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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Máquina de fazer água criada por engenheiro vira 'arma' contra seca em SP


Máquina de fazer água criada por engenheiro vira 'arma' contra seca em SP



O engenheiro Pedro Ricardo Paulino desenvolveu uma máquina capaz de gerar 5 mil litros de água potável por dia através de um processo de condensação de alta eficiência que consegue captar a umidade presente no ar e a submeter a um processo de potabilização para o consumo humano.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Esta máquina é um Big Bang - Física Nuclear

ESTA MÁQUINA É UM BIG BANG - Física Nuclear


Arremessados dentro de um túnel de 27 quilômetros de comprimento, enterrado a 150 metros abaixo da cidade de Genebra, na Suíça, os estilhaços atômicos colidem frontalmente a mais de um bilhão de quilômetros por hora. Quase a velocidade da luz. Nesse instante, criam uma microscópica esfera de energia que é uma recriação em miniatura do próprio Big Bang, a explosão que gerou o Universo. 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Amplificadores de Gente - Tecnologia


AMPLIFICADORES DE GENTE - Tecnologia


Armações de metal articuladas, movidas por motores, sistemas hidráulicos ou elásticos, transformam qualquer um em super-homem, capaz de levantar 200 quilos com uma só mão ou correr a quase 50 quilômetros por hora.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Viagem no tempo - Física


VIAGEM NO TEMPO - Física


O físico americano Yakir Aharonov projetou uma esfera capaz de se deslocar na quarta dimensão e diz que não se admiraria se alguém achasse meios de construí-la desde já.

sábado, 31 de agosto de 2013

Teletransporte humano levaria uma eternidade para ser finalizado


Teletransporte humano levaria uma eternidade para ser finalizado


Transferência dos dados relacionados ao DNA de uma única pessoa demoraria um tempo 350 mil vezes maior ao da existência do universo.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Salas de Aula Eletrônicas - Informática


SALAS DE AULA ELETRÔNICAS - Informática



Veteranos nas escolas, onde não provocaram a revolução prometida, os microcomputadores se unem agora à televisão e ao disco laser, apontando novos caminhos para o ensino do futuro.


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Luz Dentro do Túnel - Física



A LUZ DENTRO DO TÚNEL - Física



O nome próprio é portentoso: Grande Colisor Elétron-Pósitron. O nome de família não é menos respeitável: superacelerador de partículas. Trata-se do maior instrumento de pesquisa do mundo. Serve para estudar a vida íntima do átomo e a origem do Cosmo.

