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quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

RELIGIÃO MAIA - Pesquisadores encontram 478 centros cerimoniais Maias escondidos pela selva

RELIGIÃO MAIA - Pesquisadores encontram 478 centros cerimoniais Maias escondidos pela selva

A descoberta traz revelações sobre a relação entre diferentes civilizações pré-colombianas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

A Ferrovia do Diabo na Amazônia - Nunca registrou acidentes, mas matou 10 mil pessoas

A Ferrovia do Diabo na Amazônia - Nunca registrou acidentes, mas matou 10 mil pessoas

No início do século XX, o governo brasileiro construiu uma ferrovia de 360 quilômetros de comprimento que atravessava a Amazônia até a fronteira com a Bolívia. 

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Exploradores podem ter encontrado a mitológica cidade inca de Paititi


Exploradores podem ter encontrado a mitológica cidade inca de Paititi


Segundo a lenda, o local esconde tesouro das civilizações pré-colombianas. 

terça-feira, 19 de julho de 2016

10 Filmes sobre sobrevivência que você não pode Perder


10 Filmes sobre sobrevivência que você não pode Perder


Um género de filmes que sempre gostei de ver foi precisamente filmes que abordassem o tema da sobrevivência, especialmente sobre sobrevivência “outdoor”, em ambientes agrestes, selvagens, onde os protagonistas tivessem de lutar não só contra a fome, mas também contra todos os elementos que a natureza os confrontasse. Assim sendo, decidi fazer uma pequena lista com os 10 filmes que considero serem os melhores filmes sobre sobrevivência.  

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O Rei e a sua floresta submersa - Natureza


O Rei e a sua floresta submersa - Natureza


Dizem os cientistas que se alguém mostrar a foto desse bicho aí do lado a um morador da cidade de Tefé, bem no coração da Amazônia (veja no mapa), o cidadão ia ficar espantado de nunca ter visto coisa igual. É que o uacari-branco é raríssimo. Foi ao estudá-lo, em 1983, que o biólogo José Márcio Ayres despertou para a necessidade de proteger  a região. Por um admirável capricho da evolução, o uacari-branco, com cerca de 20 centímetros de comprimento, só existe por lá - e em nenhum outro lugar do mundo. Em 1996, finalmente, o reino do uacari-branco se transformou na primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentado do Brasil.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

5 das cobras mais venenosas que existem no planeta


5 das cobras mais venenosas que existem no planeta



 Hoje trazemos para você cinco das mais letais do planeta, selecionadas a partir de um post do pessoal do site ListVerse. Confira:

segunda-feira, 23 de março de 2015

Arqueólogos encontram suposto esconderijo nazista na selva argentina


Arqueólogos encontram suposto esconderijo nazista na selva argentina

Moedas encontradas foram cunhadas durante o regime nazista - Reprodução/Clarín Web TV

Pesquisadores descobriram, em estruturas de pedra, moedas alemãs e um prato de porcelana que remonta à Segunda Guerra.

Em uma remota região de selva na Argentina,arqueólogos descobriram ruínas do que poderia ter sido um esconderijo para nazistas. O abrigo teria sido construído antes ou durante a Segunda Guerra Mundial para ser usado por líderes do III Reich no caso de uma derrota alemã.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Um Santuário para os Rinocerontes - Natureza



UM SANTUÁRIO PARA OS RINOCERONTES - Natureza



Os governos de países africanos patrocinam operações de salvamento para manter fora da mira dos caçadores de chifres os sobreviventes das chacinas que quase extinguiram duas espécies desses animais.

