por idade." Para Negroponte, a escola com grupos numerosos sentados diante de um professor é um centro de segregação por faixas etárias, e isso está ultrapassado. "Na maioria das escolas, só convivem com crianças mais novas ou mais velhas quem tem irmãos ou irmãs", diz. Os prejuízos não se restringem a ensinamentos que os maiores deixam de transmitir aos menores, mas também aos que os pequenos têm para passar aos grandes. Hoje há irmãos mais jovens ensinando informática aos mais velhos. "A integração das idades é uma das mudanças a se considerar para as próximas gerações", diz Negroponte.

Na escola do futuro, cientistas vislumbram salas interligadas com circuitos de telecomunicações e dotadas de computadores com tela de plasma conectados à rede para todos. Com isso, a classe terá acesso a programas culturais, documentários, imagens, bibliotecas virtuais, espetáculos e esportes. Móveis dispostos para trabalho em grupo, ausência de fios e presença de projetores de imagens e gráficos serão outras características. Outra novidade, já adotada por algumas escolas no Brasil, é a lousa interativa, que substitui o quadro-negro convencional, o giz e o apagador. Com o toque da mão, o professor pode captar arquivos e imagens de qualquer aplicativo disponível na rede ou na internet. Segundo a Scheiner, empresa que distribui lousas interativas no Brasil, essa tecnologia já está disponível em cerca de 150 000 salas de aula em todo o mundo.

A escrita à mão é uma atividade "do passado" que não deverá desaparecer, porque ajuda na coordenação motora. Isso significa que cadernos, lápis e canetas continuarão existindo. O que deve aparecer como novidade nas listas de material escolar são disquetes, CD-ROMs, e-books e e-paper (folha reaproveitável que recebe da rede cargas elétricas com informação, que pode ser apagada). Colecionar livros desatualizados e passá-los às próximas gerações será algo inaceitável, já que a reposição de conhecimento atualizado estará disponível na internet, às vezes de graça, às vezes paga. Estudar será viável 24 horas e de qualquer lugar.

Especialistas prevêem que, daqui a uma década, deverá haver uma explosão de cursos à distância, como os da Universidade de Athabasca, citada no início desta reportagem. Mas não pense que essa é uma novidade trazida pela internet. Faz muito tempo que as escolas dão um jeito de ir até onde estão seus alunos. Um exemplo é a americana Calvert School. Há mais de um século ela oferece ensino por correspondência para crianças sem endereço estável, como filhos de artistas e missionários.



Em alto-mar

E tem brasileiro que usa esse método para estudar até em alto-mar. É o caso de Katherine, 12 anos, caçula dos Schürmann, a primeira família brasileira a dar a volta ao mundo em um veleiro. Kat, como a menina é chamada, estuda nas viagens do clã com ajuda da mãe, Heloisa. Elas trabalham com os módulos didáticos enviados pela Calvert. Depois de a menina fazer as provas, as redações e os trabalhos, ela os manda para a central da escola, em Baltimore, nos Estados Unidos, para a correção. As dúvidas não esclarecidas pela mãe são enviadas à instituição via internet. "É legal, porque o que aprendo nos livros eu posso ver logo na prática", diz Kat, que cursa o equivalente à quarta série e é fluente em português, espanhol e inglês. "Quando a gente estava passando por Abrolhos e Fernando de Noronha, vi um monte de baleias, e a gente tinha acabado de estudá-las", conta a menina, que usa a internet também para trocar idéias com amigos pelo mundo.

Mas os benefícios da educação tecnológica não são unanimidade. Valdemar Setzer, professor titular do Departamento de Ciências da Computação da USP, por exemplo, não considera saudável a informatização das salas de aula do futuro, pelo menos para estudantes até 16 anos e sem o propósito do ensino da computação. "O uso dos computadores nas escolas é absolutamente supérfluo e prejudicial à formação da criança e dos jovens, porque provoca a aceleração indevida das capacidades intelectuais formais", diz Setzer, entusiasta da pedagogia Waldorf, método alemão que prioriza, no ensino fundamental, o aprendizado por meio das artes. "A escola do futuro precisa ser mais humana e menos tecnológica", diz Setzer. "Espero que os pais conscientes lutem para que, no futuro, haja alternativas para o ensino abstrato que produz cabeças ambulantes com pouco coração e nenhuma habilidade artesanal, artística e social."

