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sexta-feira, 25 de julho de 2025

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Como ser filho mais velho, do meio ou mais novo molda sua personalidade

Como ser filho mais velho, do meio ou mais novo molda sua personalidade

A questão de se a ordem de nascimento dos irmãos molda a personalidade deles tem intrigado famílias e psicólogos há anos. Mas as evidências não são tão claras quanto se poderia imaginar.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Videogames violentos são 8 vezes mais citados nos EUA quando atiradores de massacres em escolas são brancos

Videogames violentos são 8 vezes mais citados nos EUA quando atiradores de massacres em escolas são brancos

Pesquisa da Associação Americana de Psicologia indica que estereótipos raciais influenciam na busca por fatores 'externos', como o uso de videogames, após tiroteios em escolas 
— Foto: Getty Images/Via BBC

Análise de mais de 200 mil matérias de jornal e experimentos com universitários indica que estereótipos raciais levam negros a serem mais responsabilizados por crimes.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Os três traços de personalidade que caracterizam uma pessoa 'má'

Os três traços de personalidade que caracterizam uma pessoa 'má'

Tríade obscura: traços de personalidade que definem uma pessoa má 
— Foto: Peter Forster/ Unsplash

Todos temos em algum grau traços da chamada 'tríade obscura'; agora, psicólogos querem acrescentar mais uma característica a esse grupo.

quinta-feira, 15 de março de 2018

O FETO APRENDE - PSICOLOGIA


O FETO APRENDE - PSICOLOGIA


Imagine como seria passar nove meses trancado em uma sala escura e morna, dormindo 16 horas por dia. O lugar, apertadinho, sem ser desconfortável, é envolvido por uma marcação de tambor constante, que não pára nem durante a noite, e por um barulho esquisito de líquidos borbulhando. Você ouve, sem poder entender, conversas abafadas do lado de fora, nas quais predomina sempre uma voz feminina clara, que parece vir de todos os lados ao mesmo tempo. Não há muito o que fazer lá dentro além de brincar com o saco transparente que te embrulha e beber o líquido quase sempre doce à sua volta.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Terapeutas estão usando Dungeons and Dragons para fazer jovens se abrirem


Terapeutas estão usando Dungeons and Dragons para fazer jovens se abrirem



Adam Davis, co-fundador do grupo de terapia Wheelhouse Workshop, que usa o jogo Dungeons and Dragons (D&D) como ferramenta, acredita que as crianças com problemas de socialização não estão sendo atendidas da melhor forma no sistema tradicional.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Dieta vegetariana pode causar desordens mentais


Dieta vegetariana pode causar desordens mentais


Durante as últimas décadas, há um maior conhecimento sobre os efeitos da dieta vegetariana no status nutricional e na saúde física. No geral, os estudos tem demonstrado que os vegetarianos encontram-se em boa saúde física comparados aos padrões nacionais e com uma boa saúde assim como os não vegetarianos com um estilo de vida similar.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Calor assassino - estudo faz relação entre clima e criminalidade


Calor assassino - estudo faz relação entre clima e criminalidade


Muitas pessoas preferem o calor para aproveitar o ar livre e os benefícios de uma vida sem tantos casacos, porém o clima desse paraíso tropical poderia ser a razão do seu mal.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Cápsula do tempo achada nos EUA manda recado a psiquiatras do futuro


Cápsula do tempo achada nos EUA manda recado a psiquiatras do futuro


Uma descoberta extraordinária aconteceu nas instalações de um antigo hospital psiquiátrico de Indianápolis, nos EUA. Trata-se de uma inacreditável cápsula do tempo, enterrada há quase seis décadas. 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Os introvertidos são aqueles que mudam o mundo


Os introvertidos são aqueles que mudam o mundo


Em uma sociedade onde as pessoas articuladas e bem falantes são mais valorizadas, poucos conhecem a importância dos introvertidos. Mas o poder deste grupo para promover mudanças é muito maior do que se imagina. É o que defende a escritora americana Susan Cain, autora de uma badalada obra sobre o assunto.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Por que tanta gente ainda acredita em atividade paranormal


Por que tanta gente ainda acredita em atividade paranormal

Psicólogos suspeitam que algumas ilusões são criadas pela mente em reação a traumas

Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, o ex-premiê britânico Winston Churchill disse ter visto o fantasma do ex-presidente americano Abraham Lincoln em uma visita à Casa Branca. Depois de tomar um banho - acompanhado de uísque e cigarro - Churchill conta que cruzou com o fantasma quando estava nu.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Substância derivada de planta trata dependência, diz estudo da Unifesp


Substância derivada de planta trata dependência, diz estudo da Unifesp


Pesquisa com ibogaína avaliou 75 usuários drogas como cocaína e crack.
Parcela dos que continuavam longe das drogas depois de 1 ano foi de 72%.

sábado, 1 de março de 2014

Sob o domínio da Lua - Comportamento


SOB O DOMÍNIO DA LUA - Comportamento


Dizem que ela afeta a agricultura, a pesca, o parto, a loucura, tudo. De onde vêm essas crenças? O que a ciência tem a dizer sobre elas?


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A vida depois do Câncer - comportamento

A VIDA DEPOIS DO CÂNCER - comportamento


Em cerca de metade dos cancerosos, o tumor maligno desaparece para sempre, após o tratamento. Mas o ex-paciente pode ser prejudicado pelo medo de a cura não ser completa e pela discriminação, já que muita gente ainda encara a doença como sentença de morte.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O Hábito é uma Droga - Comportamento


O HÁBITO É UMA DROGA - Comportamento


Embora muitos achem que tudo não passa de exagero dos psicólogos, coisas inocentes como comida, trabalho ou compras podem se tornar vícios tão fortes quanto as drogas ou o álcool.

domingo, 28 de julho de 2013

Cada um tem seu Mapa do Mundo


Cada um tem seu Mapa do Mundo


Você escuta sons com seus ouvidos, vê imagens com seus olhos e sente os objetos com sua pele. Cada uma destas experiências tem um significado na sua mente, e estes significados juntos são o que você considera o "Mundo". Mas tem uma coisa que você não sabe, este seu mundo, não é o meu.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Brasileiro Condena o Brasileiro - Sociedade


O BRASILEIRO CONDENA O BRASILEIRO - Sociedade



Uma pesquisa exclusiva revela como é negativa a-auto-imagem da população: no julgamento dos brasileiros, a acusação leva a melhor.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As duas faces do Estresse - Biologia



AS DUAS FACES DO ESTRESSE - Biologia



Uma tempestade de hormônios prepara o organismo para se defender de uma agressão. Mas o mesmo processo pode fazer mal à saúde: então se diz que alguém está estressado.

