quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Centenário de Grande Otelo é celebrado com mostra no Rio


Centenário de Grande Otelo é celebrado com mostra no Rio

Grande Otelo fez mais de 100 filmes em toda a sua carreira (Foto: Divulgação)

Artista ficou conhecido por seu trabalho no cinema, TV e teatro.
Familiares e profissionais do cinema farão debates; veja programação.

Se estivesse vivo, Sebastião Bernardes de Souza Prata, mais conhecido como Grande Otelo, teria completado 100 anos no dia 18 de outubro de 2015. Para celebrar essa data, a Caixa Cultural, no Centro do Rio de Janeiro, deu início nesta terça-feira (17) à mostra "O maior ator do Brasil – 100 anos de Grande Othelo".


Durante duas semanas, o público poderá assistir clássicos do cinema nacional, como "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade e o drama "Rio Zona Norte", de Nelson Pereira dos Santos. Na edição carioca, foram incluídos mais quatro filmes, que não foram exibidos em São Paulo, quando o evento aconteceu em outubro deste ano: "Jubiabá", também de Nelson Pereira dos Santos; "A estrela sobe", de Bruno Barreto; "O rei do baralho", de Julio Bressane; e "O negrinho do pastoreio", de Antonio Augusto Fagundes.

Além dos filmes, a mostra, que tem o nome inspirado na declaração feita pelo cineasta americano Orson Welles, para quem Grande Otelo era o maior ator do Brasil, também terá debates gratuitos na quinta (19) e nos dias 24 e 26 de novembro, sempre às 19h, com a participação de personalidades do cinema, como o diretor Roberto Farias, de "Assalto ao trem pagador", além de familiares do artista.

Também vai acontecer a masterclass "Grande Othelo: da comédia ao drama", no sábado (21) de novembro, às 15h, com a pesquisadora Silvia Oroz. A entrada será gratuita, com distribuição de senhas uma hora antes do início.

Estivemos no lançamento da mostra, na segunda-feira (16), com a presença de artistas, fãs e familiares do homenageado, que nasceu em Uberlândia (MG), e, além de ator, foi cantor, compositor, escritor e poeta.

No cinema, fez grandes parcerias, sendo a mais conhecida com Oscarito, com quem estrelou grandes sucessos durante o auge da chanchada, como a comédia "Matar ou correr", de Carlos Manga, que também faz parte da programação.

Pratinha, filho de Grande Otelo, no lançamento da mostra sobre seu pai


Documentário resgatado

Na estreia do evento, foi exibido para os convidados o documentário "Sebastião Prata ou, bem dizendo, Grande Otelo", dirigido por Murilo Salles (de "Faca de dois gumes" e "Nome Próprio"), em início de carreira, e Ronaldo Foster.

O filme foi descoberto pelos curadores Breno Lira Gomes e João Monteiro e é o único registro documental do ator quando ele ainda estava vivo e foi feito durante o intervalo das filmagens de "Barão Otelo no barato dos bilhões", na década de 1970.

Para Breno Lira Gomes, Grande Otelo foi um ator que abriu o caminho para toda uma geração de atores negros no mercado atualmente. "Se hoje você tem o Lázaro Ramos e a Taís Araújo estrelando uma série ("Mr Brau", da Rede Globo) no horário nobre, muito se deve a trabalho do Grande Otelo e de muitos atores da sua geração para que toda essa geração posterior de atores e atrizes negros pudessem exercer a profissão no teatro, no cinema e na televisão", afirmou o curador.

Érico Brás, o Jurandir de "Tapas e Beijos" também marcou presença


Inspiração para os atores mais novos

Quem tem a mesma opinião é o ator José Prata, o Pratinha, filho de Grande Otelo. Segundo ele, o pai teve que superar muitos obstáculos na sua carreira.

"Ele não era nenhum galã, nenhum cara alto e, com tudo isso, conseguiu vencer nesse meio e jogou em várias frentes. Ele encontrou o seu caminho para se tornar o Grande Otelo e conseguiu abrir portas para chegar onde chegou", disse Pratinha, que confessou ter se inspirado no pai para ser um artista, ainda criança, ao vê-lo na TV. Ele também confessou que Grande Otelo lhe ensinou que "um ator não tem religião, não tem pátria e não tem cor" e leva esse lema para sua vida desde então.