Setzer também não vê com bons olhos um relacionamento virtual entre alunos e mestres. Ele acredita que ninguém aprende fora de um ambiente estruturado como a sala de aula. Já o americano Litto, da Escola do Futuro, pensa diferente. "Nas salas presenciais, o professor concentra as atenções, e os estudantes ficam sem falar com os colegas do lado. No ciberespaço, todos participam, opinam, perguntam, ensinam. O professor está ali para orientar. E os alunos colaboram mais com os colegas", diz Litto.
Ao mesmo tempo em que se discute a inevitável aplicação da tecnologia nas escolas, cientistas prevêem a massificação de novos recursos para um futuro nada distante. É o caso dos agentes inteligentes em forma de chips implantados no cérebro. Eles permitirão a aquisição de informação e conhecimento instantâneo. "É como no filme Matrix, no qual os personagens, na dúvida de como agir, solicitavam informações a um computador. Pode ter certeza de que não é ficção", afirma Litto. "Em cinco ou dez anos, estarão acontecendo em laboratório as primeiras experiências com esses agentes em seres vivos." E tem mais: no livro 2015: Como Viveremos, do jornalista Ethevaldo Siqueira, fala-se em aulas tridimensionais, com a presença projetada do professor ou de um palestrante. Qualquer usuário dessa tecnologia se fará presente virtualmente, interagindo com pessoas, lugares e coisas em qualquer lugar do mundo. É esperar para ver - talvez nem seja preciso esperar muito.


Tendências




- SOB MEDIDA

O ensino tende a ser mais individualizado. O aluno vai ser avaliado por seu desempenho, independentemente da carga horária. Um curso pode durar horas, dias ou semanas, não mais semestres ou anos.



- QUALQUER HORA

O aluno poderá estudar na hora mais conveniente, em qualquer lugar. Poderá consultar bibliotecas virtuais, interagir com estudantes de outros países e montar seu próprio elenco de professores.



- SALAS INTELIGENTES
As aulas presenciais ocorrerão em salas com recursos interativos e computadores conectados à rede para todos. Há quem preveja até mesmo a implantação de chips no cérebro para permitir a aquisição instantânea de informação.



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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Kinsey fala de sexo - História

KINSEY FALA DE SEXO - História



Não era fácil viver no ambiente puritano dos Estados Unidos no início do século 20. Em 1902, dois homens foram internados num hospital de Nova Orleans com o diagnóstico de masturbação compulsiva. Em um deles, foi colocado um anel no prepúcio, que tornava extremamente dolorosa a masturbação. O outro foi circuncidado para ter a sensibilidade reduzida. Como os tratamentos não funcionaram, ambos foram castrados. Os pacientes não resistiram aos procedimentos brutais e morreram ainda no hospital.

Alfred Charles Kinsey tinha 8 anos quando isso aconteceu. Seu pai era um religioso fanático, que proibia o álcool, o fumo e até as danças de salão. A repressão em casa não ajudou muito quando ele, adolescente, se deu conta que sentia atração por garotas e garotos. Kinsey se casou virgem aos 25 anos. Na lua-de-mel, uma nova descoberta: sexo não era nada divertido. Seu pênis era grande demais e a penetração, terrivelmente dolorosa para sua esposa.