Depois de milhões de anos de existência relativamente pacífica, este século tem sido uma calamidade para um bicho sonolento e solitário, míope e vegetariano, de casca grossa e humor imprevisível, que mede mais de 3 metros do focinho ao rabo e pesa um bom par de toneladas - o poderoso rinoceronte. Para sua desgraça, o homem cismou de acreditar que o par de chifres que ele carrega acima do nariz, o maior com uns 60 centímetros, tem extraordinárias propriedades medicinais quando reduzido a pó: analgésico, antiespasmódico, antiinflamatório, diurético e, ainda por cima, afrodisíaco.
Ao que tudo indica, os primeiros a acreditar nessa lenda foram os chineses. Outros povos do Oriente, igualmente desinformados, aderiram ao mito, apesar dos desmentidos zangados dos médicos e da negativa igualmente cabal de sucessivos testes de laboratório, o mais recente deles realizado na Suíça em 1982. Resultado: o pó de chifre de rinoceronte é vendido a peso de ouro e o animal paga por isso com a vida. Trata-se, para piorar as coisas, de um produto em alta, cujo preço multiplicou-se por cem - isso mesmo, cem - nos últimos cinco anos. Nos mercados semiclandestinos de Cingapura, Formosa e Hong Kong, o quilo de chifre transformado em pó alcança milhares de dólares, batendo folgadamente o ouro.
Além disso, no Iêmen do Norte, no Oriente Médio, um cabo de adaga esculpido do mesmo material chega a ser negociado por mais de 10 mil dólares. A caça a esse remanescente da Pré-história equivale a um verdadeiro genocídio. De fato, se no fim do século passado, como se supõe, as cinco espécies de rinocerontes existentes no mundo (duas na África e três na Ásia) somavam 1 milhão de indivíduos, hoje o total é estimado em 10 mil. A maior espécie asiática (Rhinoceros unicornis) sobrevive no Nepal e no noroeste da Índia, com mil indivíduos. Outras se extinguem nas ilhas de Java e Sunda e nas Florestas da Birmânia e Malásia. Nas savanas da África, o alvo predileto dos caçadores é o chamado rinoceronte-preto (Diceros bicornis).
No Zimbábue, país do Sudeste africano até há pouco tido como um dos derradeiros lugares seguros para essa espécie, em média um rinoceronte é abatido todos os dias a tiros de fuzil de grosso calibre. Há duas décadas, ainda existiam 60 mil rinocerontes-pretos livres, fora de reservas e parques zoológicos. Atualmente, não devem restar mais de 3 mil, cerca de quinhentos dos quais no Zimbábue, a antiga Rodésia, que considera esse bicho um símbolo nacional. O rinoceronte-preto pesa entre 1700 quilos e poucos mais de 2 toneladas, perdendo em tamanho e peso para a outra espécie de rinocerontes africanos, a dos brancos (Ceratotherium simmum), que chega a pesar 4 toneladas. 
Pretos e brancos, na realidade, têm a mesma cor de lama acinzentado-escura - os nomes são conseqüência de um mal-entendido. Os exploradores ingleses achavam que wodje - palavra de língua africana significando "grande" - queria dizer white, "branco"; a outra espécie acabou sendo conhecida como preta, por simples oposição. Apesar do tamanho e da blindagem que os reveste, ao pegar embalo os rinocerontes africanos são capazes de correr a 50 quilômetros por hora - um desempenho terrível quando eles investem contra outros bichos em rompantes de fúria, mas definitivamente insuficiente para escapar aos caçadores profissionais de armas azeitadas e mira excelente.
O rinoceronte é diferente de outros animais chifrudos: seus tão valorizados cornos têm uma composição peculiar, pois nada mais são do que um compacto de finíssimos fios de cabelo unidos pela proteína queratina, substância dura que forma também as unhas. Na Ásia está cada dia mais difícil comprar chifre de rinoceronte - não tanto por causa da vigilância dos governos, mas pela escassez de animais. Por isso, os caçadores de rinocerontes, capazes de arrancar seus chifres em menos de 45 segundos, depois de abater o animal, partiram rumo à África nesta última década. O Zimbábue, porque sempre tratou de proibir a atividade desses invasores, foi o último país procurado pelos comerciantes de chifres.
Mesmo assim, desde 1985, quando o governo decretou o estado de emergência para impedir a carnificina, os guardas-florestais já encontraram aproximadamente quinhentos rinocerontes mortos. O número verdadeiro, imagina-se, deve ser até maior. O governo acabou autorizando que guardas-florestais fossem treinados como guerrilheiros com ordens de atirar para matar, instalados em vários postos de vigia ao longo dos 200 quilômetros da margem direita do rio Zambeze, na fronteira norte com Zâmbia - a porta de entrada da maioria dos caçadores. Além disso, foi iniciado um programa salvador destinado a deslocar animais do vale do Zambeze até os santuários de rinocerontes - verdadeiros esconderijos sob proteção oficial, cuja localização exata é mantida o quanto possível em segredo. Já existem seis desses refúgios, cada um com 26 mil hectares.
Para garantir a sobrevivência dos rinocerontes-pretos ainda existentes em seu território, o Zimbábue precisa ter outras dez áreas como essas. Como o país é pobre e as operações de salvamento são caras, apenas dois ou três animais são transferidos por dia. Mesmo com tais limitações os números demonstram que o projeto vale a pena: dois anos após seu início, já se conseguiu tirar nada menos de trezentos animais da mira dos caçadores. Toda a operação transcorre em ritmo de aventura. Para resgatar um rinoceronte-preto são necessários mais de cinquenta homens. Ao se avistar o animal, ele é alvejado por um projétil disparado de um fuzil que contém uma dose de tranquilizante. Esta deve ser a menor possível, pois se sabe que os rinocerontes são bastante sensíveis à droga.
Atordoado, o animal nem chega a tombar: fica parado, como se tivesse perdido a vontade ou a força para se movimentar. Nas vezes em que isso não acontece imediatamente, o rinoceronte ainda corre alguns quilômetros até o remédio produzir total efeito. Para que ele não escape, o helicóptero de onde toda a operação é coordenada indica pelo rádio o lugar em que o animal se encontra. Então, deslocam-se para ali caminhões e dezenas de homens a pé. Estes, por sinal, costumam ser os primeiros a chegar, por causa da precariedade das estradas naquelas lonjuras. Há ocasiões em que os veículos só chegam ao rinoceronte depois de quatro horas de viagem, quando o bicho já foi amarrado e deitado de lado, para evitar que sufoque, como pode acontecer caso o anestésico o faça desmoronar.
Para colocar o animal no caminhão, o ideal seria um equipamento mecânico. À falta deste, é preciso a força de quarenta homens e o serviço não dura menos de meia hora. Já no acampamento do Parque Nacional do Zimbábue, o rinoceronte é deixado numa jaula a céu aberto. Ali, um veterinário examina o seu sangue e a sua resistência motora. Em seguida, o bicho é numerado. A rotina do acampamento gira em torno das refeições desses hóspedes temporários, que parecem fazer questão de manter todo o seu espantoso peso: sempre comendo, são capazes de ingerir até 100 quilos de alimentos por dia. Por isso, é necessária uma equipe para colher galhos e mais galhos, oferecidos sem cessar aos animais.
Nem todos os rinocerontes-pretos, contudo, vão para os refúgios. Alguns são exportados para criar novas populações em outros países. O Quênia, na África Oriental, valeu-se desse recurso depois que seus rinocerontes estiveram à beira da extinção há dez anos. O Quênia, por sinal, é uma prova de que uma política inteligente de preservação da vida animal dá resultados. No começo do ano, o governo de Nairóbi anunciou orgulhosamente que o número de rinocerontes-pretos em suas quatro reservas especiais tinha superado a casa de seiscentos, um ganho de uma centena em relação aos dados estimados em 1988.
Ao chegar ao parque, o rinoceronte não é libertado de imediato. O problema é que esse animal imenso, com fama de ranzinza e capaz de reações violentas quando não está acostumado ao contato com humanos, é na realidade um grande medroso. Com o choque da captura ainda presente na memória, se fosse libertado na hora da chegada aproveitaria a oportunidade sem pestanejar: sairia feito um fugitivo em desabalada carreira, até perder o fôlego, algo extremamente perigoso para uma espécie cujo sistema respiratório é frágil em situações de sobrecarga física. Ainda enjaulado, o rinoceronte permanece observado pelos veterinários e recebe um tratamento de primeira classe, que inclui refrescantes chuveiradas todos os dias. Depois de algum tempo, quando se percebe que o rinoceronte se acostumou ao novo ambiente, é solto, enfim, para viver em paz, longe dos caçadores como seus ancestrais.