Toca a campainha de casa, mas o efeito para o organismo é o de uma sirene de alarme: todo o combustível armazenado para pôr o corpo em ação, constituído de moléculas de açúcar e de gordura, é despejado no sangue, que jorra na direção dos músculos, enquanto o coração acelera o ritmo da circulação. Nesse corre-corre. os vasos sangüíneos da pele se fecham, a digestão pára, o sistema imunológico é parcialmente desativado. O resultado é o estresse, a resposta do organismo - um personagem conhecido por sua prudência - a qualquer estímulo ambiental que fuja da rotina e, portanto, possa representar uma ameaça a sua integridade. A todo momento, por assim dizer, as pessoas se estressam, ou seja, têm o corpo preparado para escapar de situações corriqueiras a não poder mais, como uma voz que irrompe no silêncio, um esbarrão na fila do cinema, uma luz que se acende de repente, uma colherada de sopa escaldante, um cheiro estranho no ar. Na fração de segundo seguinte, porém, quando se reconhece que o acontecimento é inofensivo. aquele complexo  sistema de emergência  costuma ser cancelado. Alguns, no entanto, não conseguem colocar um ponto final no processo e por isso vivem muito mal - vivem estressados. Pessoa sempre cansada ou de mau humor, que reclama de dores aqui e acolá, não come direito, vira-e-mexe perde o sono, adoece, espirra e se coça por alergias - esse hoje nítido perfil de alguém estressado não compunha até há pouco tempo uma imagem clara para a Medicina, empenhada em compreender um problema cada vez mais comum, a ponto de o termo estresse ser usado a torto e a direito por todo mundo. Nos últimos anos de tanto bisbilhotar a intimidade dos organismos à beira de um ataque de nervos e apesar das perguntas sobre o assunto ainda sem resposta ou de resposta controversa, os cientistas conseguiram visualizar aquilo que, de fato, é a essência do estresse: uma saudável tempestade de substâncias químicas capaz, porém, de fazer alguém perder a saúde.
A palavra estresse - do inglês stress, conceito da Física relacionado à condição dos materiais submetidos à ação de forças externas - foi tomada emprestada pelo fisiologista canadense Hans Selye, em 1936, para explicar o que havia acontecido com as cobaias de seu laboratório. Então recém-formado, Selye dedicava-se a testar certa droga, injetando-a em ratos. A substância pareceu-lhe causar terríveis alterações nas cobaias, como úlceras, atrofia dos tecidos onde se produzem as células imunológicas e crescimento das glândulas supra-renais. Para seu espanto, o pesquisador verificou que o grupo de controle, as cobaias que haviam recebido injeções de uma solução salina, apresentavam os mesmos sintomas.
Mais tarde Selye notou que o comportamento dos animais também era idêntico diante de estímulos tão diversos como barulho, frio ou calor excessivos, substâncias tóxicas. Diante disso, definiu estresse como a reação não específica de um organismo a qualquer agressão - e assim proporcionou aos colegas que o sucederiam bons motivos para ficarem estressados, porque a definição era insuficiente e os mecanismos da citada reação insistiam em permanecer irritantemente obscuros. Hoje em dia, embora o tema ainda contenha mais charadas do que os cientistas gostariam eles ao menos trabalham com uma definição aperfeiçoada: estresse seria o desgaste total de um organismo, causado por estímulos que o excitem - desagradáveis ou agradáveis.
"Só agora sabemos que existe uma dúzia de hormônios envolvidos no processo", observa o endocrinologista Antonio Roberto Chacra, professor da Escola Paulista de Medicina. "De fato, sem esses hormônios todo ser vivo ficaria inerte diante de um imprevisto." E já que se fala em hormônios, sem estresse não haveria sequer a saudável paquera. Pois, quando um rapaz olha para uma moça, começa no organismo dela uma fulminante reação em cadeia. O estímulo visual é captado por receptores nos olhos. Estes disparam um sinal elétrico para o cérebro e a mensagem é recebida em uma região da massa cinzenta - o tálamo, uma espécie de agência que concentra as notícias transmitidas sem cessar pelo organismo.
O tálamo repassa as mensagens a outra estrutura situada logo abaixo e por isso mesmo chamada hipotálamo, que se encarrega de preparar o corpo para a defesa ou o ataque, liderando uma substância que cientistas americanos descobriram há nove anos, o CRF (sigla em inglês de fator de produção no córtex). Trata-se de um mensageiro que excita a glândula hipófise, também situada no cérebro. Estimulada, ela passa a produzir uma segunda substância, o ACTH (hormônio adrenocorticotrópico) que, jogada no sangue, desencadeia diversas reações. O principal destinatário do ACTH são as glândulas supra-renais, que fabricam uma série de hormônios responsáveis pelos sintomas típicos de um sobressalto, como a sensação de frio no estômago e a taquicardia.
Ao chegar no fígado, o ACTH faz com que a glândula libere parte da glicose armazenada em suas células, de modo que os músculos tenham energia à vontade para movimentar-se, ou seja, voltando enfim ao exemplo do que acontece com a moça olhada pelo rapaz, como se ela tivesse duas saídas apenas: fugir ou saltar sobre o paquerador. No reino animal, o dilema flight or fight como é conhecido em inglês, se resolve literalmente: o bicho confrontado com uma ameaça potencial ou dispara ou ataca. Entre os homens, na teia dos contatos sociais de todo dia, a mesma escolha é transfigurada pelas múltiplas embalagens necessárias ao convívio civilizado; o disfarce é tão perfeito que a fuga ou o enfrentamento às vezes não são percebidos com nitidez nem sequer pelo fugitivo (ou agressor), como se a ação concreta de resposta ao estímulo se escondesse debaixo de uma metáfora - a ação aparente. Mas, na intimidade do organismo, a situação não é menos estressante.
Uma dose moderada daqueles hormônios é fundamental para que se tenha um desempenho adequado nas tarefas cotidianas. "Minha aula seria maçante se eu não estivesse um pouquinho estressado", exemplifica o professor Chacra. Por aí se percebe que o estresse, a princípio, é algo muito positivo, pois são os hormônios envolvidos no processo que permitem ao cérebro prestar atenção, relacionar idéias. ser criativo - todas condições necessárias à sobrevivência. O problema - e haja problema - é que o estresse pode também prejudicar, caso exista em excesso. "É curioso como uma estratégia que nos ajuda a viver pode causar até a morte", pondera o psicólogo Esdras Vasconcellos, da Universidade de São Paulo, que durante dezessete anos estudou doenças psicossomáticas na Alemanha e agora comanda na USP uma pesquisa sobre as conseqüências do estresse em pacientes com AIDS.
