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sábado, 24 de agosto de 2024

Novo estudo sugere que o Santo Sudário poderia ser autêntico

Novo estudo sugere que o Santo Sudário poderia ser autêntico

Nova análise provocou uma reviravolta na investigação sobre o manto que teria envolvido o corpo de Jesus.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Água da Terra pode ter sido trazida por asteroides

Água da Terra pode ter sido trazida por asteroides

Cientistas encontraram pistas da origem dos oceanos em amostras da rocha espacial Ryugu.

sábado, 27 de agosto de 2022

Documentos revelam que os EUA planejaram bombardear a Lua com armas nucleares

Documentos revelam que os EUA planejaram bombardear a Lua com armas nucleares

Programa secreto também incluía investigação de óvnis e desenvolvimento de "tecnologias avançadas", como portões estelares e capas de invisibilidade.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Pichação misteriosa em urso polar na Rússia causa espanto em ambientalistas

Pichação misteriosa em urso polar na Rússia causa espanto em ambientalistas


Imagens de um urso polar que foi pichado com os dizeres "T-34" no corpo causaram espanto em ambientalistas. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Rússia se nega a falar sobre as causas de buraco na Estação Espacial Internacional

Rússia se nega a falar sobre as causas de buraco na Estação Espacial Internacional


Dmitry Rogozin, chefe da agência espacial russa Roscosmos, desculpou-se após se negar a falar sobre as causas que deram origem a um buraco na Estação Espacial Internacional (EEI).

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

O Ano da Lua - 2019

O Ano da Lua - 2019

Chang'e 4 — Foto: Divulgação 

Sim, você leu certo. Não, você não está lendo sobre astrologia ou outra bobagem esotérica qualquer! É que se tudo sair como previsto, 2019 será o ano da reconquista da Lua.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Estudo pode ter revelado verdade sobre a morte de Hitler


Estudo pode ter revelado verdade sobre a morte de Hitler


A morte de Adolf Hitler sempre esteve envolta em dúvidas. A versão oficial conta que ele se suicidou em um bunker alemão em 1945, junto com sua companheira, Eva Braun. Mas muita gente acredita que, na verdade, ele escapou para a América do Sul. Agora, cientistas afirmam que colocaram um fim definitivo ao mistério.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

10 livros de suspense e mistério para presentear no Natal


10 livros de suspense e mistério para presentear no Natal



DICAS PARA O NATAL - Se você quer dar um livro de suspense para um amigo mas não sabe qual escolher, a gente vai te dar uma mãozinha. Separamos 10 romances policiais entre clássicos, lançamentos e reedições que certamente vão agradar fãs de uma boa história de mistério.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Escritora gastou mais de 20 milhões de reais para descobrir real identidade de Jack, o Estripador


Escritora gastou mais de 20 milhões de reais para descobrir real identidade de Jack, o Estripador


Em entrevista ao jornal britânico Daily Mirror, a autora Patricia Cornwell revelou ter desembolsado US$ 7 milhões (quase 22 milhões de reais) para descobrir a verdadeira identidade de Jack, o Estripador para seu novo livro, “Ripper: The Secret Life of Walter Sickert”.

quarta-feira, 8 de março de 2017

9 filmes que fazem referências a outros filmes e você não imaginava


9 filmes que fazem referências a outros filmes e você não imaginava




Se você piscar vai perder aquele detalhe, é melhor ver os filmes com uma leve inspiração para a investigação, cada detalhe uma descoberta na trama do autor e diretor.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Bela Droga - Farmácia


Bela Droga - Farmácia



Sem deixar cicatriz
Dizem que a calêndula (Calendula officinalis) combate inflamações. "O que mais interessa, porém, é estudar seus ingredientes cicatrizantes, já que faltam drogas com esse efeito", diz o professor Jaime Sertié, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Candidato à presidência dos EUA promete investigar óvnis caso vença eleições


Candidato à presidência dos EUA promete investigar óvnis caso vença eleições


Os pedidos de milhares de ufólogos e curiosos do mundo todo parecem ter tido algum efeito, e, pela primeira vez, um candidato à presidência da república dos Estados Unidos assumiu a responsabilidade de investigar a fundo a possível existência de vida extraterrestre.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

E a nave vem - Discos Voadores.

E A NAVE VEM - Discos Voadores.



Pelo menos na imaginação de muita gente, os objetos voadores não-identificados são naves de outros planetas. A ciência não leva isso a sério, mas algumas aparições nunca foram bem explicadas.