BICHO DE FARO FINO, DADO A ACESSOS DE IRA

Há 55 milhões de anos, a família dos Rhinocerotidae era formada por espécies que circulavam também em amplas regiões da Europa. Fósseis congelados mostram que na Sibéria havia uma espécie de rinoceronte cujo corpo era coberto por espessa camada de lã. As cinco espécies que sobreviveram até os tempos atuais têm, ao contrário, um couro pelado, embora muito resistente. Enxergando como um míope sem óculos, o rinoceronte se guia por um apurado faro, graças ao qual localiza o alvo de suas chifradas. Quem o observa, aliás, tem a falsa impressão de que ele vive afiando sua arma natural, pela maneira como esfrega nos galhos das árvores os dois chifres (o rinoceronte da Índia e o de Java só possuem um).
De qualquer modo, seus acessos de fúria não parecem ter motivo claro para os zoólogos. Afinal, com a imponência de seu tamanho, o rinoceronte adulto desconhece o que é ter inimigos - qual leão se atreveria a lançar seus 200 quilos contra as 2 ou 3 toneladas desse brutamontes? O rinoceronte, além de forte, é antes de tudo um solitário. É cada um por si, a não ser nas épocas de acasalamento. Essas não são freqüentes - um fato natural que também contribui para manter relativamente baixo o crescimento demográfico dos rinocerontes. As fêmeas preferem intervalos de até quatro anos entre uma gestação e outra. Compreende-se: a gestação dura dezenove meses. Para dificultar ainda mais a sobrevivência da espécie, tende a nascer só um filhote por gravidez - e este levará oito anos até se tornar sexualmente maduro

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tundra e florestas boreais - Região Selvagem

TUNDRA E FLORESTAS BOREAIS



O derradeiro estágio antes da última floresta do topo do mundo transformar-se em gelo é uma extensa área de gramíneas com um subsolo permanentemente congelado e liquens, musgos e arbustos mirrados. É o que ocorre na maior área florestal da Terra: a floresta boreal que, a grandes altitudes ou quando se aproxima do Pólo Norte (aumento da latitude) se transforma em tundra. Juntas, essas duas imensas áreas selvagens têm três vezes o tamanho de toda a Amazônia. É nesses biomas que encontramos resquícios finais de vida no planeta antes do gelo absoluto. Lá, moram os esquimós, os ursos polares, tigres siberianos, leões-marinhos e toda a fauna que imaginamos sobreviver sob a neve.

Nas regiões de transição é possível ver pedaços densos de árvores serpenteados por falhas no solo e uma mistura de fauna e flora. O mais interessante é perceber que, no nível do mar, as áreas baixas perto do Círculo Polar Ártico têm as mesmas características de topos de montanha altíssimos. É a confirmação, a olhos nus, do formato redondo da Terra. A tundra domina praticamente todo o topo da América do Norte, Europa e Ásia. A mata boreal já aparece no meio desses continentes pegando a área do Alasca, do Canadá, da Finlândia, da Suécia e da Rússia.