Segundo ele, o ACTH liberado pela hipófise estimula as supra-renais a produzir dois tipos de hormônios, os glicocorticóides e os mineralocorticóides. "Ambos têm como principal meta mobilizar energia para uma espécie de fuga", explica o pesquisador. As supra-renais recebem ainda outro tipo de estímulo, uma mensagem elétrica direta do cérebro que faz a medula fabricar outros dois hormônios, a tão falada adrenalina e a noradrenalina. Verdadeiras injeções de ânimo, aumentam o ritmo de trabalho em todo o organismo. Não é à toa que, entre outros efeitos, a temperatura sobe. "Por isso um dos sintomas clássicos do estresse é justamente o suor frio", aponta Vasconcellos. "É a forma pela qual o organismo libera o excesso de calor, tentando literalmente esfriar a cabeça."
Para alívio de todos, ao mesmo tempo em que o hipotálamo ordena a reação de estresse, suas células nervosas enviam uma espécie de comunicado à superfície cinza-escuro do cérebro, região capaz de avaliar situações. Assim, muitas vezes os sintomas do estresse nem sequer se manifestam, pois é como se, uma fração de segundo depois de acionado o alarme do organismo fosse desligado por uma substância sintetizada pelas próprias células cerebrais. Mas, quando os estímulos estressantes ficam muito freqüentes, o sistema nervoso acaba considerando perda de tempo consultar o córtex, a estrutura capaz de distinguir um grito ameaçador de uma canção de ninar. E assim, agindo por reflexo, o organismo alarma-se por qualquer bobagem. desencadeando tempestade em copo de água.
O pior vem a seguir. Depois de certo tempo, cansado do jogo de liga-desliga, o organismo fica ligado de uma vez por todas: a partir daí, começa o  chamado destresse, ou fase de resistência. O nome faz sentido: ao modificar o ritmo de funcionamento, o corpo deixa de perceber os sintomas clássicos do estresse. Aí não existe mais taquicardia - a aceleração súbita da pulsação - porque o  coração já bate rotineiramente noventa vezes por minuto e não mais de 60 a 80 vezes, como seria normal. Do mesmo modo, não se sente mais tontura por mudanças da pressão sangüínea; ela já se estabilizou em valores 10 a 30 por cento mais altos do que a norma. O aparelho digestivo, enfim, trabalha agora o tempo todo devagar, quase parando; demora até quatro vezes mais que antes para dar conta de uma refeição. Nesse pico de atividade, o cérebro por algum motivo passa a inibir a ação das defesas do organismo contra agressores. "Provavelmente, essas células são ativadas por substâncias fabricadas pelo timo uma glândula situada sobre o coração, cujo trabalho o estresse acaba inibindo", supõe o psicólogo Vasconcellos. Depois de um ano acompanhando aidéticos, o cientista sente-se seguro em afirmar que aqueles mais estressados são os que sofrem mais infecções oportunistas, doenças raras em pessoas com saúde normal, mas para as quais os aidéticos são indefesos.
Já a relação entre estresse e câncer não é aceita pela unanimidade dos cientistas, embora tenha sido afirmada há exatos vinte anos, em função de uma pesquisa com ratos. A afirmação mexe com uma das maiores controvérsias sobre os efeitos do estresse: sua suposta relação com o aparecimento ou a piora de um sem-número de males, a começar pelo câncer. Levada às últimas conseqüências, a idéia de que estresse adoece significa que o doente é a própria causa da sua doença, na medida em que ele se tornou um estressado crônico por ter, em derradeira análise, um comportamento inadequado ao ambiente. Isso não é o mesmo que dizer que o fumante é responsável por seu próprio enfisema: neste caso, a relação de causa e efeito já está estabelecida para além de qualquer dúvida. Diversos trabalhos sugerem que, por razões misteriosas, a reação do sistema imunológico em pessoas estressadas melhora com exercícios físicos. Para a psicóloga Marilda Novaes Lipp, do Centro de Controle do Estresse, de Campinas, no interior de São Paulo, a ginástica ajuda o organismo a eliminar o excesso da adrenalina, na sua opinião, a grande responsável
pela maior parte dos males causados pelo estresse. Segundo Marilda, que durante treze anos estudou o problema nos Estados Unidos, voltando ao país no início da década de 80, "quando o estresse mal era conhecido por aqui", a adrenalina excessiva sempre ataca mais determinado órgão, conforme a pessoa. Seqüelas de estresse aparecem sem relação com sexo ou idade - aliás, de acordo com especialistas. se tornam cada vez mais comuns em crianças.
O homem é o único ser capaz de produzir o seu próprio estresse. Entre os animais. o estresse tem a ver exclusivamente com o estímulo externo, como o ataque de um predador. Numa avaliacão instantânea, ditada pelos reflexos da experiência, o bicho sob ameaça de agressão escolherá fugir ou lutar - em qualquer hipótese, o episódio tenderá a se esgotar em si mesmo, supondo, é claro, que a vítima vença o combate. Ficará nela a memória do ocorrido, de inestimável importância para o próximo enfrentamento. Mas, por falta de um córtex cerebral igual ao humano, bicho algum pode entregar-se a batalhas (ou fugas) imaginárias, cevando pensamentos capazes de despertar emoções negativas e conflitos íntimos - tidos como geradores de estresse. Os cientistas acreditam que tais estados subjetivos podem ativar o hipotálamo da mesma maneira que estímulos objetivos do meio ambiente.
"A maioria das pessoas parece estressada por alimentar preocupações",  avalia a socióloga Nelly Candeias, uma senhora risonha que cultiva dúzias de violetas em seu gabinete e coordena na Universidade de São Paulo pesquisas de Saúde Pública  - seu tema de estimação há quinze anos. Recentemente Nelly investigou a incidência de estresse em enfermeiras, profissão que apresenta um dos mais altos índices do problema no Brasil. "Depois de ensiná-las a controlar o estresse, evitando aqueles pensamentos que só tornam as coisas piores, conseguimos diminuir sintomas como a hipertensão", assegura ela. Aparentemente, não se trata do poder do pensamento positivo ou qualquer baboseira do gênero. Tudo leva a crer que ao se recuperar a calma, o cérebro libera endorfinas, analgésicos naturais, e produz outras substâncias que cortam o processo do estresse. "A cada dia", informa Nelly, "os cientistas trazem uma nova evidência de que parar cinco minutos para relaxar faz toda a diferença."

