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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Estudos apontam que sexo nos deixa mais inteligentes e estimula a memória

Estudos apontam que sexo nos deixa mais inteligentes e estimula a memória


Diferentes pesquisas apontam que a atividade sexual impacta de forma positiva tanto na produção de novos neurônios (neurogênese), quanto no hipocampo, área do cérebro responsável pelo desempenho mental na formação de memória a longo prazo. 

terça-feira, 8 de agosto de 2017

De acordo com a ciência canhotos são mais inteligentes


De acordo com a ciência canhotos são mais inteligentes


Pesquisas mostram que os lados do cérebro dos canhotos são mais conectados que os dos destros.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Robôs inteligentes podem levar ao fim da raça humana - diz Stephen Hawking


Robôs inteligentes podem levar ao fim da raça humana - diz Stephen Hawking


O físico britânico Stephen Hawking está causando novamente. Em entrevista à rede BBC, ele alertou para os perigos do desenvolvimento de máquinas superinteligentes. 

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Correr pode deixar você mais inteligente


Correr pode deixar você mais inteligente


Na Antiguidade, gregos e romanos possuíam a crença de que a prática de exercícios deixaria as pessoas espertas e inteligentes.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Conheça os maiores gênios da atualidade


Conheça os maiores gênios da atualidade


Você sabe quem são as pessoas vivas com o maior QI do mundo?
A organização Super Scholar compilou uma lista com as dez pessoas vivas com o maior QI do mundo. Confira abaixo:

terça-feira, 8 de março de 2016

Gênio Cibernético - Inteligência Artificial


Gênio Cibernético - Inteligência Artificial

Durante trinta anos, um computador de ficção científica foi a referência mais comum quando se falava de inteligência artificial. É compreensível. Afinal, o HAL 9000, do filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, é uma criação de Arthur Clarke, um craque em previsões. Na história de Clarke, o HAL conta que foi ligado em 1997. Por isso, este ano era esperado como aquele em que a criação de uma máquina inteligente já seria um problema resolvido pela tecnologia. Há quem diga que desta vez Clarke errou, mas não é bem assim. O HAL não existe ainda, mas a inteligência artificial começa a sair dos laboratórios.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Decifrada última mensagem criptografada da Segunda Guerra Mundial


Decifrada última mensagem criptografada da Segunda Guerra Mundial


O código da última mensagem criptografada da Segunda Guerra Mundial, que nenhuma agência de inteligência em mais de 20 anos conseguiu resolver, foi decifrado por Dídac Sánchez, um jovem espanhol de 22 anos de idade.  

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Cientistas “produziram” camundongos mais inteligentes alterando gene para inibir um tipo de enzima


Cientistas “produziram” camundongos mais inteligentes alterando gene para inibir um tipo de enzima


Cientistas alteram gene em ratos para inibir a atividade de uma enzima denominada fosfodiesterase-4B (PDE4B), que está presente em muitos órgãos do corpo dos vertebrados, incluindo o cérebro.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Radar de busca indica caminhos para suas dúvidas


Radar de busca indica caminhos para suas dúvidas

As palavras-chave são mostradas em um gráfico dinâmico com o aspecto de uma tela de radar. [Imagem: Cortesia Communications of the ACM]


Busca gráfica

Já foram feitas inúmeras tentativas de dar um aspecto mais gráfico e mais interativo aos mecanismos de busca, mas até agora nada parece ter superado o gosto dos internautas pela caixinha simples de texto do Google.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Por que tanta gente ainda acredita em atividade paranormal


Por que tanta gente ainda acredita em atividade paranormal

Psicólogos suspeitam que algumas ilusões são criadas pela mente em reação a traumas

Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, o ex-premiê britânico Winston Churchill disse ter visto o fantasma do ex-presidente americano Abraham Lincoln em uma visita à Casa Branca. Depois de tomar um banho - acompanhado de uísque e cigarro - Churchill conta que cruzou com o fantasma quando estava nu.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Uma questão de inteligência - Idéias


UMA QUESTÃO DE INTELIGÊNCIA - Idéias


Um livro escandaloso usa argumentos pretensamente científicos para defender o preconceito racial.

Os negros são menos inteligentes do que os brancos? Sim, dizem  Charles Murray e Richard Herrnstein no livro A Curva Normal. Para os dois, a inteligência, além de ser mais generosa com os brancos, é maior entre os mais ricos e não muda de lado de jeito nenhum, nem se o Estado descarregar montanhas de dinheiro em educação. Claro, tão logo apareceu, o livro foi chamado de racista e nazista por todos os lados. Talvez ele não seja tão maligno, mas uma leitura mais atenta mostra que está longe de ser científico. Escondidas atrás de pilhas de números e estatísticas, estão as posições políticas, contra a assistência social aos mais necessitados. E se há uma grande ameaça para a ciência, é a tentativa de usá-la para encobrir fins políticos.

sábado, 1 de março de 2014

Santo Cafezinho - Saúde


SANTO CAFEZINHO - Saúde


Antes, era uma tentação, um pecado: na xicrinha soltando fumaça, a bebida cheirosa prometia prazer, mas também ameaçava com insônia e problemas cardíacos. Agora, aquele tempo passou. Novos estudos provam que o café só faz bem.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A arte de enganar - Natureza


A ARTE DE ENGANAR - Natureza


Se você pensa que a desonestidade é monopólio dos seres humanos, não se iluda. Os animais se comunicam não só para trocar informações, mas também para mentir e ludibriar.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Einsteins da Floresta - Zoologia


EINSTEINS DA FLORESTA - Zoologia



A inteligência dos primos do homem não é novidade, mas não se imaginava que lidassem tão bem com instrumentos e símbolos, nem que vivessem em sociedades tão complexas, em locais até poucos anos inacessíveis aos cientistas.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Criatividade se Aprende na Escola - Educação


CRIATIVIDADE SE APRENDE NA ESCOLA - Educação



Instalada há doze anos num prédio do centro histórico de Roma, a S3 Studium ensina seus alunos a serem criativos e os prepara para enfrentar, com sucesso, as necessidades de um mercado de trabalho cada vez mais exigente.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Endereço da Inteligência - Biologia



O ENDEREÇO DA INTELIGÊNCIA - Biologia



Cem trilhões de conexões celulares, em eterna troca de informações, tecem a estrutura mais complexa do Universo: o cérebro humano.