A transição entre as duas vegetações é bem perceptível no interior do Parque Nacional de Denali, no estado do Alasca (Estados Unidos). A entrada do parque fica numa planície imensa, em altitude baixa, onde predomina a floresta boreal. Conforme-se avança para dentro da floresta, ganhando em latitude, ou para cima nas montanhas, elevando a altitude, a tundra ártica ganha espaço. Pouco a pouco, a luz e o colorido das árvores coníferas e sua folhagem verde e amarela, propiciada pelos pinheiros e folhas outonais, são substituídas pelas gramíneas. As árvores simplesmente param de crescer - existe até um simbólico limite onde fica a suposta última árvore das matas boreais na região.

Enquanto na floresta boreal o clima é subártico, com uma camada de neve cobrindo a paisagem por cerca de seis meses por ano, nas regiões de tundra ártica o verão dura no máximo dez semanas e o inverno (congelante e escuro) pode durar nada menos que dez meses.

Com tanto frio, o povoamento nesses lugares nunca foi significativo. Muito do norte do Canadá continua habitado por povos indígenas até os dias de hoje, assim como a floresta boreal na Eurásia. Os takuts, por exemplo, sobreviveram em grande número e são o mais numeroso grupo étnico da Sibéria. Os que vivem nas regiões florestais mantêm-se seminômades criadores de renas. O Alasca é o reduto dos esquimós e sua cultura. Exímios caçadores de mamíferos marinhos na costa e de alces no interior, suas presas não forneciam apenas carne, mas roupas e utensílios. O contato com o homem europeu, no entanto, fez com que seus costumes fossem mudados, suas presas caçadas pelos forasteiros e doenças nunca antes registradas, como a tubercolose, proliferaram. Como conseqüência, a população de esquimós foi drasticamente reduzida.

A lei do mais forte prevalece nesses ambientes rudes e gelados, e os animais mais facilmente associados a eles são mamíferos de grande porte - como os alces, o bisão americano (apenas nas florestas boreais) o lobo cinza, e os ursos polares e marrons.

Apesar da aparência cativante, um encontro com ursos é um dos maiores perigos nessas regiões. Quando importunadas, essas feras podem ser extremamente agressivas. É importante não surpreendê-los: assustados, as possibilidades de um ataque fatal aumentam consideravelmente. Recomenda-se falar alto, fazer barulho e até mesmo cantar ao caminhar em áreas habitadas por ursos. Aproximar-se deles, então, nem pensar: no Alasca há uma lei que determina em meio quilômetro a distância mínima de proximidade para esses animais.

O único bicho capaz de enfrentar o urso é o tigre siberiano, seu inimigo número 1. Competidores por natureza, ambos gostam de caçar as mesmas presas, e às vezes até a si mesmos - um combate de pesos pesados. Apesar de estarem presentes nos dois ambientes, os ursos polares têm na tundra ártica seu verdadeiro paraíso. Esses gigantes podem alcançar 2,5 metros de altura e 800 quilos. A população de ursos polares está entre 22 mil e 27 mil indivíduos, a maioria no Canadá.

Longe de terem a força dos ursos, as aves mostram sobrevivência admirável nessa atmosfera gelada. Uma simples andorinha é capaz de realizar a maior migração de um pássaro na Terra, viajando 20 mil quilômetros de pólo a pólo para fazer seus ninhos. Essas espécies raramente conviveram com o escuro da noite em suas vidas, pois chegam em ambos os pólos a tempo de aproveitar somente os dias intermináveis de verão.



Área total - 25 049 500 km²

Área intacta - 85%
Área protegida - 9,3%


Conservação e ameaça
Regiões temperadas sempre tiveram seus hábitats mais modificados ao longo do tempo do que as tropicais. A floresta boreal e a tundra ártica, no entanto, parecem ser uma exceção à regra, principalmente pelo clima não muito convidativo à permanência dos homens. Ainda assim, faltam esforços para manter as áreas protegidas. Nos Estados Unidos, apenas os hábitats de tundra e matas boreais do Alasca permanecem relativamente intactos, com 194 mil quilômetros quadrados de área protegida. Um bom exemplo de como a proteção de terras por meio da lei pode salvar a vida selvagem é o lago Baikal, na Sibéria, com 1.620 metros de profundidade - o mais profundo do mundo. Lar de 1200 espécies endêmicas, incluindo a única foca de água doce do mundo, a Baikal, o lago teve a área que o circunda transformada em reserva natural em 1969, salvando-o da degradação. Historicamente, a caça de animais sempre foi, o maior problema da região, levando à extinção espécies incríveis, como a vaca-marinha de Steller, um dócil e indefeso animal que alcançava os 8 metros de comprimento, infelizmente, extinto no século 18. Hoje em dia, estão entre as grandes ameaças a exploração comercial de madeira e minerais e a instalação de fábricas. A longo prazo, porém, o aquecimento global será o grande inimigo da região: a floresta boreal pode expandir, diminuindo o espaço da tundra e acabando com ecossistemas de diversas espécies.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Congo - Região Selvagem

CONGO - Região Selvagem



Poucos lugares do planeta mexem tanto com o imaginário dos homens quanto as florestas do coração da África. É nessa região que estão aqueles mamíferos de grande porte que fazem sucesso em filmes de safári, como os gorilas, antílopes, girafas e búfalos. São os bichos que as crianças gostam, os bichos que lotam zoológicos e que, em seu hábitat, provocam um encanto inevitável.