Sistema de alarme em ação

 A fim de reagir aos imprevistos, o organismo, cauteloso, está sempre pronto para acionar seu complexo dispositivo de segurança:
1- Como uma rede de radares, receptores espalhados por todo o corpo captam qualquer alteração no ambiente, como um som; 
2 - Os sinais captados chegam ao tálamo cerebral. Este, ao mesmo tempo em que repassa a informação ao córtex a área capaz de analisar a situação, envia a mensagem nervosa ao hipotálamo, que prepara a reação do organismo diante da emergência;
3 - Depois de receber a ordem do hipotálamo, a glândula hipófise libera mensageiros químicos, os ACTH, que disparam na direção das glândulas supra-renais;
4 - Com a chegada dos mensageiros da hipófise, as glândulas supra-renais despacham imediatamente substâncias químicas a destinos diferentes;
5 - A adrenalina dispersa-se pelo organismo inteiro, ordenando que acelere o ritmo de trabalho;
6 - Os mineralocorticóides seguem para órgãos específicos, como o estômago, mandando que interrompam o seu trabalho, a fim de poupar energia para um ataque ou uma eventual fuga;
7 - Os glicorticóides têm a incumbência de retirar o combustível armazenado nas células, para entregá-lo aos músculos.

A medida certa

Às vezes, estar estressado é estar numa boa. Isso porque se consegue resolver mil coisas ao mesmo tempo: a adrenalina e a noradrenalina ativam os circuitos do cérebro. Mas, aos poucos, esses mesmos hormônios transformam o corpo em uma bomba-relógio: as paredes dos vasos ficam cada vez mais grossas, dificultando a passagem do sangue; o coração começa a ficar cansado e, mais dia, menos dia,  como no proverbial copo de água prestes a transbordar, uma cota adicional de adrenalina provocada por uma emoção mais forte faz o músculo cardíaco se contrair em um espasmo - é o infarto. Mas não se imagine sombra e água fresca seja a melhor receita contra os danos do estresse: está provado que, deixando de tomar uma dose moderada de tensão, o sistema nervoso reage como se vivesse em luta-livre. Ou seja, com grandes quantidades de hormônios do estresse. Pesquisas americanas indicam que pessoas submetidas a pouco estresse no dia-a-dia têm o dobro de problemas de saúde que aquelas com estresse tolerável.

Problema para menores

Certa vez, o professor de Pediatria Francisco De Fiore da Universidade de São Paulo recebeu no consultório um garoto de 11 anos com uma dor de estômago tão forte e repentina que se suspeitou de intoxicação. "Mas quando fiz os exames constatei que era uma úlcera", lembra o médico de 61 anos, 40 dos quais tratando crianças. "É cada vez mais comum o estresse infantil", constata. De fato, segundo levantamento recente da Organização Mundial de Saúde, uma em cada cinco crianças nos países ocidentais é estressada, sendo os motivos mais comuns a separação dos pais e o excesso de obrigações escolares.
"Nas crianças, os problemas cardíacos não chegam aparecer, pois o coração em crescimento consegue dar conta da sobrecarga do estresse", explica De Fiore. No entanto, isso não acontece com o estômago e o sistema imunológico. Assim, nas crianças, estresse costuma ser sinônimo de má digestão, resfriados constantes e todo tipo de alergias."

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Caras e Bocas - Psicologia



CARAS E BOCAS - Psicologia



Elas dizem mais do que as palavras. Para quem sabe ver, dizem até aquilo que as palavras às vezes escondem. Por isso, a ciência tanto procura decifrar o código das expressões faciais.