Preste atenção. Ler este pedido é possível porque os olhos traduziram a imagem de cada letra em centenas de milhares de sinais elétricos que, em linha quase reta, escorregaram até a parte de trás da massa gelatinosa abrigada na caixa do crânio. Daquela região, próxima  à nuca, foram disparados outros milhares de mensagens que se esparramaram pelas laterais, encontrando na superfície rugosa da massa uma área capaz de reconhecer as letras e montar palavras. Em seguida, partiram dali, em todas as direções, ondas elétricas que, ao varrer a víscera cinzenta, encontraram o significado da frase, escondido em um canto qualquer da  memória. 
Compreendida, a ordem foi comparada a outras mensagens, desde relatórios sobre o organismo a informações sobre o ambiente, que chegam a todo instante ao cérebro humano - uma construção tão complexa que os melhores cérebros que se dedicaram a estudá-la concluíram, sem preocupação com a modéstia, que não existe nada igual em todo o Universo conhecido. Então, se ao cérebro que defrontou com a primeira linha deste texto nada pareceu mais importante do que o pedido de prestar atenção, se por algum motivo não brotou na memória uma forte saudade nem irrompeu no organismo uma dor de dente, é bem capaz que o sistema nervoso tenha decidido escalar mais células para interpretar a leitura, atendendo à solicitação. E, caso todo o processo tenha ocorrido, durou exatamente o tempo necessário para ler as quatro primeiras palavras do texto.
De uma célula para outra, no entanto, a informação trafega no cérebro 1 milhão de vezes mais devagar do que um sinal de computador. Apesar da desvantagem inicial, porém, o cérebro consegue reconhecer um rosto em fração de segundo; portanto, no final das contas, está um corpo à frente da Informática. A diferença é possível porque bilhões de células nervosas, os neurônios, podem trabalhar ao mesmo tempo na solução de um único problema, como identificar uma forma ou compreender uma ordem, enquanto um computador processa bovinamente, passo a passo, as informações que recebe. Só recentemente começaram experiências para fazê-los trabalhar em paralelo, como o cérebro humano.
Apenas nos últimos dez anos os cientistas começaram a desvendar para valer os mecanismos cerebrais que tornam o homem inteligente. E as últimas descobertas aconselham apagar da memória a gasta analogia do computador. Parece muito mais adequado comparar o cérebro humano a um movimentado pregão da Bolsa ou a um igualmente agitado debate estudantil em que as informações pipocam de forma desorganizada e muitas vezes prevalece quem fala mais alto. No ano passado, cientistas americanos concluíram que qualquer estímulo que chega ao cérebro não segue uma rota definida, mas percorre diversos caminhos de neurônios, e alguns vão levar a dados que nada têm a ver com a assunto tratado.
Mas sempre que determinado estímulo encontra uma espécie de eco em algum dado estocado na memória, esse circuito passa a ser mais ativado, como se gritasse alto e bom som uma pista. No final, é como se o cérebro escolhesse as pistas e, por intuição, decidisse em favor de uma resposta, mesmo que incompleta, pelos dados de que dispõe. Graças a essa maneira aparentemente desajeitada de ser inteligente, às vezes nem com muito esforço o homem resolve equações cuja solução uma calculadora de bolso daria em um zás-trás.
Em contrapartida, é essa fórmula de sempre trabalhar simultaneamente com um grande número de informações que dá à inteligência humana toda a flexibilidade, fazendo com que o homem seja capaz de reconhecer depois de muito tempo um amigo que deixou crescer a barba, ou de imaginar um passeio de gôndola sem nunca ter pisado em Veneza e, principalmente, de lidar com toda sorte de imprevistos. Para chegar a essa compreensão dos mecanismos da inteligência, os americanos criaram um computador programado de acordo com os conhecimentos que se tem sobre a anatomia cerebral, ou seja, a forma como os neurônios se distribuem. É que na geometria dessas células de 1 centésimo de milímetro de diâmetro e de seus prolongamentos pode estar o segredo de ser humano.
Cada um dos 100 bilhões de neurônios do cérebro está ligado a 10 mil outros e assim é capaz de receber 10 mil mensagens ao mesmo tempo; a partir desse colossal volume de informações, o neurônio tira uma única conclusão, a qual, por sua vez, pode ser comunicada a milhares de outras células.
Calcula-se que existam entre os neurônios nada menos de 100 trilhões de contatos, as sinapses. Junto com a câmara de pósitrons, o único aparelho que permite visualizar o cérebro em atividade, o computador simulador de neurônios é um dos recentes recursos que podem ajudar o homem a conhecer os segredos da sua inteligência. Mas devagar com o andor. "Podemos entender os mecanismos básicos. No entanto, dizer que a gente entenda tudo é um grande exagero", adverte o neurologista Esper Cavalheiro da Escola Paulista de Medicina. "Conhecemos muito melhor o cérebro do macaco do que o do homem", informa esse professor, que passa o dia no laboratório. "O chimpanzé, por exemplo, é um dos animais mais inteligentes, pois pode até aprender uma dúzia de palavras em linguagem de surdo-mudo e manter certa comunicação com seres humanos", compara. "Mas, entre o cérebro do chimpanzé e o do homem existe um abismo."