Das 21 horas da segunda-feira, 19 de maio de 1986, aos dez minutos do dia seguinte, os radares da Aeronáutica registraram a presença de um objeto luminoso não-identificado nos céus do eixo Rio - São Paulo. O objeto se deslocava a velocidade supersônica e fazia manobras absolutamente impossíveis para um avião. Tão logo foi percebido, seis caças da FAB levantaram vôo para observar o estranho fenômeno.
Os pilotos disseram depois ter visto focos de luz irradiados nas cores verde e vermelha. Eles não fizeram contato com o objeto nem conseguiram explicá-lo. De uma coisa tiveram certeza: não se tratava de qualquer tipo de aeronave conhecida. Mais tarde surgiram as costumeiras hipóteses: era o planeta Vênus, era um satélite reentrando na atmosfera, era uma sonda. E, como sempre, houve quem jurasse: os sinais luminosos pertenciam a uma nave espacial de outro planeta, um disco voador.
Desde 1947, quando o piloto norte-americano Kenneth Arnold lançou a expressão disco voador, essas naves têm freqüentado, senão o espaço real, pelo menos as histórias contadas por aviadores, funcionários de aeroportos e os mais variados tipos de pessoas. Tanto que o misterioso objeto visto nos céus do Brasil em 1986 não foi um caso único no país. No dia 8 de fevereiro de 1982, uma esquadrilha da FAB tentou, sem sucesso, descobrir que objeto perseguiu um Boeing da VASP durante boa parte da viagem de Fortaleza ao Rio. A aparição foi também testemunhada pelas tripulações de dois outros jatos.
Episódios como esses entram para o alentado anedotário dos OVNIs, os objetos voadores não-identificados, que nesses últimos quarenta anos conquistaram um lugar seguro na imaginação popular, até porque tem mais graça supor que existe vida inteligente em outros planetas e que uma luz diferente no céu é uma nave cheia de marcianos do que um reles fenômeno meteorológico.
Por outro lado, como nem sempre as pessoas tomam conhecimento das explicações afinal encontradas para uma aparição misteriosa, sobrevive no ar a atraente idéia de que um OVNI é produto de alguma civilização extraterrestre. As histórias em quadrinhos, a literatura e o cinema só fizeram reforçar essa crença.
Segundo os ufologistas - palavra que veio do inglês UFO (Unidentified Flying Object) - já foram registrados 200 mil casos de objetos voadores não-identificados no mundo todo, dos quais 10 mil apenas no Brasil. Eles próprios, no entanto, tratam de separar bem as coisas. "Cerca de 90 por cento dos casos não são fenômenos ufológicos, mas fraudes ou erros de interpretação", calcula o engenheiro Claudeir Covo, fundador do Centro de Estudos e Pesquisas Ufológica de São Paulo, um dos vários grupos formais e informais de interessados no assunto existentes no país. Claudeir, um ufologista com os pés no chão, baseia suas contas nas constatações atribuídas ao ATIC (Air Technical Intelligence Center), o serviço de contra-espionagem aérea dos Estados Unidos encarregado de localizar e identificar qualquer aparelho que sobrevoe o país.
O Projeto Blue Book, ou Livro Azul, do ATIC, mostrou que quase todos os 13 mil casos de OVNIs relatados em vinte anos de estudo são na verdade fenômenos astronômicos e meteorológicos. Entre os astronômicos estão o brilho de planetas, meteoros, estrelas cadentes. Entre os meteorológicos estão os casos de auroras, fogos-de-santelmo, descargas elétricas em tempestades. Mais prosaicamente ainda, há pessoas que enxergam OVNIs onde só há aviões, balões, reflexos de holofotes, gases poluidores, satélites artificiais, mísseis - ou a combinação de qualquer um desses elementos com fenômenos da natureza. Radares, por exemplo, podem ser enganados por interferência eletrônica, reflexos de nuvens ionizadas, chuvas e diferenças de temperatura.
Outra explicação que não pode ser desconsiderada tem a ver com a mente humana. Num estudo de 1958, o psicanalista suíço Carl Jung (1875-1961) afirmou que os discos voadores seriam alucinações provocadas por ansiedades coletivas que ocorrem em períodos de crise ou tensão internacional. Seriam portanto uma versão moderna das visões de santos e demônios tão comuns na Idade Média. Segundo essa interpretação, o homem da era espacial espera ser salvo de seus problemas cotidianos não por anjos, como antigamente, mas por seres extraterrestres.
Talvez por isso, muitos ufologistas acreditam que ETs estiveram presentes quando o profeta Elias, como conta a Bíblia, subiu aos céus numa carruagem de fogo; ou quando os egípcios veneravam o Sol, representado como um disco de ouro com asas; ou, ainda, quando os persas acrescentaram a essa representação uma cauda e duas patas que, com alguma boa vontade, podem ser comparadas a trem de aterrissagem. Os ufologistas também encontram ETs nos livros da mitologia hindu que falam de discos destruidores, dotados de raios de fogo.
Com tudo isso, compreende-se por que ver um OVNI é fácil - o difícil é fazer com que alguém acredite. No Brasil, os únicos que levam tais visões a sério são os grupos de estudos ufológicos. "De cada dez pessoas que fazem parte desses grupos, treze são piradas", brinca o engenheiro eletrônico Ricardo Varela, do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), referindo-se à salada de místicos, curiosos e visionários de todo tipo que se abrigam nas sociedades ufológicas. O engenheiro Varela, que trabalha no lançamento de balões à estratosfera, até que se interessa pelos OVNIs - uma exceção no meio científico. Pois, sob o argumento de que não trata de fatos comprovados, a discussão do assunto passa ao largo das universidades e instituições de pesquisa.
Os cientistas reagem com impaciência, até mesmo com desagrado, às sugestões de estudos ufológicos. "Qualquer coisa que se disser sobre o assunto é puro chute ou crença pessoal", afirma o astrofísico Roberto Boscko, da USP.
Ele acredita que boa parte dos astrônomos pensa em disco voador "como sinônimo de pilantragem". Mas por que os OVNIs despertam uma reação tão violenta? Afinal, ver um deles não significa automaticamente entrar de sócio no fã-clube dos discos voadores - indica apenas alguma coisa incompreendida. E numa época em que satélites humanos se afastam dos limites do sistema solar com mensagens do planeta Terra, seria natural que a ciência estudasse a possibilidade de algo parecido "do lado de lá" - até para derrubar, uma a uma as histórias de discos, se for o caso.
O mistério dos OVNIs surgiu logo depois da Segunda Guerra Mundial, quando Estados Unidos e União Soviética trocavam ameaças e xingamentos cada vez mais ferozes e as pessoas comuns, escaldadas pela invenção da bomba atômica pouco antes, desconfiavam seriamente que os dois lados tinham verdadeiros arsenais de armas secretas. Em junho de 1947, o piloto norte-americano Kenneth Arnold contou ter sido perseguido por uma esquadrilha de naves em formato de pires (flying saucers, ou pires voadores), quando sobrevoava o pico Rainier, de 4 300 metros, no extremo noroeste dos Estados Unidos. Não tardou para a imprensa sensacionalista projetar na imaginação popular um clima de paranóia - ou eram os russos que estavam chegando, ou eram mesmo os marcianos.
Dos Estados Unidos, a publicidade sobre os OVNIs correu mundo e animou visionários de todas as cores, credos e nacionalidades. No Brasil, os pires voadores tornaram-se discos, embora algumas vezes fossem avistados sob a forma de charutos, sondas ou bolas. Em junho de 1952, a revista O Cruzeiro eletrizou o público com relatos de supostos discos voadores fotografados na Barra da Tijuca, no Rio. Os marinheiros do navio Almirante Saldanha contaram ter visto, em 1958, vários OVNIs sobre a ilha de Trindade, na costa do Espírito Santo, quando faziam pesquisas para o Ano Geofísico Internacional. E até hoje existem pessoas que juram ter conversado com ETs, viajado em discos e ouvido mensagens telepáticas de outros planetas.
Um dos casos mais célebres em todo o mundo foi o chamado Incidente de Roswell, sobre um disco voador que teria sofrido um acidente no Estado do Novo México, nos Estados Unidos, em 1947. No acidente, teriam morrido os tripulantes, cujos corpos teriam sido levados em segredo pela Força Aérea para estudos. No começo do ano passado, ufologistas fizeram o maior alarde exibindo documentos antigos do governo dos Estados Unidos confirmando o episódio. Na verdade, provou-se meses depois que os documentos eram falsos de cabo a rabo.
Bem antes, em 1968, um estudo da Universidade de Colorado, revisto pela Academia de Ciências dos Estados Unidos, declarou oficialmente que não existem discos voadores. O astrofísico norte-americano Allen Hynek, que participou do Blue Book, não se conformou com o resultado e declarou que as pesquisas de Colorado tinham sido dirigidas a fim de apresentar uma explicação tranqüilizadora para o público. Hynek, que morreu no ano passado, era diretor do Centro de Estudos Ufológicos dos Estados Unidos, sendo considerado um dos maiores especialistas em OVNIs.
Depois, os fãs dos OVNIs como que passaram para a clandestinidade. Atualmente, eles se concentram nas sociedades de ufologistas que funcionam como verdadeiras seitas. Alguns ainda tentam explicar os fenômenos dentro dos limites da ciência acadêmica, aproveitando os conhecimentos sobre a origem da vida e as leis da natureza, com as quais os discos estariam relacionados. Outros ligam o aparecimento dos discos a fenômenos paranormais e às tradições orientais.
E, por menos que a ciência e o bom senso lhes dêem crédito, a crença em que os discos existem vai bem, obrigado. No ano passado, três livros sobre o assunto foram lançados nos Estados Unidos. Venderam como pão quente.

"Eu vi um disco voador".

O meteorologista Rubens Junqueira Vilela, professor do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP, tinha 31 anos em 1961 quando foi à Antártida pela primeira vez a bordo do navio Glacier da Marinha dos Estados Unidos. Na baia do Almirantado, ilha do Rei Jorge, onde 23 anos depois seria construída a base "Comandante Ferraz", do Brasil, Vilela teve uma experiência inesquecível. Ele mesmo conta:
"Naquele dia, 16 de março, após o jantar, subi ao convés para ver o panorama. Estávamos rodeados de montanhas formando paredões de 500 metros de altura, parcialmente cobertos de neve. Na margem, a dois quilômetros, encontrava-se uma base inglesa abandonada. O céu estava nublado, havia um vento leve e a noroeste via-se o clarão fraco e amarelado do sol poente. De repente, vimos uma estranha luz cruzar os céus. Os marinheiros gritavam, apontando para o objeto. Suas cores, formas e contornos não pareciam coisa deste mundo e não sei até hoje a que compará-las. Esse corpo luminoso multicolorido deixava um longo rastro na forma de um tubo oco de cor vermelho-alaranjada.
Subitamente dividiu-se em dois como numa explosão; cada pedaço brilhou mais intensamente com cores branco-azuladas e vermelhas e lançou raios laterais, inclinados para trás. Depois, tomou a forma de uma armação de guarda-chuva semi-aberta e desapareceu em menos de um minuto sem deixar traço. Não se ouviu nenhum ruído, as luzes não eram ofuscantes e as cores tinham tons suaves. O objeto se encontrava a cerca de 100 metros de altura e parecia ter o tamanho de um punho fechado. Deslocava-se a baixa velocidade. Passou a bombordo, de noroeste para sudeste, como se viesse de trás das montanhas da ilha.
Pensávamos que poderia ser um foguete de sinalização lançado por exploradores da ilha. Fomos investigar. Não encontramos ali sinais de vida. Mais tarde, o capitão Porter, do Glacier, registrou no diário de bordo que as luzes eram um ´meteoro ou outro fenômeno natural luminoso´. Para mim, aquilo foi um disco voador".