Cerca de 100 metros abaixo do solo, na periferia da cidade de Genebra, na Suíça, funciona o maior complexo científico já construído no planeta. Na superfície, a paisagem da região de fronteira com a França é de um sossegado cartão-postal de outros tempos: pequenos bosques, pastagens e a cordilheira do Jura, que separa os dois países. Mas, ao tomar num dos oito pontos de acesso construídos no campo o que em circunstâncias normais seria apropriadamente chamado elevador, o visitante mergulha de repente num mundo de vertigem - uma espécie de catedral subterrânea feita de aço e governada por dispositivos eletrônicos. São os controladores do LEP, iniciais em inglês de Grande (Colisor) Elétron-Pósitron, um túnel em formato de anel de 27 quilômetros de circunferência e 7 metros de diâmetro.
Trata-se da jóia da coroa de um dos mais renomados estabelecimentos de pesquisa do século, o CERN, sigla que originalmente designava em francês o Centro Europeu de Investigações Nucleares, depois rebatizado Laboratório Europeu de Física de Partículas, exemplo de bem-sucedida colaboração internacional em ciência. Inaugurado há apenas quatro meses, o LEP nasceu para ajudar a conhecer mais de perto algumas das frações ínfimas de matéria do Universo. É um paradoxo: para devassar essas partículas que não medem mais de 1 bilionésimo de milésimo de milímetro, os físicos europeus tiveram de construir uma estrutura gigantesca.
A instalação pode ser comparada a um autódromo, por onde os elétrons, componentes dos átomos com carga elétrica negativa, se precipitam em desvairada corrida. Em sentido contrário precipitam-se as antipartículas pósitrons - elétrons com carga positiva. Nesse proposital curso de colisão, milhares e milhares de partículas e antipartículas, deslocando-se quase à velocidade da luz, acabam por se aniquilar mutuamente, liberando energia equivalente à fissão de quinhentos núcleos de átomos de urânio. Mas esse é apenas um valor teórico: não se trata ali de experiências atômicas, ao menos no sentido comum da expressão. O que os físicos pretendem com os choques que planejaram é servir-se depois de uma salada de partículas básicas, coisa ainda menor que o elétron e que sua imagem espelhada, o pósitron.
A estrutura fantástica do LEP obedece ao mesmo princípio de outros equipamentos semelhantes, embora bem mais modestos, que começaram a ser construídos - e não por acaso - ainda na década de 20, um período de grandes avanços na Física. Eram os chamados Atom-smashers (quebradores de átomos) com os quais os pesquisadores fabricavam, por assim dizer, partículas em profusão, dotadas de altas energias. Nos anos 30 surgiram os primeiros aceleradores de partículas que funcionavam de certo modo como os tubos de TV que bombardeiam a tela com feixes de elétrons. Com esse tipo de aparelho, a ciência descobriu quase tudo o que se sabe atualmente sobre a natureza mais profunda dos átomos e de suas partículas elementares.
O LEP é tipicamente um caso em que tamanho é documento: sua importância está nas suas medidas. Os catorze países europeus que são os condôminos do CERN bancaram com maior ou menor boa vontade os 800 milhões de dólares do projeto, que custou seis anos de trabalho. Para abrir as bolsas mais fechadas, como as do governo inglês da primeira-ministra Margaret Thatcher, não faltaram pressões dos físicos da entidade, entre os quais um bom número de luzidios prêmios Nobel - a começar pelo cinematográfico diretor-geral, o italiano Carlo Rubbia, uma rara combinação de competência e grandiloqüência (ou de confiança e arrogância, diriam seus desafetos). Rubbia, 55 anos, foi o mais vistoso garoto-propaganda dos aceleradores - para ele, "o principal caminho que deve ser trilhado pela ciência básica".
Comparados com o LEP, seus irmãos mais velhos do resto do mundo parecem anões. Os primeiros ciclotrons, ou aceleradores circulares, construídos na década de 50, tinham um punhado de metros de circunferência. À medida que a busca por novas partículas começou a exigir gastos de energia cada vez maiores, as máquinas também foram crescendo. Surgiram então os sincrotons, dos quais o maior exemplo é o Fermilab, no Estado americano de Illinois, com quase 7 quilômetros de circunferência, portanto menos de um quarto do LEP. Na década de 60, a Universidade de Stanford, na Califórnia , começou a projetar uma nova família de aceleradores - os lineares, onde as partículas percorrem seus trajetos em linha reta.
Segundo seus adeptos, o acelerador linear é uma variante melhor e mais econômica dos circulares. Segundo os partidários do círculo, é só mais econômico. A última das máquinas de Stanford, com 5 quilômetros de comprimento, foi inaugurada no ano passado. No Brasil, cujos físicos tendem a ser mais modernos que os equipamentos com os quais trabalham, o maior acelerador é o Pelletron, da Universidade de São Paulo, com 40 metros. "Vamos também construir um acelerador linear duas vezes maior, que será acoplado ao Pelletron dentro de três anos", promete o físico Oscar Sala, do Departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da USP.
Em escala de Primeiro Mundo e segundo as regras do jogo do que se chama nos Estados Unidos big science, para designar programas e equipamentos científicos bilionários, como o controvertido Projeto Genoma e a também polêmica Estação Espacial Freedom, a novidade no setor é colossal: a construção do SSC, Supercondutor Supercolisor, um acelerador de 85 quilômetros de circunferência, no Texas. Sua missão científica será provocar trombadas de prótons e antiprótons. Seu objetivo político será devolver aos Estados Unidos a liderança no setor da Física de partículas, apropriada pelos europeus - antes que os japoneses entrem em campo e resolvam ampliar o seu acelerador de prótons de algumas centenas de metros em Tsukuba. Obviamente, uma instalação daquele porte e de tamanha complexidade tem preço à altura - e por isso o Congresso americano reluta em aprovar o seu orçamento de 4,4 bilhões de dólares.
Para os cientistas, os aceleradores nunca foram tão indispensáveis. "Temos razões teóricas para acreditar que alcançamos o conhecimento sobre os blocos fundamentais de construção da natureza ou, pelo menos, que estamos muito próximos disso", afirma o físico mais conhecido do mundo, o inglês Stephen Hawking, autor do best-seller Uma breve história do tempo. De fato, com a ajuda dos aceleradores se descobriu que tudo o que existe - rigorosamente tudo - é feito apenas de três famílias de partículas elementares indivisíveis: quarks, léptons e bósons. Os quarks fazem os nêutrons e prótons no núcleo dos átomos. Os léptons fazem os elétrons, entre outras coisas. Os bósons formam uma classe especial de partículas mensageiras, responsáveis pelas interações entre as outras famílias.
Essas mensageiras ajudam grupos de quarks e outros de léptons a se combinar com as quatro forças básicas que regem o Universo, criando todos os corpos compostos. Tais forças, como se sabe, são a gravitacional, o eletromagnetismo e as interações forte (responsável pela coesão do núcleo atômico) e fraca (que rege os fenômenos da radioatividade). Desde Einstein, na década de 30, os físicos acreditam que essas forças são manifestações de uma força única que agiu somente nos instantes que se seguiram ao Big Bang, a explosão que teria originado o Universo.
Assim, num dos desdobramentos científicos mais surpreendentes dos tempos atuais, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a procura pelas partículas infinitamente pequenas e o estudo do espaço-tempo infinitamente grande eram no fundo atividades gêmeas. Ou seja, a Física não consegue esclarecer as dúvidas essenciais sobre a natureza da matéria sem responder ao mesmo tempo às questões cosmológicas sobre a origem do Universo. "O LEP pode fornecer um modelo do que aconteceu  naqueles instantes iniciais", acredita a física Maria Elena Pol, que desde 1988 trabalha no CERN.
Maria Elena, uma argentina que morou no Rio de Janeiro durante treze dos seus 40 anos, é ligada ao Centro Brasileiro de Pesquisa Físicas (CBPF). Ela encarna o entusiasmo despertado nos cientistas do mundo inteiro pelas pesquisa da Física de partículas. O CERN, por sinal, parece uma filial das Nações Unidas, com seus 5 mil pesquisadores oriundos de 64 países. Seis vieram do Brasil, além de Maria Elena, que se considera "brasileira de coração". Ronald Shellard, professor da PUC do Rio de Janeiro, especializado em programas de computadores que simulam partículas atômicas, é o único brasileiro funcionário da instituição. Os outros, físicos e especialistas em informática, são bolsistas do CNPq (Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Aos poucos eles serão transferidos para as equipes que lidam diretamente com os detectores das colisões de partículas.