A quantidade de novos genes que o homem adquiriu na evolução, em relação aos genes de seus ancestrais primatas, é muito pequena para justificar o avanço no sistema nervoso. Esse salto para a inteligência é um dos maiores enigmas da espécie humana. "Coincidência ou não", aponta Cavalheiro, "junto com o crescimento da área ligada a funções intelectuais, aparece a linguagem, uma aquisição que permite aos homens registrar informações, de maneira que cada geração não precise reinventar a roda. Os outros animais, sem aquela parte frontal do cérebro, não deixam história."
Se pudesse ser esticado, o cérebro humano também seria o maior entre os de todas as espécies. Pois, na realidade, a sua superfície cor de chumbo, o córtex, esconde nas reentrâncias nada menos de 9 décimos de sua área. E, em matéria de cérebro, ter uma vasta superfície vale muito mais do que a víscera pesa - afinal, seu quase 1,3 quilo ( 1,350 nos homens e 1,100 nas mulheres) é metade de um cérebro de baleia colocado na balança. A importância do córtex se deve ao fato de sediar a maior parte dos neurônios, as células nervosas que deixam fluir as idéias. Tais células foram observadas pela primeira vez em 1873 pelo fisiologista italiano Camillo Golgi (1843-1926), que descreveu seus milhares de prolongamentos espalhados feito galhos: são os dendritos, a porta de entrada das mensagens enviadas por outras células; o neurônio possui ainda um único axônio, ponto de partida da informação que processa.
São esses prolongamentos revestidos de uma substância branca que cruzam o cérebro de um lado para outro, tecendo a massa branca na parte interna da víscera. O fisiologista espanhol Santiago Ramón y Cajal (1852-1934) notou em 1889 que os prolongamentos dos neurônios, medindo de milésimos de milímetro até mais de 1 metro, não formam fios contínuos, feito cabos elétricos. Pois, na realidade, uma célula nervosa não encosta em outra. Uma informação salta o vazio entre um neurônio e outro graças a proteínas muito especiais, sintetizadas nas próprias células nervosas: são os neurotransmissores. Até a década de 70 se conhecia uma dúzia dessas substâncias mensageiras químicas; hoje os cientistas contabilizam mais de cinqüenta.
"Isolá-las e conhecer as suas principais propriedades é uma coisa", esclarece o neurologista Jorge Facure da Universidade de Campinas, no interior de São Paulo. "Mas ao se verem os neurônios em ação é quase impossível saber quais neurotransmissores estão sendo liberados naquele momento." Faz sentido: afinal, muitos neurônios fabricam mais de uma dessas substâncias, selecionando o momento de usá-las, a concentração e até a dose indicada, tudo conforme o sinal que pretendem transmitir. "Nos Estados Unidos", conta o médico Facure, que já trabalhou ali, "existem prédios inteiros ocupados por laboratórios dedicados exclusivamente ao estudo de neurotransmissores, tal a sua complexidade."
Há dois anos, Facure está à frente de uma equipe da Unicamp concentrada numa das mais instigantes investigações sobre o cérebro humano: trinta pesquisadores das mais diversas áreas - da Medicina à Informática, da Física à Psicologia - reúnem todos os dados ao alcance da ciência para tentar descobrir se existe alguma relação entre a mente e a matéria. Em outras palavras, a pesquisa confronta a delicada questão da possível existência de uma mente - que alguns preferem chamar alma - habitando os circuitos nervosos e controlando o funcionamento cerebral.
De fato, tão complicado como entender a inteligência é compreender por que ela se manifesta de maneira diferente de pessoa para pessoa. Ou seja, compreender por que uns são mais criativos do que outros, por que há quem goste de compor música e quem prefira escrever, como enfim a inteligência se desdobra em infinitos perfis. De acordo com os cientistas, para se tirar alguma conclusão dessa trama cerebral, o fio da meada é a comunicação entre os neurônios, cujas membranas funcionam feito uma divisória, separando cargas elétricas opostas: dentro da célula nervosa existem substâncias predominantemente negativas e, do lado de fora, encontram-se substâncias predominantemente positivas.
Um estímulo qualquer, como a visão de um retrato, subitamente inverte a situação: dentro do neurônio a eletricidade passa a ser positiva e, fora, negativa. A inversão, que dura um ínfimo milésimo de segundo, gera uma onda elétrica que percorre o neurônio de ponta a ponta. Ao alcançar o final do axônio - que se bifurca sucessivamente -, a corrente elétrica provoca uma alteração na membrana da célula. Assim, abrem-se brechas por onde escapam espécies de pacotes recheados de determinado neurotransmissor. Os pacotes logo se encaixam nos dendritos das células nervosas e ali se derretem, liberando o mensageiro químico. Este, por sua vez, provoca a inversão de carga que gera o sinal elétrico.