Dos monstros de Marte ao meigo ET

Antes de se tornar o famoso pires voador, o carro do ano dos ETs foi um "parafuso giroscópio espacial". Ele circulou nas primeiras aventuras em quadrinhos de Flash Gordon, o herói intergalático criado em 1934 por Alex Raymond. Flash Gordon e outro herói, Buck Rogers, reinaram imbatíveis nos seriados de cinema no final da década de 30, utilizando fantásticas máquinas contra os habitantes de outros planetas que vinham ameaçar esta pobre Terra.
Era a época das space operas, que voltariam a fazer sucesso nas histórias do tipo Guerra nas Estrelas. Foi também a época em que o então radialista Orson Welles transmitiu, em 1938, uma suposta invasão marciana dos Estados Unidos - na verdade uma versão de A Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G.Wells. A irradiação do ataque levou o pânico a milhões de ouvintes.
Desde Flash Gordon, histórias com seres de outros planetas têm sucesso quase garantido - principalmente quando se adaptam à época e ao público aos quais se destinam. Na década de 50, marcada pela guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética e pelo medo de um conflito atômico entre eles, as histórias mais populares mostravam supercivilizações de seres horripilantes que tentavam nos conquistar. São desse período, por exemplo, os filmes Marte, o planeta vermelho e Os vampiros invadem a Terra. Os títulos são um autêntico sinal dos tempos.
O desenvolvimento da ciência e tecnologia na década de 60 obrigou os autores de ficção a se preocupar mais com a base científica de suas histórias. Com o aparecimento dos movimentos pacifistas e de defesa do ambiente, muitos escritores aproveitaram para criticar por tabela a poluição e a acumulação de arsenais nucleares neste mundo.
Data de 1968 o filme 2001, uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrick, baseado num conto de Arthur C. Clarke. Uma das mais belas histórias de ficção espacial de todos os tempos, 2001 aborda a questão dos contatos extraterrestres em tempos remotos da História e a forma surpreendente como uma supercivilização condenada à morte pode se perpetuar em outra.
Os discos voadores voltaram à Terra com toda a parafernália técnica possível na década de 70 em Contatos imediatos de terceiro grau, de Steven Spielberg. Este filme, que teve a assessoria do astrofísico Allen Hynek, um dos maiores especialistas em OVNIs, acusa o governo dos Estados Unidos de esconder do público informações sobre os discos. Além disso, Contatos lança a idéia, que seria retomada em grande estilo por ET - O extraterrestre, de 1982, de visitantes do espaço não só pacíficos e encantadores como também vítimas das trapalhadas dos terráqueos. Esse espírito de auto-crítica permanece na ficção mais recente - sinal de que os homens talvez estejam ficando mais bem preparados para se enxergar como são. Os tripulantes de um disco que pousar no planeta nos dias que correm só terão a ganhar com isso.

A terra na escuta: alguém aí?

Pode ser, como querem os cientistas, que no vasto Universo onde a Terra é um ponto menos que insignificante existam muitos mundos nos quais alguma forma de vida inteligente tenha florescido - embora nada indique até agora que algum desses mundos seja um dos oito outros planetas deste sistema solar. Mesmo ao admitir a existência de civilizações extraterrestres, porém, os astrônomos acham pouco provável que seus representantes apareçam aqui um belo dia em carne e osso - se é que de carne e osso são feitos - para uma visita de boa vizinhança. Eles preferem a hipótese de um contato por ondas de rádio.
Esse contato pode ser acidental ou deliberado. Em qualquer dos casos, só se realizará se houver alguém na escuta do lado de cá. Essa é justamente a intenção do SETI (sigla em inglês de Busca de Inteligência Extraterreste), o programa da agência espacial NASA pronto para entrar em ação assim que o Congresso dos Estados Unidos autorizar - e mandar o governo pagar a conta de 100 milhões de dólares.
Trata-se de rastrear metodicamente o espaço em busca de sinais de outras civilizações, supondo, é claro, que elas ainda não tenham aposentado o rádio como meio de comunicação; ou, pior ainda, que não estejam tão fantasticamente longe da Terra a ponto de, quando sua mensagem nos alcançar, milhões de anos terem transcorrido e a civilização que a enviou nem exista mais. Numa primeira etapa, os astrônomos da NASA pretendem usar vários radiotelescópios, entre eles o maior do mundo, em Arecibo, Porto Rico, para captar sinais de oitocentas a mil estrelas a cem anos-luz de distância da Terra. Depois, literalmente, o céu será o limite.
Essa é a mais ambiciosa tentativa do homem de ouvir outros mundos. Representa também uma mudança na política de comunicação dos terráqueos - no passado recente, o homem preferia falar ao Cosmo ao invés de prestar atenção no que ele tivesse a declarar. Em 1974, um grupo de cientistas da Universidade de Cornell, em Nova York, usou o radiotelescópio de Arecibo para dar um alô ao espaço. A saudação terrestre demorou quatro anos só para chegar à estrela Alfa de Centauro, a mais próxima do planeta. A demora e o custo astronômico da transmissão fizeram os cientistas abandonar a idéia de iniciar o contato.
Muito mais em conta foi encaixar mensagens em naves espaciais. A Pioneer 10 foto 193 , primeira nave a cruzar as fronteiras do sistema solar, em 1983, onze anos depois de seu lançamento, levou uma placa de ouro com desenhos explicando a localização da Terra e do sistema solar, além das figuras de um homem e uma mulher. A Voyager 2, lançada em 1977, que deverá sobrevoar Netuno em agosto de 1989, leva uma mensagem bem mais elaborada.
Um disco com duas horas de duração traz a gravação do choro de um bebê, gritos de uma baleia, lançamento de um foguete, estrondo de uma avalanche e o estalo de um beijo. Há saudações em 54 idiomas, entre os quais o português ("Paz e felicidade para todos"), trechos de músicas, desde os clássicos ao rock "Johnny B. Goode", de Chuck Berry. Resta saber o que um eventual ouvinte de outros planetas achará de nós depois desse clip.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os lugares que eles amam - Discos Voadores

OS LUGARES QUE ELES AMAM - Discos Voadores


Quem nunca viu, provavelmente conhece alguém muito próximo que jura ter visto. Discos voadores são tão populares que há tempos se tornaram um dos raros temas universais, sucesso certo em qualquer mesa de boteco do mundo. Um dos motivos de os visitantes interplanetários despertarem tanto interesse em todas as culturas deve ser o fato de que eles já estiveram em todos os rincões da Terra. Pelo menos é o que parece. Segundo o Centro Brasileiro de Pesquisas em Discos Voadores (CBPDV), desde 1947, quando teve início a era moderna da ufologia, mais de 6 milhões de pessoas no mundo inteiro afirmaram ter tido algum tipo de contato com alienígenas - número que corresponde à população da cidade do Rio de Janeiro. É muita gente. "O desejo de não estarmos sozinhos no Universo é relatado ao longo dos tempos, em todas as épocas e culturas. O que difere é a forma como isso acontece", diz o psicólogo Wellington Zangari, pesquisador do Laboratório de Psicologia da Religião, da Universidade de São Paulo (USP).