Diante da expressão de zanga do gordo Oliver Hardy e do ar de choro do magro Stan Laurel é difícil conter o riso. Para saber a sério o que esse riso tem a ver com a sensação de alegria, pesquisadores americanos convidaram dois grupos de estudantes para uma sessão de filmes da mais bem-humorada dupla da história do cinema. Enquanto suas trapalhadas se sucediam na tela, as reações fisiológicas dos jovens eram monitoradas por meio de eletroencefalogramas. Foi possível verificar assim que os membros de um dos grupos saíram da sala literalmente menos felizes - não por acaso, talvez, tratava-se daqueles a quem se havia pedido que procurassem não esboçar sequer um sorriso durante a exibição das comédias. 
Era onde os pesquisadores queriam chegar, comprovando a surpreendente e controvertida teoria de que a expressão facial não apenas traduz um sentimento mas também o estimula. Ou seja, quem ri porque está feliz fica ainda mais feliz porque ri. Essa experiência faz parte de um fecundo campo de estudo da Psicologia contemporânea, que pretende decifrar o mais ostensivo dos mistérios do comportamento humano - o sentido das expressões faciais, como o riso e o choro, o espanto e o desdém, a raiva e o nojo. A linguagem do rosto é provavelmente a forma mais comum de comunicação entre as pessoas: fala-se mais com caras e bocas do que com palavras. Com certeza, falam-se também mais verdades. Os sinais visíveis do que vai dentro de cada um muitas vezes contradizem a arrumação racional das palavras.
Sentir determinada emoção é sempre experimentar determinada reação fisiológica. Entre outros sintomas, por exemplo, a tristeza é a diminuição do ritmo respiratório; a raiva e o medo têm em comum a secreção do hormônio adrenalina, que dispara o coração preparando o organismo para o ataque ou a fuga; por sua vez, a sensação de alegria, a emoção testada naquela experiência americana, é um aumento na produção de endorfinas, hormônios analgésicos e calmantes naturais, que criam o bem-estar da felicidade. A quantidade desse hormônio era muito maior no organismo dos estudantes que puderam rir à vontade nos filmes do Gordo e o Magro.
Alguns pesquisadores acreditam que os nervos do rosto, ao informar o cérebro da posição exata dos músculos faciais, desencadeiam as reações fisiológicas correspondentes às diversas emoções. A idéia é instigante mas não é nova. O psicólogo e filósofo americano William James (1842-1910) propôs que, diante de um perigo, uma pessoa não se põe a correr propriamente porque sente medo, mas sente medo porque corre - e a teoria tem seguidores até hoje. O fato é que atualmente a maioria dos cientistas admite o caminho de mão dupla: "O que se expressa no rosto pode afetar a reação do cérebro", concorda o neurologista Luiz Augusto Franco de Andrade, da Escola Paulista de Medicina. Mas a recíproca, segundo o médico, é verdadeira.
"Pacientes com mal de Parkinson, em que falta no cérebro a substância dopamina, têm bastante dificuldade de fazer expressões faciais", exemplifica Andrade. "Do mesmo modo, suponho que, se a atividade bioquímica do cérebro estiver acentuada, a pessoa mostrará melhor no rosto aquilo que sente." Mas afirmar que um jogo preciso dos músculos da face reforça ou mesmo cria uma sensação é algo que pode fazer muita gente torcer os lábios de desconfiança. Pois, se fosse assim, argumenta-se, um japonês educado para não expressar sentimentos negativos ficaria menos triste ao encarar uma situação pesarosa com aquele sorriso que os ocidentais dizem ser tipicamente amarelo.
A discussão, na verdade, existe desde 1872, quando o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) defendeu em seu livro A expressão das emoções em homens e animais que algumas expressões faciais são comuns ao gênero humano. Estudos sistemáticos comprovando a tese de Darwin, porém, se firmaram só há uns trinta anos. O psicólogo americano Paul Ekman, que estuda caras e bocas desde 1953, é autor de uma famosa experiência a respeito. Em Tóquio, ele convidou pessoas para assistir, uma a uma, a um documentário com cenas de acidentes, queimaduras e cirurgias, enquanto filmava suas reações - sem elas saberem, é claro.
Na piores cenas do documentário, o espectador japonês, ao lado de quem Ekman estava sentado, dava um sorriso; então o psicólogo se levantava, fingindo que ia dar um telefonema. O resultado apareceu com nitidez no filme feito às escondidas: toda vez que ficava sozinho, o espectador não sorria, mas contorcia o rosto de horror diante das imagens sangrentas, como faria qualquer pessoa não guiada por uma cultura que manda disfarçar sentimentos negativos. Segundo Ekman, toda cultura impõe as chamadas regras de exibição, normas que inibem ou enfatizam determinada expressão facial.
"Entre os brasileiros uma clássica regra de exibição é a de que homem não chora", exemplifica o psicólogo Ailton Amélio da Silva, da Universidade de São Paulo, autor de uma tese sobre as expressões faciais das emoções. De acordo com ele, os psicólogos afirmam que a cara de no mínimo sete emoções é idêntica em quaisquer seres humanos. À medida que as enumera, o rosto de Ailton, um psicólogo que passou mais de um ano treinando músculos faciais em frente ao espelho, vai se transfigurando. Enquanto fala, monta traço a traço as máscaras do medo, da raiva, da surpresa, do nojo, do desprezo, da tristeza e, finalmente da alegria. "Como notas musicais que compõem infinitas melodias, as expressões básicas se misturam, formando outras muito complexas", compara.
O que torna mais difícil decifrá-las, porém, é seu tempo de vida - muitas vezes não duram mais de 1 segundo. Brevidade, contudo, não quer dizer escassez: quanto mais complexa for uma espécie do ponto de vista evolutivo, maior será a capacidade de seus membros de criar expressões diferentes com o rosto. Por isso, de todos os seres deste mundo nenhum é tão careteiro como o homem, cujos 22 pares de músculos faciais - metade do lado esquerdo, metade do lado direito - podem formar mais de mil expressões. Se alguém conseguisse demonstrar voluntariamente toda essa habilidade, o espetáculo terminaria porém em alguns minutos, tão ágeis são esses músculos.