Para o neurônio que recebe a informação, as coisas não são tão simples. Afinal, é alcançado ao mesmo tempo por milhares de outras mensagens. "O sinal elétrico resultante não é necessariamente a soma de todos os sinais recebidos", explica Esper Cavalheiro, da Escola Paulista de Medicina, enquanto rabisca um exemplo. Segundo tal esquema, se alguém segura uma xícara de café muito quente, um neurônio pode ordenar: "larga"; um segundo neurônio, porém, passa a informação de que aquela é uma raríssima peça de porcelana chinesa. Provavelmente, a segunda mensagem irá atenuar a intensidade da primeira, de modo que a pessoa, apesar da dor, controlará o movimento da mão até pousar a xícara com cuidado sobre um móvel.
De acordo com as informações que um neurônio está habituado a receber, vai formando um comportamento. Passa a precisar de certa quantidade de energia, a produzir determinada dose de proteína, a reagir de modo específico a um estímulo. No final, um neurônio é sempre diferente de outro. Pode-se perguntar, no entanto, como o cérebro interpreta separadamente cada informação, sem confundi-las. O segredo é receber as mensagens por dendritos diferentes. Um neurônio, capaz de calcular a distância de onde veio uma mensagem, pode assim concluir qual de suas entradas ou dendritos foi usada naquela vez e, conseqüentemente, qual neurônio a está enviando.
O neurônio vai além: ao decodificar determinado sinal, sabe que a célula que o enviou está, por sua vez, sendo estimulada por tais e quais neurônios. Alguns cientistas, porém, acham que essa explicação é um tanto simplista.. Na opinião do neurofisiologista Luiz Menna-Barreto, da Universidade de São Paulo, não se pode entender o mecanismo de compreensão de mensagens quando se pensa em um único ou mesmo em poucos neurônios. "O cérebro sempre raciocina em cima de centenas de milhares de células nervosas. É muito mais adequado imaginá-lo como um jogo de batalha naval em três dimensões, onde os pontos assinalados seriam neurônios ativados", sugere Menna-Barreto.  "Conforme o padrão formado por esses pontos, o cérebro entende um significado."
Existem neurônios que já nascem sabendo o que fazer: é o caso dos que controlam o ritmo cardíaco, feito marca-passos, disparando constantemente ondas elétricas em uma freqüência predeterminada. Outros, porém, surgem como folhas em branco, mas, à medida que um estímulo chega ali pela primeira vez, fica gravado para sempre de alguma maneira ainda não muito clara para os cientistas. Ou seja, aquele neurônio ativado passará a gerar regularmente a onda elétrica desencadeada pelo estímulo, que pode até já ter desaparecido.
Do mesmo modo, na batalha naval imaginada por Menna-Barreto, existem padrões inatos de comportamento cerebral, como os do sono. Mas outros padrões são criados pela experiência. Isso é possível graças à mais fantástica característica do cérebro humano: a plasticidade. Pode-se visualizar as ligações entre os neurônios como caminhos, a maior parte deles criados na infância. No decorrer da vida, o cérebro deixa de lado na memória as ruas por onde transitam poucas informações. Em compensação, rasga novas estradas e abre avenidas nas áreas por onde passam muitos estímulos nervosos. Isto é, faz crescer novos prolongamentos unindo mais neurônios ou aumenta as áreas de contato, as sinapses, já existentes entre as células.
"Quanto mais sinapses, mais recursos de informações", resume o neurologista Saul Cypel, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. "Logo, mais inteligente ou criativo aquele cérebro tende a ser." Segundo ele, a existência de mais sinapses em determinadas áreas cerebrais justificaria uma facilidade maior para lidar com um assunto do que com outro. "Alguém que cresceu ouvindo música", exemplifica, "provavelmente desenvolveu muitas sinapses na área do cérebro responsável por esse tipo de percepção. Daí, tende a ter talento para a música." Se a habilidade pode ser, fisiologicamente, questão de prática, não se pode esquecer de outro ingrediente fundamental à plasticidade das células nervosas: a emoção, algo que em neurologuês pode ser descrito como um mero conjunto de reações químicas na massa cinzenta.
O sistema nervoso tende a formar as tão importantes conexões entre as suas células ali onde existe uma dose concentrada de afeto. A percepção auditiva dos pais é um exemplo claro: o menor choramingo do filho explode, na calada da noite, como efeito despertador de uma turbina de Boeing. Isso porque a emoção fixa as sinapses: assim, toda informação relacionada àquela criança merece atenção do cérebro. Na realidade, a emoção está em jogo mesmo nas atividades mais banais do dia-a-dia. Toda vez que se lê um texto, os trechos mais marcantes, agradáveis ou desagradáveis, ganham mais sinapses no cérebro. É o afeto que ajuda a determinar a importância e a permanência de um registro na memória. Mas, de qualquer maneira, toda informação nova é gravada nos neurônios e forma sinais elétricos, que de seu lado inauguram diferentes caminhos de axônios para compreendê-la. Em suma, ninguém é exatamente o mesmo após ler uma matéria como esta.