Para ver um ET, em primeiro lugar, dizem os ufólogos, é interessante ter boas condições geográficas e climáticas. Dificilmente alguém consegue enxergar um disco voador em meio ao caos urbano, com nuvens de fumaça, poluição, barulho de ônibus e sirenes de ambulância - embora isso possa acontecer, sim, de vez em quando. Locais mais tranqüilos, altos e montanhosos, como São Tomé das Letras (MG), Serra do Roncador (MT) e Chapada dos Guimarães (MT), em geral são mais propícios aos avistamentos. Descampados também são ambientes favoráveis para ver o céu com mais clareza - a fronteira desértica dos Estados Unidos com o México é onde se concentram os maiores sítios ufológicos do mundo. O caso mais famoso de que se tem notícia aconteceu em 1947, num rancho em Roswell, no Novo México, onde uma nave teria despencado. De lá para cá, o lugar vive do turismo ufológico (leia na página 30). Outra cidade, Rachel, perdida no meio do estado de Nevada, é emblemática: a estrada que chega até lá foi curiosamente batizada de Rodovia Extraterrestre.

QUEM VÊ MAIS
Sozinhas, as características topográficas não dizem muita coisa. Até porque o número de relatos não é o mesmo em todos os lugares calmos, desérticos e montanhosos do planeta - ele varia consideravelmente. Ao que tudo indica, por alguma razão misteriosa, os ETs adoram os Estados Unidos. Com 4,6% da população mundial, esse país concentra mais de 60% dos casos registrados de avistamentos de óvnis no planeta. Somente no estado da Califórnia, em fevereiro deste ano, 962 pessoas disseram ter visto naves espaciais. Já na China, apesar de ter 1,3 bilhão de habitantes, esse número cai para míseras 228 pessoas - isso durante o ano passado inteiro. A mesma discrepância pode-se observar na Europa. França e Inglaterra vêem muito mais óvnis do que a Alemanha, que tem uma população bem maior que a dos dois países. Será que os alienígenas teriam alguma preferência regional? "Não, eles não ‘aparecem’ mais aqui ou ali. Eles são mais ‘vistos’ aqui e ali. Em cidades cujas populações tenham uma predisposição maior para aceitar o fenômeno, uma única observação pode originar um resultado muito mais expressivo do que em outras, com menos predisposição para o fato", diz o ufólogo Ademar Gevaerd, editor da revista UFO.
Faz sentido. Uma pesquisa realizada em 2002 pelo Instituto Roper apontou que 56% dos americanos acreditam em óvnis. E quem crê, vê. Em 1995, mais de 11 milhões de espectadores naquele país assistiram, fascinados, à suposta autópsia do ET capturado em Roswell, exibido pela Fox. "Os Estados Unidos sempre foram preocupados demais com inimigos invasores que podem destruí-los a qualquer momento", diz o psicólogo Zangari. "Isso porque eles não conseguem perceber que quem destrói os outros são eles mesmos."
Foram os americanos que inventaram o termo ufo (unidentified flying objects), em 1947, para designar os tais "pratos voadores". Na época, o piloto Kenneth Arnold convocou a imprensa para dizer que viu nove objetos estranhos enquanto conduzia seu avião monomotor no estado de Washington. Segundo o CBPDV, naquele mesmo ano foram registradas mais de 2 mil outras manifestações de ufos e contatos com seus tripulantes, em cerca de 30 países ao redor do mundo.
Como tudo o que é bom para os Estados Unidos deve ser bom para o Brasil, logo os relatos começaram a pipocar por aqui também. Menos de um mês depois do incidente envolvendo Arnold, foi noticiado um caso no Paraná: um agricultor contou ter visto uma nave pousar e seres de quase 2 metros de altura vasculhar os arredores. Diversos outros casos foram relatados até chegarmos a 1996, quando finalmente entramos para a lista dos tops da ufologia mundial, com o célebre ET de Varginha. Segundo a *U* Ufo Database, um banco de dados americano sobre ufologia, só em abril deste ano foram vistos cerca de 550 óvnis no Brasil.

ELES SABEM ONDE PISAM
De acordo com especialistas em ufologia, os vôos e aterrissagens dos alienígenas em nosso planeta não se dão por acaso. Eles passariam muito tempo estudando nossos hábitos, até o momento em que escolheriam onde dar o ar da graça. "Como seres tecnologicamente mais avançados, os ETs detêm conhecimento de como funciona e está organizada nossa sociedade planetária. Assim, eles fazem uma observação constante de nossas ações", afirma Gevaerd.
Segundo ele, é justamente por isso que a forma de agir dos extraterrestres se diferencia conforme o lugar e o nível de desenvolvimento da sociedade. "Está confirmado que, quando eles interagem com pessoas de centros urbanos, mais desenvolvidas, os ETs têm procedimentos mais refinados. Por exemplo, uma ação que envolva a abdução de um nova-iorquino, certamente, não será igual à abdução de um integrante de uma tribo africana ou paraguaia. Os ETs conhecem muito bem nossa sociedade e nossas etnias, de forma a saber o que querem e onde encontrar", afirma Gevaerd. David Jacobs, professor de História da Universidade da Pensilvânia, que estuda abduções há 35 anos, concorda. Mas alerta: "É importante entender a natureza global desse fenômeno. Milhares de pessoas de todo o mundo têm falado que estão sendo abduzidas. Isso precisa ser estudado".

Com 4.6% da população mundial, os Estados Unidos concentram mais de 60% dos casos registrados de avistamentos de óvnis no planeta

Points no Brasil

Varginha (MG)
Desde o dia 20 de janeiro de 1996, quando seres de outro planeta teriam sido vistos por lá, a pacata cidade mineira entrou no roteiro do turismo ufológico nacional. Hoje, Varginha conta com um espaço de pouso para futuros visitantes interplanetários, além de pontos de ônibus que imitam naves espaciais e diversas lojas que vendem suvenires de ETs - inclusive os bichinhos vestindo a camisa do seu time favorito

Peruíbe (SP)
O litoral sul de São Paulo é uma das áreas com maior incidência de avistamentos e abduções no Brasil. A região de Peruíbe, em especial, é um dos núcleos. Desde 2001, vem sediando encontros nacionais de ufologia. Até a prefeitura entrou na parada: no ano passado, a cidade lançou um roteiro ufológico oficial, que leva o turista a conhecer lugares com alta incidência de ETs, como Serra dos Itatins, Pedra da Serpente, Perequê, Guaraú, Barra do Una e Ilha de Queimada Grande

Itaara (RS)
Abriga, desde 2001, o Museu Internacional de Ufologia Victor Mostajo, criado e dirigido pelo presidente da Associação Brasileira de Pesquisas Ufológicas (ABPU), Hernan Mostajo, um estudioso do assunto. O lugar já faz parte da agenda de turismo do governo gaúcho e conta com painéis temáticos, réplicas de ETs, computadores com acesso a chats, além de 300 documentários sobre ufologia e astronomia

Guarabira (PB)
Parada obrigatória para quem quer ver ETs - ou ser abduzido por eles. Dizem os ufólogos que a cidade, vista do alto, tem o formato de um disco. E que, por isso, no passado teria sido um local de pouso de óvnis. Depois de diversos casos,inclusive o de uma enorme sombra triangular pairando sobre Guabira, em 1996, a maioria dos moradores se oferece para dar informações e guiar turistas curiosos