Macacos, tucanos e papagaios enfeitam as árvores. Crocodilos e hipopótamos são os donos das margens dos rios. Nas relvas, imperam os antílopes e búfalos. Costuram as paisagens, criam caminhos, abrem clareiras, alimentam-se de outros bichos, isolam-se quando necessário. A cena se passa na frente de quem consegue chegar em torno do rio Congo, um dos maiores do mundo em volume d’água. Ali está o segundo maior bloco de florestas tropicais - só perde em tamanho para a Amazônia. Sete países englobam esse bioma: República Democrática do Congo, República do Congo, Gabão, Camarões, República da África Central, Guiné Equatorial e Angola.

O grande atrativo do Congo é a concentração de gorilas acima da média: mais de cinco indivíduos por quilômetro quadrado. Os que melhor representam a área são os de grande porte: o gorila de terras baixas, o chimpanzé da África Central e o bonobo, o parente mais próximo do ser humano, com o qual dividimos 98% de nosso DNA. O número de gorilas de terras baixas é o maior do mundo, mais de 100 mil indivíduos. Endêmico da região da República Democrática do Congo, o bonobo é encontrado entre os rios Congo e Kasai e se espalha por uma área de 840 mil quilômetros quadrados. Sua população está estimada em até 20 mil indivíduos. A caça desses macacos não é apenas um ameaça à existência deles, mas também aos próprios seres humanos que se alimentam dos bichinhos: são fortes as evidências da conexão entre as epidemias do mortal vírus Ebola e o consumo de carne de macaco. Talvez um dos primeiros grandes castigos à invasão humana numa das regiões selvagens mais importantes do mundo.

O lugar é como a floresta Amazônica, mas chove bem menos que no bioma brasileiro. Embrenhar-se pelas florestas do Congo também é trabalhoso, mas a mata é mais aberta e há clareiras naturais, chamadas bai, onde os animais procuram por água, sais minerais e comida. Cada um fica na sua - difícil ver mamíferos grandes como elefantes e macacos dividindo a mesma bai.

Para chegar lá, porém, é necessário fazer uma via sacra. Viajar horas pelo rio Congo, em pequenas canoas. Dormir em tendas de campana no meio da selva e caminhar em trilhas - algumas, até mesmo, são criadas por elefantes! Pelo caminho, navegando o Congo, já é possível ouvir macacos gritões se jogando das árvores e o barulho agudo dos pássaros. O acesso a esse mundo colorido é mais comum pelo Parque Nacional de Odazala, um dos dois parques mais importantes da região. O outro é o Parque Nacional de Nouabalé-Ndoki.

Até hoje, poucos estudos mapearam a vegetação da África Central. Três áreas principais podem ser identificadas: a floresta tropical perene, a floresta tropical semidecidual e os pantanais, às margens dos rios Congo e Sangha - lar do mítico animal mokélé mbembe, o matador de elefantes, uma criatura folclórica que parece um dinossauro que alguns habitantes dizem avistar na região.



Área total - 1 725 221 km²

Área intacta - 70%
Área protegida - 8,1%


Conservação e ameaça
A exploração comercial dos recursos naturais ocorre há séculos na África Central e ainda é intensa nos dias de hoje, causando conflitos entre os diversos países do Congo. A instabilidade que essas batalhas trazem para a área somadas à exploração são as maiores ameaças à biodiversidade. As matas são cortadas mais rapidamente do que podem crescer e os animais são caçados em velocidade maior que sua reprodução. A construção de estradas, a instalação de indústrias e a conversão da agricultura são preocupações ainda mais imediatas. Na República da África Central, quase todas as regiões de florestas do país serão transformadas em terras agrícolas até 2025, se nada não for feito. A manutenção da biodiversidade da vida selvagem nas florestas do Congo dependerá da atenção e ação de organismos internacionais, já que há, no país, instabilidade política e econômica.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Miombo-mopane e Delta do Okavango

MIOMBO-MOPANE E DELTA DO OKAVANGO



O silêncio pode ser enganador nos cerrados e savanas da região de Miombo-Mopane, no sul da África. A monotonia raramente impera nessa área. Quando tudo parece calmo demais, os elefantes começam a surgir lentamente no horizonte. Não aos três, quatro, mas sim dezenas, às vezes até centenas, pisando firme no solo incrivelmente seco. Os majestosos elefantes africanos são, sem dúvida, os donos do pedaço: cerca de 280 mil animais da espécie vivem na região, 80% da população mundial de elefantes. Não se deixe levar, no entanto, pela memória de filmes da infância ou pela aparência amorosa desses bichos: encontrar uma manada de elefantes africanos é um dos maiores perigos escondidos pela área. Com força bestial, e facilmente chateados com a presença humana, eles podem matar um homem sem muito esforço, com um simples golpe.