Flagrando os miolos em ação

Médicos americanos pediram a voluntários que resolvessem problemas de raciocínio abstrato - e concluíram que o cérebro daqueles que se saíram melhor no teste consumia um terço a menos de energia. Isso leva à suspeita de que quanto mais neurônios conectados, menor o esforço do sistema nervoso para raciocinar. Descobertas como essa são possíveis graças à câmara de pósitrons, que permite aos cientistas bisbilhotar a intimidade do metabolismo cerebral. Os pósitrons são partículas que, imediatamente após sua emissão, se combinam com uma substância radioativa.
As combinações são interpretadas por um computador que desenha do cérebro uma imagem parecida com a de uma tomografia. O truque do exame está em ligar, por exemplo, flúor radioativo, que permanece cerca de meia hora no organismo, com aquilo que se pretende observar. Assim, ligado à glicose - combustível que o cérebro consome seis vezes mais do que qualquer outro órgão - o flúor acusa as áreas que gastam mais energia. Com o mesmo método pode-se examinar a ação de drogas e neurotransmissores. 

Uma escalada em três degraus

Até os 20 anos de idade aproximadamente, o sistema nervoso ainda é capaz de alterar a sua arquitetura formando novas sinapses. No entanto, como para tantas outras coisas, os primeiros anos de vida são os mais importantes no desenvolvimento cerebral, que obedece a um rígido passo-a-passo. Nos primeiros meses surgem nas chamadas regiões primárias conexões nervosas que fazem o bebê perceber, por exemplo, um objeto escuro. Sem elas, não se formariam, nos três primeiros anos de vida, sinapses nas áreas cerebrais secundárias, que já são capazes de interpretar informações com maior riqueza de detalhes - o objeto escuro é reconhecido como uma caneta.
Isso leva ao terceiro e mais importante passo: o surgimento de sinapses em áreas de associação, especializadas em cruzar as informações mais diversas no cérebro, verdadeiros pontos de convergência. Segundo o neurologista Saul Cypel, de São Paulo, as experiências são fundamentais para o cérebro poder escalar os três degraus do seu desenvolvimento: "Prova disso é que crianças paralíticas, justamente pela impossibilidade de explorar o mundo ao seu redor, tornam-se adultos com dificuldade de perceber, por exemplo, distância e dimensões".

Tudo que o cérebro faz para reconhecer um rosto

1) Uma pessoa vê um rosto que lhe parece familiar, mas por algum motivo não identifica imediatamente de quem se trata. O cérebro então registra os traços essenciais daquela imagem - o bigode, o formato da face e do nariz.
2) Com essas pistas, a memória busca retratos aparentados. Assim o cérebro compara a imagem que vê com as lembranças de um ex-chefe, de um antigo médico da família, de um primo distante, de um professor dos tempos de colégio. Este último possui o mesmo formato de rosto e tem nariz e cabelos iguais. Mas na imagem gravada na memória o seu rosto aparece de barba.
3) Sem ter certeza absoluta, o cérebro se decide pelo professor, cujo rosto é o mais parecido. A partir daí, surgem lembranças: a de que certa vez o professor ofereceu uma feijoada, a do rosto de sua amiga, a de que ele tocava violão - e tudo vai reforçar a decisão de que é de fato o professor, só que sem barba.
4) Um computador não chegaria a essa resposta, a menos que encontrasse dados idênticos na memória. Além disso, processaria as informações uma por uma, enquanto na verdade o cérebro pode acionar ao mesmo tempo milhões de lembranças arquivadas.

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Inteligência Animal

INTELIGÊNCIA ANIMAL



Na floresta Kibale, em Uganda, uma família de chimpanzés se alimenta no alto de uma figueira. Ao terminar a refeição, mãe e dois filhos pulam para outra árvore. Mas falta coragem à filhote caçula, que fica onde está. Paralisada, ela começa a gritar. Para ajudá-la, a mãe se aproxima da cria e balança a figueira para os lados, até aproximá-la da árvore vizinha. Ela então agarra um ramo e com o corpo forma uma ponte natural por onde a macaquinha atravessa sã e salva.
A cena foi presenciada em 1987 pelo psicólogo Marc Hauser, da Universidade Harvard, que ficou maravilhado. Teria sido intencional? Será que a mãe visualizou a imagem de seu corpo formando a ponte? Ou será que só estava tentando ensinar a filhote a saltar, e ela espertamente aproveitou a chance?
Para quase todos nós, o encantamento com bichinhos fofos que parecem agir de caso pensado torna fácil trocar as interrogações acima por pontos finais. Pesquisadores como Hauser, no entanto, têm se dedicado a encontrar respostas científicas para decifrar a inteligência animal. Eles querem entender o que realmente se passa na mente dos bichos. E como esses processos acontecem. Uma baleia pode ter cultura? Macacos são capazes de traçar estratégias de caça ou construir ferramentas? Insetos têm memória?
Consenso existe apenas para o ponto de partida. De acordo com César Ades, um dos maiores especialistas em comportamento animal do Brasil, cientistas acreditam que a capacidade de pensar pode ter surgido independentemente em vários animais, e não somente nos mais próximos dos humanos na cadeia evolutiva. Até aí, tudo bem. Mas quais tipos de comportamentos podem ser apontados como frutos dessa habilidade? "A melhor definição para inteligência é a habilidade de resolver problemas", afirma o pesquisador Culum Brown, da Universidade de Edimburgo, na Escócia.
Em seu livro Wild Minds ("Mentes Selvagens", sem tradução para o português), Marc Hauser propõe que vários aspectos da nossa cognição são encontrados nos outros animais. É o que ele chama de "kit de ferramentas", um conjunto de habilidades como reconhecer a função de um objeto, ter noção de quantidade e de direção. A partir daí, os animais evoluíram de acordo com suas necessidades. "Cada espécie é ‘esperta’ à sua maneira, porque evoluiu respondendo a pressões diferentes. Não podemos compará-las", diz o pesquisador Eduardo Ottoni, da USP. A maioria é, de modo geral, equipada com mecanismos de aprendizado que podem ocorrer por dedução ou tentativa e erro e se espalhar por imitação ou pelo ensinamento entre indivíduos. Mas para alguns animais foi mais vantajoso manter-se baseado apenas no instinto. Outros tiveram de aprimorar o kit diante de dificuldades, modificar seu comportamento e transmiti-lo para as próximas gerações. Foi o que aconteceu com os humanos. Mas, se olharmos de perto, macacos, cachorros e corvos têm em seus kits ferramentas muito parecidas com as dos humanos. As nossas até podem ser mais sofisticadas, mais complexas. Mas as deles funcionam perfeitamente para o que eles precisam. É o que você verá abaixo.