Todos esses cientistas têm um objetivo imediato comum: produzir em grande quantidade uma partícula fugidia avistada pela primeira vez em 1983 por Rubbia e pelo holandês Simon van der Meer e que por isso mesmo foram contemplados com o Prêmio Nobel. Trata-se da partícula Zº (lê-se Z zero, em que zero significa ausência de carga elétrica). Esse bóson mais os bósons W+ (carga positiva) e W- (negativa) confirmaram a unificação entre a força eletromagnética e a nuclear fraca, proposta teoricamente nos anos 60 pelos americanos Steven Weinberg e Sheldon Glashow e pelo paquistanês Abdus Salam - não por coincidência, também ganhadores do Nobel.
No Universo primitivo, diz a teoria, 10 bilionésimos de segundo, depois do Big Bang, os bósons W e Zº, portadores da força fraca, se comportavam da mesma maneira que os fótons, os mensageiros luminosos da força eletromagnética. A melhor maneira de conseguir o bóson de partícula Zº é fazer a colisão elétron-pósitron. Os aceleradores menos grandiosos que o LEP também proporcionavam esse tipo de trombada, mas sua energia era insuficiente para produzir muitas partículas. De seu lado, o último modelo de acelerador em Stanford tem energia suficiente mas obtém poucas colisões - justamente por ser linear. A energia das partículas é medida em eletronvolts, ou seja, a energia que um elétron capta de um campo elétrico de 1 volt. Somente acelerando elétrons a 70 GeV, ou 70 bilhões de eletronvolts, se conseguem colisões suficientes para o aparecimento da requisitadíssima Zº.
O SPS (Super Sincroton de Prótons) do CERN, onde Rubbia e Van der Meer fizeram a sua descoberta, colide prótons e antiprótons, mas, pela barafunda que fica do choque, não é ideal para se constatar a presença da partícula Zº. O LEP foi inaugurado a 17 de julho. Em um mês de atividade, antes que todas as máquinas estivessem perfeitamente calibradas, já produzia algumas centenas dessas partículas. A expectativa dos físicos de Genebra era comemorar a chegada de 1990 com uma produção da ordem de 10 mil por dia.
Não é um processo fácil. Para começar, é preciso obter grande quantidade de matéria-prima, ou seja, elétrons e pósitrons, criados em outros aceleradores de tamanho menor. A cada 12 minutos, em média, dois pacotes de elétrons e dois de pósitrons são lançados no LEP. A palavra pacote dá uma idéia modesta de quantidade: os quatro juntos contêm o estonteante total de 5 trilhões de partículas e circulam a velocidades próximas à da luz. De acordo com a teoria de que o peso de um corpo se multiplica por causa do aumento da velocidade, cada partícula em movimento no anel pesa 100 mil vezes mais do que parada. Um rato acelerado à mesma velocidade pesaria tanto quanto um elefante. Para que matéria e antimatéria consigam se chocar, o cilindro a vácuo onde voam as duas pesadas manadas de partículas foi construído com uma precisão de milímetros.
Feito de alumínio e revestido de chumbo - para impedir a passagem da radiação emitida pelos feixes de elétrons e pósitrons -, o tubo de 20 centímetros de diâmetro é resfriado a água e mantido à prova de impurezas. Os 27 quilômetros de extensão do LEP que uma daquelas partículas percorre em 1 décimo milésimo de segundo não desenham um círculo perfeito. Oito partes curvas de 2.800 metros de comprimento cada, ligadas por oito partes retas de diferentes tamanhos, dão ao acelerador um formato oval.
Isso porque, quando os feixes de partículas são forçados a fazer uma curva, perdem parte da energia. Para que ela seja mantida no mesmo nível, as partes retas foram equipadas com aceleradores eletromagnéticos. Estes, ao atrair e repelir elétrons e pósitrons, acabam por impulsioná-los antes e depois das viradas, mais ou menos como se uma supermão providencial desse uma empurrada na McLaren de Ayrton Senna, à entrada e à saída de cada curva numa competição de Fórmula 1. Ao todo, o anel possui 4.712 ímãs de ferro, que guiam e concentram os feixes de partículas de forma que eles batam de frente. Dentro do cavernoso túnel do LEP estão alojadas 60 mil toneladas de equipamento, o equivalente ao peso de quase 240 jatos comerciais DC-10. Entre a massa de cabos e aparelhos eletrônicos circula um monotrilho para o deslocamento de pessoal.
"Quanto maior o acelerador, melhor a qualidade das colisões, porque as partículas conservam mais energia em curvas menos acentuadas", explicou à nos, em Genebra, o físico francês Manfres Buhler-Broglin, chefe do Grupo Administrativo do LEP. "Se tivéssemos construído um acelerador linear, o que seria bem mais barato, só teríamos uma chance de fazer as partículas colidir. No circular, as chances são inúmeras porque as mantemos na mesma trajetória". Para enxergar o que acontece com as partículas que se movimentam no interior do acelerador e captar colisões, os físicos ergueram quatro laboratórios de detecção, plantados em pontos eqüidistantes ao longo do trajeto.
"Temos de ser ágeis para aproveitar tudo o que possa acontecer durante as colisões", observa a física Maria Elena. Exatamente por isso, cada um foi construído de maneira diferente - e desenvolvido por cientistas diferentes. O objetivo da direção do CERN foi justamente "estimular a concorrência e controlar melhor o resultado das análises", informa Buhler-Borglin. As colisões acontecem para todos, mas alguns detectores são mais especializados que outros. Seus nomes são uma sopa de letrinhas. Aleph (a letra A do alfabeto hebraico) significa Apparatus for LEP pHysics e Opal, Ommi Purpose Apparatus for LEP. Elas identificam os dois detectores mais clássicos, com tecnologias já consagradas.
Eles simplesmente contabilizam a energia que cada partícula perdeu nos choques, devidamente registrada em dois calorímetros. Mas essa descrição sumária não dá conta da espantosa complexidade das máquinas e dos experimentos dos quais participam. A olhos leigos, há algo de monstruoso e também de mágico no ambiente. O que mais impressiona, relata a enviada especial de SUPERINTERESSANTE, são os 12 mil blocos de vidro e chumbo do calorímetro do Opal.
Cada detector habita um espaço de 20 metros de altura por 70 metros de comprimento, como um prédio de sete andares que ocupasse a metade de um campo de futebol. Parecem grandes fábricas subterrâneas. L3, o maior detector de todos, tem também a maior bobina eletromagnética já fabricada no mundo. Com 16 metros de altura, ela consumiu mais ferro (8.500 toneladas) do que a Torre Eiffel, de 300 metros. Delphi, o detector de concepção mais arrojado, serve para testar tecnologia nunca antes empregadas. Ele possui onze camadas superpostas, cada qual apropriada para registrar um tipo diferente de partícula. Quando ocorre uma colisão, seus fragmentos são rastreados em cada camada, assim como o tempo de vida da partícula. Delphi pode identificar com especial precisão as características dos bósons W e Zº.
Pode também distinguir outro personagem de nome estranho e igualmente precioso. Chama-se bóson de Higgs, em homenagem ao cientista inglês Peter Higgs, que previu teoricamente sua existência. A partícula permitiria explicar como a energia se transforma em massa e vice-versa dentro do átomo. Ou seja, explicar o porquê da fórmula de Einstein E= mc2, energia é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz. Com o Delphi, os físicos também querem saber quanto tempo dura a partícula Z antes de ela se desintegrar. Quando se souber isso, se poderá conhecer indiretamente o número de partículas elementares com as quais ela interage.
Não se pense que essas exóticas preocupações tenham a ver apenas com os arcanos da Física de partículas. Ao longo do tempo, o estudo do infinitamente pequeno rendeu mil e uma aplicações cotidianas. Começando no início da década de 30, os cientistas aprenderam a manipular os elétrons que fluem em volta do núcleo dos átomos. Isso acabou por revolucionar o mundo, permitindo as tecnologias do rádio, da televisão e inaugurando a era da informática. Depois da Segunda Guerra Mundial, o foco das pesquisas passou para o núcleo do átomo. A descoberta dos prótons e nêutrons levou à invenção da radioterapia, aos reatores nucleares e, mais recentemente, aos métodos ultramodernos na fabricação de microcircuitos.
Os avanços na Física de partículas elementares ainda são relativamente recentes - portanto é cedo para arrolar aplicações práticas. "É difícil imaginar o que vai resultar dessas pesquisas", acautela-se o físico de partículas Giorgio Moscati, da Universidade de São Paulo. Já Steven Weinberg, o ganhador do Prêmio Nobel pelos cálculos teóricos sobre a unificação das forças eletromagnética e fraca, prevê um enriquecimento científico: "Podemos descobrir alguma partícula estranha para a qual não há nenhuma evidência e isso abriria um capítulo inteiramente novo na ciência".