Também presente na inauguração da mostra, o ator Érico Brás, mais conhecido pelo papel de Jurandir na recém-terminada série da Rede Globo "Tapas e Beijos", disse que Grande Otelo foi um dos maiores atores que já viu na sua vida.

"Eu sou um admirador do Otelo e chego a ter ele como referência nas minhas interpretações", afirmou o ator, que viverá outro grande artista negro brasileiro, mas no teatro: o comediante Mussum, num musical previsto para estrear em 2017. Questionado sobre o que diria para Grande Otelo se ele ainda estivesse vivo, Érico não pensou duas vezes: "Te amo, como você ama as pessoas!", concluiu.

"Macunaíma" foi um dos grande filmes da carreira de Grande Otelo (Foto: Divulgação)



Confira abaixo a programação completa da mostra:



17 de novembro (terça-feira)
Cinema 1
17h – Onde estás felicidade? (1939), Mesquitinha, 90 min, Brasil, Livre
19h15 - Rio Zona Norte (1957), Nelson Pereira dos Santos, 80 min, Brasil, 16 anos

Cinema 2
17h15 – Samba em Berlim (1943), Luís de Barros, 80 min, Brasil, 12 anos


18 de novembro (quarta-feira)
Cinema 1
17h – Romance proibido (1944), Ademar Gonzaga, 65 min, Brasil, 12 anos
18h45 – Macunaíma (1969), Joaquim Pedro de Andrade, 108 min, Brasil, 12 anos

Cinema 2
17h15 – Matar ou correr (1954), Carlos Manga, 87 min, Brasil, 12 anos


19 de novembro (quinta-feira)
Cinema 1
14h – O negrinho do pastoreio, Antônio Augusto Fagundes, 85 minutos, Brasil, Livre.
17h – Os três cangaceiros (1961), Vitor Lima, 93 min, Brasil, 10 anos
19h – Sebastião Prata ou, bem dizendo, Grande Otelo, de Murilo Salles e Ronaldo Foster (12 min), Livre. Debate com os filhos de Grande Othelo: Mario Luiz de Souza Prata, Carlos Sebastião Vasconcelos Prata e José Antônio de Souza Prata. Mediação do jornalista e crítico de cinema Mario Abbade. (Entrada franca)

Cinema 2
16h – Garota enxuta (1959), Josip B. Tanko, 100 min, Brasil, Livre
18h – Um candango na Belacap (1961), Roberto Farias, 102 min, Brasil, Livre
20 de novembro (sexta-feira)

Cinema 1
14h50 – A estrela sobe (1974), Bruno Barreto, 105 minutos, Brasil, 14 anos
17h – Os herdeiros (1969), Cacá Diegues, 101 min, Brasil, 16 anos
19h15 – A família do barulho (1970), Júlio Bressane, 60 min, Brasil, 16 anos

Cinema 2
14h – Lúcio Flávio, passageiro da agonia (1977), Hector Babenco, 118 min, Brasil, 16 anos
18h45 – O assalto ao trem pagador (1962), Roberto Farias, 102 min, Brasil, 16 anos


21 de novembro (sábado)
Cinema 1
14h50 - Jubiabá (1986), Nelson Pereira dos Santos, 107 minutos, Brasil, 14 anos.
17h – Barão Otelo no barato dos bilhões (1971), Miguel Borges, 119 min, Brasil, 10 anos
19h20 – O rei do baralho (1974), Júlio Bressane, 82 minutos, Brasil, 16 anos

Cinema 2
15h - Masterclass Grande Othelo: da comédia ao drama, com a pesquisadora Silvia Oroz. 