A capacidade de distinguir expressões parece ser herdada, fazendo parte do que os cientistas chamam memória biológica. Numa experiência pioneira realizada por pesquisadores americanos, macacos criados em regime de isolamento, sem verem sequer rostos humanos, postos diante da fotografia de outro macaco com expressão agressiva, apresentavam reações típicas do medo. Pesquisas como esta reforçam a teoria de que a compreensão da linguagem silenciosa da face é fundamental à sobrevivência. Tanto nos animais como nos seres humanos, essa compreensão pode variar. Está provado que tóxicos como o álcool e a maconha - esta com a injusta fama de aguçar a sensibilidade - confundem o indivíduo no reconhecimento das expressões faciais. Um fato curioso, comprovado mas ainda não muito claro para os cientistas, é que a bebida alcoólica tende a atrapalhar a percepção de duas expressões específicas - a do desprezo e a da raiva. Também é comum a crença de que a criança, por não compreender bem o significado das palavras, perceberia  melhor trejeitos faciais do que o adulto. Tudo indica que isso é falso. "Há pessoas mais sensíveis do que outras, independentemente da idade", explica a psiquiatra Maria Cristina Ferrari, da Universidade de São Paulo.
Especialista em crianças, ela reconhece a importância do rosto na educação. Conta, a propósito, o caso de uma garotinha de 4 anos que nas sessões de terapia sempre desenhava uma bruxa para representar a mãe - por sinal, uma mulher muito bonita. Por acaso, certo dia a psiquiatra viu a mãe dar uma bronca na filha e, ao observar seu rosto transtornado de raiva, matou a charada dos desenhos da menina. Comenta Maria Cristina: "Uns tapas no bumbum não fazem mal, desde que o adulto não expresse raiva no rosto. Caso contrário, a criança entende que está sendo punida não porque fez algo errado mas porque não é amada".
No entanto, a própria psiquiatra, mãe de dois filhos pequenos, reconhece que é preciso muito autocontrole para não exibir raiva diante de uma malcriação. Se é verdade que tudo que está na cara é um sentimento. "Posso mostrar no rosto o meu cansaço", diferencia o psicólogo Arno Engelmann, da USP. Nascido na Alemanha, há 59 anos, ele vive há 51 no Brasil e há 25 estuda o que chama estados subjetivos - um conceito que se aplica tanto às emoções quanto às "sensações não muito localizadas, sono, interesse, distração", como define.
Após longa e criteriosa pesquisa, Engelmann conseguiu determinar nada menos de 370 estados subjetivos. Agora, ele está entusiasmado com um novo projeto - gravar o rosto de entrevistados, na tentativa de captar expressões faciais, se é que existem, relacionadas a cada um daqueles estados. "É uma pesquisa pioneira no Brasil", revela, os olhos brilhando de orgulho. Engelmann lembra que há expressões não provocadas por emoções, como os emblemas - gestos mudos que substituem palavras. Exemplos: mostrar a língua no lugar de xingar, piscar os olhos em sinal de aprovação, abrir a boca em vez de dizer que ficou boquiaberto de espanto e por aí afora. Engelmann também cita os chamados sinais de conversação, a pontuação de um diálogo que aparece no rosto. "As vezes, só pelo olhar do outro dá para notar que ele quer nos interromper para fazer uma observação", diz o psicólogo.
O olhar, de fato, é a expressão suprema. Geralmente, enquanto se fala, não se olha o tempo inteiro para o interlocutor. Este, de seu lado, também ora desvia os olhos, ora volta a encarar. Desconfortável sempre é o olhar fixo do outro, com toda probabilidade uma herança do medo experimentado pelos ancestrais. Psicólogos observaram macacos Rhesus reagirem com violência apenas porque o pesquisador os encarava olho a olho. Não só quando sustentados ou quando zanzam de um lado para outro os olhos se exprimem. As pupilas, garantem os cientistas, também revelam segredos. Em condições idênticas de luz - portanto, sem razões fisiológicas para se contrair ou se dilatar -, as pupilas diminuem diante de uma imagem desagradável e aumentam diante de algo prazeroso, por exemplo, uma pessoa atraente. Esse é, aliás, um dos indicadores mais comuns do flerte. Outros sinais de namoro que transparecem na face - habitualmente identificados como a expressão viva de quem está amando - resultam do fato de os músculos ficarem mais tensos, com isso retendo mais sangue.
Mas é na boca que nasce a mais humana das expressões: o sorriso. A careta de raiva, por exemplo, é muito semelhante tanto na aparência quanto nos músculos envolvidos à exibição dos dentes que caracteriza o focinho de qualquer mamífero antes de partir para o ataque. Já o sorriso - e não só o da Mona Lisa - é sempre enigmático. Ao menos o sorriso genuíno, que derrama alegria. Isso porque o movimento facial do riso aparece apenas nos primatas, mas com a função de apaziguar outro animal; ao se sentir ameaçado, o macaco repuxa os lábios para cima e emite um som, parecido com o de uma risada. Segundo estudiosos, tal sorriso simiesco promove um efeito calmante na macacada.
Esse mesmo sorriso pálido e sem graça também aparece no rosto humano. Há histórias de guerra relatando episódios de soldados que se sentiram desarmados quando o inimigo lhe sorriu. Mas é um mistério como, na evolução do homem, do riso inseguro brotou a risada feliz. Outra particularidade humana é fingir no rosto aquilo que não sente. E o sorriso é a arma mais usada da mentira, porque, segundo os cientistas, além de ser uma expressão positiva, de todos os componentes do rosto o homem tem mais controle sobre a boca. Assim, o sorriso mascara a tristeza, aumenta na aparência a dose de satisfação de rever alguém, esconde rancores, afirma o desprezo. "Reconhecer o verdadeiro riso é uma das últimas etapas de um treinamento para identificar expressões faciais", informa o psicólogo Ailton Amélio, da USP.
No entanto, se todos podem controlar a boca, apenas uma em cada dez pessoas consegue impedir a formação de rugas na testa quando o sorriso vem disfarçar a tristeza. Mais difícil ainda é camuflar sorrisos falsos, ditados pelas convenções sociais. A verdadeira risada contrai os músculos orbiculares, em torno dos olhos, formando pequenas rugas laterais, feito pés-de-galinha. De acordo com os especialistas, mesmo os mentirosos profissionais, como os atores, que reproduzem esses movimentos menos sujeitos ao controle da vontade, não o fazem no ritmo natural.Pois um riso nasce aos poucos, se sustenta e esmorece - tudo isso em cerca de 10 segundos. O falso sorriso pode surgir do nada e desaparecer de repente. O austríaco Sigmund Freud, fundador da Psicanálise, que sabia das coisas, sabia também que a face humana é um baú de informações sobre os sentimentos mais íntimos. "Quem tem olhos para ver pode se convencer de que nenhum mortal consegue guardar um segredo", escreveu ele. "A traição brota pelos poros." O que ele queria dizer está na cara.