Além deles, há os rinocerontes negros, um bicho feroz que já foi abundante no continente, mas, hoje, tem na região seu único grande reduto. A concentração de animais é maior nos vales, onde solos mais férteis e a boa qualidade de nutrientes da vegetação propiciam um ambiente melhor para a vida. Os pássaros também são abundantes e o número de peixes é particularmente impressionante no lago Malaui: entre 600 e 800 espécies vivem nessas águas, com um impressionante índice endêmico de 99%!

Uma parte dessa riqueza de biodiversidade pode ser atribuída à uma pequena porém perturbadora mosca tsé-tsé. Vilã dos homens, protetora involuntária dos animais, a picada dessa mosca não é lá muito doída, mas suas conseqüências podem ser fatais: é ela quem transmite a doença do sono (doença de trypanosomiais). Uma picadinha já é suficiente para transmitir esse mal que, se não for bem tratado, causa a morte principalmente de mulheres e crianças. O medo da tsé-tsé ajudou a manter afastados os homens de vastos territórios de Miombo-Mopane, especialmente na Zâmbia.

O convívio do homem com a vida selvagem, porém, é evento antigo nessas bandas: o leste e o sul da África são reconhecidos como berços da espécie humana. Hoje, 71 milhões de pessoas vivem na região, mas grande parte da área selvagem, não vivem mais de cinco habitantes por quilômetro quadrado. O sustento vem da agricultura de subsistência e da caça, e depende dos produtos naturais oferecidos pelo cerrado, que viram desde matéria- prima para construção de casas a plantas e ervas para a feitura de remédios. Mais de 250 tribos, e seus diversos grupos de dialetos, ainda vivem no lugar, mas a miscigenação está, aos poucos, apagando os grandes contrastes entre elas.

Os cerrados e savanas da variada vegetação de Miobo-Mopane circundam o delta do rio Okavango, uma das maiores áreas alagadas do mundo. É o pantanal africano, localizado em Botsuana, que cobre aproximadamente 16 mil quilômetros quadrados. O delta tem origem em Angola, com o nome de rio Cubango. Depois passa pela Namíbia com o nome de Kavango. Há milhões de anos esse rio desaguava num lago que secou e "obrigou" as águas a abrir um enorme leque em busca de um local para fluir. É alimentado por uma inundação anual, que tem seu pico depois dos meses de chuvas fortes no Angola. A enchente demora nada menos que cinco meses para atravessar todo o delta e, por sorte, alcança a parte sul na época de seca. É uma dádiva para o local, já que a terra, ressecada, recebe água. Mesmo assim, o ecossistema é extremamente frágil: uma mudança mais brusca em torno do rio pode acabar com o fluxo de água da região.

O delta do Okavango pode ser facilmente chamado de "Arca de Noé" de Botsuana. A existência de uma grande fonte de água em um ambiente árido sustenta espécies de mamífero grande cada vez mais raras. São bichos que estão presentes em toda a região de Miombo-Mopane, mas que se concentram bastante nessa pequena área.

Elefantes africanos, búfalos, girafas, hipopótamos, zebras e impalas são grandes atrações, ao lado de ferozes predadores como o leão, o leopardo, o guepardo. Entre os répteis, o crocodilo-do-nilo é bastante comum, assim como seus ataques a humanos, com alto índice de sucesso - para os crocodilos, claro. A maioria dos crcocodilos vive e procria ao longo do Panhandle, onde águas profundas e abundantes em peixes compõem o perfeito hábitat para esses animais.



Área total - 1 176 000 km²

Área intacta - 85%
Área protegida - 36%


Conservação e ameaça
Uma das grandes ameaças ao meio ambiente é a pobreza extrema da população africana. Seis países da região estão entre os considerados menos desenvolvidos do planeta. Esse fator faz boa parte das pessoas levar a vida por meio da agricultura de subsistência, que empobrece o solo, destrói a vegetação. Com isso, há fragmentação e perda de importante área selvagem. O problema é que a falta de uma perspectiva de melhora política e econômica nessa região indica que esse tipo de agricultura continuará, no mínimo, a médio prazo. Aproximadamente 21% do território já foram transformados para cultivo. Outros perigos consideráveis para a região são: a derrubada de árvores: cerca de 87% das pessoas do lugar dependem de madeira para prover energia doméstica; e o aumento do comércio de carne de caça. Em contraponto, um terço da área considerada selvagem está localizada em santuários protegidos legalmente. Na região do Delta, a grande ameaça no futuro envolve a saída da água e interrupção do fluxo. A caça, a introdução de espécies forasteiras e a disseminação de doenças que afetam a vida selvagem também estão entre os problemas ainda distantes de uma solução.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Amazônia - recanto selvagem

AMAZÔNIA - recanto selvagem



Embora o planeta inteiro fique de olho na Amazônia, andar no meio dela é desafio para poucos. Além da beleza, da magnitude e do exotismo, a floresta impõe a força de seu aspecto selvagem não só pelo tamanho, mas pelas mudanças bruscas de luminosidade, quantidade de sons bizarros em diversos momentos do dia, visibilidade complicada, perigos. Por dentro é um mundo aparentemente homogêneo, uma massa de verde que se altera com a escuridão das sombras. As árvores estão muito próximas, observa-se só o que está perto, não é como andar num campo ou numa praia. Um quati pode pular na sua frente, um bando de porcos selvagens virem em bando. Galhos caem, insetos aparecem. Faz um calor de até 40º C. Chove muito. Aventura incrível para alguns, ambiente inóspito para outros, a Amazônia é um santuário complexo, exuberante e necessário para a vida de todos.