Memória
Quando o estúdio Pixar colocou no filme Procurando Nemo uma peixinha que esquecia tudo em poucos segundos, estava brincando com uma idéia que por muito tempo existiu na comunidade científica: peixes teriam memória de apenas três segundos. Estudos recentes mostram que isso é balela. Esses animais são capazes de lembrar e ainda guardam as informações a longo prazo. Foi o que comprovou o pesquisador Culum Brown. Ele prendeu um grupo de peixes arco-íris australianos num tanque e os treinou para encontrar uma saída. Após cinco tentativas, todos conseguiam achá-la. Onze meses depois, o pesquisador refez o teste. Dessa vez, os peixes localizaram a saída na primeira tentativa.
Graças à memória, peixes também reconhecem outros indivíduos. Ao presenciar uma luta, o animal não apenas retém informações, como cria um ranking de lutadores. No futuro, ele evitará brigas com os fortões. Cardumes também são capazes de aprender e memorizar a se desvencilhar de redes ou então viajar em formações que os protegem de predadores.
Traços de memória também foram detectados numa das últimas espécies em que se esperaria encontrar essas características: as aranhas. Antes vistas como um daqueles animais para quem manter-se atrelado ao instinto teria sido mais útil, elas têm surpreendido os cientistas. Um estudo a apontar nesse sentido foi feito por César Ades, que analisou a reação da aranha-dos-jardins (Argiope argentata). De um modo geral, quando um inseto cai na teia, a aranha libera um veneno paralisante e envolve a presa com fios de seda para levá-la ao centro da teia, onde vai devorá-lo. Se nesse tempo outro animal for capturado, a aranha deixa a primeira presa amarrada e corre até a nova para repetir o procedimento. César descobriu que, para reencontrar a primeira presa, a aranha depende da memória. Para chegar a essa conclusão, ele retirou uma mosca amarrada na periferia. E percebeu que a aranha, sem contar com a ajuda de um marcador, como o feromônio utilizado pelas formigas, retornava exatamente ao local onde a presa estava originalmente.

Comunicação
Quem tem cachorro costuma ter uma frase na ponta da língua para se gabar da destreza do seu animal: "É tão inteligente que só falta falar". É verdade que os cães continuam nos devendo um bate-papo, mas comunicar o que querem e entender o que as pessoas estão lhes dizendo já parecem fazer parte de suas habilidades.
Recentemente dois animais ficaram famosos: o border collie alemão Rico, de 10 anos, que consegue entender cerca de 200 palavras, e Sofia, uma legítima vira-lata "puro-sangue" brasileira de 3 anos, que demonstra o que deseja por meio de um painel com diversos símbolos.
Pesquisadores descobriram que Rico não só decorou os nomes de seus brinquedos como também é capaz de pegar, em meio a objetos familiares, um outro que não conhecia, após ouvir seu nome. A conclusão é que ele conseguiu associar a palavra nova ao objeto diferente. Os cientistas agora querem desenvolver uma mini-sintaxe com o cachorro e testar se ele entende frases mais complexas, como "pegue a bola e coloque na casinha".
Essa também é a meta do grupo de pesquisadores brasileiros que está trabalhando com Sofia. A cadelinha manuseia um painel de símbolos. Para receber carinho, comer, passear, brincar, beber água, fazer xixi ou ir para a casinha ela aperta a tecla correspondente, que emite um som com a ação. É uma capacidade que seres humanos geralmente adquirem por volta dos 3 anos de idade.
Em outras ocasiões, Sofia foi capaz de combinar símbolos para se comunicar, como quando o zootecnista Alexandre Rossi, seu dono e treinador, escondeu um osso dentro da casinha. Inicialmente, a cadela apertou a tecla brinquedo. Ao perceber que o osso havia sido escondido, Sofia apertou a tecla da casinha e logo em seguida a de brinquedo.
Sofia domina um vocabulário razoavelmente menor que o de Rico. Mas seus treinadores acreditam que ela esteja um passo à frente. Os pesquisadores conseguiram juntar um verbo e um objeto em suas ações. Ela entende, por exemplo, as diferenças entre "apontar casa" e "buscar a bola". Agora eles testam se ela sabe distinguir marcações de espaço nessas ações, como "em cima", "embaixo", "direita" e "esquerda".

Cultura
Imo é uma macaquinha especial. Sozinha, ela criou comportamentos que mudaram o estilo de vida de uma espécie japonesa (Macaca fuscata) da ilha de Koshima. No começo da década de 50, pesquisadores perceberam que ela, por alguma razão, passou a lavar a batata-doce antes de levá-la à boca. Até então, os animais simplesmente enfiavam o alimento na boca com terra e tudo. Gradualmente o comportamento se espalhou na comunidade. Após algum tempo, vários dos filhotes já repetiam a técnica, visível hoje entre quase toda a população da ilha de Koshima.
Imo, que em japonês quer dizer batata-doce, não parou por aí. Alguns anos depois ela arrumou um jeito de peneirar o trigo que era espalhado na areia pelos pesquisadores que observavam o grupo. Inicialmente os macacos pegavam os grãos um a um, e demoravam um tempão. Mas um dia Imo teve a brilhante idéia de pegar um punhado de trigo e areia e levar até a água. A vantagem da técnica foi clara: a água facilmente separava os grãos da areia, e ela pôde comer tranqüilamente. Assim como as batatas, a lavagem do trigo não demorou para se espalhar pelo grupo.
Lavar batatas não é como escrever livros ou cantar ópera. Mas o que Imo fez - desenvolver um novo comportamento e depois repassá-lo aos seus semelhantes - é algo que pesquisadores nem cogitavam ser possível duas décadas atrás. Ela transmitiu cultura.
Outro exemplo bacana é um caso curioso observado entre baleias-jubartes da costa australiana, espécie em que os machos emitem um som musical provavelmente para atrair as fêmeas. Uma verdadeira revolução cultural teve lugar por lá quando, em 1987, um grupo de cantores do Pacífico Sul abandonou totalmente sua melodia para adotar a de colegas do oceano Índico. A mudança ocorreu após um perído de convivência entre os dois bandos. Aparentemente, alguns "menestréis" que viviam na região do Pacífico se deram conta de que os colegas do Índico faziam mais sucesso com as meninas. E tudo isso graças ao canto deles. A solução foi mudar a música para não ficar no atraso com a baleiada.