Retratos das emoções

Quando se olha alguém, um dos erros mais comuns é ver medo em um rosto apenas surpreso. Isso porque, mesmo quando as emoções não se misturam no semblante, há músculos que trabalham em mais de uma expressão. Mas o olhar atento não se engana, pois cada sentimento traça sua máscara própria no rosto humano, como mostra a seqüência de caras do psicólogo Ailton Amélio da Silva, da Universidade de São Paulo.

Medo - As sobrancelhas também se erguem, mas se aproximam por causa da contração do músculo piramidal do nariz - o único da face que nenhum treino ensina a dominar - e assim formam rugas verticais na testa; as pálpebras inferiores e superiores sobem, diminuindo os olhos; a boca, aberta ou fechada, fica tensa.

Nojo - As sobrancelhas se abaixam, sem se aproximar; o lábio superior é puxado para cima, empurrando as bochechas na mesma direção; assim, podem aparecer rugas no nariz; o lábio inferior se contrai para fora.

Surpresa - Ao se erguerem, as sobrancelhas costumam formar rugas horizontais na testa; as pálpebras superiores sobem, sem tensão; o maxilar relaxa, deixando a boca entreaberta e abaixando as pálpebras inferiores - daí os olhos se arregalarem.

Tristeza - Apenas o canto interno das sobrancelhas se eleva; os cantos da boca caem; de modo geral, todos os músculos faciais perdem tônus, criando a expressão típica do abatimento.

Alegria - Os lábios são puxados para trás e para cima, empurrando as bochechas; as pálpebras inferiores também se elevam e aparecem rugas na parte externa dos olhos, feito pés-de-galinha; um detalhe fundamental é que não existe tensão na testa.

Raiva - As sobrancelhas se aproximam, só que abaixadas; a tensão em torno da boca comprime os lábios.

Desprezo - Os lábios se comprimem, um contra o outro, e um canto é puxado para cima.

Primeiras caretas

Com menos de duas semanas, o recém-nascido já tenta imitar expressões faciais do adulto. Assim, abre a boca e faz beicinho, franze o cenho, arregala os olhos. Aproximadamente no terceiro mês, o bebê aprende a sorrir sempre que alguém se aproxima. Na verdade, nessa fase ele reage com um sorriso, como se agradecesse a companhia, toda vez que enxerga o que os cientistas chamam T - as linhas formadas pelos olhos, nariz e boca. Numa experiência clássica, cientistas aproximaram de uma criança um T esculpido em madeira e obtiveram o mesmo sorriso. Por volta do oitavo mês, porém a criança já reconhece rostos. Então sua face começa a revelar todos os matizes do humor, mostrando que aprendeu o bê-á-bá da fisionomia.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Jogo de cores - Cromoterapia

JOGO DE CORES - Cromoterapia



Reflexos de ondas de luz, as cores têm forte influência sobre as pessoas. Animam, relaxam, provocam emoções boas e más. Mas, nesse jogo, a personalidade de cada um e os costumes da época também desempenham um papel. As pesquisas ajudam o homem a tirar proveito de todos os matizes.