Serra do Roncador (MT)
Lugar cercado de mistérios e aparições de ETs - além das evidentes exuberâncias naturais. Dizem que ali vivem seres intraterrestres (ou seja, que ficam embaixo da terra). Por isso, estão instaladas na região 16 representantes de comunidades místicas à procura de contatos e sinais de povos subterrâneos, sobreviventes da desaparecida Atlântida e dos incas, no Peru

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Todos os discos levam a Roswell

TODOS OS DISCOS LEVAM A ROSWELL



Em 5 de julho de 1947, perto de Roswell, no estado americano do Novo México, um capataz chamado William Brazel viu no campo do Rancho Foster, onde trabalhava, destroços de algo que ele não conseguiu identificar. Recordou-se que no dia anterior, feriado da independência americana, ouvira um estrondo diferente de fogos de artifício e trovoadas. Então, lembrou-se do noticiário dos últimos dias: o piloto Kenneth Arnold falava em misteriosos objetos voadores que avistara no noroeste dos Estados Unidos. Aconselhado por vizinhos e pelo xerife, Brazel relatou o episódio à base aérea de Roswell. Começava assim o que se tornaria o incidente mais famoso e controverso da ufologia, ainda hoje recheio de reportagens, livros, documentários, filmes e seriados de TV.

Naquela ocasião, o major Jessie Marcel, oficial da inteligência do 509o Grupo de Bombardeiros, foi ao rancho para recolher os destroços e preparar seu transporte para a Base de Carswell, em Fort Worth, no Texas. A ordem era não deixar vestígios do acidente e barrar os civis que se aproximassem. A população ainda estava excitada com a história de Arnold, ocorrida no dia 24 de junho. Embora o piloto tivesse descrito os objetos não-identificados como meias-luas que se moviam em círculos, a imprensa chamara os óvnis de discos voadores. Assim, o termo entraria de vez no vocabulário americano como sinônimo de espaçonave alienígena.
Para completar a euforia, o Roswell Daily Record de 8 de julho de 1947 dava em manchete: "Força Aérea americana captura disco voador num rancho na região de Roswell". A notícia surgira de uma nota divulgada pelos militares e redigida pelo tenente Walter Haut. Seus superiores, no entanto, se apressaram em dizer que Haut havia cometido um erro porque não sabia o que estava acontecendo. No mesmo dia, a base de Fort Worth recebia o material para análise. A explicação oficial veio rapidamente: o óvni seria um balão meteorológico com radar de alumínio e madeira. A Força Aérea mandou dar um fim no primeiro texto, chamou a imprensa para fotos e distribuiu um novo texto, mandando as especulações para o espaço. Em poucos dias, o caso sumiu do noticiário.
O destino de Roswell começou a mudar três décadas depois, em 1978, quando Stanton Friedman, um físico nuclear que ganhava a vida dando palestras sobre óvnis, resolveu remexer no passado. Ele ouvira falar de Jesse Marcel e o localizou, mas como o ex-major não se lembrava da data do episódio, deixou a história de lado. Em 1979, o interesse de Friedman voltou depois que a testemunha lhe afirmou que os militares estavam acobertando a visita de um disco voador. Marcel contou que, antes de levar os restos do desastre para seus superiores, passara em casa para dar à família a chance de ver de perto um artefato extraterrestre. Afirmou também que o material levado por ele ao Texas não era o fotografado na sala do general Roger Ramey. Barras de metal resistente e folhas de algo parecido com alumínio teriam sido trocadas por pedaços de um balão meteorológico enquanto ele apontava o local do acidente na sala dos mapas. Pior: tinha sido obrigado a posar segurando os restos do balão. O ex-major disse que os pedaços recolhidos eram parte de um quebra-cabeça que o governo queria esconder. Ele defendia a tese de que se tratava de um disco voador.

CADÊ O CORPO?
No livro UFO Crash at Roswell (Queda de um Óvni em Roswell, sem tradução para o português), de Kevin Randle e Donald Schmitt, o agente funerário Glenn Dennis conta que, em 7 de julho de 1947, alguém da base aérea ligou em busca de informações sobre caixões, lacres e conservação de corpos. Dennis teria ido ao hospital e uma enfermeira, sua amiga, pediu para ele ir embora. Mais tarde, ela narrou detalhes de uma autópsia de ETs, o que teria resultado na sua transferência para a Inglaterra.
Nos anos 80, o tenente Walter Haut (o redator do primeiro comunicado da Força Aérea) virou figurinha carimbada em encontros de caçadores de marcianos com suas "novas provas". Segundo ele, o coronel William Blanchard ditara cada linha da nota que seria distribuída à imprensa - inclusive o termo disco voador. "Ele me parecia seguro do que estava falando", disse Haut na ocasião. Em 1990, recordou-se de uma reunião uma semana após o incidente. "Bem, nós demos um tiro no pé com aquela bobagem de balão. Era algum projeto de Alamogordo, e homens deles estiveram na nossa base mais tarde. De qualquer maneira, está feito", teria dito Blanchard, nas palavras de Haut. No ano seguinte, ele inauguraria o Museu Internacional Ufológico de Roswell, junto com Dennis.
Em 1994, a Força Aérea americana divulgou um relatório em que admitia ter escondido algo em 1947. O que teria caído no Rancho Foster foi um balão do ultra-secreto Projeto Mogul, criado em Alamogordo para monitorar o programa soviético de armas nucleares. De tão secreto, estava classificado como A-1, a exemplo do Projeto Manhattan, que montou a primeira bomba atômica. Segundo os militares, os destroços recolhidos à base de Roswell eram do vôo número 4, lançado em 4 de junho de 1947. Outro relatório, divulgado às vésperas de o incidente completar 50 anos, explicaria quem eram os tais aliens. Os desastrados tripulantes do Novo México seriam bonecos de testes levados por balões de pesquisa que caíram fora dos limites das bases. Vestiam roupa de alumínio que protegia sensores das baixas temperaturas em grandes altitudes.
Seja qual for a verdade, o fato é que algo parece ter caído nas proximidades de Roswell naqueles tempos de Guerra Fria. Mas, quase 60 anos depois, não apareceu ainda uma prova definitiva do que ocorreu. Tanto que o Museu Internacional Ufológico de Roswell oferece 1 milhão de dólares a quem levar até lá sobras do que estaria guardado nos porões do governo americano. Cá entre nós, um prêmio tentador até para os mais céticos.

A capital dos Ets

Roswell poderia se orgulhar apenas de ser o berço da estrela Demi Moore, que nasceu lá em 1962 (afinal, para muitos fãs, ela só pode ser de outro planeta). Mas, nos anos 1990, moradores daquele cenário tão árido como Marte perceberam o potencial de um negócio até então explorado só pela literatura e pelo cinema e criaram o Festival Anual de Ufos, este ano na sua oitava edição. O encontro acontece no início de julho e sempre inclui o dia 4 - diz a lenda que o dia e o mês do acidente coincidem com o aniversário da independência americana. Cerca de 100 mil seguidores do físico nuclear Stanton Friedman e de outros especialistas em óvnis atravessam oceanos e desertos para ir à cidade de 50 mil habitantes saudar seus gurus. Conhecem os locais onde foram encontrados os destroços, divertem-se com concursos de fantasias, desfiles, corridas e jogos e assistem a musicais que remetem ao episódio de 1947. O roteiro inclui uma visita ao Museu Internacional Ufológico, que, mesmo sem evidências palpáveis do caso, exibe recortes de jornais e fotos dos personagens da mal contada saga. Segundo a Câmara do Comércio de Roswell, a indústria ufológica rende aos cofres locais 5,2 milhões de dólares por ano, sem contar o que entra direto nos bolsos da população - inclusive daqueles que dizem se envergonhar mais da fama de capital ufológica do que de abrigar a base aérea de onde decolou o Enola Gay, o avião que jogou a bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945. Aliás, foi justamente por causa da base aérea que a cidade se tornou célebre. O incidente do Rancho Foster aconteceu, na verdade, mais perto da vizinha Corona. Mas, como as instalações militares mais próximas ficavam em Roswell, os destroços foram levados para lá. Não que fosse grande coisa nos anos 40, mas Corona, em contraste com Roswell, parou no tempo. Hoje não passa de um vilarejo com menos de 300 habitantes, esquecido nos confins do Novo México. Parece que nem os ETs passam mais por lá.

