terça-feira, 26 de abril de 2011

Há solução para o conflito entre Palestinos e Israelenses ?

HÁ SOLUÇÃO PARA O CONFLITO ENTRE PALESTINOS E ISRAELENSES?



Ninguém pode dizer com certeza. O que se sabe é que o único plano oficial de paz em vigor, o Mapa da Rota (proposto em abril de 2003 por Rússia, União Européia, Estados Unidos e ONU), está estagnado. Nem a primeira ação - o cessar-fogo dos dois lados - foi cumprida e especialistas começavam a achar que o Mapa podia tomar o rumo do Acordo de Oslo, de 1993, que foi abandonado. "Com a morte de Yasser Arafat, as negociações devem ser retomadas", diz o historiador Amatzia Baram, da Universidade de Haifa, em Israel.

O problema é que o Mapa não discute as fronteiras dos dois Estados nem prevê soluções para as questões polêmicas. Ele é mais um conjunto de diretrizes para chegar a um cenário de paz e, assim, tornar possível a discussão de um plano permanente. Para Baram, a paz vai depender da disposição dos governos em fazer concessões, uma área em que nenhum dos lados tem muita experiência.

Além de autoridades pouco dispostas a ceder, o conflito reúne outros dois problemas: radicalismo religioso e ódio cultivado por décadas entre dois grupos dividindo uma minúscula área geográfica. "Para chegar à paz é preciso esquecer o passado e pensar no futuro", diz o especialista em relações árabe-israelenses Scott Lasensky, do Instituto da Paz, uma organização americana.

Grupos moderados dos dois lados tentam mostrar que isso é possível. Na chamada Iniciativa de Genebra, assinada em junho de 2003 por políticos pacifistas palestinos e israelenses, todos os assuntos polêmicos foram discutidos e os dois lados abriram mão de algum ponto importante (veja tabela ao lado). Mas os governos não apoiaram o plano.
As tentativas frustradas de chegar a um acordo começam a desanimar muitos analistas. "Não vejo possibilidade de resolução do conflito a curto e médio prazo. Estou pessimista", diz o historiador André Gattaz, autor do livro A Guerra da Palestina. Mas há quem pense diferente. "O novo rumo da política palestina [haverá eleições em janeiro] vai abrir uma porta. É impossível saber se do outro lado há paz ou guerra", diz Baram. "Mas pelo menos há esperança."

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