Ocupa mais da metade da área do Brasil, que possui 67% da Amazônia em seu território. O bioma alarga-se pelos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Amapá, Pará, Roraima, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. O restante está em vários países: Peru, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Equador. A América do Sul é a região mais rica da terra em biodiversidade só por causa da Amazônia.

Vista de cima, a paisagem é completamente irregular. A vegetação vai de pedaços de cerrados a verdadeiras savanas, passando até por pedaços de pequenas praias de rios e circundando cachoeiras inesperadas. Em linhas gerais, a floresta divide-se em terra firme e alagada e tem o aspecto de um composto de ilhas separadas entre si por grandes ou pequenos rios. Cada um desses pedacinhos ainda pode ser cortado por igarapés - riachos menores, alguns têm quase a largura de uma canoa. Na floresta de terra firme, as árvores de até 50 metros de altura lembram a paisagem da mata Atlântica. Mais abaixo da altura dessas árvores há palmeiras e cipós.

É mais fácil andar numa floresta conservada do que numa regenerada. Nas florestas secundárias, revividas de um desmatamento, é mais difícil penetrar porque arbustos e emaranhados de galhos novos impedem a passagem. Na floresta antiga, basta caminhar com um facão na mão para cortar os cipós pela frente. Aliás, até os cipós, tipo de planta que começa a vida na terra e se apóia em suportes para chegar a grandes alturas, viraram objeto de estudo. Para as áreas de extração de madeira, são considerados pragas. Mas ajudam os macacos e preguiças a se locomover entre as árvores, produzem flores bonitas e têm função medicinal. Pena que não é fácil ver macacos pendurados em cipó. Na verdade, é fantasia imaginar na Amazônia um festival de bichos à mercê dos olhares de quem chega por ali. Há momento e lugares certos para observar a fauna.

Nas terras alagadas, por exemplo, ninguém vai encontrar muitos macacos. Essa parte da Amazônia sofre enchentes entre março e setembro, quando os capins se destacam do solo e bóiam na superfície d’água, com as vitórias-régias. Os mamíferos mais presentes nessas áreas são as antas e as capivaras, ótimos nadadores. As águas dos rios também são diferentes entre si. Turistas lotam os barcos para ver o fenômeno de encontro das águas escuras do rio Negro com a água turva do Solimões.

Os macacos estão aos montes na terra firme. Não necessariamente em terra. No chão é mais fácil encontrar sapos, pererecas e formigas gigantes. Animal considerado um dos principais símbolos da Amazônia, há mais de 100 espécies de macaco. Para vê-los, é melhor esticar o pescoço. De comportamento arisco, dificultam a aproximação dos pesquisadores, escondendo-se e pulando entre os galhos das árvores de 30 a 50 metros de altura. Dividem o espaço com papagaios, tucanos, pica-paus, pavões etc. Sempre a dezenas de metros de altura do chão, onde está a grande diversidade animal, para tristeza dos curiosos.

Um dos espetáculos mais incríveis da vivência na floresta Amazônica, porém, pode ser apreciado de olhos fechados: o barulho dos bichos que sobressai aos sons do vento nas folhas e o estalar dos galhos. Os sons da noite são diferentes dos do dia, e as aves são os bichos mais barulhentos. As diurnas mostram mais tipos de canto, caóticos e ritmados, a partir das 5 da manhã, depois de os bichos da noite se calarem. Aves noturnas são, entre outras, corujas e bacuraus, de canto mais simples e agudo, que aparecem ao cair da tarde. O pico da barulheira é por volta das 9 da manhã. Desse horário em diante, a temperatura esquenta e, de repente, um intrigante silêncio invade a mata, durando mais de três horas. Provavelmente, os bichos fogem do calor, para se alimentar e cuidar de suas crias.

A despeito da dificuldade em lidar com a mata e o pesadelo do desmatamento, a população sobrevive em pequenas cidades ou conglomerados na beira dos rios. O ribeirinho usa a canoa para movimentar-se, vive de caça e pesca e mantém viva uma cultura cabocla de folclores religiosos e pagãos.