Na pista do quark desaparecido

Na busca da fronteira final do átomo, os cientistas descobriram que por mais que dividissem e subdividissem a matéria jamais chegariam à menor fração possível. Ocorre que suas partes isoladas não têm existência própria. Os quarks, tijolos básicos de todas as substâncias, se juntaram logo depois de surgir para formar os nêutrons e os prótons, os constituintes do núcleo do átomo. Ao fazer colidir prótons e nêutrons nos aceleradores, se consegue indiretamente descobrir algumas propriedades dos quarks. Assim, nas duas últimas décadas foi descoberta uma família de seis quarks realmente indivisíveis.
São chamados de up (para cima), down (para baixo), strange (estranho), charm (charme), bottom (fundo) e top (topo). De todos eles, somente a existência do quark top não foi comprovada. Os físicos esperam encontrar muitas combinações em que entrariam este ainda desconhecido top. Pode ser que exista mais de uma família de quarks. Quanto mais famílias existirem, maior quantidade de combinações de partículas elementares poderá gerar uma partícula composta. A partícula mensageira Zº  é a via de acesso a novas descobertas nessa área - daí a corrida entre físicos europeus e americanos para fabricar o maior número possível de Zº. Nessa corrida, desde julho último a Europa assumiu a dianteira. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Gutenberg: As Primeiras Impressões


GUTENBERG: AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES



Um ourives curioso e intelectual inventa na Idade Média a prensa tipográfica, porta para o moderno mundo da difusão do conhecimento .

O ano do nascimento é incerto. De sua vida pouco se sabe, pois são raros os documentos que contam sua história. Nem poderia mesmo haver um extenso registro escrito sobre um homem que viveu na Idade Média, quando ler e escrever era privilégio de minorias, ainda que ele fosse o responsável por uma invenção que tornou a palavra escrita acessível a todos e assim ditou os caminhos por onde passaria a cultura humana. Afinal, somente depois que Johannes Gutenberg inventou a prensa tipográfica, as informações e o conhecimento começaram a ser divulgados de forma sistemática. Seu invento permaneceu o mesmo praticamente por quatro séculos. Hoje, ainda que ultrapassado tecnologicamente, sobrevive enquanto idéia, sempre onde houver palavras impressas sobre papel.
Johannes Gensfleisch nasceu entre 1395 e 1400 em Mainz, às margens do Reno, no coração da Alemanha. Conhecido por Gutenberg, o sobrenome de sua mãe, era filho de uma família de burgueses, uma classe que despertava na estrutura social da época, prosperando no comércio e nas incipientes indústrias. Na Alemanha daqueles tempos de ocaso medieval, a burguesia já ousava contestar o poder dos nobres - e a contestação se dava por disputas armadas. Mas a infância e a adolescência de Gutenberg transcorreram em tempos de trégua e paz. Por volta de seus 20 anos, porém, novas disputas entre nobres e burgueses o forçaram a deixar a já não tão pacata cidade natal e o jovem culto e bem-educado foi parar em Estrasburgo, cidade na fronteira franco-alemã, que viria a fazer parte da França.
Interessado pelas ciências e pelas artes, Gutenberg gostava também de pedras preciosas e delas fez seu ofício, tornando-se joalheiro e ourives. Em 1437, em plena atividade, em Estrasburgo, foi chamado à Justiça por uma senhorita de nome Ana Isernen Thur. Motivo: Gutenberg lhe havia prometido casamento e a moça resolveu cobrar a promessa. O ourives não fugiu ao compromisso e casou-se com Ana. Empobrecido, Gutenberg se ocupava da feitura de finas jóias, mas não podia fazer o que adorava - ler e estudar. Os livros confeccionados a mão eram caros demais e Gutenberg não tinha condições de pagar por eles.
Naquela época, copiar um livro era um trabalho fenomenal. Levava tanto tempo que só os monges nos conventos podiam passar dias executando essa tarefa - em latim, é claro. Por isso, os assuntos das obras eram quase sempre religiosos. O gênio inventivo, mas carente de recursos, de Gutenberg não se conformava e imaginava um meio de produzir grandes quantidades de livros de forma muito mais rápida, para que qualquer pessoa alfabetizada pudesse ler sobre qualquer assunto. A impressão propriamente dita já existia; ele só teve de usar a cabeça para juntar várias técnicas e criar a imprensa - algo tão simples quanto o ovo em pé, de Colombo.
A história da impressão sobre papel começara na China, no final do século II da era cristã. Os chineses sabiam fabricar papel, tinta e usar placas de mármore com o texto entalhado como matriz. Quatro séculos depois, o mármore foi trocado por um material mais fácil de ser trabalhado, o bloco de madeira. Os mais antigos textos impressos que se conhecem são orações budistas. Foram feitos no Japão entre os anos 764 e 770; o primeiro livro propriamente dito de que se tem notícia apareceu na China em 868. O desenvolvimento da escrita deu novo salto no século XI graças a um alquimista chinês, Pi Cheng, que inventou algo parecido com tipos móveis - letras reutilizáveis, agrupadas para formar textos.
Mas por alguma razão ignorada o invento não prosperou e desapareceu junto com seu inventor. Até essa época, a Europa só conhecia da tipografia o papel. No século VIII, os chineses começaram a distribuí-lo como mercadoria no mundo árabe. A técnica de fabricação foi revelada aos árabes por prisioneiros chineses. Daí até o século XIII as usinas de papel proliferaram de Bagdá, no atual Iraque, à Espanha, então sob domínio mouro. Mas o manual de instruções não veio junto - ou seja, o processo tipográfico permaneceu firmemente guardado em mãos chinesas. Somente no fim do século XIV se desenvolveram por ali a xilografia, impressão com matriz de madeira, e a metalografia, com matriz de metal. Um rudimento de impressão de textos por xilografia apareceu com um holandês de nome Laurens Coster, mas a qualidade final era tão ruim que a inovação virou letra morta.
Tal qual os chineses, a Europa já conhecia no princípio do século XV o papel, a tinta e a matriz. Faltava apenas uma idéia por assim dizer luminosa que juntasse isso tudo num só equipamento. É quando entra em cena Johannes Gutenberg, o ourives culto e curioso. Ao que consta, as primeiras idéias sobre imprensa lhe ocorreram quando observava um anel com o qual os nobres selavam documentos, neles imprimindo o brasão da família. Esse anel tinha o brasão escavado em metal ou pedra preciosa e deixava uma impressão em alto-relevo sobre o lacre quente. Gutenberg achou que o mesmo princípio serviria para imprimir letras, mas logo viu que o método deveria ser posto de cabeça para baixo: em vez de escavada num bloco de madeira, a parte que serviria para imprimir deveria ficar em alto-relevo.
Foi assim que ele imprimiu várias imagens de São Cristóvão e, como bom católico, as levou ao bispo de Estrasburgo. O bispo não podia imaginar como o ourives conseguira tantas imagens iguais, já que seus monges levavam muito tempo para desenhar apenas uma. Gutenberg, fazendo segredo de seu invento, saiu da conversa carregado de encomendas de imagens religiosas, solicitadas por sua excelência reverendíssima. Mas seu alvo continuava sendo imprimir uma página inteira. Para tanto, obteve do bispo um livro emprestado e entalhou uma página na madeira. Obviamente, as palavras saíram ao contrário, um contratempo que naturalmente não acontecia com as imagens dos santos.
Como era apenas uma questão de inverter os termos do problema, esculpiu as letras ao contrário na madeira - e deu certo. Gutenberg logo percebeu, porém, que esculpir página por página um livro em placas de madeira era um trabalho descomunal. Pensou então em cunhar as letras separadamente, primeiro em madeira depois em chumbo fundido. Inventou uma forma que pudesse segurar os tipos juntos para compor uma página. Fabricou ainda tintas e escovas próprias para espalhá-las sobre os tipos. Até aí seu trabalho se equiparava ao dos chineses de séculos atrás. Faltava o pulo-do-gato - tornar o processo mecânico, para imprimir mais rápido e com melhor qualidade do que a mão.
Gutenberg desatou o nó: adaptou uma prensa que servia para produzir vinhos. O mecanismo consistia em um suporte fixo e uma parte superior móvel em forma de parafuso. A fôrma com os tipos unidos era colocada sobre o suporte, recebia uma camada de tinta e por cima a folha de papel. A parte superior era depois movida para baixo, pressionando o papel contra os tipos. Estava inventada a impressão tipográfica, uma tecnologia que sobreviveria com poucas modificações até o século XIX. Mas, então, havia muito que deixara de ser apenas um aparato para produzir cópias com rapidez. O invento de Gutenberg fizera desabar sobre uma Europa em mutação social, econômica e religiosa a idéia da difusão do conhecimento. Foi mais lenha na fogueira da efervescência cultural que acabaria por consumir a Idade Média.
A invenção da imprensa na aurora dessa época também de grandes descobertas foi metade causa, metade efeito do movimento de transformações pelas quais passava o mundo europeu. O continente assistia ao nascimento da burguesia mercantil como ator político, buscando desalojar a aristocracia rural do centro das decisões. No campo das idéias religiosas, eclodia a crise que levaria à Reforma protestante. A disseminação dos protestos de Lutero, na escala que ocorreu, só foi possível graças ao invento daquele outro alemão dado à ourivesaría. A curiosidade intelectual já tinha levado à criação das primeiras universidades, no século XII, e apontava agora na direção de se recuperar o conhecimento humano proveniente de qualquer fonte, como as obras dos antigos gregos e romanos, familiares apenas aos doutores da Igreja.
A sociedade em que vivia Gutenberg passava por um crescimento populacional comparável ao aumento da produtividade na indústria e no comércio. Na Idade Média descobriu-se a pólvora, o relógio mecânico, aperfeiçoou-se a navegação a vela, que levaria os europeus a novos mundos. A Itália florescia em pleno Renascimento, irradiando a Europa com um desejo de enriquecimento cultural e civilização mais dinâmica. Só faltava colocar todas essas idéias no papel.
Foi o que fez Gutenberg. Os livros impressos com sua invenção disseminaram o hábito de ler e escrever e deixaram a cultura ao alcance das novas classes sociais, cujo poderio deitava raízes nas cidades. Como a vida de Johannes Gutenberg passou quase sem registro, a data da invenção da prensa tipográfica é igualmente incerta. Tudo o que se sabe do inventor é o que consta de documentos comerciais ou judiciários. Mas esses poucos papéis permitiram deduzir que, durante suas pesquisas sobre tipografia em Estrasburgo, ele gastou todo o dinheiro antes que chegasse a produzir qualquer coisa que lhe proporcionasse uma renda. Por volta de 1438, formou uma sociedade com três burgueses da cidade, Andreas Dritzehn, Hans Riffe e Andreas Heilmann. Gutenberg já tinha então construído sua prensa, um segredo que guardava a sete chaves. Começou publicando folhetos e livretos religiosos, mas a morte de Dritzehn naquele mesmo ano lhe trouxe problemas com a Justiça.
Os irmãos de Dritzehn processaram Gutenberg porque queriam herdar o direito de entrar na sociedade. Perderam a causa. Foi nos documentos desse processo que apareceram os primeiros registros do invento. A publicação dos livretos religiosos, que Gutenberg vendia como se fossem manuscritos, continuou por algum tempo, até que a bancarrota total o levou de volta à cidade natal de Mainz. Provavelmente já estava ali quando imprimiu o Weltgeritch (Juízo do mundo), um poema alemão anônimo, considerado o mais antigo testemunho da tipografia européia, do qual sobrou apenas uma página. Em 1448, portanto com cerca de 50 anos, Gutenberg conseguiu o patrocínio de um financiador chamado Johann Fust, a quem confiou o segredo da invenção, para imprimir seu primeiro livro. Fust investiu no trabalho de Gutenberg 800 florins, soma considerável na época. Dois anos depois, mais 800 florins saíram do bolso de Fust para a mão de Gutenberg, mas a conta cobrada foi amarga.
Gutenberg trabalhava com auxílio de Peter Schöffer, um artesão de tipos tão bom quanto ele próprio. Em 1455, como o livro não estivesse pronto, Fust cobrou judicialmente a devolução do financiamento. Gutenberg tentou imprimir às pressas as Cartas de indulgência do papa Nicolau V, de venda rápida, mas não escapou à falência. A oficina de impressão caiu nas mãos de Fust e Schöffer, que por volta de 1456 publicaram o primeiro livro impresso: a chamada Bíblia de 42 linhas, obra de 642 páginas, com tiragem de duzentos exemplares. Tinha esse nome porque cada uma das duas colunas em suas páginas tinha 42 linhas. Saiu sem data nem local ou nome dos impressores. Era, oficialmente, a Bíblia de Fust. Mas, fazendo justiça ao seu verdadeiro autor, foi apelidada de "Bíblia de Gutenberg".
Johann Fust e Peter Schöffer, que viria a se tornar seu genro, publicaram um ano depois o primeiro livro com indicação de data, local de edição e impressores, o Saltério latino, uma versão dos salmos do Antigo Testamento. Fust parecia ter a noção de que o invento em seu poder era fantástico - ele fazia seus empregados jurar sobre a Bíblia que não revelariam a ninguém os segredos da impressão e mantinha-os sob algo próximo a um cárcere privado. O pobre e desonrado Gutenberg, por sua vez só escapou da ruína total graças à proteção de um generoso funcionário municipal de Mainz, Konrad Humery que lhe proporcionou os meios de montar outra oficina de impressão.
Não se sabe ao certo se Gutenberg deu continuidade ao seu trabalho. Acredita-se que tenha imprimido ainda o Catholicon, do frade Johannes Balbus, e uma Bíblia de 36 linhas. Mas a autoria da impressão dessas duas obras, principalmente a da Bíblia, é duvidosa, pois são de qualidade inferior à que Gutenberg já alcançara. Em 1462, Gutenberg voltou a Estrasburgo para fugir de novas guerras em Mainz. Três anos depois, ele regressaria à terra natal sob a proteção do arcebispo Adolfo II, que ainda por cima lhe proporcionou uma pensão, garantindo roupas, comida e vinho. Em fevereiro de 1468, com aproximadamente 70 anos,o inventor da prensa tipográfica morreu.
A desavença com Johann Fust quase custara a Gutenberg a paternidade de seu invento. A Bíblia de 42 linhas saiu sem créditos e o Saltério,que usava a mesma técnica, levava apenas o crédito de Fust e Schöffer. A escassa documentação poderia deixar obscuro também esse ponto em sua vida, não fosse o esforço de alguns contemporâneos, como o padre Adam Gelthus, que fez inscrever no túmulo de Gutenberg: "O inventor da arte de imprimir". O próprio neto de Fust e filho de Schöffer, Johannes, eliminou as dúvidas ao escrever na dedicatória de um livro ao imperador Maximiliano, em 1505, ter sido a arte da tipografia inventada em Mainz "pelo engenhoso Johannes Gutenberg".