Imagine quatro fotografias de um mesmo prato. Toda a diferença está no fundo. Sobre o branco, parece uma insossa refeição de hospital. O verde também corta a fome, porque chama mais a atenção que a própria comida. O violeta esfria o prato. Sobre o vermelho, porém, o filé parece suculento, os legumes mais tenros - sem dúvida, esta é a foto que mais impressiona. Ao vê-la, alguém é bem capaz de correr à geladeira ou dar um pulo à lanchonete mais próxima.
Esse jogo de quatro pratos prova que cor não é só beleza - desperta reações tanto emocionais quanto fisiológicas. Pode provocar apetite ou inapetência, sugerir ódio ou paixão, excitar ou relaxar. Quando se fica exposto a uma luz vermelha por certo tempo ou se permanece num ambiente onde essa cor predomina, o ritmo cardíaco aumenta, a respiração se acelera, o metabolismo é impulsionando. Com isso, as secreções glandulares aumentam - daí a tendência a sentir fome. Não é à toa que as lanchonetes preferem os tons de vermelho, laranja e amarelo na decoração.
Já as chamadas cores frias - como o violeta, o azul e certas tonalidades de verde - têm efeito inverso. Eis por que se tem uma sensação de relaxamento ao se olhar o mar. Essas cores, principalmente o azul, colocam freios no metabolismo, como se a pessoa estivesse prestes a adormecer: a pressão arterial cai, o ritmo cardíaco diminui, a respiração se torna mais lenta. Os cientistas acreditam que essa resposta do metabolismo tenha surgido com o homem primitivo, que se guiava basicamente por dois fatores: dia e noite. A claridade o obrigava a estar fisicamente preparado para buscar alimento ou lutar para se defender; a escuridão era sinônimo de sono e descanso. O homem manteve até o presente essas reações fisiológicas diante das cores vivas e suaves.
De certa maneira, instintivamente, se conhece a ação das cores. Ninguém associa emoções fortes, que fazem disparar o coração, com tonalidades suaves e, muito menos, escuras. A paixão, por exemplo, é eternamente simbolizada por corações vermelhos. Já quando se está desanimado, a tendência é usar roupas de cores frias. Nas pesquisas sobre preferências de cores, invariavelmente a maioria das pessoas que vivem em grandes cidades escolhe o azul - talvez numa busca nostálgica de tranqüilidade.
Se as cores estimulam as pessoas, há quem acredite que podem até curar doenças, cada matiz fornecendo energia para uma parte específica do organismo. Os indianos praticam até hoje a terapia cromática na sua forma tradicional e milenar, expondo a água que será servida ao doente à luz do Sol, sob filtros coloridos. A água ficaria, assim, energizada com uma certa cor, da qual o organismo estaria carente.
Os cientistas sabem que determinadas cores precisam ser evitadas em certas situações. Objetos de cor laranja ou vermelha tendem a deixar os doentes mentais ainda mais confusos. Nos quartos dos hospitais modernos, as paredes estão sendo pintadas de cores suaves em substituição ao clássico branco, isso porque o branco traz tamanha sensação de paz que, em pessoas deprimidas por causa de doenças, pode acabar resultando numa impressão de solidão. Parece claro que, se há cores que devem ser abolidas em alguns casos, também devem existir cores com excelentes efeitos terapêuticos.
Na decoração, em geral, a escolha de cores costuma ser deliberada. Os quartos de dormir são pintados de suaves tonalidades pastel, para acalmar e induzir o sono. Mas, nos motéis, aonde ninguém vai exatamente para dormir, os quartos têm colorações fortes. Nas escolas, chegou-se à conclusão de que o ideal é o amarelo-claro ou mesmo o bege. Parece correto: com muito branco nas classes, as crianças tendem a sentir monotonia e qualquer aula se torna chata; os tons de azul e o verde-claro, por outro lado, fazem até mesmo um aluno nota-10 dormir em aula; tons fortes estimulariam a bagunça, em vez da atenção.
A idéia de usar cores para obter determinadas reações psíquicas é antiga. Os monges tibetanos há milhares de anos enfatizam uma cor - como o verde, para obter harmonia - conforme a meditação que pretendem fazer. Tem lógica: na escala cromática, que vai do vermelho ao violeta, a cor verde fica bem no meio. Nessa posição estratégica, parece quente ou frio, dependendo da tonalidade. Os tons que puxam mais para o azul, como o musgo, são repousantes. Já o verde-limão, próximo do amarelo, é considerado uma cor estimulante. O verde médio é o perfeito equilíbrio.
Mas, em geral, qualquer verde dá sensação de bem-estar, e por esse motivo é a cor que significa "siga" no semáforo: diante da luz verde, o motorista é induzido a crer que tudo está tranqüilo e ele pode avançar. O gritante vermelho, porém, provoca sempre um choque - pois é a cor associada à agressividade, às mudanças repentinas, às revoluções onde corre sangue. Não há quem ouse ignorá-lo, a não ser algumas pessoas ao volante, com os resultados que todos conhecem. Em matéria de cor, porém, não se pode pintar tudo em um único tom. Os mais recentes estudos mostram que tudo depende do estado emocional e da personalidade de cada um - e principalmente dos valores a que se adere.
O marrom, por exemplo, é sempre relacionado com segurança e recato - por isso os que preferem trajes marrons são chamados sóbrios. Contudo, conforme o estado emocional, o apego ao marrom pode significar dependência ou seu oposto - sensação de poder, excesso de confiança. Qualquer pessoa tende a combinar a cor de sua emoção com a cor que está vestindo ou preferindo em dado momento. Todos sentem isso no dia-a-dia.
Ignoram-se as chamadas cores alegres quando se está triste, buscando no guarda-roupa trajes escuros. Afinal, a escuridão é associada às tristezas, às perdas, ao medo e à morte. A Psicologia, porém recomenda que cada um brinque com as cores, criando contrastes. Assim, quem está alegre, ao escolher tons mais claros, intermediários como o cinzento ou mesmo os tons tristes, não corre o risco de exacerbar ou sentir-se, por exemplo, agitado.
Por sua vez, vestir tons fortes e contrastantes dá mais colorido à vida, quando a situação parece preta. Em relação à idade, é interessante perceber que os jovens - cujo metabolismo funciona a toda - gostam dos tons fortes, justamente os que os estimulam ainda mais. Os mais velhos, porém, combinam o passar dos anos com uma crescente sobriedade. Ou seja, preferem as cores que diminuem ainda mais o seu ritmo metabólico. Em países como os Estados Unidos, onde os idosos procuram levar vida normal, viajando e se divertindo em locais públicos, em vez de se trancar dentro de casa, eles tendem a usar roupas ainda mais coloridas.
A cultura de uma sociedade também influi na escolha das cores. Povos tropicais costumam apreciar cores vivas. E só lembrar a arte plumária dos índios brasileiros.
Já as sociedades do hemisfério norte gostam de tons mais sóbrios, como os das milenares porcelanas chinesas.
E, numa mesma sociedade, os mais pobres gostam de cores contrastantes, mais do que os ricos. Estes, muitas vezes, apontam tons quase raros, como cor de vinho e lilás, nas suas preferências. Isso, segundo a Psicologia, significaria uma tentativa inconsciente de mostrar sofisticação. Afinal, as chamadas cores nobres não são tão fáceis de ser encontradas na multicolorida natureza.
Às vezes, também, uma mesma situação é colorida de modo diferente em lugares diferentes. O luto nos países ocidentais é preto porque essa é a cor da morte - a sensação de preto é causada justamente pela ausência de luz, que por sua vez é relacionada à vida. Mas os budistas, por exemplo, usam branco nos enterros, como símbolo da paz alcançada pelo morto. A preferência por esta ou aquela cor também está relacionada à época. O vermelho, antigamente, era símbolo de riqueza, porque a tintura dessa cor para tecidos era caríssima. Eis, então, o motivo de ter sido a cor dos mantos de reis, tapetes de palácios e de catedrais. Hoje o símbolo da riqueza é o próprio dourado do ouro. Contudo, não importa quem, quando ou onde - toda cor tem seu momento. Não é por menos que se pergunta o que seria do azul,. se não fosse o amarelo.

Pintura a olho.

Ninguém passa a vida em branco e preto pela simples razão de que o olho humano não pára de medir as ondas luminosas do Sol. Cada uma produz uma sensação de cor: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul-anil, índigo, violeta. Quando a luz alcança um objeto, este reflete algumas ondas que acabam determinando a sua cor. O branco é a sensação produzida por coisas que refletem toda a luz; um objeto preto, ao contrário, absorve todas as ondas, sem refletir nada.
Na retina há cerca de 7 milhões de cones, receptores especializados em cores, que só trabalham às claras. No escuro, funcionam os 10 milhões de bastonetes, receptores que, em matéria de cor, só percebem o preto e os tons de cinza. É por isso que, em ambientes sem iluminação, tudo parece acinzentado. O fisiologista inglês Thomas Young (1773-1829) provou que o olho é como um pintor que mistura tintas, forma novas cores e cria uma imagem multicolorida para o cérebro.
Ele mostrou que bastam três tipos de receptores: aqueles sensíveis às ondas longas do vermelho, os que são estimulados pelo verde e os que percebem as ondas curtas do violeta. Toda onda luminosa estimula os três receptores, mas somente um com prioridade. Assim na soma dos estímulos, os receptores formam comprimentos de ondas ou sensações de cor diversas. Não se chegou ainda à conclusão sobre quais seriam as reais cores primárias para o olho: muitos cientistas substituem o violeta pelo azul, por exemplo. Também não se sabe o número exato de tipos de cones. Com certeza, o olho só precisa se especializar em algumas cores para sentir todo o colorido do mundo.