Show de trapaças - OVNIS

SHOW DE TRAPAÇAS - OVNIS



Má-fé, oportunismo, busca pela fama... A ufologia está repleta de casos que tiveram grande repercussão e, mais tarde, sucumbiram diante dos indícios de fraude. A maior parte não resiste a boas investigações de ufólogos sérios. Raramente, contudo, mesmo diante das evidências mais constrangedoras, os responsáveis pelas farsas admitem a intenção de enganar os outros. A seguir, confira cinco casos em que todas as pistas levam à dedução óbvia de que não passaram de embustes.

A NAVE CHOCANTE
Gerente de um restaurante nas proximidades do Observatório de Hale, na Califórnia, o imigrante polonês George Adamski costumava encher de perguntas os cientistas que iam almoçar lá. Queria estar a par de todas as novidades sobre a procura de vida extraterrestre. Em 1952, Adamski fez uma expedição ao deserto do Arizona e voltou com uma história fantástica: não só havia visto discos voadores como entrado em contato com os tripulantes, oriundos de Vênus. Os ETs não se deixaram fotografar, mas ele produziu dezenas de imagens das naves. As fotos correram o mundo e causaram grande sensação.
Não demorou muito para que o "disco voador" das fotos fosse reconhecido. Avicultores perceberam que os contornos eram idênticos aos de uma chocadeira de ovos fabricada por uma conhecida multinacional. Adamski morreu em 1965, aos 75 anos, sem jamais admitir a fraude.

A AUTÓPSIA DE ROSWELL
Em 1995, o produtor inglês Ray Santilli anunciou ter encontrado um filme em 16 milímetros que mostrava a autópsia de um alienígena. O filme teria sido comprado de um misterioso ex-cinegrafista da Força Aérea que garantia se tratar de material produzido depois da queda de um óvni nas proximidades de Roswell em 1947, o caso mais célebre da ufologia mundial (leia na página 30). As imagens da autópsia em um ser com grandes olhos negros e nariz pequeno repercutiram no mundo inteiro.
Especialistas em efeitos especiais afirmaram que o suposto alien se parecia muito com bonecos produzidos para o cinema. Alguns deles até construíram ETs semelhantes ao das imagens, usando revestimento de látex e vísceras de animais. Médicos chamaram a atenção para a falta de habilidade do cirurgião: ele mal sabia segurar o bisturi! O mesmo aplicava-se ao cinegrafista: os closes dos estavam fora de foco.
Diante da pressão para entregar o filme original para análise, Santilli argumentou que o havia vendido a um colecionador que exigiu anonimato.

ET BAILARINA
O suíço Eduard Meier-Zafiriou, ou simplesmente Billy Meier, agitou o mundo da ufologia nos anos 70 ao apresentar centenas de fotos e uma dezena de filmes de discos voadores. Ele dizia fazer contato desde os 5 anos com seres "pleidianos", originários da constelação de Plêiades. A descrição de uma das interlocutoras de Meier era de dar inveja aos homens: Semjase, uma loira alta, belíssima e que, ainda por cima, sabia falar alemão perfeitamente. Meier tinha até uma foto de Semjase para comprovar a história.
Anos depois, quando sua credibilidade já estava seriamente abalada (especialistas em análise de imagens encontraram fios nos filmes dos supostos discos voadores em vôo), descobriu-se que a foto de Semjase era, na realidade, de uma bailarina que estivera certa ocasião em um programa de TV. A foto fora tirada diretamente da tela do televisor. Mesmo desacreditado entre os ufólogos, Billy Meier, aos 68 anos e ostentando longas barbas brancas, continua ganhando a vida como uma espécie de guru cuja missão é divulgar as mensagens dos pleidianos.

NA BARRA DA TIJUCA
"Disco voador na Barra da Tijuca", dizia a manchete do caderno extra da revista O Cruzeiro de maio de 1952. "O estranho aparelho veio do mar, com enorme velocidade, e foi visto durante um minuto. Cor cinza-azulada, absolutamente silencioso, sem deixar rastros de fumaça ou de chamas", descrevia o texto, acompanhado por cinco fotos.
O repórter João Martins e o fotógrafo Ed Keffel diziam ter flagrado o disco voador por acaso, quando estavam na praia. A suspeita de fraude se deu pelo fato de ninguém mais ter visto o disco voador. Além disso, constatou-se que a direção das sombras produzidas pelo óvni era inconsistentes com as sombras dos demais elementos da paisagem. Os repórteres morreram sem admitir a fraude.

O VEXAME DA TIAZINHA
Em 2001, Suzana Alves, a Tiazinha, jurou ter feito imagens de um óvni em plena São Paulo. Tão logo souberam do fato, os ufólogos Claudeir e Paola Covo entraram em contato com a dançarina/atriz/cantora e começaram a analisar o caso. Enquanto as investigações transcorriam, Tiazinha aproveitou a repercussão da notícia para fechar um acordo com o apresentador Gugu Liberato: mostraria as imagens com exclusividade no programa dele, no domingo seguinte, em troca da oportunidade de divulgar seu novo disco.
Nesse meio tempo, os ufólogos chegaram à conclusão de que a misteriosa aparição era, na verdade, a luz de segurança da cabine do dirigível da Goodyear, contratado por emissoras de TV para fazer imagens aéreas da cidade. Tanto Suzana Alves quanto a produção de Gugu foram informadas sobre o veredicto antes de o programa ir ao ar, mas decidiram seguir adiante sem citar a conclusão dos ufólogos. As imagens foram tratadas como "inexplicáveis" e ajudaram o SBT a vencer a batalha dominical pela audiência contra a TV Globo. Quando a história do dirigível veio à tona, na mesma semana, o "óvni da Tiazinha" virou motivo de chacota.