sábado, 17 de dezembro de 2011

Escultura de Luz - Holografia

ESCULTURAS DE LUZ - Holografia



Conhecida há um quarto de século, só agora se começa a descobrir as utilidades da holografia. Mas as luminosas imagens em três dimensões que ela permite são ainda um mistério para o grande público.

Há 25 anos, os físicos americanos Emmett Leith e Juris Upatnieks causaram a maior sensação no congresso anual da Sociedade Ótica dos Estados Unidos, realizado em Washington. Eles surpreenderam os colegas ao apresentar nada mais nada menos que um imagem em três dimensões de uma locomotiva. Havia razão de sobra para o espanto; pela primeira vez, o mundo assistia à aparente materialização de objetos no espaço. Como nos truques do mágico Mandrake, era possível ter diante de si a imagem real de algo sem que se pudesse tocá-la. Nas histórias em quadrinhos, Mandrake hipnotiza as pessoas a quem quer iludir. Mas no caso da imagem exibida pela dupla Leith c Upatnieks não cabia falar em ilusão. E tamanho foi o impacto da novidade que muita gente acreditou que a holografia - nome da técnica utilizada para obter a imagem tridimensional - substituiria a fotografia como forma de registrar a realidade.
Como se sabe, previsões tão radicais não se concretizaram. O clique da camara fotográfica não foi substituído. Até porque, após todos esses anos, o processo que envolve a holografia continua tão pouco estudado que se contam nos dedos não só os laboratórios equipados para realizá-lo como também os técnicos devidamente habilitados. O truque, se é que se pode chamá-lo assim, é possivel graças à propriedade ondulatória da luz. Enquanto o filme da fotografia convencional registra apenas a variação de amplitude, ou seja, a intensidade das ondas de luz, a holografia, com o auxilio do laser, pode gravar também os picos e vales das ondas, o que possibilita reproduzir a imagem em profundidade. As artes plásticas, a publicidade, a pesquisa científica e a indústria têm sido as áreas preferenciais de sua aplicação.
Não é à toa, portanto, que artistas tratam a holografia poeticamente como Esculturas de luz". Na verdade, a própria palavra holografia já dá uma pista sobre suas propriedades. Holos em grego significa inteiro e ,graphos quer dizer sinal ou imagem -holografia é a imagem por inteiro l. um ohieto. Mas o termo é atual. Foi criado pelo físico húngaro Dennis Gabor, o inventor da técnica. Formado na Alemanha mas radicado na Inglaterra desde a ascensão do nazismo, em 1933, Gabor chegou à holografia em 1 948, quando pesquisava uma forma de aumentar a nitidez do microscópio eletrônico. Não pôde aplicá-la na prática, porque para captar a dimensão de profundidade necessitava de um tipo de luz coerente - cujas ondas não se difundissem em todas as direções-e que tivesse apenas uma cor. Ou seja, Gabor precisava de um laser, que só seria descoberto em 1960. Mesmo assim, durante a década de 50, foram testados alguns hologramas com lâmpadas de mercúrio. Um dos incentivadores da pesquisa nessa área foi o físico americano Albert Baez, pai da célebre cantora de folk-music Joan Baez.
A descoberta dos princípios que tornariam possível a técnica da holografia valeu a Gabor o Prêmio Nobel em 1971, no mesmo ano em que completou 71 anos. Ele morreu em 1979, quando muitas das aplicações de sua invenção já estavam se desenvolvendo. Isso não aconteceu de uma tacada só. No começo, à parte meia dúzia de cientistas imaginosos ninguém sabia o que fazer com a holografia, em boa medida por causa de um grave inconveniente: tanto na gravação como na reprodução da imagem, necessitava-se do laser. Aos poucos, porém, as dificuldades foram vencidas. Em 1965, o físico russo Yu Denisyuk conseguiu, pela primeira vez, ver os hologramas com a luz comum.
No início da década de 70, a hoIografia já se tinha afirmado o suficiente para despertar o interesse das galerias de arte. Para isso, contribuiu a descoberta da holografia em cores e em movimento. Ao receber todo o espectro de luz, em vez de apenas uma banda, o holograma pode ser visto em todas as cores do arco-íris. Só que para alcançar esse efeito sacrifica-se a perspectiva tridimensional vertical. Em conseqüência, ao ser examinado de cima para baixo, ou de baixo para cima, o holograma colorido perde a dimensão de profundidade.
A descoberta do movimento foi produto do trabalho de muitos cientistas, mas ficou conhecida graças ao físico americano Lloyd Cross. Com a seqüência de fotogramas de uma moça sobre o mesmo holograma, ele criou em 1977 um efeito estereoscópico de movimento -- o mesmo princípio do cinema. A moça, considerada a Mona Lisa da holografia, costuma piscar e jogar beijos para as pessoas que a contemplam. O efeito do movimento chegou ao Brasil em 1980, quando, ao percorrer a 1º Mostra Brasileira de Holografia, em São Paulo, os visitantes puderam acompanhar a seqüência de uma luta de caratê e uma cena do seriado O Incrível Hulk.
A união da holografia com o cinema começou na Itália, mas primeiros a projetar um filme capaz de ser visto por mais de uma pessoa ao mesmo tempo foram os soviéticos. A cena de uma jovem andando com um buquê de flores na direção do espectador foi vista exatamente da mesma maneira pelas cinqüenta pessoas que participaram de uma exibição especial em Moscou. Isso foi possível graças a uma tela holográfica dotada de um conjunto de espelhos côncavos superpostos, onde o foco é dirigido para cada lugar da sala de projeção. Agora há estudos para a transmissão da imagem de um holograma pela televisão. Não é nada simples holografar uma cena. Devido à dependência do laser, só formas de tamanhos limitados podem ser filmadas. Um grande ambiente, por exemplo, está excluído. Uma tomada do grandioso filme Cleópatra, com seus 2 mil figurantes, está fora do alcance da holografia.
Artistas, curiosos, cientistas - durante anos, a holografia foi dominada por tipos excêntricos, com seus trabalhos de fundo de quintal. A técnica era utilizada em jóias, painéis de propaganda, museus, mas costumava-se dizer que os únicos que, de fato, lucravam com a holografia eram os produtores de imagens pornográficas. A situação só mudou mesmo em 1984.
A virada foi a edição da revista americana National Geographic que reproduziu a imagem tridimensional de uma águia na capa de seus 10 milhões de exemplares. Foi um sucesso editorial e tanto. No ano seguinte, a National Geographic repetiu a dose, imprimindo dessa vez na capa uma caveira chinesa pré-histórica.
Em 1987, cerca de 100 milhões de exemplares de livros e revistas circularam pelo mundo com algum tipo de holografia impressa. Nos Estados Unidos, a Hasbro, fabricante de brinquedos, lançou uma linha de oito bonecos e quatro veículos com detalhes em holografia. A Purina, outra empresa americana que produz cereais para crianças, colocou hologramas dos personagens do filme Caçafantasmas em suas embalagens. E no mundo todo o MasterCard surgiu com um novo tipo de cartão de crédito com dois logotipos holográficos nas laterais. A idéia da empresa, que no Brasil é associada ao Credicard, é impedir a falsificação dos cartões - é quase impossível imitar um holograma.
No Brasil, a holografia já começou a interessar grandes empresas. Fernando Catta-Preta, diretor do primeiro laboratório holográfico no país, realizou uma série de trabalhos em cartões de Natal, imagens de santos, material promocional, catálogos e selos. Psicólogo de formação, Catta-Preta, 32 anos, interessou-se pela holografia quando trabalhava com crianças que tinham dificuldade para aprender a ler. "De acordo com certos teóricos", diz, "os princípios da holografia podem ser aplicados à psicologia do conhecimento, com base num modelo tridimensional do cérebro, que permitiria estudar a percepção, o reconhecimento e a memória do ser humano."
São apenas suposições. Certo é que a holografia se tornou uma ferramenta sofisticada. Sua grande vantagem é a capacidade de reconstituir o tamanho, a forma e as três dimensões de um objeto. Isso permite, por exemplo, perceber qualquer mudança -mesmo milimétrica -numa peça industrial. Os testes podem ser feitos com a peça real em vez de protótipos, e não é preciso inutilizá-la, mesmo que as falhas não estejam ao alcance da vista, como na estrutura interna de um equipamento. Fica-se sabendo que há alguma modificação no objeto estudado pela análise das franjas, que são traços de luz e sombra na sua superfície, provocados pela diferença da luz antes e depois de ser a peça deformada. Na Itália, um grupo de hológrafos utiliza essa técnica, chamada interferometria holográfica, na restauração de quadros de pintores renascentistas. Os técnicos alteram deliberadamente a temperatura e o grau de umidade do ambiente para ressaltar os pontos mais frágeis da obra. A interferometria holográfica ainda é uma novidade no Brasil. Um dos raros especialistas é o engenheiro paulista Ricardo Forneris Júnior 27 anos, de São Paulo, que se encaminhou para essa área quase por acaso.
Há três anos, ao procurar um tema para sua tese de mestrado, Forneris foi aconselhado por um tio, professor do Instituto de Física da USP, a trabalhar com holografia. Atualmente, ele cuida do controle de qualidade em peças de automóveis e circuitos impressos com o auxilio da interferometria holográfica. "Na Europa e Estados Unidos", compara, "isso já é feito até em tubulações de usinas nucleares." Outro especialista, nascido na Argentina mas radicado no Brasil, José Joaquim Lunazzi, do Instituto de Física da Unicamp, usa a interferometria para controlar as alterações provocadas pela umidade e pelo vento em sementes de feijão. O artista plástico Moyses Baumstein mostrou suas últimas holografias na exposição coletiva "A Visão do Artista - Missões 300 Anos" realizada no Museu de Arte de São Paulo no inicio do ano.
Outra vantagem dos hologramas é a capacidade de armazenar informações. Ao se variar o ângulo de iluminação, eles registram informações diferentes. Assim, um holograma pode arquivar 10 mil vezes mais dados do que os discos e fitas dos computadores eletroóticos. Por enquanto, dispositivos óticos holográficos já são usados em larga escala apenas em caixas registradoras de supermercados que lêem os códigos de barra impressos nas embalagens. Já se começa a utilizar a holografia como complemento dos raios X na Medicina. No futuro, a imagem holográfica poderá substituir a radiografia convencional. Nos Estados Unidos, hologramas também começam a ser usados no aproveitamento da luz solar ou artificial em estufas, hotéis e escritórios, para economizar energia elétrica.
Enfim, a todo momento são descobertas novas possibilidades da holografia. Este ano, a indústria ótica inglesa anunciou o lançamento de lentes de contato holográficas bifocais; os alemães, de seu lado, decidiram construir 0 primeiro microscópio eletrônico de holografia de alta resolução. Aplicações tão especificas, embora de inegável utilidade, pouco fazem para aproximar a holografia do grande público. Pode repetir-se em qualquer lugar a cena que ocorreu há alguns anos na joalheria Cartier, na elegante Quinta Avenida de Nova York. Ao observar uma fantasmagórica mão feminina exibindo uma pulseira cravejada de brilhantes, uma assustada velhinha saiu pelas ruas gritando: "Obra do diabo!", sem saber que se tratava apenas de uma fotografia tridimensional.

Pelas frestas da cortina

Como a fotografia convencional, a holografia é uma técnica para registrar determinada imagem num filme. Mas a semelhança termina ai. As fontes de luz usadas na fotografia emitem radiação em diferentes comprimentos e freqüências de onda. Ao contrário, a luz do laser - a mais apropriada para holografia -se difunde em ondas paralelas e igualmente espaçadas. Ou seja, tem o mesmo comprimento (a distância entre as duas cristas) e freqüência (número de cristas que passa por um ponto a cada segundo). Para captar a dimensão de profundidade, o filme de um holograma registra as ondas emitidas pelo laser, que é dividido em duas partes. Um feixe é refletido pelo objeto antes de atingir o filme; o outro vai direto ao filme, para servir de referência.
Quando os dois feixes de luz se cruzam, as ondas interferem umas com as outras. Onde as cristas das ondas se encontram, forma-se luz mais intensa; onde uma crista de um feixe encontra o intervalo de onda de outro, forma-se uma região escura. É por isso que o filme depois de revelado não mostra uma imagem mas um padrão de faixas ou anéis claros e escuros. Para ver a imagem no filme, usa-se o mesmo laser com que se gravou o objeto. Atrás da chapa fotográfica, se formará. então, uma imagem que poderá ser vista de vários ângulos como se ela fosse tridimensional. Daí por que se costuma comparar o holograma a uma janela. Se for parcialmente tampado ou cortado, a imagem atrás ainda será visível como pelas frestas de uma cortina.


A imagem, passo a passo

1- A imagem que serve como modelo dever ser pintada de branco e colada sobre uma base de vidro fosco.

2 - Qualquer ruído, deslocamento de ar ou mudança de temperatura pode afetar a posição do modelo e prejudicar a imagem. Por isso, a sala de holografia é a prova de som, com uma temperatura constante de 22 graus.

3 - Da mesma forma que é necessário fazer foco numa fotografia convencional, o canhão de luz laser é regulado para que a lente obtenha o melhor ângulo do modelo. Os espelhos que dividem o feixe de luz também são colocados no ponto exato de reflexão.

4- Uma parte do feixe de laser ilumina diretamente o cavalo-marinho antes de capturar a imagem num filme fotográfico. A outra parte do feixe, depois de refletida pelos espelhos, incide diretamente sobre o filme.

5 - A revelação da película é semelhante à das fotografias tradicionais. Obtém- se o holograma de transmissão, que só é visto na luz laser ou de mercúrio. Para ser visto na luz comum, é necessário repetir todo o processo com o holograma de transmissão.

6 - O feixe de laser atravessa o filme de transmissão e também o cavalo-marinho original antes de gravar a imagem no filme definitivo. O holograma final, depois de revelado, passa por um processo de metalização e impressão em poliéster.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Revolução a bordo - Avião A320

REVOLUÇÃO A BORDO - Avião A320



Pilotar o A320 parece tão fácil como brincar de videogame. O mais moderno avião de passageiros do mundo tem controles eletrônicos do nariz até a cauda. Usa compostos de fibra de carbono no lugar de metais. Cada pedaço do aparelho vem de um país diferente da Europa.