Duração de no máximo 90 min. Entrada franca, com distribuição de senhas uma hora antes do início (Entrada franca)

18h45 – Nem tudo é verdade (1985), Rogério Sganzerla, 88 min, Brasil, Livre


22 de novembro (domingo)
Cinema 1
14h30 – Natal da Portela (1988), Paulo César Saraceni, 100 min, Brasil/França, 16 anos
16h30 – A estrela sobe (1974), Bruno Barreto, 105 minutos, Brasil, 14 anos.
18h45 – Brasa adormecida (1985), Djalma Limonge Batista, 105 min, Brasil, 10 anos

Cinema 2
14h – Mulheres à vista (1959), Josip B. Tanko, 100 min, Brasil, Livre
19h – A baronesa transviada (1957), Watson Macedo, 100 min, Brasil, 10 anos

24 de novembro (terça-feira)
Cinema 1
17h – Jubiabá (1986), Nelson Pereira dos Santos, 107 minutos, Brasil, 14 anos
19h – Debate com o tema Grande Othelo: o homem do cinema brasileiro, com mediação da editora do catálogo Angélica Coutinho. Participação dos professores e pesquisadores Hernani Heffner e João Luiz Vieira, e do crítico Rodrigo Fonseca (Entrada franca)

Cinema 2
18h – A linguagem de Orson Welles (1990), Rogério Sganzerla, 15 min, Brasil, Livre
É tudo verdade (It’salltrue, 1993), Norman Foster e Bill Krohn, 89 minutos, França/USA, Livre


25 de novembro (quarta-feira)
Cinema 1
14h – O negrinho do pastoreio, Antônio Augusto Fagundes, 85 min, Brasil, Livre.
17h – Natal da Portela (1988), Paulo César Saraceni, 100 min, Brasil/França, 16 anos
19h15 – Tudo é Brasil (1997), Rogério Sganzerla, 82 min, Brasil, Livre
Cinema 2
18h – Onde estás felicidade? (1939), Mesquitinha, 90 min, Brasil, Livre


26 de novembro (quinta-feira)
Cinema 1
17h – O assalto ao trem pagador (1962), Roberto Farias, 102 min, Brasil, 16 anos
19h – Debate com o tema Grande Othelo, o maior ator do Brasil, com a participação do cineasta Roberto Farias, da atriz Adelaide Chiozzo e do ator Érico Brás. Mediação do professor e pesquisador Sergio Motta (Entrada franca)

Cinema 2
18h – Lúcio Flávio, passageiro da agonia (1977), Hector Babenco, 118 min, Brasil, 16 anos


27 de novembro (sexta-feira)
Cinema 1
15h30 – A família do barulho (1970), Júlio Bressane, 60 min, Brasil, 16 anos
17h – O rei do baralho (1974), Júlio Bressane, 82 minutos, Brasil, 16 anos
18h45 – Os herdeiros (1969), Cacá Diegues, 101 min, Brasil, 16 anos

Cinema 2
18h – Samba em Berlim (1943), Luís de Barros, 80 min, Brasil, 12 anos


28 de novembro (sábado)
Cinema 1
14h15 – Brasa adormecida (1985), Djalma Limonge Batista, 105 min, Brasil, 10 anos
16h20 – Barão Otelo no barato dos bilhões (1971), Miguel Borges, 119 min, Brasil, 10 anos
18h45 – Macunaíma (1969), Joaquim Pedro de Andrade, 108 min, Brasil, 12 anos

Cinema 2
16h – A linguagem de Orson Welles (1990), Rogério Sganzerla, 15 min, Brasil, Livre
+ É tudo verdade (It’salltrue, 1993), Norman Foster e Bill Krohn, 89 minutos, França/USA, Livre
18h10 – Nem tudo é verdade (1985), Rogério Sganzerla, 88 min, Brasil, Livre


29 de novembro (domingo)
Cinema 1
15h – Romance proibido (1944), Ademar Gonzaga, 65 min, Brasil, 12 anos
16h20 – Sebastião Prata ou, bem dizendo, Grande Otelo (1971), Ronaldo Foster e Murilo Sales, 12 min, Brasil, Livre
Tudo é Brasil (1997), Rogério Sganzerla, 82 min, Brasil, Livre
18h45 – Rio Zona Norte (1957), Nelson Pereira dos Santos, 80 min, Brasil, 16 anos

Cinema 2
16h – A baronesa transviada (1957), Watson Macedo, 100 min, Brasil, 10 anos
18h – Matar ou correr (1954), Carlos Manga, 87 min, Brasil, 12 anos




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