Nem tudo é azul - Ufologia

NEM TUDO É AZUL - Ufologia



Um dos mais célebres estudos de ufologia realizados por uma fonte oficial foi o Projeto Blue Book, conduzido pela Força Aérea americana entre 1952 e 1969. Por quase duas décadas, a equipe dessa força-tarefa investigou milhares de casos com o objetivo de verificar se os óvnis representavam uma ameaça à segurança nacional norte-americana. Naquela época, os Estados Unidos viviam uma verdadeira onda de avistamentos e o governo se viu forçado a estudar os casos de forma mais sistemática. O Blue Book (termo em inglês usado para se referir a uma publicação oficial) foi uma continuação de dois estudos anteriores da Aeronáutica, os projetos Sign e Grudge, que haviam fracassado na tarefa de dar uma resposta à população sobre os misteriosos objetos que riscavam o céu do país.
Sob a direção do capitão Edward Ruppelt, o Blue Book desenvolveu um método rápido e conciso de avaliação dos casos. As testemunhas dos supostos óvnis respondiam a um questionário com oito páginas e enviavam fotografias e negativos dos avistamentos. Os investigadores analisavam o material e faziam entrevistas de campo. Consultavam dados astronômicos, monitoravam os vôos da Aeronáutica e verificavam os registros meteorológicos. Resultado: dos mais de 12 mil relatos analisados pelo Blue Book, 90% foram identificados como aeronaves, pássaros, balões, planetas, meteoros, auroras, nuvens e outros fenômenos atmosféricos ou como produtos da imaginação ou fraudes. Os outros 10% foram classificados como não-identificados, incluindo casos em que as informações eram insuficientes para se chegar a uma conclusão.
O projeto causou polêmica desde o início. Pelo menos três comissões de cientistas foram criadas ao longo dos anos 50 e 60 para analisar os registros do Blue Book. A primeira comissão, em 1952, foi patrocinada por ninguém menos que a CIA, o serviço secreto americano, e chefiada pelo renomado físico H. P. Robertson, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ela incluía engenheiros, meteorologistas, físicos e um astrônomo. A conclusão da comissão foi que na maioria dos casos havia uma explicação científica para os supostos óvnis, que na verdade seriam fenômenos naturais ou artefatos humanos. A segunda comissão chegou a um resultado parecido. Alguns cientistas, no entanto, em especial o meteorologista James McDonald e o astrofísico Josef Allen Hynek, discordaram da conclusão, defendendo que havia fortes indícios da visita de ETs ao nosso planeta. "Para mim, os óvnis são completamente reais e, se não sabemos o que são, é porque nos limitamos a rir deles. A possibilidade de que sejam artefatos extraterrestres e de que estejamos sendo observados por alguma tecnologia avançada é algo que vejo com extrema seriedade", disse McDonald.
A chamada "hipótese extraterrestre", levantada por esse grupo de cientistas, foi amplamente divulgada pelos meios de comunicação em meados dos anos 60. O tema gerou discussões acaloradas e levou a Força Aérea americana a patrocinar um outro estudo, desta vez na Universidade do Colorado, sob a direção do físico Edward Condon, declaradamente cético em relação à possibilidade da vida fora da Terra. Divulgado no início de 1969, o Relatório Condon rejeitou firmemente a "hipótese extraterrestre" e declarou encerrado o assunto. Baseado nesse relatório, a Aeronáutica anunciou, em dezembro de 1969, a desativação do Projeto Blue Book. Dizia que não se justificava sua manutenção "nem em termos de segurança nacional, nem no interesse da ciência". No dia seguinte, os principais jornais americanos estampavam: "Discos voadores não existem".

CAMPANHA DE DESINFORMAÇÃO
Como era de se esperar, o desfecho do Blue Book provocou críticas raivosas de ufólogos, para quem o projeto fora apenas mais um capítulo da política do governo de acobertamento dos fenômenos extraterrestres. Segundo esses ufólogos, as investigações teriam sido superficiais e utilizado métodos pouco científicos com o objetivo único de negar a hipótese de vida em outros planetas. Os membros do projeto teriam sido pressionados a identificar os óvnis como fenômenos terrestres para evitar uma histeria coletiva no país. Os casos realmente sérios e inexplicáveis, que poderiam causar preocupação, teriam sido excluídos dos arquivos do Blue Book. Na realidade, o projeto teria sido um programa de desinformação criado para esconder da população a verdadeira investigação feita pelo governo sobre a presença de alienígenas na Terra.
Uma das pessoas que defendiam um estudo mais sério sobre os óvnis era o astrofísico Josef Allen Hynek, que fora consultor da Força Aérea americana no Projeto Blue Book. No começo, Hynek era cético em relação aos óvnis, mas, depois de analisar centenas de casos, chegou à conclusão de que eles deveriam ser estudados com mais seriedade. Muitos acreditavam que, com o fim do Projeto Blue Book, o interesse em torno do assunto iria acabar. No entanto, relatos de avistamentos continuaram nas décadas seguintes, com contornos cada vez mais espetaculares. Tornaram-se freqüentes também testemunhos de supostos seqüestros em naves espaciais - para o desespero de cientistas como Hynek, que achava que esse tipo de história muitas vezes sensacionalista poderia abalar a credibilidade dos mais convictos ufólogos. O assunto, no entanto, continua despertando polêmica até hoje.

Arquive-se

Entre os milhares de casos que estão no arquivo do Projeto Blue Book, inúmeros foram relatados como fraudes após a análise dos investigadores. Veja a seguir algumas dessas histórias, extraídas do livro O Fenômeno Óvni (coleção Mistérios do Desconhecido, da Abril Livros).

O caso - A maquete
O relato - O mecânico Paul Villa, morador de Albuquerque (Novo México), afirmou que fora convocado telepaticamente a comparecer num determinado local no dia 16 de junho de 1963. Na ocasião, ele teria conversado com os alienígenas e fotografado sua nave
A conclusão - O exame das fotografias demonstrou que o objeto era uma maquete de espaçonave com meio metro de diâmetro, pendurada diante de uma câmera. Villa acreditava mesmo ter entrado em contato com ETs e forjara provas para dar credibilidade a sua história

O caso - Luzes na janela
O relato - O fotógrafo da guarda costeira Shell Alpert afirmou ter visto quatro luzes brilhantes através da janela de seu escritório em Salem, Massachusetts. Segundo Alpert, quando ele estava prestes a fotografá-las, elas haviam perdido a intensidade. O fotógrafo foi em busca de um colega e, ao voltar, as luzes brilhavam novamente. Alpert tirou a foto e as luzes desapareceram. O fato teria ocorrido em 16 de julho de 1952
A conclusão - Para os analistas, a foto parecia forjada por meio de dupla exposição. Onze anos depois, o caso foi novamente examinado. O novo veredicto apontou que a câmera havia captado reflexo das luzes da sala no vidro da janela

O caso - Trote de adoslescente
O relato - Dois irmãos adolescentes, Dan e Grant Jaroslaw, disseram ter visto um objeto em forma de disco e de cor cinza voando à baixa altitude e se movimentando rapidamente no céu, em Michigan. Uma foto foi tirada do objeto, cuja aparição teria ocorrido em 9 de janeiro de 1967
A conclusão - O exame da foto não permitiu que se identificasse o objeto. Os investigadores arquivaram o caso, assinalando: "Dados insuficientes para avaliação". Anos depois, os irmãos Jaroslaw admitiram o trote: tinham fotografado um modelo de espaçonave perto de casa

O caso - Negativo retocado
O relato - Uma foto mostrando três óvnis foi enviada ao Projeto Blue Book acompanhada de uma carta afirmando que os objetos eram redondos e tinham cerca de 15 metros de diâmetro. Ela teria sido tirada em 26 de setembro de 1960, na Itália
A conclusão - Ao analisar a foto, os investigadores observaram que os hipotéticos óvnis eram muito mais escuros que todos os outros elementos da imagem e que estavam fora de foco. O negativo poderia ter sido retocado. O veredicto: provável fraude

quinta-feira, 24 de março de 2011

Caçadores de OVNI - Primeira resposta - VERDADES E MENTIRAS

CAÇADORES DE OVNI - PRIMEIRA RESPOSTA - VERDADES E MENTIRAS



EPISODIO - PRIMEIRA RESPOSTA
Durante décadas tem-se especulado que os militares norte-americanos tiveram encontros inexplicáveis com ÓVNIs. Nossa equipe parte em busca das políticas oficiais e protocolos para as "primeiras respostas" dos militares no caso de ocorrer um fenômeno extraterrestre.

SERIE:
Caçadores de ÓVNIS é a série onde, junto a um grupo de 4 especialistas de diferentes áreas, seguiremos pistas em busca da verdade sobre objetos voadores não identificados.

Junte-se a esta equipe que, com testemunhos presenciais, experimentos científicos, documentação secreta e vídeos nunca antes vistos na televisão trazem evidências concretas sobre o fenômeno OVNI, separando a ficção da realidade.