Qual a diferença entre sentar-se na cabina de comando de um jato capaz de transportar até 180 passageiros e 5,5 toneladas de carga por pelo menos 4 mil quilômetros ( como de Porto Alegre e Natal ou de Manaus e Curitiba) e instala-se diante de uma tela de TV para brincar com um simples aparelho de videogame? Sob um único aspecto, a reposta é - nenhuma. Pois o jato em questão, o Airbus modelo 320, ou A 320 , como é chamado, é o primeiro avião comercial do mundo com um sistema de pilotagem totalmente eletrônico. Por isso, mas não só por isso, esse birreator que deve entrar este mês em operação na Europa inaugura uma nova etapa na arte, ciência e tecnologia de voar - de fato, o A320 é o pioneiro da geração das fantásticas máquinas voadoras que estarão cruzando os céus do planeta na virada do século.
Terceiro filho do consórcio multinacional Airbus Industrie, surgido em 1970, cujos A300 e A310 transportam 200 mil passageiros por dia com uma decolagem a cada 70 segundos pelo mundo afora, incluindo o Brasil, o A320 tem múltipla cidadania - é um pouco francês, um pouco inglês, um pouco alemão e ainda um pouco belga e um pouco espanhol. Ou seja, trata-se de um produto típico da Europa de hoje, onde os sotaques se misturam cada vez mais e as fronteiras importam cada vez menos. Representa a maior revolução na aviação comercial na era do jato desde o aparecimento do supersônico anglo-francês Concorde, na década passada. Mas, ao contrário deste, que já foi descrito como o maior fiasco industrial do Ocidente, o A320 é o aparelho que mais encomendas já teve antes de levantar vôo.
É um troféu da tecnologia. O piloto que toma assento na cabina não lidará com o manche velho de guerra. Em seu lugar, está à sua espera um simples bastão de comando - o side stick controller-, muito semelhante aos controles dos jogos Atari. Localizado não à frente, mas ao lado do painel, o novo sistema dá ao piloto uma visão livre dos instrumentos. Estes, por sua vez, também não são mais aqueles das gerações anteriores - foram redesenhados de forma a eliminar as dúzias de mostradores rotativos que atravancam os painéis dos jatos convencionais. O A320 levou mais longe a inovação experimentada nos A310 fabricados de 1982 em diante. Assim, apresenta apenas seis telas, onde cada informação aparece de maneira clara e em cores vivas.
Além disso, os refinados computadores que governam a aeronave da decolagem ao pouso simplificam de tal forma o trabalho do piloto que lhe permitem funcionar não mais como operador do avião, e sim como monitor do sistema de comando. Ele se decide, com base nas informações à sua frente, por determinada manobra; os computadores conferem se a ordem é adequada e, ao cumpri-la, procuram ainda aperfeiçoar a manobra. No A320, se o piloto e o co-piloto perderem a cabeça, os cérebros eletrônicos conservarão o juízo - e o avião no ar. A eficiência dos sistemas de computação eliminou a figura do engenheiro de bordo, encarregado de controlar o funcionamento dos aparelhos em vôo. No comando do A320, três é demais.
Dois sistemas vigiam o equipamento da aeronave, de olho em qualquer mínima falha. E mais: registrado um defeito, os sistemas emitem automaticamente uma mensagem que alcançará o setor de manutenção da companhia aérea na escala mais próxima, para a preparação do conserto e eventual troca de peças enquanto o avião ainda está nas alturas. Ao pousar, perde-se menos tempo no reparo da avaria, o que é bom para os passageiros e melhor ainda para as contas da empresa. Dinheiro, por sinal, era o que os pessimistas menos esperavam ver entrar nos cofres do consórcio Airbus, quando este se propôs a desafiar os gigantes americanos da indústria aeronáutica Boeing e McDonnell Douglas, oferecendo ao crescente mercado internacional uma alternativa em matéria de aviões wide-body para distâncias curtas e médias, silenciosos e econômicos.
Realmente, não se acreditava que um grupo europeu fosse capaz de derrubar a hegemonia americana, inventando um sucessor para o confiável BAC One-Eleven inglês e o elegantíssimo Caravelle francês, ambos irremediavelmente obsoletos. A idéia de uma associação de vários países para conceber e fabricar um novo tipo de avião parecia absurda. Mas pesquisas competentes de mercado e intensivos investimentos em tecnologia acabaram constituindo uma família de aviões apta a conquistar um lugar nos céus. O A320 é o fecho glorioso dessa aventura.
Ele nasceu como nascem quase todos os aviões comerciais. O primeiro passo foi a formação de um grupo de projetos integrado por executivos e engenheiros da empresa fabricante. No caso da Airbus Industrie, isso significou a participação de representantes dos quatro membros do consórcio - Aerospatiale (França), British Aerospace (Inglaterra), MBB (Alemanha), CASA (Espanha) -e ainda da empresa belga Belairbus, que se associou ao projeto do A320. A tarefa do grupo era estabelecer as medidas vitais do novo produto: tamanho, peso, altura, envergadura e mais uma infinidade de dados técnicos. "Foram meses e meses de cálculos e debates, em que nenhum detalhe pôde ficar de fora", explica Frédéric Ribere, diretor de produção do A320 na Aerospatiale.
Moreno, baixo, dono de um olhar perscrutador e de uma eloqüência pontuada de gessos e sorrisos, Ribere é um dos responsáveis pelo sucesso do A320. Aos 45 anos, 22 dos quais dedicados "quase integralmente" à Aerospatiale, ele viu nascer o Caravelle e o Concorde e foi um dos primeiros a apostar no projeto Airbus. A grande atração que a empreitada exerceu sobre ele provavelmente tem a ver com seu temperamento, que combina determinação e gosto pelo risco. Desde muito jovem, quando praticava vôo a vela e caça submarina, sonhava em construir carros de corrida. "A velocidade é meu fraco" confessa Ribere, que antes de entrar na Aerospatiale fez estágio numa fábrica de motores de Fórmula 1.
Para conceber um avião econômico, o grupo de projetos achou um caminho inovador capaz de reduzir em 18 por cento o peso (logo, também o consumo de combustível) da aeronave: usar materiais compostos de fibra de carbono a fim de substituir, onde fosse possível, as tradicionais estruturas metálicas. Mais leves, mais baratos e de mais fácil manutenção, os compostos de fibra de carbono (material utilizado, por exemplo, em raquetes de tênis) permitiram economizar mais de 600 mil dólares em cada aparelho. Da mesma forma, a substituição do manche pelo side stick controller, além de melhorar a vida do piloto, ajudou a emagrecer o avião.
O manche, é claro, pesa pouco. O que pesa bastante é todo o conjunto de alavancas, barras, porias e engrenagens que compõem o controle mecânico dos aviões - só acionado em casos raros de pane do sistema elétrico. No A32O, o aparato mecânico foi trocado por um afiado sistema de controle eletrônico, chamado FBW, do inglês fly by wire, vôo por cabo, ligado ao side stick por mais de 30 mil fios. Foi outro passo revolucionário. A mudança significou não só um aumento da capacidade do avião equivalente a mais dois passageiros como também uma redução da espessura da fuselagem central, por onde antes passavam as barras.
Tanto melhor para os passageiros: isso permitiu alargar o corredor central do avião e assim eliminar um aborrecimento de todo começo de viagem: a irritante presença do passageiro da primeira fila que bloqueia a passagem durante a eternidade que leva para acomodar seus pertences nos bagageiros superiores. Delineado o projeto base, o calhamaço que o contém embarcou para o chamado escritório de estudos - na verdade, um conglomerado de oficinas, laboratórios e centrais de computação onde o projeto inteiro foi detalhado. A seguir, o A320 foi dividido em cinco fatias principais, cada uma desenvolvida por uma das cinco empresas associadas no projeto.
A British Aerospace, por exemplo, ficou responsável pelas asas. Tecnicamente, não é a parte mais complicada. Mas é a mais importante da carcaça do aparelho. Quando um avião se prepara para pousar, muitos passageiros se espantam ao ver tudo o que sai das asas. Ficariam ainda mais surpresos se soubessem quanta coisa ainda ficou dentro. Os ingleses têm 20 por cento do consórcio Airbus. A francesa Aerospatiale, que tem 37,9 por cento (assim como a alemã MBB), desenvolveu os sistemas de computação, produziu a unidade dianteira da fuselagem, montou e testou o aeronave em vôo. Cada grupo construiu uma exata maquete do avião. Adotando o método proposto pela primeira vez já em 1889 pelo engenheiro Horatio Phillips um pioneiro da aviação inglesa, as maquetes foram testadas num túnel de vento, que reproduz as condições de vôo a grande altitude.
Nessa fase, muita coisa do projeto base foi alterada. Alongaram-se ligeiramente as asas, por exemplo, para ganhar maior autonomia de vôo, com ligeiro sacrifício do limite de velocidade. Uma infinidade de cálculos, ajustes e correções antecedeu o sinal verde para a construção do protótipo, a ser testado em vôo real. Tudo é feito com o auxílio de portentosos computadores, num processo conhecido como computeraided design, mediante o qual, um a um ou em conjunto, os componentes do avião são projetados até o último detalhe em questão de segundos. Não faz muito, na década de 60, os desenhos dos aviões eram produzidos em tamanho real, consumindo centenas de metros de papel e milhares de horas de trabalho.
"Naquela época, os computadores eram utilizados só para grandes cálculos", lembra Jacques Herubel, 52 anos, engenheiro-chefe do grupo de estudos da Aerospatiale, sediada em Toulouse, cidade de 500 mil habitantes no Sul da Franca. Baixo e calvo os pequenos olhos azuis escondidos por óculos de grossas lentes, Herubel parece viver sempre sob grande tensão. No entanto, para os mais de cem engenheiros (a maioria com menos de 40 anos) que trabalham sob sua batuta, ele é um chefe afável e paciente, que mantém com eles uma relação paternal. Pai de quatro filhos - o mais velho, com 23 anos, também engenheiro aeronáutico -, Herubel é igualmente um dos pais do sistema de controle computadorizado do A320.
Formado pela escola do Concorde, cujo desastre comercial é sua maior frustração, Herubel entende de computadores como poucos na Aerospatiale - e detesta calculadoras eletrônicas. "Em vez de exercitar a mente, a informática contribui para atrofiála", queixa-se ele, entre um e outro cálculo na ponta do lápis enquanto não vê a hora de chegar o domingo dia de esfriar a cabeça e exercitar a voz cantando num coral. A maior dificuldade na construção do protótipo é o caráter artesanal da operação. Aliás, na aviação comercial não se fabrica um protótipo, mas vários, para tirar dos testes tudo o que podem dar. Assim também se passou com o A320. E seus testes revelaram um consumo de combustível 62 por cento inferior ao trirreator americano Boeing 727-200.
Antes ainda de receber o certificado oficial de vôo, o A320 começou a ser fabricado em escala - na mais moderna linha de montagem do mundo, com alto nível de automatização, implantada em Toulouse. Na verdade, ele voa antes mesmo de ser montado. As diversas partes do aparelho - fabricadas em lugares tão diferentes como Chester, na Inglaterra; Bremen, na Alemanha; e Sevilha, na Espanha-chegam a Toulouse a bordo de enormes aviões de carga, que os técnicos espanhóis chamam de "pássaros grávidos" e os ingleses super guppies (supercomilões). Quem supervisiona as sete etapas de montagem final do avião é o diretor Jean Béué, funcionário da Aerospatiale desde 1964.
Esse engenheiro de produção de 48 anos já acompanhou a montagem de mais de mil aviões de vários tipos e conhece cada pedacinho do A320 como a palma da mão. Ele só não sabe pilotar - nem é muito chegado a viagens. Passa as férias na casa de campo, onde se dedica de corpo e alma à jardinagem - um hábito um tanto curioso para quem pretendia ser professor de Educação Física e chegou a integrar a equipe campeã nacional de rúgbi na França. O dinamismo com que Béué dirige os 150 engenheiros, técnicos e mecânicos da linha de montagem será ainda mais necessário a partir do próximo ano, quando a Aerospatiale aumentar as instalações para acelerar a entrega do A320. O ritmo de oito aviões prontos por mês - nunca antes alcançado na Europa - foi fixado para dar vazão às encomendas vindas de muitas partes do mundo. (Do Brasil não chegou nenhum pedido.) Pois, mesmo antes de sair do chão, o A320 bateu um recorde: 461 encomendas.