O jovem foi buscar ajuda com médicos e viu que nenhum deles tinha a menor noção do que estava acontecendo. Naquela época, sexo era um assunto que não deveria ser discutido nem entre quatro paredes. Foi aí que Kinsey decidiu estudar o assunto. Durante todo o tempo, era guiado pela sua própria necessidade de entender - ou justificar, como afirmam alguns críticos - sua falta de ortodoxia quando o tema eram preferências sexuais. Kinsey investiu 30 anos de sua vida para provar que, quando o que está em jogo é a intimidade de cada um, o normal e o anormal são meras convenções.



AULAS DE HIGIENE

Sexo não foi o primeiro interesse do cientista Alfred Kinsey. Logo depois de se graduar como zoólogo no Bowdoin College, ele foi pesquisar vespas. Obcecado pelo objeto de estudo, chegou a catalogar 1 milhão de exemplares do gênero Cynips. Tamanha dedicação lhe rendeu respeito entre os colegas e um convite para lecionar na Universidade de Indiana. Foi lá que conheceu Clara McMillen, a estudante de química que se tornou sua esposa. Foi lá também que começou a ministrar aulas no Curso de Higiene (um eufemismo para o programa de educação sexual da universidade). O jovem professor deixou de lado metáforas e explicações teóricas e exibiu slides com detalhes de genitálias e órgãos reprodutores.

As respostas positivas dos alunos atiçaram o desejo de Kinsey de aprofundar-se no estudo da sexualidade humana. Colocou a si mesmo a meta de coletar 100 mil depoimentos sobre a intimidade dos americanos nos dez anos seguintes (um objetivo que ele nunca alcançou).

A experiência na catalogação de vespas deu a ele o instrumental metodológico necessário para elaborar um complexo questionário, com 521 perguntas que iam de memórias na infância a episódios de experiência sexual. "Kinsey era um biólogo. Ele usou seu treinamento científico para fazer perguntas importantes sobre a biologia sexual dos humanos e sua maneira de pensar era essencialmente classificatória", diz o sociólogo Edward Laumann.



FALANDO DE SEXO

O trabalho começou dentro do campus da universidade, mas, em 1941, despertou o interesse da Fundação Rockefeller, que concedeu uma bolsa a Kinsey. Com o dinheiro, conseguiu ampliar o âmbito da pesquisa a várias cidades americanas e contratar três colaboradores.

A ênfase da pesquisa era a diversidade sexual. "Meu trabalho com insetos salientou as variações individuais dentro dos grupos. Procedo da mesma maneira no estudo de seres humanos", dizia. Kinsey sempre negou que o comportamento humano pudesse ser dividido em categorias rígidas como "hetero" e "homo" e classificava tal mentalidade como "pensamento binário". Um dos melhores biógrafos do pesquisador, James H. Jones, acredita que o fato de o cientista privilegiar padrões que fugiam à regra geral de comportamento era uma forma de entender sua própria sexualidade. Já a mais ferrenha crítica de Kinsey, a terapeuta e estudiosa do sexo Judith Reisman, acredita que a tendência homossexual do pesquisador invalida seu trabalho. "Kinsey estava mais preocupado em legitimar a nascente ideologia gay do que em esboçar um amplo painel sobre a sexualidade nos EUA", diz ela.

Junto com seu staff, Kinsey entrevistou mais de 18 mil voluntários de costa a costa nos Estados Unidos (veja box na página ao lado). As entrevistas, contudo, eram só uma parte do trabalho. Para analisar as reações humanas durante a penetração vaginal e anal, o coito e a masturbação, Kinsey filmava relações sexuais no sótão de sua casa. As primeiras sessões - onde troca de casais e relações homossexuais eram regra - contaram apenas com seus subalternos e esposas. Com o tempo, Kinsey conseguiu engrossar a lista de voluntários com prostitutas, garotos de programa e até personalidades (o cineasta underground Kenneth Anger, por exemplo, concordou em ser filmado se masturbando).

