segunda-feira, 18 de abril de 2011

Floresta e Cerrado - Sob risco de extinção

FLORESTA E CERRADO SOB RISCO DE EXTINÇÃO



As projeções são alarmantes. Segundo estudos recentes, o cerrado corre sérios riscos de desaparecer até 2030, enquanto a Amazônia não veria o alvorecer do próximo século.

Dois dos maiores biomas (nome dado a regiões onde predomina um conjunto de espécies de fauna e flora) do país, o cerrado ocupa 2,04 milhões de km2 (22% do território brasileiro), enquanto a floresta Amazônica responde por 3,4 milhões de km2 (mais de 40% do Brasil).

Coincidentemente os dois alertas foram dados em julho passado. Primeiro, a revista Nature publicou nota sobre um estudo feito pela ONG Conservação Internacional (CI) revelando que cerca de 20 mil km2 de cerrado são destruídos todos os anos para dar lugar ao cultivo de soja, trigo e algodão. "É o equivalente a 2,6 campos de futebol por minuto", diz o biólogo Ricardo Machado, um dos autores do estudo. Os pesquisadores compararam imagens de satélites de 2002 com dados de 1993. Naquele ano, 49% da área total do cerrado havia sido destruída. Em 2002, a devastação chegou a 54%. Nesse ritmo o cerrado poderá acabar em 2030, dando lugar a áreas agrícolas e urbanas.

Segundo Machado, ainda há possibilidades de reverter esse quadro, desde que a legislação ambiental seja cumprida e as áreas de preservação (5% da área total do cerrado hoje), ampliadas.

O mais irônico dessa história é que, se o cerrado sumir, ele poderá ressurgir em outra região do país, como fruto de mais um desastre ecológico: a devastação da floresta Amazônica. Em estudo recente, o meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre analisou como a floresta tem interagido com o clima nos últimos 20 mil anos e fez uma projeção. "O aquecimento global e o crescente desmatamento podem trazer mudanças climáticas importantes, principalmente com a diminuição de chuvas", afirma. Com isso, ele prevê que a densa floresta possa dar lugar a uma vegetação típica do cerrado.
Para evitar que isso aconteça, é preciso agir em duas frentes. "A primeira é acabar com a exploração ilegal de madeira, que responde por até 80% dos desmatamentos. A outra é lutar para que a emissão de poluentes, que provoca a elevação da temperatura, seja reduzida", diz Carlos Nobre.

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