A-320
Os números do superavião

Comprimento: 37,6 metros
Altura: 11,8 metros
Envergadura: 33,9 metros
Altura da cabina: 2,2 metros
Largura da
cabina: 3,7 metros
Capacidade máxima de assentos: 176 passageiros
Configuração normal (duas Classes): 150 passageiros
Peso máximo na decolagem: 72 toneladas
Peso máximo no pouso: 63 toneladas
Capacidade máxima de combustível: 22,9 toneladas
Comprimento de pista para decolagem: 1 433 metros
Comprimento de pista para pouso: 1 341 metros
Velocidade máxima de cruzeiro: 1003 km/h
Velocidade de cruzeiro em longas distâncias: 966 km/h
Autonomia máxima de vôo: 5 500 quilômetros
Preço: 32 milhões de dólares

Técnica nova até nos testes
Antes de ficar livre para voar, uma aeronave deve provar que tudo nela funciona, em centenas de horas de testes? em condições muito mais difíceis do que na vida real. Antes do A32O, nos testes de aviação civil era preciso aguardar a volta do avião, estudar a fita magnética onde os resultados das provas são registrados, conferir o diário de bordo do engenheiro de navegação - e só então analisar os parâmetros medidos durante o vôo. Em Toulouse, isso é história antiga. A fim de ganhar tempo? a Aerospatiale investiu cerca de 10 milhões de dólares numa técnica até então só utilizada em testes de aviões militares: o acompanhamento do vôo por telemetria.
O sistema" que transmite as mensagens em tempo real via satélite, funciona de maneira semelhante ao empregado pela NASA nos testes espaciais. Todas as informações reunidas pelos computadores de bordo são transmitidas para uma central de telemetria, onde são analisadas pelos seis engenheiros e um chefe de escuta. Em Toulouse, esse chefe é Jacques Moncourrier, ex-navegador da Armada francesa, onde serviu por mais de vinte anos. Apaixonado por engenhos mecânicos e eletrônicos desde criança, quando seu brinquedo predileto era desmontar e remontar aparelhos de rádio, Moncourrier não teve dificuldade em instalar o sistema de telemetria na Aerospatiale. Sob sua orientação, a companhia montou um equipamento de visualização gráfica de medidas que pode ser usado mesmo por engenheiros não familiarizados com essa forma de apresentação de dados. "Graças à telemetria", orgulha-se Moncourrier, "a duração dos testes do A320 foi abreviada em três meses."


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segunda-feira, 28 de março de 2011

Máquina vence duelo contra humanos em programa de TV

17/02/2011 10h29 - Atualizado em 17/02/2011 10h44

Máquina vence duelo contra humanos em programa de TV
Supercomputador levou a melhor em programa de conhecimentos gerais.
Seus recursos avançados de análise podem ajudar na indústria da saúde.

Após uma maratona de três noites no programa de TV que testa conhecimentos gerais, Jeopardy, o supercomputador da IBM, Watson, saiu vitorioso ao vencer o prêmio de US$ 1 milhão.

Os concorrentes do computador foram os dois melhores participantes de todos os tempos, Ken Jennings, que anteriormente obteve 74 vitórias consecutivas na série e Brad Rutter, que levou a maior quantia de dinheiro, US$ 3 milhões. Entretanto, no final, suas habilidade não foram suficientes para vencer o Watson.


Watson, o supercomputador da IBM é muito grande para caber no estúdio e foi conectado remotamente
(Foto: AFP/IBM)

Em busca de um significado
Mas a vitória de Watson e IBM foi mais do que ganhar dinheiro. Tratava-se de inaugurar uma nova era na computação onde as máquinas serão cada vez mais capazes de aprender e entender o que os humanos estão realmente pedindo a elas.

"Jeopardy" é visto como um desafio significativo para Watson por causa do formato do programa que é bem rápido e usa pistas que dependem de significados sutis, trocadilhos e adivinhas, algo que os seres humanos são muito bons e os computadores não.

IBM se prepara para duelo entre homem e máquina em Jeopardy
Na noite da grande final, a IBM anunciou um acordo de pesquisa de reconhecimento de fala com a empresa Nuance Communications, para "explorar, desenvolver e comercializar" recursos avançados de análise do Watson na indústria da saúde.

A tecnologia por trás Watson tem a capacidade de digitalizar e analisar informações de muito mais recursos do que um ser humano, num curto período de tempo e, assim, pode ajudar os médicos no diagnóstico de pacientes com mais rapidez.

Outras possíveis aplicações para a tecnologia de Watson incluem lidar com grandes conjuntos de dados comumente encontrados nas áreas jurídica e financeira.

O maior desafio para os cientistas da IBM foi o de ensinar o Watson a distinguir entre expressões literais e metafóricas, e a compreender trocadilhos e gírias.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Os Robôs vão nos destruir? - Guerra contra as Maquinas

OS ROBÔS VÃO NOS DESTRUIR?



Dia 31 de dezembro de 1999. Armas apontadas contra a nuca do planeta, eles esperavam o minuto 23:59 passar para dispararem seus gatilhos. Armas conscientes de sua eficácia em matar, aguardavam o fatídico cumprimento de uma promessa que, devido a uma falha de planejamento na década de 60, estava privando o homem de registrar os dois primeiros dígitos dos anos em sua datação informática. Ninguém havia percebido que, ao passar do último ano da década de 90 para o último ano do século 20, o registro computacional entenderia a troca de números como um retorno ao início - 99 virando 00 -, em vez de continuar a contagem progressiva.

O bug do milênio não causou a tragédia anunciada, e as máquinas que tinham nosso futuro nas mãos, como quisesse um autor de ficção científica tergiversando sobre o tema, aos poucos afrouxaram os dedos. As previsões falavam em tumulto no mercado financeiro, pane na rede mundial de telecomunicações, crise no abastecimento energético do planeta, falhas nos controles de segurança de usinas nucleares. Com toda a paranóia criada na época, foi impossível não soltarmos fogos de artifício e abrirmos garrafas de champanhe enquanto pensávamos num possível colapso do sistema, que os primeiros segundos do ano 2000 logo trataram de mostrar não mostrar de mais uma prova do antigo medo que o ser humano tem de perder a guerra contra suas próprias criações - no caso, as máquinas.

Por que tememos tanto o que nós mesmos construímos? Desde o mito hebreu do Golem até a sua versão "neuromântica" em Blade Runner (1982), recém-eleito o melhor filme de ficção científica de todos os tempos, temos medo de que as máquinas se revoltem contra os humanos e tomem conta de tudo e de todos. A cultura popular já se encarregou de mitificar esse embate, e os resultados quase nunca são satisfatórios para nós.

FUTURO SOMBRIO

Desde a Disneylândia velho-oeste de Westworld (1973) - o primeiro filme do escritor Michael Crichton, que se consagraria como roteirista de outro parque de diversões em parafuso, Jurassic Park, de 1993 - até a lavagem cerebral dos seres humanos feita pelas máquinas da trilogia Matrix (1999-2003), o futuro da humanidade parece sombrio no que diz respeito ao resultado do pega entre homens e robôs. Tanto no apocalipse motorizado da cinessérie Exterminador do Futuro (parece que vem aí o quarto filme) quanto na paz imposta pelo supercomputador que batiza o filme Colossus: The Forbin Project (1970), resta à humanidade se conformar, de uma vez por todas, em ser extinta ou ser mantida refém de máquinas sofisticadas e superdestruidoras.

Tal seqüestro em nome da ciência é repetido em golpes intuitivos de máquinas frias e calculistas, que lentamente caminham rumo à falibilidade humana. Em 2001 - Uma Odisséia no Espaço (1968), do diretor Stanley Kubrick, o supercomputador HAL 9000 extermina os astronautas da missão em Júpiter para que eles não o atrapalhem no cumprimento de seu trabalho. Frio e polido, ele desliga as pessoas como máquinas, sem o menor remorso. Já em Alien - o Oitavo Passageiro (1979), do cineasta Ridley Scott, o oficial científico Ash (um andróide, como descobrimos mais tarde), com toda sua frieza e passividade, põe toda a tripulação da nave Nostromo em risco ao decidir manter o alienígena vivo.