VEJA NO YOUTUBE:
http://www.youtube.com/watch?v=g717VRth33w

DOWNLOAD COMPLETO:
http://www.4shared.com/dir/2MDWnild/Documentarios.html
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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Arquivos revelam que pornô ‘Garganta profunda’ foi investigado pelo FBI

19/06/09 - 18h14 - Atualizado em 19/06/09 - 19h13

Arquivos revelam que pornô ‘Garganta profunda’ foi investigado pelo FBI
Agência federal dos EUA investigou filme pornográfico de 1972.
Arquivo do diretor Gerard Damiano no FBI tem 4.800 páginas.




Foto: Divulgação O cartaz original de 'Garganta profunda'. (Foto: Divulgação)Arquivos do FBI recém-revelados mostram que agentes em todos os Estados Unidos e no maior nível da agência investigaram “Garganta profunda” – o filme pornô de 1972, chamado de “Deep throat” em inglês – em uma tentativa vã de acabar com o que se transformou em uma mudança cultural em direção a um entretenimento mais permissivo.

Os documentos analisados pela Associated Press mostram a extensão das investigações dos agentes sobre o filme: apreensão de cópias do longa, análises de negativos em laboratórios e entrevistas com todo mundo, de atores e produtores aos mensageiros que entregavam os rolos de filme no cinema.

A estratégia falhou na tentativa de impedir que o filme se espalhasse, no que alguns viram como a vitória de uma revolução cultural e sexual e outros apenas enxergaram como decadente.

“Hoje não conseguimos imaginar autoridades de qualquer nível do governo – local, estadual ou federal – envolvidas com este tipo de perseguição a obscenidades” , diz Mark Weiner, professor de direito constitucional e historiador da Rutgers-Newark School of Law. “A história de ‘Garganta profunda’ é a história do último esforço de entidades alinhadas contra a revolução cultural e sexual e também é o advento da pornografia no mainstream”.

Mais de 4.000 páginas
Os documentos consistem em 498 páginas do arquivo do FBI sobre Gerard Damiano, que dirigiu o filme e morreu em outubro de 2008. Liberados neste mês em função de um pedido de Liberdade de Informação requisitado pela AP, são apenas uma pequena parte do arquivo original de Damiano, que tem em torno de 4.800 páginas no total. Mas de 1.000 páginas foram retidas por duplicarem outros materiais, o resumo final do arquivo ainda não foi revisado e liberado.

Várias partes dos arquivos liberados foram suprimidas, e alguns dos objetivos do FBI são imprecisos, mas a seriedade com que a agência tratou a investigação é inquestionável.

Várias autoridades disseram que o filme foi feito com dinheiro da máfia – e o próprio FBI ligou a máfia com a pornografia por anos – mas o arquivo não inclui nenhuma menção às supostas ligações.

O documento inclui memorandos trocados entre os diretores do FBI – L. Patrick Gray, William Ruckelshaus e Clarence Kelley, que sucederam, em ordem, J. Edgar Hoover – e tantos agentes de campo que parece que quase todas as grandes cidades dos EUA estavam envolvidas.

Enquanto boa parte das investigações centravam-se em Nova York, onde a maioria dos participantes do filme viviam, e Miami, onde ele foi produzido, agentes de Honolulu a Detroit se envolveram.

Nixon
Em várias páginas do documento, um checklist com os principais funcionários do FBI aparece no topo direito, com iniciais ao lado de alguns nomes. Um dos listados é W. Mark Felt, o segundo em comando do FBI cujo pseudônimo “Garganta profunda”, usado como informante no caso Watergate, veio do nome do filme. Apesar disso, nenhuma das marcações indica que ele tenha lido algum dos materiais sobre o filme que virou sinônimo do seu papel na queda da presidência de Richard Nixon.

Felt recebeu o apelido de duplo sentido porque vazou informações cruciais sobre a corrupção na administração de Nixon das “profundezas dos bastidores” para o repórter do Washington Post Bob Woodward. Sua identidade permaneceu secreta até 2005 – ele morreu em dezembro de 2008.

Além de registros investigativos a respeito de intimações, entrevistas, exibições e distribuição do filme, o arquivo de Damiano inclui vários relatórios de agentes do FBI descrevendo o filme cena a cena, e o papel específico de Damiano na investigação da agência.

O FBI nota que Damiano foi “razoavelmente cooperativo” com as investigações. Os memorandos não especificam o crime de que o diretor foi acusado, apensar de ser mencionada ao longo dos documentos a acusação de transporte interestadual de material obsceno.

Linda Lovalace
Entre as áreas do caso que foram suprimidas está uma entrevista com a estrela do filme, que na época atendia pelo pseudônimo de Linda Lovalace.

“Garganta profunda” atingiu uma fama acima de qualquer outro filme pornográfico na história e se tornou o filme adulto mais conhecido a chegar ao grande público. Foi imensamente lucrativo – custou US$ 25 mil e teve uma renda de milhões de dólares – e se transformou em expressão cultural.

Agentes de todos os níveis de governo tentaram parar as exibições e julgamentos sobre obscenidade seguiram por anos. Mas ao fim, dizem os especialistas, marca o fim da era em que o governo tentou frear as mudanças culturais.

Eugene Volokh, professor de direito na UCLA, diz que o estranhamento que se pode ter sobre a investigação feita a respeito de “Garganta profunda” é reflexo de tempos diferentes.

“Certamente hoje, com nossa atitude menos restritiva à maioria da pornografia e ao sexo nos faz pensar que é muito estranho que o governo tenha dedicados tantos esforços em fazer algo assim”, diz. “Mas as atitudes na época eram muito diferentes”.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Reino Unido é acusado de retardar a luta contra o cibercrime

05/05/09 - 14h29 - Atualizado em 05/05/09 - 14h30

Reino Unido é acusado de retardar a luta contra o cibercrime

LONDRES (Reuters) - A principal agência europeia de defesa dos direitos humanos questionou o compromisso do Reino Unido para com o combate ao cibercrime e terrorismo, nesta terça-feira, ao indagar por que o país ainda não ratificou importantes acordos assinados quatro anos atrás.

O Conselho da Europa, que comemora seu 60o aniversário na terça-feira, expressou incompreensão diante da demora britânica em ratificar três importantes convenções sobre crime transnacional, entre as quais um acordo destinado a combater o financiamento ao terrorismo.

No caso dos cibercrimes, não só a convenção já foi adotada por outros importantes países europeus como também pelos Estados Unidos, que embora não sejam um dos 47 membros do Conselho da Europa, têm o direito de assinar suas convenções.

"O que decepciona é que o governo do Reino Unido ainda não tenha ratificado os acordos", disse Terry Davis, secretário geral do Conselho da Europa e antigo líder político do Partido Trabalhista, que governa o Reino Unido, em entrevista à Reuters.

"Parece-me muito estranho... Por definição, o cibercrime é internacional. Trata-se de um problema internacional que requer uma solução internacional", acrescentou.

A convenção permite que os signatários se comuniquem instantaneamente quando existe suspeita de cibercrime e padroniza as definições de crime entre os diversos países, o que torna mais fácil promover processos.

"Jamais recebi qualquer explicação satisfatória para a não ratificação, exceto a desculpa de que, bem, costumamos demorar quando se trata dessas coisas", afirmou Davis, acrescentando que discutiria a questão com Jack Straw, o ministro da Justiça britânico.

A convenção sobre cibercrime foi assinada em novembro de 2001, enquanto duas outras, sobre a prevenção ao terrorismo e o combate à lavagem de dinheiro, que inclui o financiamento internacional ao terrorismo, foram adotadas em maio de 2005.

"Trata do recrutamento de pessoas para cometer atos de terrorismo em outros países", disse Davis sobre a convenção de combate ao terrorismo. "Está em aberto para ratificação já há quatro anos. Dado o fato de que o Reino Unido se preocupa muito com o terrorismo, isso me parece muito estranho", completou.