Índios geralmente habitam aldeias ao longo dos rios e abrem trilhas que seus pés descalços percorrem com facilidade. Algumas comunidades entraram em contato com a sociedade nacional (estudiosos preferem chamar assim os "não-índios"), mas felizmente se estima dezenas de comunidades ainda selvagens. Ou, como no caso dos zo’és, indígenas que são protegidos pela Funai e vivem em estado praticamente isolado (à custa de muito trabalho por parte dos indigenistas). Esses índios, como ocorre com muitas tribos amazônicas, andavam vestidos e trabalhavam para o governo. A Funai lhes ajudou a retomar na medida do possível os hábitos genuínos da tribo, que nunca viu televisão e pouco sabe do que se passa além dos limites da mata. Quando os colonizadores europeus chegaram na região, nos idos do século 16, milhões de índios viviam lá. Até o fim da década de 40, quatro séculos depois, não houve interferência humana na paisagem vegetal. Depois dessa data, muito foi destruído, até mesmo as tribos. Sobraram poucos dos selvagens moradores mais respeitosos da Amazônia.



Área total - 6 683 926 km²

Área intacta - 80%
Área protegida - 8,3%


Conservação e ameaça


Infelizmente, o jeito com que as pessoas mais olham a Amazônia não é de cima ou de baixo: mas de fora. As ameaças a esse santuário são tão grandes quanto seu tamanho. O desmatamento continua sendo a pior delas. Em 2003, foi registrado o segundo maior da história da Amazônia: 23750 quilômetros quadrados. Na parte brasileira. Já foram desmatados nada menos que 652908 quilômetros quadrados dentro do país. É uma situação bastante grave. Empresas de alto porte investem pesado milhões de dólares para comprar milhões de hectares com o objetivo de sempre: extrair madeira. As reservas minerais também atraem exploradores de cobre, chumbo, ouro, estanho e outros. O Brasil pouco conseguiu proteger de forma adequada a região dos Carajás. A caça de animais silvestres e a pesca também são motivo de alerta, tanto pelo prejuízo da fauna quanto da flora. Um dos principais grupos envolvidos na prevenção da destruição de algumas regiões da floresta são os índios, que cuidam de 397 reservas indígenas, 24,4% da Amazônia brasileira. Os kayapós são os mais engajados. O governo brasileiro, depois que recebeu a notícia do crescimento de 40% do desmatamento, criou um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), que propõe medidas de redução do desmatamento. É uma união de esforços da Presidência da República com os ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Ciência e Tecnologia, da Defesa, do Desenvolvimento Agrário, da Justiça, da Indústria e do Comércio Exterior, da Integração Nacional, das Minas e Energia, dos Transportes e do Trabalho. Ainda existem grandes oportunidades de conservação nesse bioma que deveriam ser aproveitadas ao máximo pelas autoridades.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Hiena usa risada para se identificar em grupo

12/05/09 - 17h58 - Atualizado em 12/05/09 - 18h00

Hiena usa risada para se identificar em grupo, diz estudo
Pesquisa analisou sons emitidos por 17 animais e encontrou neles relação de idade e hierarquia.

Uma pesquisa realizada por cientistas na Califórnia, nos Estados Unidos, indica que as risadas poder ser usadas pelas hienas para se identificar em grupo, em relação a outros membros da mesma espécie.

No estudo, feito por especialistas da University of California, em Berkeley, foram analisados os sons emitidos por 17 animais que estavam competindo por quantidades limitadas de comida - situação em que tendem a emitir as famosas risadas.

Os sons de cada hiena foram analisados, classificados e comparados uns com os outros.

A conclusão foi de que o tipo de nota emitida (mais grave ou mais aguda) e as variações nas risadas podem ser usadas para indicar a idade ou a posição hierárquica do animal no grupo.

Hienas mais jovens tendem a ter risadas mais agudas, fêmeas dominadoras - em bandos altamente hierárquicos - tendem a emitir uma gama menor de sons.

"Sociedade complexa"
A rica estrutura social do bando se reflete em vários tipos de sons, desde berros que viajam grandes distâncias até grunhidos baixos.

Mas é a risada da hiena malhada (da espécie Crocuta crocuta) que deu ao animal sua fama peculiar.

"Esta é uma sociedade muito complexa de animais noturnos, então a acústica é um canal importante de comunicação para eles", disse Nicolas Mathevon, o responsável pelo estudo.

A pesquisa concluiu que as frequências básicas de cada risada, ou "as notas" emitidas por cada hiena, eram bastante específicas para cada indivíduo.

Quando confrontada com uma risada de origem desconhecida, a equipe de pesquisadores foi capaz, em 50% dos casos, de identificar de que animal ela tinha vindo.

Como as frequencias tendem a cair (ou se tornar mais graves) com a idade, os especialistas concluíram que a risada anuncia a idade do animal.

"Frustração"
Além disso, o "estilo" das risadas, ou seja, a quantidade de variações identificadas, pode indicar posição de dominância ou não da hiena no grupo, sugerem os pesquisadores.

"Em situações de competição, animais de posição inferior na hierarquia riem muito mais", disse Mathevon à BBC.

"Nós achamos que isso é um sinal de frustração", ele disse.

O estudo será divulgado em uma reunião da Acoustical Society of America.

Mathevon disse que a sua equipe planeja agora investigar como as hienas usam a informação codificada nas risadas, ao tocar as gravações separadamente para os animais e observar como se comportam.