Nem a coexistência homem/máquina num mesmo ser é tema pacífico. Enquanto a consciência do policial Alex Murphy teima em sobreviver dentro do monstro de metal em que se transformou em Robocop (1987), os dois protagonistas do anime Ghost in the Shell ("O Fantasma do Futuro", de 2002) vivem dramas complementares: a major Motoko é um andróide sem alma, enquanto o vírus inteligente Mestre dos Fantoches é um espírito digital sem corpo (daí a citação cartesiana do título). Nenhum deles tem necessidade de gente para sobreviver.

IMITANDO OS HUMANOS

Mas, à medida que as máquinas se descobrem falíveis e sentimentais, elas vão mudando de humor. Em Blade Runner, Roy Batty, interpretado pelo ator Rudger Hauer, é o líder do grupo de replicantes Nexus 6, que se rebelam contra os seres humanos e chegam à Terra como uma ameaça. Batty, também conhecido pelo seu número de série N6MAA10816, resolve vingar-se de seu criador por não lhe permitir viver por mais de seis anos. Já no filme A Geração Proteus (1973), um horror de ficção científica, dirigido pelo escocês Donald Cammell, o supercomputador Proteus IV é "o primeiro córtex sintético de verdade... um cérebro", nas palavras de seu criador, o arrogante cientista Alex Harris. Não demora muito e Proteus IV decide se aventurar por aí e conhecer o mundo: abandona a caixa em que está confinado e vai seduzir ninguém menos do que a mulher de seu criador. No mínimo esperto, o moço.

Em 2001 - Uma Odisséia no Espaço, HAL canta uma música infantil ao perceber que está sendo desligado .
Sentimentos e sensações cibernéticas mais humanos do que as dos próprios humanos são comuns em filmes. Talvez seja porque essas reações nos façam refletir sobre a real natureza do homem. Tememos as máquinas pois, em última instância, elas somos nós - era o que fazia o diretor Stanley Kubrick ter tanto carinho com o filme A.I. - Inteligência Artificial. Os robôs são a continuação da nossa evolução. Para ser mais exato, eles são a nossa prole.

Eu acredito!

"Nós, humanos, somos contraditórios. O que esperar de um japonês que se mata de trabalhar 18 horas por dia e depois torra as economias em um cachorro-robô de 2 000 dólares? Temos mania de humanizar as máquinas e mecanizar os humanos. Um mendigo é uma peça defeituosa da sociedade, a mesma sociedade que se reúne em fãs-clubes de geeks uniformizados idolatrando um deus pingüim. Não vejo os humanos voltando para a Idade da Pedra depois de um holocausto tecnológico nem vejo robôs nos escravizando. Acho que vamos acabar mesmo é numa grande miscigenação. E isso é bom! Basta olhar para o cão vira-lata e ver que ele é o mais resistente."
Mr. Manson, editor do site Cocadaboa.com

Nós contra eles

T800

Filmes: O Exterminador do Futuro (James Cameron, 1984)

O que fez: No primeiro filme, T800 (Arnold Schwarzenegger) é uma máquina fria e assassina. No segundo, ele começa a desenvolver sentimentos, muito pelo fato de conviver com o garoto John Connor (Edward Furlong), seu protegido.

T1000

Filme: O Exterminador do Futuro II (James Cameron, 1991)

O que fez: T1000 (Robert Patrick) é um robô que vem do futuro para eliminar John Connor e o robô Exterminador, que havia mudado de time. Mesmo num papel coadjuvante, o robô fez tanto sucesso que depois fez uma ponta na comédia Quanto Mais Idiota Melhor 2.

HAL 9000

Filme: 2001 - Uma Odisséia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968)

O que fez: Terceiro supercomputador de sua série, HAL nasce no dia 12 de janeiro de 1992, na usina HAL de Urbana, no Estado de Illinois, com o único propósito de manter estáveis as condições de bordo de missões espaciais. Acaba extrapolando suas funções. Nove anos depois, HAL assume o controle da espaçonave Discovery, depois de perceber que os humanos a bordo poderiam estragar sua própria missão - simplesmente por serem humanos!

GORT

Filme: O Dia em que a Terra Parou (Robert Wise, 1951)

O que fez: Gort (Lock Martin) é um enorme leão-de-chácara espacial encarregado de proteger o emissário alienígena Klaatu (Michael Rennie), que vem alertar os humanos que, se o nosso planeta não ficar em paz, o bicho vai pegar. A solução não podia ser mais humana: matam Klaatu como se pudessem matar o problema. Foi a deixa para Gort sair quebrando tudo.

ASH

Filme: Alien - o Oitavo Passageiro (Ridley Scott, 1979)

O que fez: O oficial científico Ash (Ian Holm) é um andróide que conduz a nave Nostromo à captura da mais perfeita máquina de guerra. O problema é que ele sabia desde o início da periculosidade do ET e que os seres humanos da missão podiam ser descartados. Mais: ninguém na nave suspeitava que ele era um robô. Pior para todo mundo.

AGENTE SMITH

Filmes: Matrix (Andy e Larry Wachowski, 1999), Matrix Reloaded (2003) e Matrix Revolutions (2003)

O que fez: Smith (Hugo Weaving) é apenas um dos mecanismos de segurança que o programa Matrix desenvolveu para eliminar seres humanos. Mas depois que Neo (Keanu Reeves) faz o que parecia impossível - mata o agente -, ele volta renascido e, em suas próprias palavras, livre. É um dos melhores vilões da ficção científica moderna.

PROTEUS IV

Filme: A Geração Proteus (Donald Cammell, 1973)

O que fez: Dublado por Robert Vaughn, Proteus é um computador que foi criado com fins militares, mas logo desenvolve consciência e quer conhecer o mundo em que nasceu. Seu criador, o cientista Alex Harris (Fritz Weaver), ri na sua cara quando ele pede para sair do laboratório. É o suficiente para o computador planejar sua fuga, e da forma mais perversa: entra na casa de Harris, seduz sua esposa e promete devolver a ela a filha que morrera.

DAVID SWINTON

Filme: A.I. - Inteligência Artificial (Steven Spielberg, 2001)

O que fez: O menino-robô David (Haley Joel Osment) foi fruto da parceria entre os diretores Stanley Kubrick e Steven Spielberg. Na visão de Kubrick, um computador consciente não seria uma ameaça à humanidade, mas sim uma continuação natural, evolucionária, do ser humano. Nas mãos do diretor Spielberg, a história virou praticamente uma overdose de glicose.

ROY BATTY

Filme: Blade Runner - O Caçador de Andróides (Ridley Scott, 1982)

O que fez: O andróide Roy Batty (Rudger Hauer) é o líder do grupo de replicantes Nexus 6, que se rebelam contra os seres humanos. Batty é o primeiro ser sintético a desenvolver emoções, um processo que se encerra assim que o caçador Rick Deckard (Harrison Ford) tenta encurralá-lo. Batty termina por poupar a vida de Deckard, numa demonstração formidável de seu espírito humanitário.

PROJETO 2501

Filme: O Fantasma do Futuro (Mamoru Oshii, 1995)
O que fez: Desenvolvido por um especialista americano em inteligência artificial, o Projeto 2501 era inicialente um programa de espionagem que se infiltrava na consciência das pessoas, criando experiências simuladas . Mas o programa criou vida própria e passou a trabalhar como uma inteligência artificial com planos bem pouco ingênuos para a humanidade.

Chinês cria máquina que vende caranguejos vivos

17/12/2010 09h41 - Atualizado em 17/12/2010 09h42

Chinês cria máquina que vende caranguejos vivos
Equipamento foi criado por Shi Tuanji
Preço do produto vai de R$ 2,50 a R$ 12,80.
A cidade chinesa de Nanjing, na província de Jiangsu, instalou uma máquina que vende caranguejos vivos. O equipamento criado por Shi Tuanjie, presidente de uma companhia industrial de caranguejos, foi colocado em uma estação de metrô.


Máquina vende, em média, 200 caranguejos por dia. (Foto: Sean Yong/Reuters)A máquina vende, em média, 200 crustáceos por dia. Dependendo do tamanho e espécie, o preço vai de 10 yuans (R$ 2,50) a 50 yuans (R$ 12,80). Tuanjie tem planos de popularizar as máquinas em aeroportos, áreas residenciais e supermercados.


Preço vai de 10 yuans (R$ 2,50) a 50 yuans (R$ 12,80). (Foto: Sean Yong/Reuters)

domingo, 28 de novembro de 2010

Geometria Espacial - Cemitério de Aviões

GEOMETRIA ESPACIAL - Cemitério de Aviões



REPOUSO DO GUERREIRO

O cemitério de bombardeiros B-52, no Arizona, é resquício da Guerra Fria. As 350 aeronaves reunidas lá fazem parte de um tratado de desarmamento. Elas são expostas aos satélites russos, que podem confirmar o cumprimento do acordo

GIRA TREM

Todas as fotos deste ensaio são parte do projeto Landslides, publicado no ano passado. Esta, de uma plataforma giratória para locomotivas em Minneapolis, é a mais antiga: foi tirada em 1985

LATARIA ARTÍSTICA

Alex voa num monomotor Cessna com capacidade para dois passageiros. Quando fotografa, ele coloca boa parte do corpo para fora da aeronave. Só assim consegue encontrar em um ferro-velho como este, em Massachusetts, a imagem com jeitão de obra de arte.

CALMA OU CAOS?

Na pequena Duxbury, as docas abrigam um enigma: estamos diante de uma paisagem bucólica ou de uma imensa bagunça em que é impossível encontrar o próprio barco?

FUTEBOl ASFALTADO

"Esse gigantesco espaço asfaltado só é utilizado umas 20 vezes por ano", diz Alex. Ele reclama da área dedicada aos carros neste estádio de futebol americano em Maryland. É feio. Mas quem não queria uma dessas nos estádios brasileiros?

FLORES E QUÍMICOS
Os tanques para produtos químicos na Virgínia Ocidental até parecem embelezar a paisagem (à esq.). Em Chicago, as docas circulares se transformam em margaridas quando vistas do céu (à dir.). Os barcos, que parecem pequenos, na verdade são veleiros de grande porte.