Planejar estratégias
Chimpanzés que habitam a floresta Taï, na Costa do Marfim, usam um sistema de caça que se assemelha à tática de um time de futebol quando querem capturar sua refeição favorita, o macaco-colobo-vermelho. Como a presa é menor, mais rápida e pode se refugiar em locais inacessíveis aos chimpanzés, os primatas desenvolveram um modo de agir em equipe para conseguir encurralá-lo.
Para isso, dividem-se em pelo menos quatro funções: o condutor, que persegue a vítima, direcionando seu caminho; o bloqueador, que sobe nas árvores para fechar as opções de fuga; o perseguidor, que seleciona o alvo e tenta a captura em movimentos rápidos; e o responsável pela emboscada, cuja missão é prever o trajeto do colobo e bloquear suas rotas. Esse último é uma espécie de centroavante do time, que se antecipa ao adversário para finalizar a jogada.
O "centroavante" é sempre um animal com mais experiência - o domínio da arte da caça leva cerca de 20 anos. Quanto mais velho, mais o chimpanzé é capaz de fazer antecipações e de menos movimentos ele precisa para atingir seu objetivo. Futebolisticamente falando, ele é uma espécie de Romário. Toca pouco na bola, mas quando o faz, quase sempre está bem colocado e marca o gol.
Também as guerras entre esses animais possuem táticas avançadas. Chimpanzés são capazes de variar estratégias de acordo com o adversário e o time à disposição para a partida. Quanto menor o exército, mais defensiva será a tática. Mas, se o bando for numeroso, a opção é fazer um ataque frontal e impactante. Também há operações em que fêmeas, jovens e idosos ficam na retaguarda, batucando e gritando, para criar a impressão de que a tropa de machos é mais numerosa. E, se as forças são iguais, geralmente um lado faz o movimento e aguarda a resposta do rival. Nesse caso, grupos de chimpanzés invadem o território inimigo para espalhar o terror e assustar rivais que perambulam desacompanhados. Em algumas ocasiões esse tipo de comando foi visto aprisionando e torturando fêmeas isoladas.

Uso de ferramentas
Pesquisadores que observam grandes primatas em florestas da África já flagraram esses animais usando todo tipo de ferramenta. Para coletar frutos em árvores espinhosas, calçam ramos lisos sob os pés, como se fossem sandálias. Outros aproveitam folhas largas como almofadas para sentar no chão úmido sem molhar o traseiro. Enfiar galhos em cupinzeiros para pegar os insetos também é freqüente. Em um nível mais avançado, alguns animais usam pedras como bigorna e martelo para abrir nozes ou coquinhos - uma pedra maior relativamente plana serve de base, onde é posicionado o fruto, que é golpeado com uma pedra menor.
A surpresa veio quando cientistas observaram que não eram apenas os grandes primatas que dominavam esse tipo de técnica. Pequenos macacos-pregos também eram capazes de usar rochas para quebrar cascas e transmitir esse conhecimento para o grupo. A descoberta gerou uma dúvida. Ao observar a habilidade em chimpanzés, imagina que ela tenha surgido em algum momento da evolução dos macacos que deram origem aos hominídeos. Mas o macaco-prego subverte essa idéia. Como poderia um animalzinho separado da nossa linhagem na evolução há mais de 40 milhões de anos aprender a usar ferramentas? Para o pesquisador da USP Eduardo Ottoni, que descobriu a proeza dos macacos-pregos no Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo, não deveríamos considerar o fato com estranheza, mas sim pensar em quais pressões no processo seletivo promoveram tal desempenho. Mais uma vez, é a espécie se adequando às necessidades que o meio impõe.
Se os pregos surpreenderam os cientistas, que dizer então de corvos da Nova Caledônia, na Oceania, que se mostraram capazes de manipular pequenos ramos para pegar insetos em buracos estreitos? O desempenho desses animais na natureza já era considerado incrível por conta da utilização de ferramentas naturais para se alimentar. Mas o que fez a fama deles foi um teste de laboratório na Universidade de Oxford em 2002. Enquanto estudava alguns corvos, o pesquisador Alex Kacelnik flagrou a fêmea Betty criando uma ferramenta. Com o intuito de comer um pedaço de alimento colocado no fundo de um tubo de ensaio, ela transformou em gancho um arame que estava por perto. O feito ganhou destaque porque levantou a suspeita de que talvez Betty compreendesse a conseqüência do ato. "Convivemos nesse planeta com animais pensantes", diz Marc Hauser. "Cada espécie, com sua mente única, favorecida pela natureza e moldada pela evolução, é capaz de enfrentar os mais fundamentais desafios que o mundo apresenta. Apesar de a mente humana deixar uma marca característica no planeta, nós certamente não estamos sozinhos nesse processo", afirma ele. A natureza pode ser mais sábia do que parece.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Máquina vence duelo contra humanos em programa de TV

17/02/2011 10h29 - Atualizado em 17/02/2011 10h44

Máquina vence duelo contra humanos em programa de TV
Supercomputador levou a melhor em programa de conhecimentos gerais.
Seus recursos avançados de análise podem ajudar na indústria da saúde.