O resultado das pesquisas foi publicado em 1948, no livro Sexual Behavior of Human Male ("Comportamento Sexual do Homem", sem edição no Brasil). A obra revelava coisas que a sociedade puritana do século 20 jamais havia admitido em voz alta (veja box ao lado). Foi um sucesso inesperado. Em dois meses, 200 mil exemplares sumiram das livrarias e Alfred Kinsey transformou-se em celebridade. O sucesso, porém, fez emergir diversas críticas ao seu trabalho. Margaret Mead, uma das maiores antropólogas da cultura na época, viu na obra, ironicamente, um puritanismo disfarçado: em nenhum momento havia a sugestão de que o sexo podia ser algo prazeroso. Outro antropólogo, Geoffrey Gorer, identificou problemas estatísticos na pesquisa. Para ele, os entrevistados - muitos deles presidiários condenados por atentado ao pudor e pedofilia - não representavam uma amostra válida da sociedade americana.

O ponto mais polêmico do livro, contudo, foram revelações sobre o orgasmo infantil. Kinsey se correspondia com regularidade com homens pedófilos e foi acusado de conivência pelos críticos. Judith Reisman, por exemplo, costuma se referir a ele como "o maior propagandista de pedofilia na história da ciência". Grande parte dos dados apresentados provinha das anotações de um misterioso "Sr. X", que havia mantido relações sexuais com mais de 600 pré-adolescentes.

O livro seguinte, Sexual Behavior of Human Female ("Comportamento Sexual da Mulher", também sem edição no Brasil) saiu em 1953 e não escapou das críticas. Prostitutas e presidiárias ganharam uma participação desproporcional nas páginas da obra, enquanto 934 depoimentos de mulheres negras do sul dos EUA (uma parcela conservadora da sociedade americana) foram excluídos do livro. Os críticos acreditam que essa seleção visava dar ao volume tons não puritanos.

O livro não teve uma reação tão calorosa do público. As vendas foram minguadas e, para piorar, a Fundação Rockefeller retirou-lhe o financiamento no ano seguinte. Com a saúde já debilitada pela idade e pelas experiências masoquistas que infligia a si mesmo (para testar os limites humanos da dor, Kinsey introduzia objetos pela uretra e fez a circuncisão em si mesmo sem anestesia), Kinsey morreu em 25 de agosto de 1956, vítima de complicações cardíacas.



SEXO DEPOIS DE KINSEY

Kinsey mudou a história da ciência sobre sexo. "Ele foi um pioneiro e nos ajudou a dar os primeiros passos em pesquisas sexuais", diz Beverly Whipple, uma das sexólogas mais renomadas da atualidade. O instituto criado por ele em 1947 continua a fazer pesquisas no campo da sexualidade humana. O foco, no entanto, não é mais a catalogação de diferenças comportamentais. "Hoje não estamos mais tão interessados no que as pessoas fazem, mas sim no porquê de o fazerem", afirma Vern Bullough, do Centro de Pesquisa sobre o Sexo da Califórnia.

A repressão sexual, no entanto, ainda está longe de desaparecer e o país natal de Kinsey é um dos melhores exemplos disso. No estado do Texas, por exemplo, relações homossexuais eram consideradas crime até junho de 2003. E, em novembro de 2004, quando o filme do cineasta Bill Condon que retrata a vida de Kinsey foi lançado, a reação de uma parte dos americanos não foi nada receptiva. Grupos fundamentalistas montaram piquetes na entrada das salas de cinema para impedir a exibição e espalharam mensagens acusando o diretor de fazer um retrato suave do "homem que degradou os valores morais da América".

Usando como justificativa os alarmantes dados sobre doenças venéreas no mundo, os conservadores - entre eles, o governo Bush - se opõem à liberdade sexual (que classificam como libertinagem) e pregam a abstinência até o casamento, uma recomendação muito parecida com a que era dada nos Cursos de Higiene da Universidade de Indiana em 1938. A cruzada de Kinsey, pelo visto, ainda não terminou.



