25/02/2011 13h04 - Atualizado em 25/02/2011 17h05
Cientistas descobrem 'cacto ambulante' de 520 milhões de anos
Criatura pode ser o mais antigo antepassado das aranhas.
Fóssil foi encontrado na parte chinesa do Himalaia.
Fóssil da Diana cactiformis (Foto: AFP)Uma equipe de pesquisadores chineses encontrou o fóssil de uma criatura de 520 milhões de anos, apelidada de "cacto ambulante", que poderia ser o antepassado mais antigo descoberto até agora das atuais aranhas, segundo informaram nesta sexta-feira à Agência Efe estes cientistas.
A bizarra criatura, com dez pares de patas articuladas e seis centímetros de comprimento, se chama Diania cactiformis e é o primeiro elo perdido conhecido entre os vermes e os artrópodos.
A Diania habitava o fundo marinho do que hoje é a província de Yunnan, na cordilheira do Himalaia, no sudoeste do país asiático.
"A importância da Diania para a biologia é que os artrópodos são um dos grupos de animais invertebrados de maior sucesso e é muito lindo ter descoberto o que pode ser o animal mais primitivo deste grupo com patas articuladas", assinalou à Efe Jianni Liu, líder da equipe de pesquisa conjunta entre a Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, e a do Noroeste da China, em Xian.
Liu acrescentou que este descobrimento é "importante porque apresenta evidências que os artrópodos evoluíram a partir dos lobopódios", isto é, os antepassados dos vermes, cujos registros fósseis se remontam ao período Cambriano.
Os corpos dos extintos lobopódios eram formados por segmentos e suas patas acabavam numa unha em seus extremos.
O fóssil da Diania cactiformis foi descoberto em 2006 durante uma prospecção no distrito de Chengjian, em Yunnan. O objeto dos estudos poderia ser o membro mais evoluído dos lobopódios ou mesmo o primeiro artrópodo, filo que atualmente representa mais de 80% das espécies vivas.
A doutora Liu publicou na revista "Nature" a tese trabalhada por ela e por sua equipe, onde se reflete a habilidade que a Diania tinha de se deslocar com grande velocidade e saltar com agilidade.
A equipe acredita que alguns dos apêndices da Diania evoluíram até se transformar em articulações que deram mais capacidade de sobrevivência aos artrópodos.
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