Após uma maratona de três noites no programa de TV que testa conhecimentos gerais, Jeopardy, o supercomputador da IBM, Watson, saiu vitorioso ao vencer o prêmio de US$ 1 milhão.

Os concorrentes do computador foram os dois melhores participantes de todos os tempos, Ken Jennings, que anteriormente obteve 74 vitórias consecutivas na série e Brad Rutter, que levou a maior quantia de dinheiro, US$ 3 milhões. Entretanto, no final, suas habilidade não foram suficientes para vencer o Watson.


Watson, o supercomputador da IBM é muito grande para caber no estúdio e foi conectado remotamente
(Foto: AFP/IBM)

Em busca de um significado
Mas a vitória de Watson e IBM foi mais do que ganhar dinheiro. Tratava-se de inaugurar uma nova era na computação onde as máquinas serão cada vez mais capazes de aprender e entender o que os humanos estão realmente pedindo a elas.

"Jeopardy" é visto como um desafio significativo para Watson por causa do formato do programa que é bem rápido e usa pistas que dependem de significados sutis, trocadilhos e adivinhas, algo que os seres humanos são muito bons e os computadores não.

IBM se prepara para duelo entre homem e máquina em Jeopardy
Na noite da grande final, a IBM anunciou um acordo de pesquisa de reconhecimento de fala com a empresa Nuance Communications, para "explorar, desenvolver e comercializar" recursos avançados de análise do Watson na indústria da saúde.

A tecnologia por trás Watson tem a capacidade de digitalizar e analisar informações de muito mais recursos do que um ser humano, num curto período de tempo e, assim, pode ajudar os médicos no diagnóstico de pacientes com mais rapidez.

Outras possíveis aplicações para a tecnologia de Watson incluem lidar com grandes conjuntos de dados comumente encontrados nas áreas jurídica e financeira.

O maior desafio para os cientistas da IBM foi o de ensinar o Watson a distinguir entre expressões literais e metafóricas, e a compreender trocadilhos e gírias.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Cachorra aprende a reconhecer nome de mais de mil brinquedos

23/12/2010 14h46 - Atualizado em 23/12/2010 15h26

Cachorra aprende a reconhecer nome de mais de mil brinquedos
Chaser foi treinada por psicólogos nos EUA por 3 anos para identificar e organizar objetos.

Uma cachorra da raça border collie consegue reconhecer 1.022 brinquedos pelo nome, mais do que qualquer outro animal, de acordo com os cientistas que convivem com ela.

Chaser, que foi treinada pelos psicólogos Alliston Reid and John Pilley, da Universidade de Wofford, nos Estados Unidos, também consegue organizar os objetos por função e forma. Crianças aprendem a fazer o mesmo por volta dos 3 anos de idade.


A border collie Chaser memorizou mais de mil nomes de objetos (Foto: Robin Pilley)A pesquisa dos americanos foi inspirada em Rico, um cachorro treinado no Instituto de Antropologia Evolutiva Max Planck, na Alemanha. Rico conseguia reconhecer 200 palavras e identificar objetos novos em um grupo de coisas que ele já conhecia.

Após o estudo com Rico, publicado em 2004, Reid e Pilley decidiram investigar se havia um limite para o número de palavras que os cachorros poderiam aprender.

Treino
Chaser foi treinada por três anos. Primeiro, os brinquedos eram apresentados a ela um a um. Em seguida, ela tinha que encontrar cada um dos objetos, e, por fim, o nome do brinquedo era repetido para reforçar a associação.

Para testar o vocabulário da cachorra, grupos de 20 brinquedos eram escolhidos aleatoriamente e colocados em um quarto isolado onde Chaser tinha que procurá-los pelo nome.

Segundo Alliston Reid, Chaser completou 838 testes e nunca acertou menos do que 18 objetos. Ela também aprendeu a dividir os objetos em categorias.

O especialista Ádám Miklósi, fundador do Projeto Cachorro de Família, na Universidade Eötvös Loránd, na Hungria, afirma que os resultados são impressionantes por causa do treino intensivo da cachorra.

'Outros cães realizam as mesmas tarefas, mas eles cometem mais erros', disse.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Pássaros formam 'Pac-man gigante' para assustar predador

06/12/2010 11h54 - Atualizado em 06/12/2010 11h54

Pássaros formam 'Pac-man gigante' para assustar predador
Estorninhos se agruparam em bando e atacaram rival.
Cena foi feita pelo fotógrafo amador Giangiorgio Crisponi.

A cena de centenas de estorninhos se protegendo de um ataque de um predador em Cagliari, na Itália, lembrou o popular jogo "Pac-Man". "Estorninhos têm um modo muito particular de se defender de seus predadores, como falcões", disse o fotógrafo amador Giangiorgio Crisponi, de 69 anos, que fez a imagem. Os pássaros se agruparam em bando e voaram em direção do predador para assustá-lo, de acordo com o jornal inglês "Daily Telegraph".


Estorninhos se agruparam em bando e atacaram predador. (Foto: Reprodução)