O fracasso na lua-de-mel mostrou a Kinsey que sexo era tabu até entre cientistas. Ele resolveu investigar o que os americanos faziam na cama



Kinsey catalogou detalhes da intimidade de pelo menos 18 mil homens e mulheres. Foi pouco, perto do projeto inicial


As revelações do sexólogo causaram tanto alvoroço que Kinsey virou uma celebridade. Seu nome foi parar em letras de música de gente como Cole Porter e da cantora pop Martha Raye

terça-feira, 21 de julho de 2009

Colecionar insetos aguça interesse pela ciência

01/05/09 - 07h30 - Atualizado em 01/05/09 - 07h30

Colecionar insetos aguça interesse pela ciência, dizem pesquisadores
Especialistas questionam leis rígidas que proíbem a prática no Brasil.
Coleta de insetos é permitida apenas para fins científicos.

Capturar e colecionar insetos em casa pode ser uma boa iniciação para futuros cientistas.
Essa é a opinião do renomado entomólogo (especialista em insetos) Ângelo Machado. Médico, ambientalista e escritor de livros infantis, ele já descreveu dezenas de novas espécies, e começou a carreira acumulando os pequenos bichos. “Na Europa toda é uma tradição das crianças ir para o mato [para coletar insetos]. Lá há sociedades amadoras de entomologia”, afirma.

Na última quarta-feira (29), o Globo Amazônia mostrou que vários sites internacionais vendem insetos brasileiros na internet. Os comerciantes virtuais afirmaram que seus bichos são criados em fazendas, mas um deles confirmou que parte dos insetos era coletada na natureza, o que é proibido por lei no Brasil, e pode levar à prisão.




Cientistas defendem que captura e venda de insetos para colecionadores deveria ser uma atividade permitida e regulamentada. (Foto: Iberê Thenório/Globo Amazônia)
Para muitos especialistas, a legislação é rígida demais, e não condiz com outras regras ambientais. “Ninguém precisa ser acadêmico para solicitar a permissão para fazer uma derrubada ou um incêndio controlado, mas essa mesma pessoa não pode fazer uma coleta de insetos em uma área que irá desaparecer legalmente em breve”, afirma o pesquisador Fernando Vaz-de-Mello, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e especialista em besouros.

Ele também defende a importância das coleções particulares de insetos. “Crianças são
colecionistas por excelência. Se são proibidas de fazer isso como brincadeira, terão muito menos estímulo para observar o meio natural”, argumenta.

Venda controlada
Para ambos os pesquisadores, a venda de insetos é uma atividade que, regulamentada, poderia trazer bons frutos à ciência e a comunidades locais. “Se não é bicho originado em unidade de conservação [parque ou reserva], que conste em lista de espécie ameaçada, poderia vender, sim. Inclusive isso poderia ser institucionalizado, credenciando gente séria para fazer”, diz Ângelo Machado.

Segundo o entomólogo, a captura de insetos oferece pouco perigo para as espécies. “Não se pode coletar os que estão ameaçados. O resto pode”, defende o cientista, que ajudou a formular a lista brasileira dos animais ameaçados de extinção. Vaz-de-Mello, que também participou da criação da lista, vai mais longe: “Regulamentada a atividade [de captura de insetos], poderia se tornar uma fonte de renda alternativa para as comunidades do entorno de áreas de conservação e de outras zonas bem conservadas, e uma forte aliada na luta contra o desmatamento e a degradação ambiental.”

Coleções científicas
Para os pesquisadores, as coleções particulares não são úteis apenas para crianças. “As maiores coleções entomológicas do Brasil são de amadores”, diz Machado, que afirma possuir a segunda maior coleção de libélulas do país, com 25 mil bichos. Segundo Vaz-de-Mello, os acervos amadores também podem contribuir para o estudo das espécies. “Coleções particulares constituem um acervo científico que dificilmente, e a elevados custos, seria obtido por instituições oficiais.
Frequentemente, seus donos são pesquisadores ‘de fim de semana’, produzindo importantes publicações sobre os insetos de sua especialidade. Ciência básica, sem custos para outras instituições”, defende.